[FP] HANTERVALL, Sealy

Ostenta na maior parte do tempo a personificação mais-que-perfeita de uma menina competitiva e confiante, que não mede esforços para conseguir o que quer. Apesar das represálias do destino, Sealy aprendeu desde cedo a conviver indiferente frente as adversidades da vida.

Carismática, à sua maneira, é vista quase sempre afastada de tudo e de todos, obrigando-se a garantir a própria proteção - a perda dos pais, um dos momentos mais marcantes para a moçoila, a tornou mesquinha e a ajudou a criar uma autossuficiência de forma que por muitos pode ser vista como uma maneira de se manter forte mesmo nos momentos mais inoportunos - uma vez que constantemente a esnobam por não portar uma vida de luxo ou mimos.

Leva suas amizades muito a sério e defende aqueles que a cercam sempre que pode. É gentil e sempre disposta a ajudar quando a ela recorrem, do tipo que daria a própria vida para garantir a salvação daqueles que ama. Contudo, por trás de seu sorriso, esconde-se uma adolescente falsa, manipuladora, irritante, intrometida e oportunista, capaz de qualquer coisa para garantir uma coroa.

Gostos / Sonhos — Casar, ter filhos e assegurar uma boa família estruturada em uma casa de requinte; de preferência, na Capital. — Limpar o nome da família e mostrar a todos que uma garota pode ser grande, mesmo com todas as limitações. — Participar dos jogos e ser uma vitoriosa, único meio viável para garantir um futuro promissor.

Desgostos / Medos — Crescer sozinha, sem ninguém a quem recorrer nos momentos difíceis; sem amigos, familiares ou colegas. — Falhar no sonho de ser uma boa mãe, ou que de alguma maneira não seja boa o suficiente para o filho que espera. — Ter uma vida miserável, como grande parte das pessoas que residem em seu distrito.

Concebida por intermédio de um parto prematuro, Sealy é fruto da relação entre dois jovens pecuaristas que resolveram construir uma vida juntos no âmago do Distrito 10. Desde a nascença, à Sealy, foram impostas inúmeras obrigações devido as dificuldades financeiras que costumeiramente assolava a família; remontavam uma espécie de baixa renda, onde o único sustento era tirado das poucas cabeças de gado que possuíam. Enquanto os pais habitualmente partiam para o trabalho no campo, a garotinha era incumbida de cuidar dos afazeres domésticos, como toda boa moça de família.

Por viver sempre reclusa, fora desenvolvendo uma necessidade mútua de companheirismo - embora lhe fosse negado possuir amigos, por sempre andar ocupada demais auxiliando os pais fosse em casa, fosse no trabalho, passou cada vez mais a ganhar peso - vítima de uma depressão de baixa escala. No auge da adolescência, já possuía o dobro do tamanho de uma garota considerada sadia, tendo a desculpa de que precisava ficar "forte" para cuidar dos ofícios.

A passagem da puberdade, por outro lado, não foi fácil. O romance oculto com um jovem galanteador que conheceu na escola fora o passe para enormes controvérsias; as inúmeras fugas na calada da noite resultou em uma gravidez precoce e indesejada. O rapaz, que não queria manter nenhum tipo de relacionamento sério, afastou-se completamente, ameaçando-a caso viesse a revelar a qualquer um a identidade do pai da criança. Quanto aos pais, inconformados, expulsaram a garota de casa, culpando-a por manchar o nome da família e taxando-a como vagabunda desmerecida.

Em um profundo dilema, Sealy agora visa se ater somente a sua prole, desejando um futuro digno àquela que julga ser o único merecedor de seu amor; seu filho. Apesar da pouca experiência com crianças e ainda da pouca idade - estando no auge de seus dezessete anos - a jovem não vê barreiras que a impede de assegurar uma vida melhor, não somente para o filho, como também para si. Almeja ser selecionada para os jogos, por isso, mesmo não tendo aptidão alguma para sobrevivência ou grandes habilidades, se vê como uma forte concorrente. Ser uma vitoriosa é o seu grande sonho, e nada ficará em seu caminho.