Monte de Entulho - 2ª fase

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Jun 07, 2015 6:55 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Monte de Entulho
Oito tiros. Oito mortes. O dia que se segue na Arena é tenso e de adaptação. Os Tributos rumam para diferentes áreas, cada uma com sua surpresa e dificuldade. Depois da Cornucópia seis Tributos rumaram em direção à grande Montanha de Entulhos. Ela é enorme, em apenas um ponto encontra-se uma espécie de vale: área plana localizada ao pé da montanha. No centro do vale há uma casinha com um grande X nas duas portas que a construção possui. Ao redor da casinha existem diversas plantas e cogumelos. Também há um pequeno lago ao lado da casa.

Todo o lugar é feito de restos de corpos, casas, caixas e todo o tipo de lixo que pode-se imaginar. O cheiro vai ficando pior conforme os Tributos exploram mais o ambiente, porém, as recompensas são melhores. A comida encontra-se nas caixas ao chão de marcas que não existem. Caixinhas de suco com líquidos estranhos servirão para matar a sede, ou não.

Regras:

Patrocínio:

Tributos:

Pontos de Patrocínio:

Mochilas:
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Mensagem por April Woldrëh Dom Jun 07, 2015 8:25 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Rolando os dados por April (NPC).
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Jun 07, 2015 8:25 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
O membro 'April Woldrëh' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'D10' : 5

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#2 'D10' : 5

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#3 'D10' : 8
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Mensagem por Blanche Cirion Dom Jun 07, 2015 11:42 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Blanche Cirion
Eu sobrevivi ao banho de sangue com um corte profundo na perna esquerda mas viva. Recusei a ajuda de Rong para andar, também estava machucado também além do mais eu conseguia andar ainda que meio torta devido à dor. O pior é que ambos tínhamos as mãos vazias nem mochila nem armas.

Juntos vagueamos perdidos pela arena até a um monte de entulhos que tinha de tudo desde carros a pedaços de corpos, continuamos até ficarmos bem escondidos por uma pilha de caixas e um carro velho.
Sentei exausta no chão e fechei os olhos. Eu preciso tratar desse ferimento mas primeiro vou descansar.

Tirei o casaco em seguida rasguei parte da t-shirt e atei o ferimento na perna, o importante era parar o fluxo de sangue, se o meu aliado concordasse com uma busca no dia seguinte e seu encontrasse uma planta medicinal poderia dar um pequeno jeito nisso. Voltei a vestir o casaco e olhei para Rong que tinha o rosto muito machucado.
Senti pena dele, tinha começado a me afeiçoar a ele, pena que os poucos laços que tínhamos se fortaleceram nessas condições e que a qualquer momento poderiam ser irremediavelmente cortados.

-Quer descansar e amanhã procurar comida? – perguntei a Rong. Estava escurecendo e era perigoso andar na arena á noite, apesar da minha fome eu não iria correr o risco. Em silêncio assistimos a noite cair na arena cada um preso nos seus próprios pensamentos. Então o hino tocou e no céu surgiu a imagem dos tributos caídos.

O primeiro rosto a surgir foi do garoto do cinco que eu matei com os meus próprios dentes, comecei a tremer descontroladamente e em vez de observar os outros rostos dos tributos mortos, a minha mente começou a ser assaltada por imagens da morte do tributo do cinco.
-Fui eu que matei o garoto do cinco – murmurei para Rong- rasguei a garganta dele com os meus dentes, ainda sinto o gosto da carne dele na boca. E vou sentir até morrer.

De repente tudo mergulhou no silêncio, depois de combinarmos quem ficava com o primeiro turno de vigia Rong foi dormir. Eu me ofereci por motivos óbvios, não iria conseguir dormir com a morte do tributo dos cinco passeando pela minha mente. Perto da alvorada Rong me manda dormir.
Fechei os olhos mas não descansei nem sequer mergulhei no sono profundo, por isso quando o sol começou a nascer nós os dois nos colocamos em marcha para procurar comida.

Encontramos algumas caixas e pacotes com comida e bebidas mas Rong achou melhor não comermos nada daquilo e continuamos procurando, sempre atentos ao mínimo sinal de perigo principalmente quando passávamos perto de entulhos.
Caminhar com a perna ferida era uma agonia, o ferimento ardia bastante. Droga, mil vezes droga.

Perto do meio-dia encontramos um vale com uma casa rodeada de plantas.
-Será seguro? – perguntei ao meu aliado.
Resolvermos esperar até ao entardecer para nos movermos e quando o sol começou a dar sinais de querer ir embora caminhamos até a casa. Estava rodeada de plantas e cogumelos, eu e Rong sabíamos distinguir quase de olhos fechados, então rapidamente recolhemos um pequeno monte e para minha sorte achei uma planta medicinal, não era grande coisa mas dava para o gasto.

Depois de saciarmos a sede no lago com pequenos e furtivos goles, voltamos ao nosso esconderijo, levou um pouco de tempo a chegarmos lá na verdade acho que nos desviamos um pouco da rota.
Antes de comer fiz uma pequena pasta com a planta e a minha saliva, usando a bota para amassar a planta e usando a atadura do dia anterior, fiz uma nova atadura. Depois de comer o meu parco jantar constituído por duas raízes e um cogumelo voltei a ficar com o primeiro turno de vigia, me senti curiosa para saber como estariam os outros tributos era uma pergunta que não me largava, outra dúvida era como estariam as coisas lá por casa. Estaria a minha família chocada pela forma selvagem com que eu assassinara o outro tributo?
Mais uma vez perto do raiar do dia Rong desperta e eu vou dormir, ou pelo fingir que consigo fazê-lo.

Habilidades e Dados:


Legenda: Blanche | Pensamentos



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Blanche Cirion

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Jun 07, 2015 11:42 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
O membro 'Blanche Cirion' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'D10' : 5

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#2 'D10' : 5

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#3 'D10' : 4

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#4 'D10' : 3
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Mensagem por Rong Ruth Seg Jun 08, 2015 10:53 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Ela o olhou, o avaliando. É, eu também estou mal, não precisa me lembrar.

- Eu posso andar sozinha, está tudo bem. - Ela respondeu. Rong não quis insistir.

Tiveram a sorte de não terem sido alcançados por ninguém, pois machucados, tiveram que andar lentamente, Blanche mancando e ele tentando fazer sua boca parar de sangrar. Rasgara um pedaço da camisa e o dobrou até que pudesse imitar um pedaço de algodão. Rong não tinha técnica nenhuma e portanto, teve que aprender na dor, grunhindo raivosamente por muitas vezes antes de enfim achar um jeito certo de posicionar o trapo sob a gengiva, onde antes deviam estar os seus dentes.

Eventualmente, quando o céu já mostrava a sua fusão tricolor, anunciando a retirada do Sol, eles alcançaram uma região isolada daquela região desolada. Rong ainda estava surpreso por não terem sido alcançados, se mantendo alerta enquanto eles se assentavam entre caixas de papelão e todo tipo de ferro velho.

O cheiro ali era horrível e olhando para trás, uma pilha de pedaços de carne carbonizada e diferentes tipo de lixo se formava bem alta. Não duvidava que a Capital planejasse derrubá-la toda em cima deles, enquanto dormiam, ou até mesmo fazer algo como um monstro de lixo para que eles lutassem contra. Ele e Blanche morreriam, caso isso acontecesse. Nenhum dos dois estava em condições para lutar.

- Quer descansar e amanhã procurar comida? - Ela sugeriu.

- Sim, vamos descansar. Amanhã a gente começa de verdade. - Disse, com um sorriso cansado e meio desdentado.

A noite chegou e com ela, o célebre hino de Panem. Tido o escutado por várias vezes durante os seus dezessete anos, às vezes tocado no meio da noite, apenas para "honrar os ouvidos dos moradores", diziam. Dessa vez, porém, não foi só a música, além disso, imagens apareciam no céu, num azul computadorizado. Os caídos. Tinham escrito logo acima da série de fotos que começou a aparecer.

Blanche começou a soluçar, tomando a atenção de Rong. Ela lutava para não chorar, o que apenas piorava a situação, sua respiração cheia de interrupções enquanto ela resistia ao choro. Não soube o que falar e assim, ficou tentando se convencer de que era melhor apenas ficar calado. No máximo, ajoelhou-se ao lado dela, uma mão amiga em suas costas, ignorando os outros rostos póstumos que apareciam na tela.

- Fui eu que matei o garoto do 5. - Ela sussurrou, de repente. Engoliu um punhado de saliva antes de voltar a falar. - Rasguei a garganta dele com os meus dentes, ainda sinto o gosto da carne dele na boca. - Ela o olhou, esperando que ele dissesse algo. Rong não pensou em nada prestativo ou poético para dizer, tudo o que lhe veio à mente foi a verdade.

- Se você não tivesse feito isso, eu estaria sozinho agora... E eu preciso de você. - Beijou-lhe na testa. - Era você ou ele. E mais morrerão, pelas nossas mãos ou não... Você vai voltar para casa, branca. - Disse, com indubitável convicção. Abraçou-a como teria feito com Donald, se o rapazinho ainda estivesse vivo.

A noite passou silenciosa e fétida e embora a exaustão já os tivesse alcançado havia algum tempo, demorara um tanto para que fossem dormir. Quando os dois se reconheceram com sono, tiveram um pequeno debate sobre quem iria pegar o primeiro turno de vigília. Rong persistia que fosse ele, mas Blanche estava sendo bem enfática sobre não conseguir dormir e ele, cansado, acabou indo. Dormiu pressionando aquele trapo contra o vazio onde os seus dentes da frente ficavam.

Acordou à primeira luz do dia, mandando Blanche dormir quase que numa bronca. Ela estava evidentemente cansada e assim, deitou-se ao seu lado. Não tinha certeza se ela havia ido dormir, de fato, mas fingiu que sim, sabendo que não poderia fazer nada a respeito. Enquanto ela repousava, ele levantou-se, dando alguns passos para frente, olhando ao redor.

O horizonte era interrompido por muralhas de lixo. O detrito também reunia-se em colunas podres que pareciam estar estrategicamente localizadas, formando trilhas. Será que todo esse lixo vem da própria Capital? Pensou, acolhendo isso como uma alta probabilidade. Olhou para os lados, para mais próximo dele e de Blanche, dessa vez. Perto deles, pedaços de papelão e ferro enferrujado se espalhavam. Sabia que era bem mais provável que ele pegasse alguma doença se encostasse num daqueles pedaços de lixo. Olhou para Blanche, aninhada sobre uma camada de papelão. Preste atenção. Rong pensou, lembrado de uma cena do Banho de Sangue: uma menina se aproximara da outra com uma corrente, tão soturna que a outra não percebeu, tendo o seu pescoço rapidamente quebrado. A assassina da corrente foi tão furtiva quanto... Quanto uma gata.

Quando Blanche acordou, eles voltaram a caminhar. Dessa vez, não houve nem questionamento, ele a ajudou a andar. O lábio superior de Rong inchara, devido à pancada no dia anterior, mas ignorava o máximo que podia, a dor inflamada ido e voltando num ritmo tortuoso. Perto do meio-dia, eles acharam um casebre. Era curioso encontrar aquilo no meio de todo aquele lixo, embora a casinha não estivesse assim tão preservada. Um X havia sido pintado em vermelho, logo nas suas portas. Ao lado, tinha um lago. O que realmente chamou a sua atenção foi o pequeno jardim que aninhava-se na madeira que cercava a casa.

Ele e Blanche coxearam até ali, animados. Plantas e cogumelos coloriam a cerca. Eles examinaram tudo com calma, embora as classificações fossem claras para ele. Rong tratou de tirar os cogumelos que podiam comer, lembrado deles discutindo se deviam ou não comer as coisas que acharam nas caixas, enquanto andavam até ali. Num lado, ela achara uma planta medicinal, improvisando formas de extrai-la e aplicá-la na perna. Fez o mesmo que ela, criando uma espécie de bola pastosa para empurrar contra os ferimentos da sua boca.

Houve um ardor inicial e depois um alívio. Depois disso, voltou a colher raízes, junto com ela. Eles caminharam até o lago, o olhando de longe. Blanche estava sedenta e já estava para se reclinar sobre a água, mas a conteve, dando uma olhada suspeita para todo o lixo que os rodeava.

- Pode estar envenenada. - Ele disse, sentindo-se idiota, uma vez que dissera o mesmo sobre os sucos que tinham achado nas caixinhas, antes de chegarem ali.

Blanche o olhou com raiva e ele deu um sorriso culpado, gesticulando para que ela esperasse um pouco. Pegou aquele mesmo trapo que improvisara como curativo e desenrolou-o, o farrapo já marrom, tingido pelo seu sangue. Mergulhou metade na água, o ensopando, e depois puxou, vendo se algo acontecia com ele. Se ele permanecesse íntegro, Rong o cheiraria de longe, tentando achar algum odor não característico. Se não houvesse nada, o deixaria pingar no seu pulso, e se ainda assim, nada acontecesse, deixaria um pingo cair sobre a sua língua. Somente se fosse seguro, permitiria-se e a Blanche que bebessem daquele lago, apenas o suficiente para que matassem a sede.

Voltaram para as sombras dos montes, recolhendo-se em fortalezas de papelão. Conversaram sobre as plantas e sobre como racioná-las, fazendo um parco jantar se comparado a tudo o que tinham comido na Capital. Mais uma vez, Rong foi o primeiro a ir dormir.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Seg Jun 08, 2015 10:53 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
O membro 'Rong Ruth' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'D10' : 2

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#2 'D10' : 9

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#3 'D10' : 3
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Mensagem por Catze Mitternacht Sex Jun 12, 2015 11:07 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
THE HUNGER GAMES !

Seus pés se chocam no concreto empoeirado de forma cadenciada e com intervalos muitos pequenos, seus braços se movimentavam de acordo com seus pés, dando-lhe maior impulso e velocidade. Seu nariz suga o ar profundamente, começando a se adaptar com aquele odor pútrido que antes tanto a incomodava. Passar o tempo na Capital havia tirando-a do costume de se sentir a vontade com aquele odor. Seu antigo distrito cheirava até pior do que aquele lugar onde Catze havia sido jogada para matar um novo tipo de gado. Cheiro de carniça. Estou em casa!, ela pensa; aquilo a motiva para continuar a correr ignorando a dor das costelas que começa a tentar importuná-la. A mochila se choca contra suas costas a todo momento, mas o peso dela é quase nula. Não deve ter algo importante lá dentro; a mesma não tem volume e o único som que produz é o de lataria se chocalhando. Ótimo, lutei com aquela bastarda por uma mochila inútil. De qualquer forma, o importante é que havia deixado aquele garota do distrito 8 com uma bela marca no rosto. Catze sorri, lembrando-se da cara enraivecida da garota quando ela levantou sua corrente e a atingiu no rosto. Ao se lembrar de Juliett, a carrerista que tanto se auto-declarava vencedora e potente, seus lábios se repuxando ainda mais para o canto do rosto, adquirindo um aspecto sádico que poucas pessoas conseguiriam desvendar.

A garota desacelera a corrida; seus olhos azuis estão analisando de forma cautelosa o lugar em que se encontra. O coliseu se tornara apenas um ponto distante e pequeno na visão de Mitternacht. Está na hora da garota se encontrar. O lugar é bastante poluído visualmente, casas em ruínas são vistas em todos os lugares, assim como entulho, restos das construções civis que já foram ao chão. Catze acha que viu uns ossos aqui e ali, mas não merecem atenção da garota, que continua a analisar o ambiente que se encontra. Num piscar de olhos ela parece ter novamente quatro anos de idade, andando pelas ruas do Distrito 10 a procura de alguma coisa a qual pudesse matar a fome que a corroía. Lembra-se das vezes que pedia esmola nas ruas e recebia um olhar de desprezo, depois ia revirar o lixo de pontos de comida, procurando as sobras. Catze nunca poderia imaginar que novamente viveria aquele tipo de situação. O ódio se alastra em seu peito. Não preparara sua vida inteira, passo a passo, para acabar voltando para o nível 0. Ah, mas aqueles jogos tinham que dar-lhe algo. E não seria uma cova com palmas com suas medidas.

A loira finalmente retira a mochila dos ombros apenas para uma breve análise do conteúdo dentro, seus dedos remexem o seu interior, tocando num material frio e duro, ao retirar a garota sorri ao ver que se tratava de um facão. Não é nada do que ela está acostumada, mas conseguiria se virar perfeitamente com aquilo. Seu gado realmente iria ser abatido com dignidade. Bufa ao perceber que o resto dos itens da mochila são um cantil - puro! Não poderia ter um gole de água ali?! - e uma bússola quebrada. Muito útil, realmente, pensa a garota, transbordando de ironia. Capital inútil! A garota precisa se apressar, o sol havia atingido o ápice a algumas horas e não tardaria para que ele começasse a se repousar. Amarra a corrente em sua cintura de um jeito que não faça barulho e permanece com o facão em mãos, fechando a mochila e a passando as alças pelos dois braços.

Catze está decidida a não pintar uma imagem desesperada de si própria, então decide ignorar as caixas e entulhos por ora; tal recurso poderia ser utilizado mais tarde, caso não ter algo que não está no meio de tanta coisa aparentemente podre. Não irá ser agradável comer uma planta que está ao lado da metade de um braço triturado. Mitternacht se agacha no chão, flexionando os joelhos e tocando os dedos no solo. Úmido. Deve ter água em algum lugar. Seu corpo sabe muito bem o que fazer, para que lado seguir e como se movimentar; conseguiu captar um rastro de pessoas mais ao seu norte, e agora está seguindo de forma silenciosa, apagando suas pegadas com um galho seco que havia pego no chão. Ela percebe que a comida já não está tão longe assim, e a água está cada vez mais próximo. De acordo com a leis da natureza, onde se tem água em abundância, tem alimento de qualidade em abundância. Todavia, o ruim dos Jogos Vorazes é que as leis da natureza não tem espaço.

O rastro a leva até uma casa rodeada de plantas, é velha e parece que não durará muito tempo, todavia se encontra em condições melhores do que as demais casas por qual passara. O rastro de passos seguem direto para a casa, e Catze já sabia que alguém burro o suficiente havia ficado ali. Ou não, poderiam estar a espreita pronta para abate-la. Sua atenção é redobrada, assim como seus movimentos sorrateiros e silenciosos. O gato da meia-noite nunca matava suas vítimas quando as mesmas estavam ainda alarmadas, com os nervos a flor da pele pela situação. Silenciosamente, Catze se esgueirou pelo terreno ao redor da casa, colhendo plantas que ao ver da garota pareciam não ter perigo algum. A tributo tem um vago conhecimento sobre a área, mas sabe que ali nada é garantido. Como está com pressa, joga as frutas coletadas que lhe parecem boa dentro da mochila e começa a caminhar em direção ao lago.

A garota não consegue ouvir nenhum som vindo da casa, não saberia o que os hóspedes estão fazendo nela - se é que ainda tinha gente ali dentro -, mas não precisa se importar com isso. Apenas em se manter silenciosa o máximo possível, ser sorrateira da forma que ela sempre foi desde sua podre infância. Com o cantil nas mãos, ela se agacha na margem do lago, enchendo o item com a água, após isso coloca o cantil dentro da mochila. Suas mãos se unem formando uma concha e ela mergulha as mãos na água, trazendo-a consigo um pouco. Seus olhos estão a analisar a coloração da água. Não muito pior do que já bebi, ela pensa. Seus olhos são fechados por um momento para que seu rosto receba o glorioso líquido que leva consigo o suor da garota a medida que escorre pelo seu queixo. Repete o processo, se sentindo aliviada pelo frescor. Quando junta novamente as mãos e traz novamente água para si, leva desta vez para seus lábios, que se deleita do líquido como se fosse mel. Sua garganta áspera parece glorificar. Bebe água até que se sente satisfeita, o líquido servira até mesmo para enganar um pouco da fome que sentia, pois por ora não iria se esbanjar das frutas coletadas. Cat se levanta para que possa sair dali, não fazendo questão de esconder suas pegadas destas vezes. Ela quer que eles saibam que alguém esteve ali e eles nem notaram. Quer que eles se sintam ameaçados mais do que já devem se sentir.

A metros depois da casa, Cat volta a apagar suas pegadas. Já está escurecendo, o céu está pintado de cores que a garota nunca conseguiria achar beleza. No momento, tudo que ela quer é se sentar, suas pernas já estão se rebelando contra ela, reclamando a cada passo andado. A última pausa que havia feito foi a horas atrás, já que sua parada no lago não durou o suficiente para ser considerado um descanso. Seus olhos vasculham o ambiente em que se encontra; tão frios e calculista que pode congelar a alma daqueles que se atreverem a entrar em seu caminho. O cansaço a deixa mais irritada do que o considerado normal. Não tendo muita escolha, ela escolhe um conjunto de ruínas para passar a noite. Um dia ela devia ter sido uma casa, mas agora tudo que restava era colunas de concretos jogados ao chão, rodeados de entulho.

Banhada pela luz do crepúsculo, Catze anda em meio aos destroços e lixo, em direção a parte de trás das ruínas. Seus olhos procuram um local bom e escondido para que possa dormir em paz, até que se depara com duas colunas grandes deitadas quase que de frente a outra, elas tem mais um menos um metro e um espaço grande entre elas. É perfeito. A tributo joga lixos, caixas e outros entulhos no vão entre as colunas. Do outro lado tem uma pilha de tijolos de concreto formando uma parede arruinada, então não tinha mais que se preocupar, não seria vista. Sobe em cima da coluna, desliza seu corpo para dentro do seu improvisado abrigo. Está preste a arrumar o local para dormir quando ouvi o tiro dos canhões. Quase havia se esquecido deste detalhe. Quase. Seus olhos olham atento-os para o céu, prontos para vislumbrar as imagens dos mortos do dia. Oito tiros, de acordo com a conta da garota. Apenas isso?! A garota estava indignada. Apenas oito mortes?! Bufou, jogando uns pedregulhos para o lado e arrumando um campo para se deitar, seus dedos desmontam uma caixa de papelão e ela se deita, utilizando a mochila como travesseiro. Sua corrente está ainda bem amarrada na sua cintura e o facão está perto do seu corpo, sendo segurado no cabo com seus dedos firmes. Dentro de sua mochila ela coloca 24 pedrinhas, simbolizando os tributos. Ela retira oito, como se fosse um ritual. Mas é; como todo os jogos, tem que ter peças.

Catze ouve o hino de Panem e logo tem uma imagem holográfica mostrando o rosto de cada um dos tributos mortos. Juliett está lá, é uma das primeiras. Vadia. Os dois casais de irmãos estão mortos. Infelizmente a intrometida que havia tentado tirar sua mochila não está ali. Nem Arcturo. O fato surpreende a garota, que apostou que o cristão seria um dos primeiros a ser morto. Com a imagem do último tributo que fora morto no Banho de Sangue, Catze fecha os olhos e adormece. [...]

Se desperta horas depois de adormece, o céu ainda está escuro e nenhum barulho é produzido a não ser da leve brisa. O papelão sobre seu corpo não é muito eficaz contra o frio da madrugada, mas é melhor que nada. A garota tenta voltar a dormir, mas não consegue. Está preocupada, se sente vulnerável daquela forma. Se dormir não fosse algo tão essencial, Catze nunca iria perder seu tempo com aquilo. Depois de muito esforço consegue ser levada pela inconsciência novamente, sendo despertada apenas pelos raios solares que banham seu rosto. A garota faz uma careta ao se sentar, apertando os olhos. Sua boca tem um gosto muito estranho; sua garganta está seca. Ela se senta e logo deixa seus joelhos tocarem o chão enquanto a garota se inclina para ver o que acontece ao seu redor. Nada. Ninguém parece estar perto. Ela se senta de forma confortável e abre sua mochila. Seus dedos mais uma vez analisam a bússola. Ela está quebrada, seu ponteiro roda em todas as direções sem fixar em nenhuma especifica. Se não fosse útil, não estaria na mochila, mas para que seria seu uso? Catze sabe muito como é ser o dono do jogo, cada detalhe é essencial, embora possa parecer insignificante. Lembra-se da época que descobriu que vender seu corpo poderia lhe tirar da miséria; um simples olhar ela conseguia coisas inimagináveis dos mais enriquecidos. Coloca a bússola dentro do suporte dos seus seios, sentindo o material frio tocar sua pele sensível; ninguém iria imaginar que o objeto está ali. Dentro de sua mochila só teria coisas que poderiam ser substituídas, como frutas e etc.

Frutas... Catze está com fome. Sua barriga ronca em protesto pela falta de alimentação. Daqui a algumas horas faria um dia completo que estava sem comer nada e aquela água que bebera no dia anterior não lhe saciara completamente. Seus dedos tocam as frutinhas vermelhas colhidas pela tributo, a mesma cheira e analisa seu alimento, a procura de alguma característica que denuncie o aspecto venenoso da mesma. Como não encontra nada, sente-se livre de saborear a fruta. Na primeira mordida, Catze sente seu maxilar doer um pouco, com uma careta a garota continua a comer até que novamente sua boca saia daquela situação de inércia. Bebe um pequeno gole da água em seu cantil, e depois de guardar tudo na mochila, abandona seu acampamento. Seus dedos apertam com firmeza o cabo do facão, estando ciente que agora a caça começou novamente. Após alguns minutos andando, finalmente tem sinal de algum tributo naquela área. Catze se esconde entre umas ruínas, observando sorrateiramente os passos da tributo do 12.

Ögda, se não se engana. Um plano começa a rodar na cabeça de Catze, uma trilha que a ajudaria a sobreviver naqueles jogos. A tributo do 12 está sozinha, seus olhos são fixos e atentos. Catze a segue sorrateiramente e num determinado ponto decidi que realmente precisa de um aliado. Numa das colunas em ruínas, Catze apoia seu corpo, cruzando os braços com o facão ameaçadoramente sendo segurado pela mão direita. A tributo do 12 já havia passado, de forma que Catze teve que chamá-la num tom alto o suficiente para que ela ouvisse. — Ei, garota do 12 — Catze observou a menina alarmada se virar para trás, com seu arco em frente ao corpo abastecido com uma flecha; estrategicamente Catze havia ficado perto da ruínas, apenas um passo para o lado e teria uma coluna de pedras velhas lhe servindo como escudo. — Vou ser direta, tente algo contra mim e as coisas não serão agradáveis — suas palavras saem firmes e duras; não existe tempo para enrolação, e Catze sabe muito bem como convencer uma pessoa, seus argumentos são sólidos e naquele meio em que foi jogada cada aliança é essencial. — Sozinhas eles virão atrás de nós logo, mas juntas podemos pisar em cada um dos tributos nessa arena.  O que penso é em uma aliança que durará até o top 8, ou o 4, depende de como estiver a situação. — Catze esboça um sorriso perverso, mesmo odiando a ideia de fazer um aliado. Ela nunca foi a pessoa que fazia amigos, geralmente só se aproximava das pessoas por interesse próprio. Bem, até que aquela é uma dessas situações.

— Acontece assim: eu não irei confiar em você, pois não sou idiota. Mas iremos nos ajudar, em tudo. Dois é melhor que um. Você pode até tentar fazer a capital ter um interesse em você, já que sua nota de treinamento não foi muito boa. Caso não aceite, fale logo porque já te mato aqui mesmo logo — a garota descruza os braços, olhando firme para a garota. Ela só tem a ganhar, por que diria não? A ideia não é se tornar amiga da tributo do 12, muito longe disso; Catze seguirá restritamente o lance de aliadas delas, e confiança não é parte do plano, apenas sobreviver. Catze sabe que poderia fazer isso perfeitamente sozinha, mas com alguém ao seu lado as coisas andariam mais rápidos. Elas matariam mais rápido.

Spoiler:
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sex Jun 12, 2015 11:07 pm

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O membro 'Catze Mitternacht' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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Mensagem por Savannah M. White Sáb Jun 13, 2015 1:02 pm

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it's not about the money


E
u não sabia para onde estava indo, meu braço ainda doía muito por causa da garota louca da April, sim, eram os jogos mas isso não mudava que ela era louca, isso sim. Eu caminhava caminho a uma árvore enquanto segurava o corte que estava em meu braço com a outra mão, parecia que eu tentava, inutilmente, estancar o ferimento mas de fato, não ajudou muito. Ao chegar perto da árvore, me sentei ali, suspirando cansada. Eu olhava para o lado e meu braço chegava a latejar. O que estava acontecendo afinal? Não via ninguém perto de mim, eu até agradecia por isso, vai saber se eles iriam me matar naquele instante? Eu precisava fazer algo para parar esse ferimento antes que fosse tarde demais, suspirei e olhei ao meu redor, procurando algo para colocar em cima do mesmo. Tinha muitas folhas pelo chão mas não seria bom usar isso para tentar estancar o sangue, eu não sabia nada muito bem sobre plantas medicinais então não me ajudaria no momento. Eu precisava de uma folha o quanto antes para ajudar e então me levantei com dificuldade, ai como doía! apertava o ferimento algumas vezes enquanto andava, eu não conseguia mexer o braço direito, só mesmo o outro e era com ele que eu tentaria ajudar a sarar o ferimento além de pelo menos, achar uns cogumelos ou algo do tipo para comer porque eu não teria muitas opções e achar alguma lago ou rio para poder beber. Se eu não conseguisse fazer isso com certeza, morreria de fome. Uma folha... Uma folha... Uma folha... Cadê uma bendita folha? Mas o que era aquilo que banhava no lago? Uma folha! Finalmente, ela estava bem na ponta, o que foi fácil pegar e rasguei uma parte da minha roupa, coloquei a folha ali e tentei, juro que tentei amarrar com a outra mão quando, enfim, tinha conseguido, suspirei e tentei deixa-lo apertado o bastante para segurar por um tempo enquanto me abaixava e bebia um pouco da água dali, eu não tinha tempo para saber se estava ou não, envenenado. Como eu estava naquela situação, não tinha muito a que pensar e após beber o bastante, caminhei por ali, tentando achar algo para comer, tinha algumas frutinhas mas eu nunca poderia saber se estava ou não envenenada, então não queria arriscar, somente vi alguns cogumelos, perto de uma árvore e escondido, ótimo! Não precisava de muitos mas uns 3 me ajudaria a passar a noite. Quando eu tinha acabado o primeiro cogumelo, aquele barulho começou, o que significava as mortes... Olhei para cima, vendo a garota do 2, ela havia morrido mesmo? Arregalei os olhos e continuei olhando. Os dois tributos do 3 também havia morrido e os do 4 também. Que pena... Suspirei tristemente ao ver a imagem de Peppeu ali. É... Ele foi morto também e não era fácil de acreditar. Após o Peppeu, havia morrido também o garoto do 8. Suspirei, quantas mortes... O garoto do 9 também... O Parceiro daquela louca que me atacou tinha morrido. Suspirei quando acabou e olhei ao redor. Estava escurecendo, era hora de dormir... Suspirei e tentei me aconchegar o suficiente deitada naquela árvore e parecia que tinha passado minutos quando eu acordei novamente. Tinha que estar alerta o bastante, vai saber quem tentaria algo... Afrouxei um pouco o que eu tinha improvisado do ferimento e tentei voltar a dormir. O que não tinha sido tarefa fácil.
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sáb Jun 13, 2015 1:02 pm

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O membro 'Savannah M. White' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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Mensagem por Ögda W. Aströwen Sáb Jun 13, 2015 9:02 pm

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— "it's time", he said —


Ela esfregava o dorso da mão com fervor, não para retirar a mancha de sangue - esta já havia saído -, mas para livrar-se da sensação de ter o sangue sujo do carreirista ali. Se antes não havia conseguido chamar a atenção para si, agora, com certeza, estava na lista negra da parceira de distrito de Dharos. Não o matara, não. Mas queria. A adrenalina corria tão forte em suas veias que Ögda não parou para pensar em suas ações, ela simplesmente atacou. E quase o deixara morto. Aquela não era ela. Não, não era. Por sorte, parara antes que o último suspiro do homem virasse música para seus ouvidos, não podia se chamar de assassina. Ainda.

[ ... ]

Eu estava encolhida, permitindo que os entulhos da montanha me mantivessem oculta aos olhos de tributos potencialmente perigosos. Mantinha-me alerta a fim de perceber qualquer aproximação sorrateira que pudesse ameaçar minha vida. A mochila em meu colo era agarrada com tanta força que mais parecia um filho do que um objeto inanimado, mas era óbvio que assim seria. Dela, dependia minha vida. Não me arriscara ainda a abri-la e espionar seu conteúdo, por medo de que uma distração de segundos me custasse caro. Então, o som dos tiros chegou aos meus ouvidos, prontos para aliviar-me ou aterrorizar-me ainda mais. Ousei contar e me dei a liberdade de emitir um suspiro aliviado. Eram oito tributos a menos. Oito pedras fora do meu sapato, ainda restavam quinze. Claro que eu já havia pensado na possibilidade de esconder-me até que a chacina acabasse, então poderia erguer-me como a única que não sujara as mãos e verdadeira vencedora daqueles jogos, mas depois de muito ponderar, convenci-me de que a Capital não permitiria um vencedor que não tivesse pesadelos a respeito das vidas inocentes ceifadas por suas mãos. Iam me obrigar a matar, mais cedo ou mais tarde. Observei o céu, sem poder dizer de certo que horas seriam por conta da fumaça que o encobria, no entanto, ainda parecia cedo e resolvi fazer o contrário do que os outros fariam, descansaria naquele momento e sairia à noite. Não era impossível, mas era difícil que alguém tentasse matar à noite. Coloquei a mochila embaixo da cabeça e deitei-me no chão pútrido, encolhendo-me ao máximo para evitar o contato com o lixo que me rodeava. Apesar de meu nariz arder com o cheiro forte do local, tentei não pensar que estava ali, a fim de que pudesse cair no sono o mais rápido possível.

[ ... ]

Fui acordada por conta do hino da Capital, tocado em alto e bom som para chamar a atenção dos tributos ainda restantes. Assim que a insígnia apareceu, levantei-me e pus a mochila nas costas. Aproveitaria a tonalidade azulada que vinha dos céus, onde eram projetadas as imagens dos caídos em batalha, para orientar-me o melhor possível, não parecia ser difícil. No distrito, eu trabalhava na mineração, ou seja, estava acostumada a ter que forçar a visão para adaptar-me à escuridão das minas. Com a besta armada à minha frente, minha visão varria todas as direções para certificar-se de minha segurança. Meu corpo havia saído praticamente intacto da Cornucópia, gostaria de mantê-lo daquela forma por mais tempo. Restos mortais me apareciam a todo momento, mãos arrancadas de seus corpos de forma vil, cérebros cheios de larvas que os devoravam de maneira atroz. E crânios. Muitos crânios. Acabei pisando em um pé parcialmente devorado a dado momento e me curvei para frente instantaneamente, sentindo a bile subir. Não podia me permitir vomitar, era sinal de perda de hidratação. Forçando-me a engoli-la, torci para me recompor e continuar com a exploração.

[ ... ]

O vale era bonito, de alguma forma. Parecia um lugar completamente perigoso, mas não tinha tanto lixo quanto o caminho que eu vinha traçando. Admito que quase corri feito uma criança que avistava um doce. No centro, pude avistar uma construçãozinha e quase perdi a coragem de ir até lá por medo do que pudesse estar residindo naquele local, mas eu precisava arriscar. De forma sorrateira, caminhei por ali totalmente exposta, visto que os entulhos não mais me protegiam. Por sorte, haviam poucas armas de longo alcance na Cornucópia e quem quisesse me matar, deveria chegar perto, dando-me tempo para acertá-lo primeiro com uma de minhas flechas. Quase chorei quando avistei o pequeno lago, tendo certeza de que meu corpo necessitava de água. Aliás, minha mochila permanecia fechada, não sabia o seu conteúdo. Sentei-me ao chão e a puxei para a frente, pronta para espionar. Satisfeita? Claro que não, mas aquelas maçãs e a pomada seriam maravilhosas no decorrer do tempo. Puxei ainda um pequeno aparelho circular, demorando a entender que se tratava de uma bússola. Sua seta não parava de girar, o que me fez supor que estaria quebrada, ou seja, não me serviria de nada. Dando de ombros, joguei-a de volta na mochila e pensei um pouco. Não tinha água, mas como carregaria a água do lago? Pela segunda vez, fiquei no quase-vômito, teria que voltar ao lixo.

O lago me esperava, tão atraente quanto parecera no começo. Em uma das mãos, um crânio grande e, na outra, a besta. Aproximei-me e mergulhei o crânio na água, vendo-o reter algum líquido, mas começar a vazar pelas órbitas dos olhos. Bufando, peguei algumas folhas ali ao redor e enchi os buracos para que a água não vazasse, voltando a encher meu recipiente improvisado. Depois, usei folhas maiores para fechar a parte aberta, amarrando-as de forma que parecessem uma tampa. Pra que serviria um recipiente se ele virasse e derrubasse o líquido, certo? Com a total certeza de que aquilo era tão higiênico quanto minhas unhas manchadas pelo sangue seco, saí dali, voltando a explorar o que me aguardava.

[ ... ]

Quando a luz do sol ameaçava banhar toda a área, já estava meio protegida, novamente entre os entulhos. Minha arma, sempre carregada, apontava para a frente, pronta para me proteger. Arrisquei-me a colocar a cabeça para fora do esconderijo, a fim de me certificar da falta de almas vivas por perto. Foi então que eu a ouvi. Sem demorar muito, apontei a besta para o local de onde vinha a voz de Catze, a tributo do dez. Saberia reconhecê-la em qualquer lugar, era uma das apostas para vencer aquele ano. "Por favor, por favor, por favor, vá embora." Meus olhos foram automaticamente atraídos para o facão imenso, ainda que eu contasse vantagem por conta de Catze precisar se aproximar para usar aquela arma. Esperta, ela se refugiara próxima a uma coluna, o que certamente a defenderia caso eu tentasse matá-la. Sem emitir uma palavra, deixei com que suas palavras calassem fundo. Pelo visto, mesmo ela não conseguiria sobreviver só. Era até engraçado de se ver. Por outro lado, não havia motivos para que ela quisesse se aliar a mim, dada a minha nota de treinamento. Estreitei os olhos e procurei respirar antes de falar, para soar de forma imponente.

— Apesar de pensar que talvez me arrependa, uma aliada não seria de todo ruim. Preciso de ajuda para ficar viva, pelo menos até quando os aliados começarem a se matar para o divertimento do público. Eu topo. Mas vou dormir bem longe de você. — Voltei a adentrar meu esconderijo, pegando a mochila. Teria uma companheira de jogo. Duas cabeças funcionam melhor do que uma, é o que dizem. Parecia ser uma dualidade incrível, aquela loira que matava por prazer e eu, que me sentia culpada sem nem ter matado pessoas ainda. Coisa boa poderia sair?

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sáb Jun 13, 2015 9:02 pm

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O membro 'Ögda W. Aströwen' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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Mensagem por Charlotte M. C. Reinhardt Dom Jun 14, 2015 9:26 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Tópico Fechado. Notas e Continuação em breve, aguardem!
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Mensagem por Charlotte M. C. Reinhardt Seg Jun 15, 2015 3:49 am

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Monte de Entulhos
Os tributos também estavam espalhados pelo o Monte de Entulhos. Alguns pensavam em por que de não se reunirem todos ao mesmo lugar da área, seria mais fácil de exterminar los. Claro, eles não eram burros, assim como o casal de tributos do Distrito 11. Dormiram, a garota do onze ainda estava machucada. Realmente para ela, andar com ferimento, não seria a melhor solução. Ela comeu um pouco, não saciou totalmente sua fome e  sua sede, assim como o companheiro de distrito, mas a fome agora, era mais suportável. Para o azar de Blanche, ela não tinha conseguido tanta planta medicinal, mas conseguira algo para comer. Seu ferimento ainda doía um pouco e ardia pela a demora do devido tratamento.Então, quando ambos terminaram, voltaram para o abrigo.

A única representante do Distrito 5, Savannah White estava em um outro canto qualquer dos Montes de Entulho com o que tinha conseguido pegar na Cornucópia, ela tinha conseguido matar bem pouco da própria fome, assim como a sede e isso viria a atrapalhar Savannah futuramente, que logo apresentaria os primeiros sinais de desidratação e de desnutrição se não se alimentasse melhor. Mas apesar disso, a menina tivera uma coisa em que tivera sucesso, mas não completamente. Na confecção do próprio torniquete. Ela precisaria se cuidar melhor, caso contrário, morreria bem mais cedo do que esperava.

Agora, a tributo do dez, Catze, andava pela a extensão dos Montes de Entulho, pensando em algo para fazer que pudesse lhe ajudar a sobreviver, ela dormira uma noite, para que recuperasse as forças e para sua sorte, até que lhe ajudara. Catze não sentia tanta sede a ponto de lhe incomodar, o que lhe incomodava mesmo, era a fome. Quando Catze finalmente comeu, ela comera o suficiente para saciar sua fome, mas não totalmente, mas não era nada que lhe pudesse incomodar. Então, Catze andara mais um pouco.

Enquanto a tributo do dez andava, Ögda, a tributo feminino do 12, andara um pouco, fizera um recipiente um pouco estranho, com um crânio humano e seu medo era evidente, se não fosse o que tinha feito na Cornucópia, alguns até poderiam dizer que a menina morreria, e bom, pelo o medo que parecia exalar da menina, parecia que a menina logo iria morrer. Ela tinha comido. Tinha sido pouco, ainda sentia fome. Isso a iria incomodar, assim como a sede absurda que sentia, por não ter conseguido beber muita água por conta do formato estrando de seu recipiente. Então, Catze aparecia. Ögda parecia com medo, enquanto ouvia Catze com sua besta armada. Enquanto Catze falava, a menina do doze sentia medo, mas pensava. Ambas se aliaram e continuaram sua jornada, agora, a sorte para ambos, estavam lançadas. Era lutar ou morrer.

Patrocínio:

Tributos:

Pontos de Patrocínio:

Mochilas:

Nota dos Tributos!:

Mortes!:

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Mensagem por Charlotte M. C. Reinhardt Seg Jun 15, 2015 7:06 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Monte de Entulhos
Um tiro de canhão ressoava pela a Arena.  Mais uma morte. Os tributos encararam a tela que aparecia. O hino de Panem começara a tocar, então exibiam a foto do tributo morto: Dharos McKlaus, Distrito 1. Alguns tributos até poderiam ficar feliz, outros nem tanto, mas assim era a Arena. Morte os cercariam e apenas um sairia vitorioso. Aqueles tributos não tinham a dimensão total do tamanho do Caos que aquela Arena, que aqueles jogos seriam. Aquilo, tinha apenas começado e se fossem espertos, sobreviveriam. Como? Era a última coisa que precisavam pensar o que era preciso, era saber quem e como matar.
 
Todos os tributos estavam espalhados pelas as 3 partes da Arena, mas tirando o único combate que acontecia, entre o tributo do Distrito 10 e o tributo do Distrito 12, aquela Arena estava muito parada para o gosto dos idealizadores. Na central de comando dos jogos, duas das idealizadoras, uma ruiva e uma loira conversavam sobre o que poderiam fazer para dar uma ‘animação’ e fazer o sangue fluir naquela Arena.
 
Para todos, os eventos que se seguiriam, seriam um tanto incomuns. Nos montes de entulho, as idealizadoras provavelmente não sentiriam pena de fazer o que fariam. Começaram logo cedo, um terremoto violento, fazendo com que alguns dos montes em que até mesmo tributos se abrigavam dentro ou até mesmo atrás, começasse a despencar. Os tributos teriam de correr se quisessem sobreviver, já que algumas teleguiadas que tinham soltas nas Ruas Vazias, começaram a voar para os montes. Alguns pereceriam. E era questão de tempo para saber quem.

Regras:

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Mensagem por Blanche Cirion Qua Jun 17, 2015 11:26 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Blanche Cirion
O dia foi quase um fracasso total porque eu e Rong não encontrámos quase nada para comer apesar de no dia anterior termos saciado a nossa fome e sede, quer dizer acho que deixamos mais suportável. Na verdade estávamos habituados a pouco alimento mas mesmo assim qualquer coisinha para aconchegar o estômago iria servir.

A minha perna estava quase na mesma a planta medicinal que eu consegui foi tão pouca que pouco ou nada fez no corte da minha coxa. Depois de mais um dia perambulando cuidadosamente pela arena, eu e o meu aliado decidimos regressar à segurança do nosso abrigo precário.

-Quem diria que nós chegaríamos até aqui – murmurei para Rong – eu esperava morrer na cornucópia, não vou mentir para você.
Em parte era verdade. Parte de mim se entregou totalmente à ideia de morrer naquela arena mais cedo ou mais tarde, na verdade acho que mais cedo, enquanto outra tentava se convencer a lutar até a última gota de sangue. Um dilema interno em que ambas as partes estavam em pé de igualdade.

A noite começou a cair na arena deixando tudo com um tom meio roxo meio estranho, então o hino de Panem começou a tocar revelando a única morte do dia: o carreirista do um. Encarei Rong com uma expressão de apreensão.
-Os carreiristas tão morrendo como moscas e eles supostamente são preparados a vida toda para isso – encarei Rong – acha que temos hipóteses? Mesmo com os carreiristas todos mortos há tributos quase tão perigosos quanto eles.

O meu aliado expos o seu ponto de vista e eu escutei com atenção, depois de uma discussão amigável fizermos o habitual turno de vigia em que um ia dormir e o outro ficava de vigia.

Fui acordada com um violento movimento debaixo de mim e soltei algumas palavras obscenas enquanto me colocava de pé , que raio de coisa seria essa? Estariam explodindo o chão debaixo de mim?  Rong tinha uma expressão de alarme total no rosto. Mais um tremor violento e tudo à nossa volta começou a despencar.
-CORRE- gritamos os dois ao mesmo tempo.

Então começamos uma verdadeira corrida de obstáculos enquanto evitávamos morrer esmagados pelos montes de entulhos que iam caindo. Minha perna machucada não ajudava muito na minha locomoção mas o instinto de sobrevivência conjugado com a adrenalina se revelaram o melhor analgésico que poderiam me dar, ignorei a dor e manquei junto com o meu parceiro de distrito até um local que achámos seguro.

Mas a sensação de segurança não durou muito tempo pois o som parecido a um exame de abelhas começou a se fazer ouvir ao longe. Olhei para Rong e ambos não precisamos falar porque estava escrito nos nossos olhos a palavra: Corre.

Comecei a mancar aos ziguezagues tentando escapar das abelhas ou teleguiadas ou seja o que era aquilo que nos perseguia. Foi uma agonia tentar escapar às teleguiadas, afinal as tais “abelhas “ eram geneticamente modificadas para algo ainda mais letal, o meu ferimento ardia ferozmente a cada passo. Claro que fugíamos para o lago, quer dizer é o que qualquer pessoa que seja atacada por “abelhas” faz se tiver um curso de água por perto mas o lago não estava tão perto assim.

Ficámos no lago a maior parte do dia, eu estava praticamente não ligando a mínima se encontrasse outros tributos, pois com eles eu poderia ter a sorte de uma morte rápida ou não mas com as teleguiadas a morte dolorosa era a única certeza.
Depois de o perigo ter passado pelo menos aparentemente Rong e eu nos abrigamos na casa, mas resolvermos ficar perto das saídas para o caso de alguma emergência.

Dados e dádiva:





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Mensagem por Blanche Cirion Qua Jun 17, 2015 11:26 pm

Monte de Entulho - 2ª fase 100
Dados não foram e.e
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Qua Jun 17, 2015 11:26 pm

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Mensagem por Rong Ruth Sáb Jun 20, 2015 8:13 am

Monte de Entulho - 2ª fase 100
À noite, o cheiro das montanhas de lixo ainda era horrível, ardendo as suas narinas. Uma brisa sutil corria por entre todo o detrito e ainda assim, Rong sentia bastante calor, agitando a camisa para se ventilar. Teria sido uma noite fétida e monótona se não fosse o hino de Panem. Esquecido desse ritual fúnebre, a música lhe veio repentina, o acordando de seu alerta constante.

Um carreirista. Rong pensou, sentindo-se brevemente esperançoso ao ver a foto de um garoto tatuado surgir nos céus. Tão breve como a sua esperança foi a exibição dos mortos. Só o rapaz do 1 havia morrido naquele dia e não sabia quantos tinham ido antes dele. Lembrava-se de ter focado em consolar Blanche no lugar de se atentar à lista de mortos, quando ela foi passada no dia anterior. Olhou para a sua companheira para descobrir que ela o olhava, como se esperasse pela sua atenção, seus olhos claros o captando com ansiedade.

Ao falar, seus olhos miraram o vazio, porém.

- Os carreiristas tão morrendo como moscas e eles supostamente são preparados a vida toda para isso. – E ela voltou a encara-lo. – acha que temos hipóteses? Mesmo com os carreiristas todos mortos há tributos quase tão perigosos quanto eles. –

A olhou, pensando. Era evidente que a vitória ao longo dos Jogos sempre foi majoritariamente dos carreiristas, mas também houve vencedores de outros Distritos. Por vezes de formas surpreendentes, como a falecida revolucionária Katniss fez, ao vencer com o seu amante, Peeta. Rong lembrou-se da menina sorrateira que matou uma outra com uma corrente. É. Definitivamente há tributos perigosos nesses Jogos. E não precisam ser carreiristas. O intrigava se aquela menina com quem digladiara na Cornucópia seria uma tributa ordinária ou uma carreirista.

- Existem tributos perigosos... Além dos carreiristas. - Admitiu, com um pessimismo inevitável, cabeça baixa, punhos cerrados de raiva impotente. - Mas nós... - A olhou nos olhos. - Nós não podemos nos deixar recuar, pois se perdermos, morremos. E um de nós vai voltar para casa. - Tocou-lhe na cabeça, num afago carinhoso, suas mechas loiras e sujas mexendo-se sob seus dedos ásperos de colheita. - Há gente mais forte do que nós, mas nenhum deles é invencível. - Concluiu, achando que seria a melhor coisa para se dizer.

A verdade era que quando de pé, Rong não conseguia olhar para um ponto fixo por muito tempo, não tardando a se entontecer e ter que mudar de foco. Blanche não havia cuidado do seu ferimento de forma suficiente e a ferida ainda a atrapalhava a andar. Em meio a todo aquele lixo, ainda havia chances de que o corte infeccionasse. Os dois estavam desarmados e não tinham lá grandes noções de luta que não fossem com foices. Prognóstico: ruim.

Continuaram a conversar de forma amistosa, tentando adivinhar de onde tinha vindo aquele lixo e se era só a cidade que havia queimado, de fato: se não havia algo mais em chamas no meio daquilo tudo. A fumaça ainda ocupava os céus, uma Lua oculta os cobrindo com um brilho fraco. De instante em instante, paravam de falar, parados por algum barulho suspeito. Pedaços de lixo rolavam pelos montes aleatoriamente, os calando da mesma forma alerta.

Quando concordou de ir dormir, os barulhos também o importunaram. Claro que não era só isso. Àquela altura dos Jogos, ele e Blanche tinham feito o melhor para improvisar um bom abrigo, armengando estruturas de ferro suspeitas para oculta-los e empilhando a maior quantidade de folhas da papelão que acharam, as juntando numa cama. Não era confortável e fedia à ferrugem, mas da forma que fizeram, até pareceu que o abrigo fazia parte da montanha, embora tivessem aberto um buraco para o lado de dentro do monte: uma entrada sutil. Sim, era desconfortável, e mais do que isso e os barulhos, o que não o deixava dormir era o comentário de Blanche.

Temos chance? Se pegou pensando. A questão o perseguiu durante o sono. Sonhou naquela noite, para a sua infelicidade. No sonho, ele estava sozinho e armado do seu taco de baseball. Vagava pelos montes de entulho, sangue seu e de outras pessoas empapando a suas roupas e escorrendo pelo seu corpo de forma incômoda. Quando enfim acordou à luz do "Sol", Rong ainda vagava no sonho, sem encontrar nada.

Sinalizou para que Blanche dormisse e ela acenou de volta, engatinhando para dentro do abrigo de latarias enquanto Rong encolhia-se à frente dele, atento. Pensou no sonho, tentando entende-lo. Lembrava-se de estar procurando algo. E o mais memorável era que ele estava com raiva. Não procurava por algo, procurava por alguém. E entendia que se o tivesse achado... Não sobraria muito da pessoa, fosse quem fosse.

A primeira hora de vigília era sempre a pior, o seu corpo cansado ainda tentando convence-lo de dormir. Mas quantos dias Rong dormira pouco, tendo que trabalhar logo no dia seguinte? Com isso em mente, manteve-se acordado, a brisa gelada da manhã trazendo o odor catinguento daquele lixão. O céu continuava encoberto por nuvens de fumaça e o crepitar ainda era ouvido, vindo do horizonte além dos montes.

O seu lábio superior continuava inchado e avermelhado, a dor tão enjoada quanto a aparência sugeria. Sua goma medicinal havia perdido o seu efeito ainda na noite passada e depois de cuspi-la, o buraco ainda voltou a sangrar, forçando-o a rasgar mais um pedaço de seu casaco para estancar o sangramento. O sangue havia parado, mas desde então, Rong ainda sentia o seu gosto ferroso.

O primeiro tremor o fez pular, seu corpo agitando-se por reflexo. Ele caiu no chão deitado e o agito rápido o entonteceu, limitando-o a ficar de quatro. Gaguejou algo, atormentado demais pela tontura para falar. O pior de tudo não foi nem o tremor, mas o som metálico de latarias se movendo. Merda, merda, merda. Praguejou mentalmente, começando a ouvir pragas em voz alta. Blanche.

Um segundo tremor veio e o seu corpo deslocou-se um metro para a direita, aos pulinhos. Sua tontura piorou e em algum momento de seu movimento, bateu-se com o chão, sentindo o sangue misturar-se com a sua saliva, uma dor repentina o fazendo grunhir, lixo e areia transbordando pelos seus dedos enquanto ele apertava o solo sujo.

- Blanche! - Conseguiu gritar. O terceiro tremor veio com um intervalo de tempo menor e dessa vez uma quantidade perigosa de lixo deslocou-se na montanha logo atrás deles.

A branca já havia se espreguiçado para fora do abrigo e olhando para cima, viu que ela estava tão abalada quanto ele, seu peso apoiado na perna boa. Sua cabeça girou quando ele se levantou, parecendo que ia explodir. Rong apertou os olhos por um instante. Um novo tremor quase o pôs no chão e só não caiu porque nesse exato momento abriu os olhos, gritando e agindo junto com ela.

- CORRE! -

Rong correu com passos atrapalhados e a boca ensanguentada, saliva avermelhada começando a escorrer pelos cantos da sua boca deformada. Atrás de si, Blanche corria com pulinhos aleijados. Ao redor dos dois, lixo começava a despencar. Uma placa de ferro fincou-se no chão logo à frente deles, os forçando a mudar de direção de forma tão abrupta que ao mudar o peso para a perna machucada, sua aliada caiu, seu corpo arrastando-se alguns centímetros pela lama.

Rong freou de imediato, toda aquela velocidade só fazendo piorar a sua tontura. Cuspiu um punhado de sangue e saliva, o gosto amargo torcendo o seu rosto, e foi até ela, numa corridinha urgente. Agora ajoelhado diante dela, tentou puxá-la pelos ombros, ao que felizmente, ela respondeu, colocando-se ajoelhada. Içou o braço dela sobre os ombros e começou a correr com ela, fazendo o melhor que podia para ignorar a sua cabeça.

Não foi a única queda deles. Muitos dos montes despencaram parcial ou integralmente, formando muralhas de lixo que os empurravam numa direção diferente. Apesar de que, não havia uma direção certa, eles simplesmente corriam para salvar as suas vidas. Os tremores eram fortes e quando aconteciam faziam parecer que Rong e Blanche corriam saltitando. Ao fim daquele inferno, o lixo ainda escorria pelos montes, todo o tipo de lixo os cercando: papel, metal, pedaços carbonizados de corpos humanos, e etc.

Os dois tributos do 11 arfavam, exaustos, Blanche sentada e Rong caído sobre os joelhos, inclinado para frente, as duas mãos levadas à cabeça.

- Você está bem? - Blanche perguntou com preocupação embora ela mesma não estivesse em boas condições. O sangramento na sua perna se reiniciara e ela tentava para-lo com uma das mãos inutilmente, o sangue respingando por entre os seus dedos.

Rong não podia fazer nada. Pulou sobre ela, num abraço desesperado.

- Nós estamos bem. - Ele mentiu.

Ficou abraçado a ela por um bom tempo, os corações deles estabilizando batimentos mais calmos quase ao mesmo tempo. É claro que essa tal calmaria não durou por muito tempo. O primeiro alerta veio na forma de um zumbir. Por toda a jornada deles, houvera um crepitar, mas não um zumbir. Isso era novo. E na Arena, as coisas novas apareciam ou para te matar ou para te ajudar. Ali, de fato, o que não te mata lhe faz mais forte.

A primeira delas apareceu por entre alguns pedaços de ferro. Rong já as tinha visto, mas nunca havia sido picado. Elas costumavam aparecer aos montes por janeiro. Eram grandes e douradas, estrias de ouro espalhando-se pelas suas asas transparentes. Teleguiadas eram criaturas belas e reluzentes, mas todas tinham um perigoso ferrão negro. Blanche também a notou.

Conseguiu mante-la longe com um pedaço de lixo próximo, agitando-o à sua frente, com a força que lhe restara. Mas bom, só aquela não causaria um zumbido tão alto e outras começaram a aparecer nos horizontes. Merda, merda, merda. Para onde eles iriam, afinal? Molhado. O lago! Concluiu, apenas. Foi Blanche quem disse em voz alta, porém.

- Vamos para o lago! - Fez que sim e a ajudou a se levantar, retomando uma corridinha desesperada.

Apoiada sobre si, Blanche foi movendo-se com pulinhos, eles tendo que parar, tardados pelo cansaço e pelas teleguiadas. Havia muitas delas e naquela velocidade, eles eram rapidamente alcançados, forçados a parar para afasta-las. Tido mudado de caminho por tantas vezes, não sabiam para que lado a casa ficava, de fato. Isso foi até reencontrarem os pilares de lixo.

Nenhum dos pilares tinha se mantido de pé, mas agora o lixo se dispunha em listras fétidas cruzando o solo acidentado. Dali, podiam ver a casa. O terremoto não a afetara, de alguma forma. Começaram a mancar até ali, incentivados somente pelo zumbido alarmante das teleguiadas. Prognóstico: ruim e piorrando.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sáb Jun 20, 2015 8:13 am

Monte de Entulho - 2ª fase 100
O membro 'Rong Ruth' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'D10' : 2

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#2 'D10' : 6

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#3 'D10' : 3

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#4 'D10' : 10
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Mensagem por Catze Mitternacht Seg Jun 22, 2015 12:34 am

Monte de Entulho - 2ª fase 100
THE HUNGER GAMES !


O afeto não é algo típico da tributo do dez. Como poderia ser? A jovem fora largada na rua para morrer, abandonada por quem quer que fossem seus pais, obrigada a se virar com o pouco que achava no lixo, clamando por piedade e compartilhamento dos outros que pouco tinham também. Ninguém a ajudara, ninguém mostrara compaixão, amor, e afeto para ela. Desta forma, Catze sabe que seus laços com nenhum tributo dali passariam de algo puramente profissional. Sim. A palavra se encaixa perfeitamente no contexto, uma vez que matar era realmente a profissão de Catze. Só que naquele jogo ela fora destinada a matar um diferente tipo de gado. A tributo precisa fazer todos os esforços para se sentir o mínimo confortável ao lado de Ögda; está preparada caso a garota viesse atacar, mas sabe que Ögda não é tão burra assim, pelo contrário, se mostrara um tanto quanto inteligente em suas palavras e, principalmente, em suas escolhas. Agora as duas são aliadas, um laço perigoso que dará bastante trabalho para os tributos daquela área; Mitternacht está convicta disto, afinal, não fizera uma aliança a toa. Mal via a hora de finalmente poder mostrar quem realmente era para o público. Aquele assassinato patético de Juliett não fora nada.

Enquanto andam pelos entulhos a procura de algo que pudesse vim ajudar, Catze permanece silenciosa. A garota não sente necessidade de falar algo, ou instruir. Ambas sabem exatamente o que suas mãos procuram. Mitternacht revira caixas de papelões cheia de pedaços de papel, pano e outras coisas que quase se desfazem ao toque agressivo e impaciente da tributo. O lugar cheira mal, uma mistura enjoativa de podridão e poera que faz o nariz da tributo formigar. A cada minuto eleva o dorso das mãos para as narinas, passando sem delicadeza pelas aberturas que parecem guardar aquele cheiro fétido. O sol brilha a cima de sua cabeça, fazendo com que o suor brote e escorra pela sua pele, deixando um rastro melado e fazendo com que sua vestimenta se grudem mais na pele. Seus dedos encontram um pedaço de pano grosso e rapidamente Catze puxa para si, fazendo com que pedras e outros lixos rolem para o lado, abrindo passagem para uma manta grossa e média. — Encontrei uma manta — ela diz, e logo depois coloca em cima de uma coluna para que pudesse voltar a sua procura. Tem que ter algo mais útil por ali.

Catze não se importa do barulho que produzi ao jogar para fora de seu caminho as caixas e pedras; ela queria é que alguém viesse até ela para que pudesse estrear o uso de seu novo brinquedinho. O facão, que permanece seguro em suas mãos, a auxiliando na busca. Com a ponta da arma branca, Catze joga uma folha de papel grande e quase esfarelada para o lado, tendo então conseguido encontrar umas caixinhas de papelão revestidas com alumínio. Sua mão contorna uma das caixas, balançando-a no ar perto de seu ouvido, que clama por ouvir algum barulho de líquido lá dentro. O que tem não é muito, mas talvez o suficiente. Nenhuma das caixinhas estão cheias, deveria ter no mínimo dois gole em cada; seria útil apenas quando estivessem com bastante sede, com a garganta tão seca que mal conseguiria produzir sua própria saliva.

Se afasta do local, indo em direção aonde sua aliada se encontra. — Pode ficar com duas — diz Catze, sem muita simpatia. Já é bastante esforço fazer aquele gesto. Volta a procurar por mais coisas, mas tudo que encontra é inútil. a não ser umas frutinhas que parecem ser venenosas. , Catze sorrir e guarda tudo em sua mochila, sabendo que em alguma hora as coisas podem ser úteis. O fim das atividades das duas tributos é marcado por um solitário tiro de canhão que vibra pela arena, produzindo um eco estranho e sem fim, deixando uma reflexão de que mais um se fora naquela arena. A imagem do carreirista do distrito um brilha na sala, o homem todo tatuado e com uma máscula aparência. Se a capital espera um verdadeiro show e massacre da parte dos carreristas, devem estar totalmente desapontados. Se a memória não a trai, Catze acha que só tem dois privilegiados no jogo. — Os carreristas estão patéticos este ano — disse a tributo do dez, retirando uma pedra de sua mochila. Só faltam 16 pedras. 16 pessoas.

Em total escuridão, caminhar sem tropeçar em algo ou ir direto para uma armadilha é quase impossível; achar um abrigo para passar a noite é a melhor opção e logo é optada por Catze e sua aliada. Ambas estão cansadas e sonolenta do dia que se seguira, e agora irão descansar. É um momento temido e tenso, nenhuma das duas quer ficar vulnerável a outra, ainda mais naquele primeiro dia de aliança. Nunca se sabe as intenções do coração alheio. — Arrume seu canto que vou arrumar o meu bem distante, assim você descansa em paz não achando que irei te matar no meio da noite. — Catze solta uma risada frouxa e fria, se afastando de sua aliada e indo para o mais distante possível, não o suficiente para que no dia seguinte não possam encontrar uma a outra. Novamente, Catze se camufla em meio aos papelões e lixo, utilizando sua manta como uma espécie de cobertor. A jovem não tinha tanta altura, mas o pedaço de pano fora suficiente apenas para cobrir suas pernas. Fecha os olhos, sentindo-se aliviada do ato, seus olhos estão cansados do dia exaustivo e ativo, tudo que ela quer é descansar. Seus pensamentos trabalham enquanto ainda não fica inconsciente. A expectativa de ganhar os jogos aumentam. Pela primeira vez Catze se sente esperançosa, tal sentimento nunca lhe atingira. Nenhum sentimento na verdade. Mas aquela esperança era viva e presente. O desejo de vencer arde em seu peito como brasas. Ela irá vencer. Está determinada para que isso aconteça.

Catze esperava que fosse acordada pelos raios solares que lhe banhariam a face, causando desconforto em seus olhos, por tal motivo a jovem é surpreendida quando um tremor na terra faz com que cada célula de seu corpo vibrasse. Num pulo rápido e assustado, a garota se coloca de pé com a arma pronta para atacar o invisível inimigo. — Argh! — rosna a tributo, pegando sua manta e colocando sua mochilas nas costas. Seus pés começam a correr para longe dos montes de entulhos que se encontra, indo para uma área menos ocupada por lixo e ruínas. Logo seus olhos focalizam sua aliada, que também parece surpresa pelo que acontecia. — Pior do que esses tributos, só esses idealizadores com os ataques deles! — Catze sente-se invadida pela raiva, e isso é transformado em combustível para que seus pés comecem a trabalhar logo cedo. Ela corre junto com sua aliada, buscando um lugar sem ameaças de algo desmoronar em cima dela. Odeia aqueles ataques dos idealizadores por simplesmente não poder contra-atacar; como poderia lutar contra um tremor de terra? Era impossível! Não poderia simplesmente enfiar a faca em seu coração e causar uma morte rápida, não era o mesmo esquema que acontecia com os tributos. Naquelas situações, Catze e ninguém poderia atacar, apenas correr. Sobreviver.

Os montes caem aos pés da tributo, que pula os obstáculos com agilidade e evita as caixas de papelões e pedras médias que rolam dos entulhos empilhados. Elas param num determinado ponto, onde não existe perigo de desmoronar nada. Catze recupera seu fôlego da corrida e olha para ver se sua aliada está bem. Os idealizadores querem começar a diversão logo cedo, ao que parece. Catze puxa o ar com força pela boca e logo o solta. Hoje está determinada em encontrar alguém e causar mais uma morte. A capital queria diversão? Então eles terão!

Um zumbido estranho começa a ecoar na cabeça da tributo; um giro em seu próprio eixo foi o suficiente para que pudesse visualizar o causador do maldito barulho. Todavia, nem Catze nem Ögda ficam contemplando a origem do barulho, seus pés começam a trabalhar novamente. A adrenalina faz com que os batimentos cardíacos de Mitternacht se acelerem, e sua sede de sobrevivência faz com que seus passos sejam firmes e rápidos. Abelhas não são animais que Catze gosta de se manter próxima, muito menos aquelas abelhas controladas pela capital. — Em zig-zag! — gritou Catze, que começava a correr mudando a todo instante de caminho para que pudesse então desorientar as abelhas de seu paradeiro e evitando as malditas picadas. Sua manta até que fora útil naquele momento, uma vez que usou para cobrir o rosto enquanto corria; Sua visão não ficou prejudicada, uma vez que andava de cabeça baixo e com uma fresta entre os olhos para que pudesse saber onde estava pisando. Sabia que as abelhas atacarão até que alguém fose morto. E Catze não queria que fosse ela. Ögda a seguia enquanto Catze segue para o lago. É a melhor solução, uma vez que não podem produzir fogo para espantar as malditas.

Seus pés tocam a água que a horas atrás havia bebido e logo lança seu corpo nas águas, sendo coberta pelo lençol frio. Sua boca havia puxado o máximo de ar que havia conseguido antes de mergulhar, e agora seu corpo luta para permanecer embaixo da água refrescante, porém gelada. Até que se molhar por completa após está empapada de suor era extremamente agradável, mas não naquela situação de pseudo-afogamento. Catze já não consegue manter o fôlego e levanta a cabeça para a superfície, puxando novamente o ar pela boca e voltando a mergulhar. Seu desespero naquela situação é palpável. Odeia abelhas e odeia lagos. Quando novamente volta para a superfície percebe que o barulho cessara assim como as abelhas haviam se dispersado. Algo havia acontecido para que os idealizadores decidissem dissipar suas teleguiadas. Alguém morrera? Catze passa a mão no rosto para tirar o excesso de água que escorre em seu rosto, seu cabelo molhado é jogado para trás assim como suas quatro tranças destruídas. Seus olhos se dirigem para o outro lado do lago, onde dois tributos também usaram como escapatória das abelhas.

Catze e sua aliada saem do lago, analisando com cuidado os tributos do outro lado, sem ter certeza de que foram notadas. Aquela era a oportunidade que Catze queria. — E então? — indaga para aliada, apontando para a cabeça para os outros dois do outro lado do lado. Catze sabe dos princípios básicos de uma aliança, que é sempre tomar decisão em conjunto. Esses princípios são um saco.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Seg Jun 22, 2015 12:34 am

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Mensagem por Ögda W. Aströwen Seg Jun 22, 2015 2:25 am

Monte de Entulho - 2ª fase 100
— "it's time", he said —


Não soubera dosar com exatidão a quantidade de comida que ingerira. Ainda sentia fome, poderia passar por maus bocados caso isso acontecesse. Por outro lado, sentia-se em débito maior para com sua hidratação. Mal conseguira beber água, com medo como estava. Seu recipiente estava feito, mas não conseguira guardar muito líquido. Precisava achar algo que a hidratasse. E rápido.

[ ... ]

A aliança feita com Catze para garantir um pouco de segurança não era ruim, até que chegasse o momento que nós a quebraríamos. Não conseguia nutrir nem um pouco de afeição pela garota e, quando estava perto de atingir a empatia, lembrava-me de sua voracidade nos treinos e na própria arena, até aquele momento. Ela era uma máquina de matança, confiar naquela matadora do dez estava completamente fora de cogitação. Mas... E se? Balancei a cabeça, convicta de estar ficando louca. Passei o dorso da mão pela testa na tentativa de amenizar a sensação irritante de gotas de suor escorrendo pela pele. O odor daquela parte estava cada vez mais característico, considerando-se que eu e a moça loira estávamos revirando os montes de entulho procurando por qualquer coisa que tornasse a permanência naquela arena menos tortuosa do que vinha sendo, mas meu nariz não se franzia mais. Trabalhar nas minas rendeu-me a habilidade de ignorar fedores, visto que, enquanto fazíamos o trabalho, mal podíamos nos concentrar no que havia ao redor. Dessa forma, o segundo dia naquele lugar já estava sendo mais fácil do que o primeiro. Quando minha mente me lembrava onde estávamos e o que deveríamos fazer, lágrimas brotavam em meus olhos, mas chorar na frente da Catze? Não rolava. Abaixei-me em meio à uma pilha de ossos e usei as mãos para espalhá-los, procurando por algo que pudesse estar no interior daquele amontoado. Sem sorte. Bufei e levantei-me, indo pro próximo montinho. Retorcendo o rosto ao avistar um cérebro pela metade, apalpei por dentre os pedaços de ferro, madeira e restos de algum bicho, rapidamente sentindo um pedaço de papelão. Puxei-o e sorri aliviada ao notar que era uma caixa. Ao abrir, no entanto, meu sorriso diminuiu. Seis biscoitos, todos envelhecidos. Deviam ser brancos, mas agora eram amarelados. Resolvi colocar aquele "recipiente" na mochila mesmo assim. Quem sabe não quebraria um galho quando as maçãs acabassem? Minha aliada avisara sobre a manta, então, nada seria mais justo do que avisá-la sobre a comida.

— Encontrei biscoitos. Parecem uma grande merda, mas podemos dar sorte. De toda forma, vou levar.— Continuei com minha pequena exploração, iniciada com o intuito de encontrar algo para a sede. A desidratação era mais letal que a desnutrição, isso era certo.  Não demorou muito para que a loira viesse atrás de mim. Aparentemente, ela encontrara caixinhas de suco e me dá duas. Encarei-a, sem acreditar. Sabia que era uma aliança, mas aquela demonstração estava fora dos padrões dela. Aparentemente, eu era necessária com vida se a matadora quisesse chegar pelo menos ao top 8. — O-Obrigada. Eu acho. — Coloquei as caixinhas dentro da mochila também, feliz. Então, reiniciei o trabalho, só parando ao encontrar mais três caixinhas de suco. Uma estava vazia e duas, pela metade. Era bom, de qualquer forma. Guardei como reserva. Quem sabe, não consigo compartilhar também com... BOOM!

Olhei em volta assustada enquanto o som do canhão ainda ressoava em meus ouvidos. Mais um tributo morrera? Seria uma edição bem rápida se continuasse naquele ritmo. A imagem de Dharos brilha no céu como um dos Caídos. Então... Ele finalmente morrera? Não sabia o que sentir. Meus instintos foram um fator predominante para chegar a esse destino, mas eu me sentia feliz? Ignorei a imagem e concentrei-me no que precisava.

[ ... ]

O tremor me despertou tão bem quanto um banho de água gelada poderia ter feito. O fim do dia já havia chegado para mim e Catze, então havíamos decidido descansar um pouco para estarmos dispostas no dia seguinte. Ela ficara em algum abrigo que achara em meio aos entulhos e, como eu tinha amor pela vida, decidi que ficaria distante, mas perto o suficiente para vê-la e ter algum tipo de contato caso precisássemos. E aquele era o momento, com certeza. Coloquei a mochila nas costas rápido o suficiente para erguer-me de um pulo e desatei a correr. Aparentemente, um terremoto estava acontecendo. Os montes começaram a desmoronar, jogando tudo que tinham de nojento em mim, forçando-me a desviar, saltar e tentar tudo que podia para me salvar. Não existia forma de lutar contra o que despencava, só torcer pela sorte de não ser atingida. Tentava respirar de forma compassada, rendendo mais velocidade para meus pés, mas não consegui manter isso por muito tempo. O desespero me atingiu em cheio, fazendo meus pulmões quadruplicarem seu trabalho. Aquilo não era um treinamento, de forma alguma.

Diminuí o ritmo ao ver que Catze também parava. Estávamos próximas ao vale, não havia muita coisa que pudesse despencar por ali. Eu ofegava tanto que parecia um maldito cachorro com sede. Ao mesmo tempo, só conseguia pensar no quanto minha atenção ainda estava presa somente a mim, servindo somente a mim. Não parara pra ajudar qualquer tributo, até porque nem os tinha visto, mas, mesmo que visse, não pararia. Foi com a mente nesse tipo de coisa que fui pega de surpresa pelo zumbido. Merda, merda, merda! Assim que consegui ver a colmeia, nem mesmo parei para pronunciar teleguiadas, apenas disparei de novo, ignorando os pulmões que ainda nem havia se recuperado da corrida anterior. Escutei minha aliada e decidi testar o que ela dizia. Comecei a acelerar em zigue-zague, pronta para driblar as malditas vespas da Capital. Sabia o estrago que uma picada delas poderia causar, não queria ser uma das primeiras a experimentar naquela edição. Enquanto acompanhava a dez, vi o lago ao mesmo tempo que ela e, sem pensar duas vezes, nos encaminhamos pra lá, saltando na água congelante assim que chegamos perto. Tinha sido o suficiente para prender algum oxigênio e, mais uma vez, trabalhar nas minas poderia salvar-me. Era acostumada com pouco ar. E escuridão. E locais apertados. Não era trabalhoso ficar ali.

Assim que tivemos certeza de que o maior perigo parecia ter passado, erguemos as cabeças e analisamos ao redor. Saímos do lago devagar, caso o barulho atraísse novamente as vespas irritadas. Enquanto eu torcia o cabelo, minha aliada indicou-me os dois tributos do outro lado, além de me fazer uma pergunta. Retirei a besta da mochila e a armei, colocando meus suprimentos nas costas de novo. Apontei-a para o que parecia ser uma mulher e concentrei-me o suficiente. Respirei fundo e contei até três, atirando. Se havia acertado? Só esperando para ver.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Seg Jun 22, 2015 2:25 am

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