[FP] Ruby Shadblow

Irreverente, alegre e brincalhona e, apesar de ser a filha do prefeito, não há como distingui-la de qualquer outro morador do 11. Por ter se tornado muita amiga das pessoas que trabalhavam na agricultura, Ruby prefere passar a maior parte dos seus dias no campo e conhece bem as dificuldades da maioria dos morados. Isso também foi responsável por grande parte da sua humildade e solidariedade. Muitas vezes “roubava” uma comida ou outra de casa para levar aos amigos.
Teimosa, determinada e hiperativa, nunca fica parada e já teve algumas conversas com seu pai acerca das condições do D11. Tem esperança de um dia conseguir ajudar o pessoal do distrito de forma eficaz.

Gostos / Sonhos Apaixonada pela natureza, gosta de passar a maior parte do tempo nessas regiões. Sonha em melhorar a vida de seus amigos e do distrito em geral.

Desgostos / Medos Odeia os pacificadores e a Capital, mas mantém isso escondido e só seus amigos mais próximos sabem disso.

Ruby é filha única do prefeito do Distrito 11 e, basicamente, sua família se resumi a ele. Sua mãe morreu no parto e por isso ela nunca chegou a conhecê-la. Por culpa disso, ela ganhou uma liberdade que não esperaria ser dado à filha de alguém importante, afinal seu pai sempre se encontrava muito ocupado para se preocupar com ela.

Apesar de sua boa condição de vida, desde muito pequena Ruby teve contato com as outras pessoas do distrito através do colégio e, ironicamente, se tornou amiga de um dos grupos mais pobres: os agricultores. Essa amizade começou aos poucos, quando pequena, ao se aproximar de um garoto magricela divertido que se sentava ao seu lado. Logo depois conheceu os amigos dele e quando se viu, já freqüentava os campos com a desculpa de vê-los.

Também usou a desculpa de trabalhar para ficar mais perto deles e, convencendo seu pai que seria uma bom exemplo para o distrito ter sua única filha trabalhando, conseguiu se manter por meio período nas plantações quando tinha apenas 12 anos. Poderia parecer que era uma idiotice se oferecer a uma atividade tão pesada, mas mesmo que fossem os mais pobres do distrito, o grupo dos agricultores tinha uma animação e otimismo que contagiava e baseavam sua vida nas únicas coisas que não dependiam de dinheiro ou comida: a amizade, a família e o amor entre eles. Ruby ficara encantada com eles desde a primeira vez que foi permitida a sua entrada nesse grupo tão diferente da outra realidade dela.

Entretanto, essas mudanças de atitudes não passaram despercebidas pelo prefeito que, a cada vez que falava com sua filha, notava uma mudança preocupante. Até um dia em que a seguiu em silêncio e viu-a distribuindo as escondidas uma cesta de comida com as pessoas da região.

Era de se esperar que ele tomasse medidas drásticas para tentar evitar esse tipo de atitude de sua filha, mas a única coisa que ele conseguiu sentir foi uma pontada de orgulho. Ele sabia das condições dos morados do distrito 11, sabia dos casos de abusos dos Pacificadores que era obrigado a manter por toda a região, mas nunca se aproximou o suficiente para sentir as dores de alguém nessa situação. Ele foi mandando ali para organizar o que a Capital queria que ele organizasse e toda vez mandava todos os mantimentos para o distrito 9 para serem processados e ele acreditava que estava fazendo um bem ao fazer isso, ao manter a organização e ordem.

Mas ao olhar sua filha entregando um pedaço de pão a uma criança especialmente magra, pela primeira vez ele se questionou se isso realmente estava certo, afinal eles produziam comida e mesmo assim muitos morriam de fome! Era um tanto absurdo se fosse pensar. E esse foi o seu erro: ele se permitiu pensar. E foi depois desse dia que teve uma ideia muito perigosa...

Aconteceu em um ano de colheita especialmente bom, tão bom que ele pensou que talvez, alterando uns números no relatório oficial, ele pudesse distribuir uma quantidade de comida extra para população sem que fosse notado. A construção silenciosa de um fundo falso no armazém, a ajuda de sua filha para contatar os agricultores... Ele deveria saber que estava sendo observado, que não era a única pessoa que coordenava o distrito... deveria saber que era vigiado...

O Onze teve seu melhor ano colheita apesar da comida desviada e os morados tiveram seu menor ano de preocupações com mortes ocasionadas por falta de comida, mas mesmo assim, meses depois, ele ainda encontrou na sua mesa um bilhete simples e silencioso que dizia: “Nós sempre sabemos de tudo. Ordens devem ser cumpridas. Prepare-se: o dia da Colheita está chegando. Talvez você aprenda a lição dessa vez.”