PERSONALIDADE

Relativamente alta para sua idade, Mariska ostenta longas madeixas douradas, que são relativamente negligenciadas devido às condições na qual a garota se encontra. Não possui corpo curvilíneo, além de ter a musculatura um pouco mais desenvolvida, graças ao trabalho que desempenha em sua comunidade. Possui um enorme senso de responsabilidade e é analítica, sempre verificando cada detalhe de uma situação em busca de saídas que não lhe causem nenhum tipo de prejuízo. Possui uma personalidade doce e simpática, além de prezar pela paciência. Quem lhe conhece sabe que ela não seria capaz de machucar uma mosca... Ou é o que acham. Belikov está disposta a tudo para proteger aqueles que ama da miséria que aflige seu distrito. Se isso significar que ela terá que matar alguém, bem, ela irá fazer isso, mesmo que seja contra a violência generalizada que assola Panem. Não se deixe enganar pelos olhos infantis ou pelo sorriso tímido, caro leitor. Não se julga um livro pela capa.

HISTÓRIA

A garotinha loira chegou ao mundo sem grandes comemorações. O dia em que nasceu não foi considerado feriado, não teve cantos ou dança. Apenas o choro estridente em meio à escuridão da madrugada. No entanto, o coração de sua mãe aqueceu-se perante aquele pequeno anjinho, mandado para dar-lhe o gostinho da felicidade em meio a tanta miséria. Mas engana-se quem acha que a família Belikov teria um final feliz como o de um conto de fadas.

Quando a pequena Mariska fez cinco anos, Chaz, seu pai, foi demitido do emprego de operário. Cheio de desgosto, entregou-se à bebida e começou a descontar as frustrações em Maya, a mãe. Espancava a coitada até deixá-la sangrando no chão, quase sem vida. A mulher, no entanto, nunca se deixou abater e educou a filha para seguir o caminho do pacifismo, moldando seu caráter e valores de forma sem igual. Apesar de não ser fácil crescer em um lar violento, a loirinha gostava de ser como a mãe, mesmo que se revoltasse com o estado no qual o pai a deixava. Nunca falou nada a respeito daquele comportamento e perdeu a conta de quantas vezes chorou ao lado do corpo de Maya sem saber se ela sobreviveria à próxima surra. Mas assim era a vida.

Aos oito anos, Mariska ganhou seu irmãozinho. A mãe morreu durante o parto, sepultando a infância da garota junto com ela. Tomou o irmão para si e jurou que iria cuidar dele até seus últimos dias. Deve-se admitir que não seria fácil, mas ela conseguiu tomar conta dele até os dois anos, período que passou a deixá-lo com uma vizinha para começar a trabalhar na coleta, atrás de uma oportunidade para melhorar a vida da família, onde ela não incluía o pai. Aliás, falando nele, Chaz ficou ainda pior quando a esposa faleceu. Usando o argumento de semelhança física, começou a descarregar o que precisava na filha, além de ter sido a primeira vez que a tomou à força e a obrigou a manter relações sexuais com ele. A loira ficara devastada por dias, mas tomou a decisão de fazer o que era necessário a fim de que pudesse ter um fim melhor que o da mãe. Sua vida transformou-se em rotina: trabalho pela manhã e tarde, estupro pela noite. Dava graças a qualquer força superior que pudesse existir por não ter ficado grávida daquele homem, odiaria ter um filho dele com todas as suas forças.

+18:

Agora, com dezesseis anos, Belikov vive sozinha com o irmão na casa que, um dia, foi de seus pais. Chaz desapareceu misteriosamente, pelo menos é o que ela conta para todos, excluindo a parte onde tramou com o melhor amigo e matou o pai, escondendo o corpo dele para sempre - é o que espera - aos quatorze. Descobriu sua incapacidade de ter filhos, motivo pelo qual fora privada da fertilização por aqueles que abusavam de seu corpo. Nunca se sentiu tão bem consigo mesma, afinal.

FICHA MÉDICA

Incapacidade de ter filhos.