Despedida e Viagem

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sex Nov 27, 2015 2:53 pm

Despedida e Viagem 100
Despedida e Viagem
O(a) representante da Capital sorri entusiasmado enquanto caminha pelo palco, seus saltos altos estalando ao entrar em contato com o chão, pequenos raios solares incidem sob sua pessoa fazendo-o(a) reluzir e sua roupa ofuscar a visão de muitos.  Aguarda impacientemente que a garota subisse até o palco, seus olhos bi colores esquadrinhavam ansiosos a pequena multidão feminina a sua frente- levemente irritado(a) pronunciou o nome mais uma vez.

- Querida, por favor, estamos todos à sua espera. – a voz aguda soou nos auto falantes espalhados pela praça mais uma vez. – Vamos, Panem quer lhe conhecer, os Jogos esperam!

Após alguns segundos uma garota surgiu dentre a multidão, o(a) mentor(a) sorri cúmplice passando-lhe confiança a medida que se aproxima do palco, Pacificadores a cercam. A criatura bizarra estende seu sorriso a medida que o rosto parece estar a ponto de rasgar-se, entre elogios e gestos argumentativos, logo passa a garota para trás e se aproxima da bola que contém os nomes masculinos. O processo é repetido.

- O Distrito X apresenta-lhes os seus Tributos. – a multidão encara furiosa os jovens sentenciados- Bem-vindos à centésimo trigésimo quinto Jogos Vorazes! Que a sorte esteja, sempre, ao seu favor.

Os tributos são rapidamente conduzidos para dentro da Prefeitura, ainda sendo escoltados por Pacificadores, inúmeras câmeras estão transmitindo ao vivo para todo o país. Sem mais delongas, são acomodados em uma sala dentro da Prefeitura, totalmente luxuosa e limpíssima- o(a) Mentor(a) avisa que os familiares estão aguardado para se despedir. Eles entram e parece que segundos depois já estão sendo levados a força pelos Pacificadores. O prefeito, juntamente com o vitorioso e o capitalista, caminham ao lado dos Tributos que estão sendo guiados para um carro completamente negro que aguarda na porta de saída.

O tempo parece escorrer, os tributos sentem-se perdidos em meio a tanta novidade, uma vez dentro do carro são conduzidos para a estação de trem- onde um reluzente e moderno trem-bala aguardo-os. Entre a porta de entrada para o trem e o carro, que parou a pouco mais de uma quadra de distancia, há uma fileira de capitalistas com suas câmeras todas apontadas para o automóvel.

- Panem irá conhece-los agora, causem uma boa impressão, irá ajuda-los com os Patrocinadores. – o(a) mentor(a) sussurra para os jovens, uma vez que o capitalista já pulou do carro e desfila em meio ao seus iguais. – Aproveitem a fama. – mal acabara de falar e já seguia seu colega de equipe.

Os Tributos entreolharam-se temerosos e juntos saíram do automóvel, agindo de maneiras distintas perante aos tantos fleches, seguiram para o trem-bala. Uma vez dentro do mesmo, as portas se fecharam e o silencio reinou, se a Prefeitura causara espanto devido ao luxo o transporte da Capital era sem dúvida uma pequena amostra do que estava por vir. Ricamente decorado, logo na sala de estar havia poltronas e sofás, os jovens divagavam e foram acordados com o solavanco do trem. A viagem teve início.

- Vamos queridinhos, rápido, sigam por aquele corredor onde está o quarto de vocês. – a criatura colorida deu uma risadinha- Obviamente, quartos separados, não queremos um tributo extra.

Seguindo a indicação seguiram para os seus quartos, onde puderam ficar até a hora da refeição ser servida. A equipe já se encontrava sentada na mesa, a qual diga-se de passagem desaparecia em meio a tantos pratos oferecidos, a refeição teve início e as primeiras impressões e estratégias estavam sendo formadas.

- O treinamento individual poderá ser requisitado a qualquer instante, a belíssima criatura ali, ao contrário acredita que podem ser instruídos em conjunto. – o vitorioso revirou os olhos. – Fica a critério de vocês.

A refeição termina e os Tributos são mandados para a cama( A PARTIR DO DISTRITO 5, É NECESSÁRIO NARRAR UMA NOITE E PARTE DA MANHÃ DE VIAGEM, POIS OS DISTRITOS ESTÃO MAIS LONGE DA CAPITAL)/ para a sala principal. (ATÉ O DISTRITO 5 O TREM CHEGA NAQUELA MESMA NOITE À CAPITAL)

O trem para com um leve solavanco, a Capital ergue-se soberana e imponente em meios as nuvens, fleches das câmeras já surgem mais uma vez e os habitantes da Capital formam uma fila no lado de fora da estação.

- Bem-vindos à Capital, bolinhos! – o capitalista veste trajes de cores vibrantes, enquanto aguarda a porta do trem se abrir, aponta distraidamente para o automóvel preto que aguarda-os a poucos metros. – Logo mais teremos o Desfile, mas antes iremos para o Centro dos Tributos, onde ficarão hospedados.

- Bem-vindos ao Inferno. – completa o mentor.

A porta do trem se abre e câmeras estão focadas nos mais novos brinquedinhos da Capital, estes mesmo que são guiados até o carro e zonzos avistam uma torre ao longe.

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Mensagem por Lara Smith Sex Nov 27, 2015 6:23 pm

Despedida e Viagem 100

Being...

Os meus olhos estavam fechados enquanto mordiscava o meu lábio. "Não digas o meu nome. Por favor, não digas o meu nome!" Esta era frase que passava pela minha cabeça. Aquele suspense estava a começar a dar-me cabo dos nervos. Abro os olhos lentamente, tremendo e batendo os dentes... sentia que a sorte não estaria do meu lado. Não desta vez. O sorriso do representante da Capital capta a minha visão e parece que a sua satisfação. Por momentos, os raios solares incidem sobre a roupa dele fazendo-o ainda parecer mais terrorífico do que realmente era.
- Lara Smith! - O representante grita o meu nome e eu fico estática ao chão sem querer sair do meu lugar, querendo fugir. Os olhos do representante aguardavam impacientemente por mim... que eu saísse do lugar onde me sentia segura e que me alistasse numa guerra que não era a minha. O seu olhar esquadrinhava toda a multidão pequena multidão feminina e, irritado, pronuncia o meu nome mais uma vez.

"Esta não sou eu." Penso enquanto os meus pés se dirigem ao palco com a voz aguda do representante a encher o recinto da Praça. Ele tentava dar palavras de incentivo (pelo menos era isso que eu pensava que eram) enquanto eu caminhava lentamente para o palco. "Não vais chorar!Não vais dar esse pequeno prazer ao povo do Capitol, não vais dar esse prazer àquele Presidente sanguinário." Penso para mim mesma. O nascer de um novo dia era a minha altura preferida... neste dia não era. O sol incidia sobre o palco, o mentor do nosso distrito sorria tentando incentivar-me. "Esta não sou eu." Repito mentalmente como isso fosse mudar o facto de estar ali.À medida que o palco está mais próximo, os Pacificadores começam a cercar-me como se eu fosse um bicho assustado e que se preparava para fugir. Tenho de admitir, vontade não me faltava para desatar a correr mas, isso, só serviria para morrer mais depressa e eu prezava muito a minha vida. Demasiado para desistir sem dar luta! O representante continuava com aquele sorriso que parecia cosido ao seu rosto começando a rasgar-se. "Não és tu que não vais para a arena para morrer ou sobreviver a qualquer custo." Penso para mim mesma como se aquilo me motivasse. Não oiço as palavras que ele me dirige, aquilo parecia um filme que estava a passar no canal de Panem e, eu, estava completamente em piloto automático.Ele passa-me para trás e aproxima-se da mesa que continha o outro envelope negro como a noite, com motivos prateados e lacrado com o símbolo de Panem. A fita azul esvoaçava ao sabor do vento.

O rapaz avança também para o palco. Era bem mais novo que eu. Naquele momento sinto que tinha sido afortunada por não ter sido enviada para a carnificina em tão tenra idade. Queria dar-lhe conforto mas nem eu me sentia confortável. "Não me parece que a sorte esteja a nosso favor." Penso mentalmente.

Somos rapidamente conduzidos para dentro da Perfeitura. Os Pacificadores seguem atrás de nós, inúmeras câmaras estão a transmitir este momento ao vivo para todo o país. Isto era um lembra-te que não nos deveríamos revoltar contra o sistema perfeito que comandava Panem. Só acomodada numa sala luxuosa e limpinha. O meu mentor avisa que a minha família se encontrava lá fora. "Esta vai ser a última vez que vais ver os teus pais." Penso mas tento afastar os meus pensamentos pessimistas. Teria de mostrar confiança e determinação. Assinto com a cabeça para o meu mentor para os mandar entrar.
- Obrigada. - Agradeço-lhe. Esta tinha sido a única palavra que tinha saído da minha boca desde o anúncio dos tributos.

Os meus pais entram chorosos e eu corro para os seus braços, dando um enorme abraço de família.
- Não se preocupem. - Tranquilizo, dando o meu melhor sorriso embora forçado. - Lembrem-se do que vocês me ensinaram, durante todos estes anos, hum!? - Acrescento olhando para eles, sabendo que este tempo era relativamente curto
- Não te armes em heroína, corre! - O meu pai aconselha. - Esconde-te, tu és inteligente. Sobrevive! - O meu pai diz com olhos marejados de lágrimas apertando-me nos seus braços. Ele afasta-me, eu assinto que sim com a cabeça.
- Lembra-te, do que sabes sobre plantas. Usa isso a teu favor. - A minha mãe aconselha quando a porta se abre e a minha mãe é arrastada de mim por aqueles malditos Pacificadores. Olho-os a serem arrastados e sem nada poder fazer. Um sentimento de impotência atinge-me e percorre o meu corpo enquanto lágrimas começam a cair dos meus olhos. Deixo-me estar ali por um instante e assim que oiço passos do outro lado da porta apresso-me a limpar os olhos e demonstrar que não iria mostrar fraqueza aos olhos de ninguém.

O Perfeito, o nosso mentor e o representante da capital caminham ao nosso lado enquanto saímos da Prefeitura para um carro que nos aguardava para nos levar à estação de comboios. Olho a paisagem passar sem grande emoção. Era a primeira vez que saía do meu distrito  mas nem isso era motivo de entusiasmo. A viagem decorre sem quaisquer contratempos somos recebidos por mais câmaras espalhadas pela estação transmitindo também este momento.

Ao ouvir o concelho do mentor, foco-me nisso mesmo.  
- Não quero ser famosa por estes motivos. - Comento  - Não penso que haja algo bom em tudo isto... - Acabo por resmungar um pouco, odiando cada momento deste filme. Olho para Harvey e saímos do carro juntos. Sorri-o tentando que não pareça muito forçado. Não queria dar ideia que estava radiante por me juntar a uma carnificina ou que escolheria ir de livre vontade. Depois deste show de flashes que me pareceu uma eternidade, dirigem-nos para o comboio que nos levaria para o nosso destino final - a Capital. Entro no comboio olhando tudo à minha volta. Tinha de admitir... eles tratavam os seus "bichos de estimação" bem. Talvez lhes transmitisse uma certa tranquilidade darem-nos tudo do bom e do melhor para depois nos mandarem para a carnificina e morte quase certa. Talvez não passasse tudo de um show.
- Se morrermos, morremos em grande estilo? - A pergunta saí-me da boca como que instintivamente, à medida que adentro no veículo e olho para o Mentor à espera de uma resposta.

O comboio estava ricamente decorado e era aconchegante. Pelo menos, essa era a maneira que eu o via. Aproximo-me da sala de estar quando um enorme solavanco me faz desequilibrar. Fico encostada à parede por uns instantes e avançando para um dos sofás, esperando que o Mentor começasse a dar-nos qualquer conselhos para nos mantermos vivos o maior tempo possível. Parecia que isso não iria acontecer já... a criatura da capital, riu-se e incentivou-nos a ir para o nosso quarto. - Acho que deveria pensar primeiro no que dizer. - Resmungo desconfortável com aquele comentário.

Adentro no meu quarto, ficando completamente pasmada com o luxo de tudo aquilo. Fecho a porta atrás de mim descobrindo um guarda-fatos, cheios de roupa e sapatos. Parecia que nada escapava aos organizadores dos Jogos. Decido tomar um banho antes do jantar, escolhendo a roupa mais simples que consegui encontrar. Uma camisola rendada branca, um casaco castanho, umas calças e umas sabrinas castanhas. Levo tudo para a casa-de-banho e, fico mais uma vez, abismada com a sumptuosidade de tudo aquilo. A banheira tinha uma variedade de botões. Cada um desempenhava uma determinada função. Sem saber bem o que escolher opto por escolher a temperatura da água e o jato regular. Não me queria matar no banho! Depois de mais relaxada - o mais possível que conseguiria estar dada a situação - visto-me e arranjo-me para conhecer aquela que seria a equipa que me acompanharia na fase preparatória dos jogos.

Quando só chamada para o jantar encontro todos já sentados à mesa. Ocupo o meu lugar silenciosamente, olhando para Harvey. Calculava que tal como eu, nunca vira tanta comida na mesa. "Com pessoas a morrer à fome e preparam-nos este banquete?!" Pergunto para mim mesma  que retiro um pão e me sirvo de um pouco de franco com o que parecia ser puré de qualquer coisa. Olho para aquilo com uma questão interrogativa na cara.
- Então... que conselhos é que o mentor nos tem para dar? - Pergunto directamente. Nunca gostara de rodeios e meias-palavras. - Pelo que os meus pais me contaram, você foi história para toda a Panem ver. - Acrescento baixinho. Calculava que o Mentor não apreciava se lembrar daquele determinado momento, quanto mais partilhá-lo à mesa de jantar. - O que acha que devemos usar em nosso favor?- Questiono mergulhando o meu pão no molho, levando-o depois à boca e experimentando um pouco daquele puré esquisito. Depois de mastigar, volto a falar:
- A minha estratégia será correr o mais depressa que conseguir e esconder-me nalgum lugar que tenha recursos que possa utilizar. - Admito mordendo o meu lábio inferior, observando o mentor que tinha uma expressão séria como se me estivesse a avaliar. - Acha que a devo manter ou tem outra sugestão? - Pergunto, pois, toda a minha mente se toldava de dúvidas. Não me importava que Harvey ouvisse ou que soubesse. Se ele tivesse de acordo queria mantê-lo como aliado até ao fim.

Depois de uma conversa produtiva e de comida a sobremesa, somos enviados para a cama. Puxo os lençóis para entrar no quente que uma cama fornecia. Mas aquela não era a minha cama... a cama que talvez que nunca mais viesse a deitar-me e que me despertava tantas memórias.
- Tens de te manter forte. Uma mente sã manter-te-á viva! - Digo tapando-me e fechando os olhos, tentando adormecer.

                               
***


Como seria de esperar sou mais uma vez percorrida por pesadelos! Tinha sangue nas mãos, tinha matado para sobreviver. Tinha ido contra aquilo que acreditava. Sentia as lágrimas e o enjoo percorrem a minha barriga. Acordo de madrugada, correndo para a casa-de-banho vomitar tudo o que tinha ingerido na véspera. "Talvez isto passe na arena." Esta voz percorria a minha mente mas era uma vã esperança. Sabia que na arena seria muito pior. "Matar ou morrer... nada de remorsos!" Tento dizer isso a mim mesma. Limpo-me e lavo a boca bebendo um pouco de água para tirar aquele gosto a bílis da minha boca. Deixo-me ficar ali sentada por mais uns instantes tentando dizer à minha cabeça para parar de pensar, se não, isso seria a minha morte.

Abro os olhos dirigindo-me novamente para a cama mas ao olhar para a janela reparo que o dia já nasceu. Estávamos a poucas horas de chegar à capital. Arranjo forças e visto-me preparando-me para descer e encontrar a minha equipa para o pequeno-almoço.
- Bom dia. - Cumprimento para quem já se encontrava na sala e olho para a comida com um ar de dúvida. Decido tirar um pão e barrar com um doce qualquer. Dou umas trincas e bebo um sumo de laranja olhando para a paisagem a passar a 100 à hora. Depois de acabar dirijo-me para o sofá da sala de estar e juntar-me à conversa que decorria. Talvez pudesse usar o que se já sabia dos tributos em meu favor.

Sem me aperceber, o comboio pára, como arrancou: com um solavanco. Avanço para a porta e sou invadida por flashes na minha direcção e, o meu instinto, é tapar a cara com a mão. Mas depressa que esse instinto desapareça e forço um sorriso para eles captarem.
- Isto vai ser sempre assim? - Pergunto para o meu mentor num sussurro.

Ao chegar-me mais perto da porta consigo ver com melhor nitidez toda aquela multidão que parece radiante e completamente entusiasmada por ver ao vivo os tributos do Distrito 12. "Tanto entusiasmo, até enjoa." Penso tentando manter o meu sorriso no rosto. Toda a Capital parece exuberante e completamente excêntrica com as suas roupas e penteados coloridos. "Uau... mal posso esperar." Volto a responder-lhe na minha mente.

Ao ouvir o comentário do Mentor, não evito em sorrir. Tal como eu, ele também parecia ter um problema com aquele aparato todo. Contava com os seus conselhos sábios para me manter viva e sã. As  portas do comboio abrem-se e parece que as pessoas se entusiasmam e tentam atropelar outras para nos ver mais de perto. Mantenho o meu sorriso perante a caminhada para o carro.

Caminho apressadamente para o veiculo preto. Só queria que aquela atenção toda acabasse, não fora feita para interpertar uma personagem e, parecia-me, que era esse o papel que tinha de desempenhar se queria ganhar patrocínios.
- Não vou aguentar todos estes flashes e atenção por muito mais tempo. - Acabo por resmungar mais para mim mesma. Parecia que tinha visto o meu Mentor sorrir perante a minha observação e, embora, lhe quisesse responder preferi permanecer calada. Ao longe, avisto uma torre. Calculava que era para ali que iríamos ser levados.      

Nota: Comboio significa Trem

myself

Agradeço a Lari ? por esse template.
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Mensagem por Makenna E. Kröhling Sex Nov 27, 2015 9:08 pm

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Let Begin The Games
E que a sorte esteja sempre... ao meu favor
- O tributo feminino do distrito 4 é... Makenna Kröhling. - a voz do capitalista ecoou pela praça anunciando o meu nome para Panem, todos olharam para mim e no mesmo instante me senti sufocada pela atenção. O choque de ouvir meu nome me deixou paralisada, claro que nunca iria passar por minha cabeça que eu finalmente iria ser escolhida, uma onda de desespero tomou conta de mim me deixando ainda mais sufocada e apavorada. Todos me encorajam a subir, mas eu estava imóvel, meus olhos procuravam freneticamente os do meu irmão, mas apenas vislumbrava a multidão em volta de mim, me sufocando, me paralisando.  Um pacificador "gentilmente" me puxou da fila e me direcionou ao palco, fechei meus olhos ao passar por meus pais, pois sabia que se olhasse para eles cairia aos prantos e isso era a última coisa que queria, parecer fraca para Panem inteira. O capitalista estava impaciente e aquilo me irritou bastante, eu estava indo para uma arena e obviamente o choque daquilo me deixara atordoada, mas acho que não fazia diferença para ele, ele apenas queria um show e era isso o que ele iria ter. Subi as escadas rapidamente e ele segurou em meu braço proferindo as palavras seguintes com a sua voz aguda e irritante, revirei os olhos e fixei meu olhar nos do meu irmão, que apenas acenou com a cabeça me transmitindo um pouco mais de confiança. Após ele ter me apresentado, sou puxada para trás para dar espaço para a continuação da colheita. Ele chama o tributo masculino e rapidamente o rapaz escolhido sobe ao palco com um sorriso orgulhoso, ele parecia estar a vontade com a situação, ainda mais do que eu parecia estar e  aquilo me irritou, ele parecia tão cheio de si. - Matarei na primeira oportunidade. - pensei comigo mesma e mordi o lábio exibindo um sorriso travesso. Hunter,  lançou um olhar de confiança para ambos, ao que parece o nosso mentor não está nem um pouco afim de nos matar. O capitalista estende a mão para mim e eu me aproximo novamente, coloco minhas mãos para trás e sorrio radiante para a multidão, mas naquele instante olhei para meus pais e não vi medo em seus olhos, apenas um olhar orgulho e aquilo fez com eu me sentisse ainda mais confiante. - Que venham os jogos! - pensei comigo mesma e olhei novamente para a multidão arriscando um aceno suave, anunciando que finalmente eu estava ciente que estava nos jogos.

Somos levados para dentro da prefeitura, observei o lugar com cautela e curiosidade, olhei para o outro tributo e ele deu uma piscadela para mim, revirei os olhos sorrindo e me sentei em uma das poltronas onde o nosso mentor se juntou a nós para avisar que nossas famílias estavam chegando. Depois de alguns minutos avistei os cabelos dourados de Miles sendo seguido por nossos pais, levantei e corri em direção a ele, Miles me abraçou fortemente e meus pais nos abraçaram. - Faça esses jogos valerem a pena irmãzinha e se puder, traga uma lembrancinha para mim da arena. - ele sussurrou em meu ouvido e eu gargalhei. - Claro! trarei um pedaço da grama. - respondi e senti as lágrimas escorrerem por meu rosto, sendo limpadas rapidamente pelo meu pai. - Não chore! Você tem que parecer forte, seja forte e volte para nós. - ele disse e beijou minha testa, minha mãe me abraçou e colocou seu colar em mim. - Sempre que estiver aflita, agarre o colar e se sinta em casa. Lembre-se que você é mais forte do que aparenta e use o seu tridente a seu favor, você é boa minha filha e eu me orgulho de você. - ela disse e eu mordi o lábio para não chorar. Eles me abraçaram novamente, mas o momento foi cortado quando fui arrastada para fora da prefeitura, deixando apenas um "eu amo vocês" no ar.

Fomos colocados em um carro negro bastante luxuoso, olho de relance para Aaron e vejo ele me encarar com as sobrancelhas arqueadas, mordo o lábio sorrindo e viro o rosto olhando pela janela dando um até mais silencioso para o meu amado distrito, ou talvez, um adeus. Agarrei o colar que minha mãe me deu e lembrei do que eles falaram. O mentor e o capitalista conversavam animados e vez ou outra tentavam nos incluir na conversa, mas estávamos absortos demais em nosso interior que apenas acenávamos com nossas cabeças indicando que havíamos entendido. A viagem estava sendo tranquila e estava me sentindo bastante confortável, até consegui sorrir com uma das inúmeras piadas sem graça que o capitalista contava. Quando chegamos na estação já estava me sentindo bastante a vontade com tudo, nosso mentor nos olhou por um tempo e sorriu, o capitalista já tinha saído do carro e saia desfilando pelo local até o trem, mas fomos detidos por nosso mentor que nos agraciou com suas palavras. - Aproveitar a fama cruelmente concedida. -  pensei comigo mesma e olhei para o Aaron que apenas de ombros e me estendeu sua mão e juntos saímos do carro acenando animados e radiantes para a multidão que acenava desesperadamente de volta. - Sorria e acene. - murmurei para o Aaron e ele riu, dando a impressão de que tudo estava perfeito e era assim que iria ser. Passamos pela multidão distribuindo beijos e acenos, sentia os flashs ofuscarem minha visão e me segurei no braço do meu companheiro de distrito para saber para onde estava indo. Aaron adentrou o trem e eu parei para dar um último aceno antes das portas se fecharem e nos deixarem no mais completo silêncio.

- UAU! - exclamei boquiaberta quando vi a decoração luxuosa do trem, passei minhas mãos pelos delicados arranjos de flores e sorri sentindo a suavidade, comecei a caminhar pelo salão admirando o luxo e a comodidade do local, mas o trem deu um solavanco e então começou a se mover. O trem se movia tão suavemente que parecia estar parado e eu só sabia que estávamos nos movendo rapidamente pela paisagem que passava como borrões. O capitalista nos dirigiu um olhar malicioso e proferiu um comentário maldoso sobre os quartos e sobre não querer um tributo extra, olhei para o Aaron e mordi o lábio arqueando a sobrancelha e ele riu, agradeci sarcasticamente a ele pelo comentário e saí do local esbarrando em Aaron, seguindo em direção ao quarto. Troquei de roupa e me deitei na cama, fiquei deitada por um longo tempo pensando em como estaria meus pais e meu irmão, estava quase começando a chorar quando lembrei das palavras do meu pai e respirei fundo pegando o meu robe e saí do quarto indo para o salão ao qual era servido a refeição. Me sentei em uma das poltronas e fiquei olhando a mesinha de centro tentando estabelecer o meu plano para sobreviver a arena. Acabei adormecendo sentada na poltrona e fui acordada por Aaron que me avisou que faltavam apenas 30 minutos para o jantar ser servido, sorri agradecida e me direcionei ao meu quarto indo tomar um banho.

Quando voltei a mesa já estava posta, tinha novas pessoas que não conhecia, mas apenas sorri ao notar o banquete. Me sentei ao lado de Aaron e ele sorriu para mim. Todos conversavam sobre como minha pele era realmente bela, mas revirei os olhos quando ouvi um deles exclamar das marcas de queimadura feitas pelo sol, não tenho culpa se isso são ossos dos meu ofício. Desconversei quando eles começaram a falar do meu cabelo e olhei para Hunter pedido conselhos sobre a arena, ele apenas sorriu e disse que o momento para essa conversa chegaria. Ouvi atentamente o que eles conversavam e paramos na parte sobre o treinamento em conjunto, olhei para todos e depois para Hunter. - Prefiro individual - murmurei e olhei para Aaron com um sorriso de desculpas que ele pareceu entender. Depois da refeição ter acabado dei boa noite a todos e fui para meu quarto, onde só saí quando foi anunciado que havíamos chegado a Capital. Levanto animada e corro para a janela para contemplar a Capital em toda a sua glória, mas como era noite apenas consegui vislumbrar as luzes encantadoras e sorri um pouco satisfeita. Ouço uma batida na porta e corro para abri-la, era um dos empregados me anunciando que eu deveria me aprontar. Escolhi uma roupa confortável e me vesti, saí do quarto e fui para o lado de Aaron entrelaçando meus braços nos dele, lembrei de Miles e respirei fundo segurando as lágrimas, coloquei um sorriso radiante no rosto e saímos do trem assim como havíamos entrado, acenando, sorrindo e distribuindo carisma para o habitantes da Capital, os flashs ainda mais ofuscantes já não me incomodavam tanto de modo que já caminhava sem me apoiar em Aaron. O capitalista nos dá as boas vindas a Capital ao passa que o mentor nos apresenta ao inferno, gargalho e sou acompanhada por Aaron. O capitalista começa a desfilar até o carro sendo seguido por nosso mentor e Aaron, caminho entre as pessoas agarrando suas mãos e sorrindo, mandando beijos e mais sorrisos. - Vamos lá Mak, continue seu jogo. - pensei comigo mesma e adentro o carro dando um último aceno. Quando o carro começa a se mover olho pela janela e noto uma torre alta ao longe. - Que a sorte esteja sempre.. ao meu favor. - pensei e recostei minha cabeça no assento, me desligando do mundo.



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Mensagem por Harvey S. Macht Sex Nov 27, 2015 11:58 pm

Despedida e Viagem 100
Goodbye District Part 1
A tributo do distrito 12 fora anunciada. Segundos torturantes se seguiram até que a moça começou a caminhar em direção ao palco. Harvey sentiu pena da garota que agora subia os degraus e se colocava ao lado do represente.
O seu coração estava tão acelerado que podia explodir a qualquer momento, começou a sentir-se tonto e com sede. Octavius avançou e pegou no outro envelope com a fita azul, as tonturas do ruivo pioram ao ponto de o garoto achar que iria desmaiar, estava ficando nervoso demais, o seu rosto estava branco como o papel.
-HARVEY MACHT- a voz do homem anunciou.

O pequeno mundo do garoto parou de girar no exato momento, as suas pernas perderam a pouca força que tinham e Harvey caiu de joelhos no chão. O resto dos rapazes de doze anos se afastou deixando o pouco afortunado padeiro sozinho. Os seus pulmões buscavam o mais ínfimo resquício de oxigênio e o seu corpo tremia descontroladamente. Ele era apenas um garoto entre milhares…um pequeno e magro corpo que não fosse pelos cabelos cor de fogo ninguém notaria. Mas os jogos precisavam de alguém para o abate e o tributo vencedor alguém a quem matar.
O representante estava a ficar impaciente com a demora, mas Harvey não tinha forças para levantar. A sua curta vida não iria terminar na arena porque acabou no exato momento em que o seu nome fora escrito no cartão e colocado no envelope. Lentamente o menino levantou do chão e limpou a sujeira das calças, tinha que ser forte pois os seus pais estavam ali.

Suprimiu as lágrimas e começou a caminhar em direção ao palco, seus passos eram hesitantes e inseguros. Subiu no palco tremendo e olhou para a sua colega, era mais velha do que ele e também teve má sorte naquele dia.
Octavius avançou todo emperuado e apresentados os tributos do distrito 12 e terminando com a frase mais icônica de todas. Que a sorte esteja sempre a seu favor. Para os tributos do distrito 12 seria algo como…que a morte esteja a seu favor.



O pequeno grupo se afastou para o interior da prefeitura. Os olhos de Harvey nunca tinham visto tanto luxo na vida, madeiras finas e belas nos móveis, tapetes de veludo, sofás bem estufados. Nada comparada à pequena casa que a sua família possuía por cima da padaria.
O mentor do distrito anuncia que a família da dupla os esperava para as despedidas. Cada um entrou numa sala diferente. Harvey nem reparou no luxo da salinha simplesmente entrou e se jogou nos braços dos pais. A sua mãe chorava compulsivamente e o seu pai fazia toda a força possível para não chorar. Lágrimas grossas rolaram pelo rosto do ruivo, seria a última vez que estaria com os pais, que hipóteses ele teria?
Lyssandra sentou no sofá com o filho no colo, o bebé que um dia alguém abandonara à sua porta estava agora caminhando para a aparente morte. O seu pai se ajoelhou na sua frente, com um ar sério e tenso.
-Levanta a cabeça, se vai enfrentar a morte enfrente de cabeça erguida-fez uma pausa para recuperar o auto-controle e continuou- Eu sei que parece impossível especialmente para você, mas lembre que o seu mentor também participou e ganhou.
-Mas olha para mim, como eu vou matar um carreirista?- o garoto perguntou.
-Com isso aqui que se chama cabeça- respondeu o pai- você é esperto, sabe umas coisinhas sobre a floresta, só não desiste assim facilmente.
O ruivo assentiu com a cabeça e levantou do colo da mãe. Caminhou até a janela onde observou as famílias regressando a casas abraçadas, um pacificador bateu na porta avisando que o tempo tinha terminado. Com um suspiro Harvey limpou as lágrimas com a manga da camisa, ia abandonar o distrito como uma criança mas enfrentar a morte como um homem.
-Eu queria agradecer terem cuidado de mim…eu amo vocês- murmurou.
Abraçou os pais e saiu. Não queria chorar mais do que chorou. Homens não choram segundo dizem.


A viagem no carro correu quase em silêncio apenas o representante do distrito trocava poucas palavras, geralmente monossilábicas com Spencer. O padeiro fitava o colo tentando segurar as emoções. Estava na hora de parar com choro e começar a pensar numa estratégia de sobrevivência, ele tinha que regressar a casa ou ironicamente morrer tentando.
A sua companheira murmurou qualquer coisa mas o ruivo limitou-se a assentir com um gesto afirmativo, tinha cabeça lutando para organizar os pensamentos e emoções, não conseguia formular uma resposta que achasse apropriada. Quando veículo parou Spencer encarou os seus tributos e deu o primeiro conselho causar boa impressão.
Boa impressão? Se repararem que eu existo já é um milagre. O garoto pensou ao sair do automóvel, limitou-se a um breve aceno para as camaras e seguiu para o trem.


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Harvey S. Macht

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Mensagem por Harvey S. Macht Sáb Nov 28, 2015 12:03 am

Despedida e Viagem 100
Goodbye District Part 2
Na prefeitura Harvey julgou ter visto o maior luxo de todos, mas não estava preparado para o trem. Tinha cadeiras com fios de ouro nos braços, louça do mais fino cristal ou porcelana. Mas foi a comida que mais despertou raiva no garoto.
Enormes bolos, pães e pratos das mais variadas formas estavam espalhados pela mesa. Carne, peixe, vegetais. O seu estômago embrulhou com tanta comida para ser consumida, ele estava habituado a comer pouco mesmo sendo filho do padeiro, afinal a família lutava para comer não tanto quanto os mineiros mas passavam dificuldades também, se não fosse o pão que produziam tinham morrido de fome.
Octavius entrou com um copo cheio de um líquido âmbar e indicou o quarto dos tributos com uma piadinha qualquer que Harvey não entendeu, ou melhor, não se esforçou para entender estava cansando demais para isso.

O seu quarto era maior que a casa inteira ou pelo menos assim parecia. A cama dava para vinte Harvey’s dormirem à vontade, o seu guarda-roupa era enorme e no seu interior roupa com tecidos e cores que o jovem nunca viu na vida. Então o ruivo notou que tinha uma porta entre aberta, curioso avançou para explorar. Era na realidade um banheiro.
-Na capital tomam banho em caixas?- a voz de Harvey ecoou pelo local.
Entrou no chuveiro e tocou no primeiro botão e um jato de água quente esguinçou potente na sua direção. O jovem gritou e tentou parar a água carregando em todos os botões mas simplesmente deu consigo no meio de espuma, gel de banho, sais de relaxamento e entre outras coisas, com os olhos ardendo violentamente conseguiu sair e o todo o fluxo parou.
-Ai droga- resmungou ao entender que estava todo molhado.

Trocou de roupa e seguiu para a sala de jantar onde Lara, Spencer e Octavius já estavam, o último parecia um horroroso urso com toda aquela vestimenta peluda. O ruivo limitou-se a encher o prato com um puré verde e com duas costeletas de carneiro.
Lara começou a conversar sobre o que fazer na arena, apesar de exausto Harvey se esforçou para memorizar o que era dito, a sua vida dependia disso.
-Eu sei usar arco e flecha- comentou olhando para o prato- e sou forte também, apesar de não parecer – fez uma pausa-Estratégia eu não pensei ainda mas não tenho muita escolha, a não ser fugir também.
Talvez Lara quisesse formar uma aliança, o garoto nunca viu nos jogos a que assistiu os tributos do doze formarem alianças com outros tributos além do colega de distrito, toda a Panem achava eles fracos e alvo de chacota. Iria fazer a proposta mais tarde.
Com o jantar terminado o tributo foi dormir, nada era mais importante do que dormir um pouco.


Harvey estava tão esgotado emocionalmente que adormeceu assim que se jogou na cama, sem dúvida que o cansaço emocional era pior que o físico. Mas ainda assim conseguiu dormir profundamente por algumas horas.
Levantou num pulo pensando nos pais que precisariam da sua ajuda na padaria. Quando abriu os olhos descobriu que estava na realidade no trem, suspirou e sentou de novo na cama. Bocejou sonoramente e levantou para tomar banho, tinha que ocupar a mente para evitar pensar no que deixara, ou quem, deixara para trás.
Depois de tomar banho e de se vestir foi tomar o café da manhã. Não tinha ninguém na sala mas comida não faltava, pegou o primeiro pãozinho que viu e sentou no sofá mastigando e pensando no que faria. Seguir os conselhos de Spencer era óbvio mas ele precisava de adaptar uma estratégia para aquilo que conseguia e podia fazer.

Aos poucos a equipe e Lara apareceram para comer também. O rapaz quis perguntar mas a voz estava presa na garganta, e se a sua companheira de distrito recusasse? Engoliu em seco ao lembrar que na noite anterior tinha revelado os seus pontos fortes na presença dela…mas ela fez o mesmo, menos mal nesse sentido.

O trem parou assinalando a chegada à Capital. Quando saíram uma maré de saudações e flashes começou, Harvey pensou que ficaria cego tentou sorrir mas apenas conseguiu algumas expressões estranhas que esperou que achassem cômico. Para salvação da dupla de tributos entraram no automóvel.

O ruivo suspirou e ganhou coragem. Ou perguntava agora ou calava-se para sempre. Aproveitou que Spencer e Octavius estavam de novo mergulhados nas suas profundas conversas monossilábicas e inclinou-se para perto de Lara.
-Quer formar uma aliança?- perguntou – Não precisa responder já.
Retomou a sua posição original e observou a paisagem pela janela. A Capital parecia estranha aos olhos de quem nunca saiu do distrito 12. Uma torre alta erguia-se sobre alguns edifícios próximos, o garoto suspirou se perguntando como esse pesadelo iria terminar.





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Mensagem por Dimka Mikayda Fox Sáb Nov 28, 2015 2:47 am

Despedida e Viagem 100



O burburinho começara, contudo... - – O tributo feminino do Distrito 7 é nossa amada Dimka Mikayda Fox. – A voz enjoativa se espalhou pela praça. O silêncio foi imediato. Os olhares se voltaram para a morena, que, rapidamente, deixou um sorriso malicioso escapar dos seus lábios. – Finalmente vou sair desse inferno. – Sussurrou baixinho, escondendo a risada de alegria que queria escapar. O prazer deslizou pelo seu corpo, causando-lhe arrepios e outras sensações. Conheceria um novo mundo, um novo universo, novos desejos e novas coisas. A voz do homem capitalista faz a garota sair do seu momento de felicidade, então, respirou fundo e ajeitou-se, deixando uma expressão neutra cobrir o seu rosto. Deveria surpreender todos, e, sinceramente, estava doida para que pudesse proporcionar diversão para os ricos de Panem. – Eu sei o que me espera, querido. – Falou de forma alta para que o ridículo da Capital pudesse escutá-la. Seus passos eram rápidos e completamente equilibrados, o que deu à Dimka um ar de seriedade.

Assim que saiu da multidão, pôde ver – totalmente – o rosto do capitalista. Estava todo maquiado e utilizava roupas completamente exóticas. A adolescente ergueu uma das sobrancelhas, e então, antes que pudesse fazer algum comentário, os pacificadores já cercavam a garota do Distrito 7. Foi empurrada com um pouco de força, algo que a deixou irritada. Virou o seu rosto e encarou o indivíduo que havia feito isso. – Eu sei andar querido. Acho que pode ver minhas pernas, não? Se quiser, mostro mais tarde. – Piscou para ele e deu de ombros, seguindo o seu caminho. Levantou a cabeça e viu o rosto da mentora. Era uma garota menor e morena. Seus cabelos eram lindos e davam um ar de fofura para a mentora de Dimka. O sorriso da moçoila era de cumplicidade, o que deixou a morena do distrito 7 com o ego lá nas estrelas. Estava doida para entrar na brincadeira, queria ver sangue, queria treinar e aproveitar as coisas que estavam ao seu redor.

Subiu no palco e ficou atrás do capitalista pomposo. Olhou toda a população que estava ali, analisando Dimka com preocupação. O tributo feminino sorria de forma maravilhosa, tentando conter toda sua felicidade. Respirou fundo e cruzou os braços, esperando o próximo passo. O tributo masculino fora anunciado em seguida, e assim, um rapaz moreno era conduzido até o local onde a adolescente estava. Era moreno e possuía um corpo forte. Os escravos de Panem deixaram um olhar triste pousar sobre o rapaz que fora selecionado, e em seguida, Dimka fora alvo dessa situação ridícula. A garota bufou. – Já terminou, certo? Vamos! – Falou para o rapaz da Capital, suspirando aliviada quando fora guiada para dentro da Prefeitura.

O local era completamente luxuoso, o que acabou atraindo a atenção da jovem. Ah, queria banhar-se em toda aquela beleza, sentir a fortuna deslizando entre seus dedos. O poder... Ah, o doce poder. Ele guia o ser humano, e, claro, é capaz de criar situações incríveis: morte, desejo, traição e entre outras situações. Katherine – a mentora – se aproxima do grupo e então, olha para ambos e pergunta o que aconteceu com os parentes dos tributos do Distrito 7. – Minha família está morta. – Dimka disse de forma calma e tranquila. A frase também fora dita pelo rapaz moreno. Então, em seguida, são escoltados para outro lugar. Sem despedidas... – Adeus, Distrito 7. – As palavras expressavam o alívio da morena.

Ergueu uma das sobrancelhas quando viu um carro. Nunca tinha andado em um, mas seu pai sempre lhe contara sobre o que ocorria com os tributos que iam para a Capital. O progenitor de Dimka conseguia descrever o trajeto, e então, essa memória atingiu a cabeça da garota. – Carro. – A palavra escapou dos seus lábios, contudo, foi sem querer. Zachary – o tributo masculino – a olhou de forma estranho. – Perdeu alguma coisa? – A ironia escapou dos lábios da jovem. Deu de ombros e aproximou-se do veículo, adentrando-o. O cheiro de couro inundou suas narinas. Olhou pelas janelas e mordeu os lábios. Repentinamente, o carro começou a se mover. A adolescente apenas olhava o trajeto, perdendo-se em pensamentos sombrios e estranhos. Deixava seu passado dolorido para trás, as memórias doentias eram perdidas com o andar do carro escuro.

Assim que o meio de transporte parou, a porta foi aberta, mas não desceu imediatamente quando ouviu a voz de Katherine. Assentiu positivamente e deu de ombros, e assim, saiu do veículo. Quando ergueu sua cabeça, os olhos de Dimka encontraram os de Zachary. Estava um pouco ansiosa, afinal, queria passar uma boa impressão. Suspirou e então, virou o seu rosto, fechando os olhos logo em seguida. Os flashes eram disparados rapidamente, fazendo com que a morena bufasse de frustração. Cause uma boa impressão, Dimka. Vamos!, pensou, e então, esforçou-se para que pudesse enxergar. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios logo em seguida, e então, sua visão estava se acostumando com a quantidade de fotos que eram tiradas. Respirou fundo e andou rapidamente até o trem-bala.

A porta acabou se fechando rapidamente. Cruzou os braços e mordeu os lábios para que não abrisse a boca não deixasse sua surpresa exposta. Rodou uma vez, observando o ambiente que estava em sua volta. De repente, um movimento brusco do veículo a fez acordar, tirando-a dos devaneios. A voz nojenta do capitalista fez a mesma virar o rosto e revirar os olhos. – Que piada engraçada. – Deixou o sarcasmo escapar, e então, caminhou para o local que fora indicado. Abriu a porta e ficou perplexa ao ver o seu aposento. – Uau. – Sussurrou e riu baixinho. Adentrou o recinto e trancou-se na suíte. Sabia que a viagem seria cansativa, então, aproveitaria.

A suíte era composta por uma enorme cama no centro, além de um guarda-roupa e outros objetos que não eram necessários. – Uau... Adorei. – Retirou suas vestes, ficando somente de sutiã e calcinha. Seus sapatos foram jogados para um lado qualquer, assim, pulou na cama e fechou os olhos. Finalmente estava descansada, sempre quisera uma cama enorme, contudo, o Distrito 7 não era banhado pelo luxo que invadia todos os cantos da Capital. Encarou o teto e sua mente foi penetrada por um monte de pensamentos e memórias. Sentia, lá no fundo, saudades dos seus pais e dos seus irmãos, mas odiava ao se lembrar de Lola, sua irmã mais velha. Quase morrera por causa da mesma, por isso tinha uma marca próxima ao umbigo. Era uma sobrevivente.

Depois de alguns minutos, levantou-se e caminhou até a outra porta, podendo ver o banheiro o enorme banheiro. Era um local luxuoso, imponente e incrível. Respirou fundo e ficou completamente nua. Estava um pouco cansada, o suor parara de escorrer pelo seu corpo, afinal, não estava mais debaixo do sol. Foi até a banheira e analisou-a, tentando encontrar alguma maneira de ligar. Sua capacidade lógica era meio baixa, afinal, jamais ficara muito tempo na escola. Analisou todos os botões e os testou, mas nada ocorreu. – O que tenho que fazer? – Resmungou e tentou encontrar outra maneira. Fechou os olhos e ficou processando, tentando encontrar alguma solução eficaz para o seu problema. Começou a girar qualquer extremidade. Quando tocou o pedaço metálico com forma esférica, acabou mexendo para o sentido horário e a água acabou saindo. – Isso! – Suspirou aliviada. Banheira é para o lado direito., anotou mentalmente como poderia tomar banho no seu “novo temporário lar”.

Assim que toda a água preencheu a banheira, acabou entrando e sentando-se, gemendo baixinho ao sentir o calor atravessar todo o seu corpo. Ficou relaxada rapidamente, fechando os olhos em seguida. Pegou um shampoo que estava próximo e acabou enxaguando seu cabelo. Depois, pegou um pequeno sabonete e deslizou pelo seu corpo – que ainda estava coberto pela água. Os minutos se passaram, e assim, levantou-se e enxugou-se. Demorou mais tempo para secar o seu cabelo, todavia, a missão foi bem sucedida. Voltou para o quarto novamente, e então, resolveu fuçar no guarda-roupa. Pegou uma camisa vermelha, jeans e um par de pantufas (algo bem infantil, mas estava cansada de usar sapatos desconfortáveis, afinal, passara 17 anos experimentando-os). Posteriormente, uma batida na porta a assustou. – Hora da refeição, minha querida. – A voz enjoativa do capitalista era alta. – Tá. – Respondeu de forma fria e saiu do seu quarto, passando sem olhar na face do rapaz que pertencia à Capital.

Ficou boquiaberta ao ver a quantidade de comida presente na mesa. – Ér... – Piscou algumas vezes e fez uma careta, aproximando-se e sentando lentamente. Não conseguia ver o “parceiro do Distrito 7”, nem a mentora e nem o capitalista entediante. Pelo menos, não os enxergava totalmente. A conversa surgiu rapidamente quando Katherine falou sobre a Arena. O capitalista, que se apresentou como Malavazzi, rapidamente falou sobre os treinamentos. – Por mim... Tanto faz. – Falou calmamente e olhou para o tributo masculino do seu distrito. O diálogo ocorria entre todos ali, com exceção de Dimka. Permanecia calada e perguntava-se: quando alcançaria a fama? Queria lutar, queria conquistar o poder e a chance de sentir-se superior ao outro. Comia várias coisas, todavia, não via qual alimento estava engolindo. Estava com fome e aproveitaria a chance de poder digerir tudo que estava bem na sua frente. Depois da refeição, voltou para o quarto e deitou-se, entrando num mundo banhado pelos sonhos.

Depois de horas e horas de descanso, a mentora bateu na porta de seu quarto. – Estamos chegando! – Levantou-se rapidamente, pronta para se arrumar. Seu cabelo estava bagunçado, por isso, não sabia o que fazer. Acabou vestindo uma camisa preta de manga larga, usou a mesma calça jeans e em seguida, calçou um par de saltos. Pegou um pente e utilizou-o para ajeitar sua cabeleira castanha. Por sorte, estava bela o suficiente para aparecer em público.

Foi para perto do capitalista e cruzou os braços. Escutou o que Malavazzi dissera, e assim, assentiu positivamente. – Pode deixar. Sei muito bem como são as pessoas daqui. – Outro golpe feito com o uso da ironia. – Falsidade é o poder. – Deu uma risada tranquila. A porta do trem-bala se abriu e um sorriso surgiu rapidamente no rosto de Dimka. Antes que pudesse dar um passo, escutou as palavras da mentora. – Esse é o melhor Inferno. – Comentou, respondendo-a. Deu de ombros e então, deu um passo para frente, pisando no chão da Capital. Saiu do trem-bala e respirou fundo, ganhando coragem para enfrentar tal situação. Tinha que causar boa impressão. Deu alguns “tchauzinhos” para a população que ali vivia. Mandava alguns beijinhos para outras pessoas. Não sabia se estava começando bem, contudo, achava que conseguiria chamar a atenção de alguns. – Que os Jogos comecem. – Caminhou até o carro. Levantou a cabeça e parou por alguns instantes, vendo as estruturas da região. A Elite tinha uma vida tão bela... A inveja a corroeu rapidamente.

Piscou algumas vezes, fingindo não se importar com as construções enormes e magníficas. – Vamos lá. – Foi até o automóvel, e assim, adentrou-o em breve. O moreno – tributo do Distrito 7 – entrou no carro em seguida. Afastou-se dele e encarou a janela, sorrindo ao ver as dezenas de flashes atingirem o veículo. – Isso vai ser divertido. – Riu de forma divertida, ficando totalmente alegre. Sentia-se feliz, totalmente completa e ansiosa.

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Mensagem por Alexei Tsar Brightthorn Sáb Nov 28, 2015 6:43 am

Despedida e Viagem 100
O nome da garota fora anunciado, e Alexei não pode evitar um leve sorriso surgindo em seu rosto. Não a conhecia e também não prestou atenção quando a viu surgir entre a fileira de garotas. Virou o pescoço a procura de Gigi, sua única amiga, e contentou-se ao vê-la aliviada por não ter sido escolhida. Franziu a sombrancelha, desde quando a escolha da tal Hayley é motivo de comemoração? Sentiu-se mal pela sua reação, mas reprimiu seu sentimento. É mais fácil lamentar a morte de alguém que nunca viu na vida. Não é como se ela fosse fazer falta. Seus olhos encontram o de Gigi, e ambos cumprimentam-se com gestos curtos e quase imperceptíveis. Coisa que apenas ambos entenderiam. Voltou sua atenção ao palco, onde agora o representante da Capital caminhava em direção ao envelope aveludado azul. Cerrou os punhos e encarou seus pés, irritando-se com o clima desnecessário de mistério que fazia-se sobre a escolha do tributo masculino. Seu estômago reclamava, empanturrado até a boca de comida pelo garoto em uma tentativa de reprimir a ansiedade. – Nãosoueunãosoueunãosoueunãosoueunãosoueu... – Sussurrava tão baixo que apenas ele escutava suas palavras, repetindo-as constantemente de maneira rápida. Voltou a encarar o palco, observando o Capitalista abrir o envelope aos poucos.

- Alexei Tsar Brightthorn! – De longe uma velha senhora gritava, uma garota chorava e um homem era cercado por pacificadores enquanto tentava aproximar-se da multidão de garotos. Alexei estava no mais puro silêncio, suas pernas bambas e sua mente inundada por um fluxo constante de pensamentos. O primeiro Distrito não era lá tão grande, mas ainda era um dos maiores de toda Panem. Havia uma considerável lista de garotos elegíveis para os Jogos, tornando Alexei apenas um entre um milhão. Como exatamente seu nome fora parar naquele envelope? Como teria sido escolhido em voto popular pela gigantesca Capital? Seus joelhos não aguentaram mais o peso de seu corpo, cedendo em busca de uma trégua. Seu corpo tremia e sua mente girava entre todos aqueles que o veriam morrer. – Eu vou morrer. – Olhava para o garoto ao eu lado, suplicando-lhe ajuda ou algum conforto. Tudo que encontrara foi um olhar pesado de desprezo, que o fez querer enfiar o rosto em algum buraco qualquer e ficar por lá pra sempre. Foi então que lembrou-se da pressão depositada sobre os tributos de seu Distrito, e que certamente aquela colheita estava sendo transmitida pelos quatro cantos da Capital. Não queria ser visto caído no chão implorando por ajuda, não mancharia sua imagem assim. Não agora. Não nessas circunstâncias.

Ficou de pé pouco antes de ser cercado por pacificadores, que condenavam seu comportamento melodramático digno de grandes espetáculos teatrais. Encarou-se no telão da praça enquanto caminhava em direção do palco, desvencilhando-se dos pacificadores que aproximavam-se para empurra-lo para frente. Estufou o peito e fez sua melhor expressão desinteressada, ignorando os últimos segundos preenchidos pelo mais puro medo e pânico. Ignorou o Capitalista enquanto subia os degraus para o palco, seguindo direto para o lado da garota tributo. Do palco pode ter um vislumbre de sua avó, Crysanthe, apoiada em uma árvore rodeada por algumas pessoas. Evitou olha-la por muito tempo, mas de longe conseguia ouvir claramente a velha senhora chorando e implorando para não levarem seu único neto. Procurou por Gigi na multidão, subitamente desejando que fosse ela ao seu lado e não a tal da Hayley. Seus olhos mais uma vez cruzaram-se, e Gigi mandou-lhe seu melhor sorriso. Retribuiu o gesto, em um ato repentino que o acalmara quase que instantaneamente. Não pensava em muita coisa, seus olhos vasculhavam todos os cantos possíveis tentando absorver a sua nova situação. Pode ver a expressão dos garotos aliviados por não terem sido chamados, alguns irritados por ser Alexei ali em cima do palco e não eles, e a última parte claramente desinteressada por Alexei e encarando a curvilínea Hayley. Não pensava em muita coisa, apenas ocupava-se em dar uma última olhada em cada direção possível. Logo seria arrancado de seu Distrito, arrancado de sua família e de tudo que conhece, sem ter grandes certezas de que não voltaria em um caixão.

A frase sobre sorte, que aparentemente impera em todos os discursos vindos da Capital, era dita no microfone pelo Capitalista com seu sotaque carregado. Sua visão estava turva, seu estômago incomodava a cada segundo que permanecia em pé. Sentira o que iria acontecer poucos segundos antes de ocorrer de fato. Ajoelhou-se virando de costas para o Distrito, de costas para as câmeras e para Panem. Ali vomitou todo o seu café da manhã, de uma vez. Sabia que seu corpo estava prestes a entrar em colapso, devido ao nível de emoções duramente reprimidas. Amaldiçoou o momento em que comera no café da manhã, arrependendo-se das tortas de maçã a mais. Quando finalmente parou de vomitar, notara que todos ainda estavam em seus lugares. Ninguém se movera um centímetro para ajuda-lo. Tinha tentado passar confiança e ser forte, tentado não manchar seu nome e parecer indiferente a situação. Fracassara feio, já que o vômito viera a estregar o pouco de confiança que havia construído em si naqueles últimos instantes. Gloom, a mentora, era a única próxima. Ouvia a mulher questionando se estava bem, mas seus esforços para responder-lhe eram em vão. A cada movimento, vinha mais ânsia. Balançou a cabeça freneticamente tentando alerta-la de que estava bem sim, levantando-se diante da sujeira que havia feito. Pacificadores o cercavam, mas não haviam aproximado-se. Alguns nem mantinham contato visual. Fora bruscamente empurrado para dentro do prédio atrás de si, sendo forçado a caminhar entre as poças de vômito enquanto relutava para ter sua última visão do lugar onde nascera e vivera.

[...]

Alexei encontrava-se agora sentado em uma sala dentro do edifício da justiça, batendo os dedos na borda de uma mesa de mármore. Encarava a porta fechada a sua frente enquanto escolhia delicadamente as palavras que diria a sua avó, única pessoa que esperava naquele instante. Surpreendeu-se ao ver Gloom entrando na sala, séria e rígida enquanto encarava Alexei dos pés a cabeça. – Amigos e familiares estão sendo conduzidos pra cá para as despedidas, aproveite... Acaba mais rápido do que você imagina. – Reconheceu uma falha no tom de voz da mulher, como se ela estivesse recordando-se de algo. Deveria estar, já que há poucos anos era Gloom em seu lugar esperando para dizer adeus. Observou-a partir sem proferir uma palavra. Não precisava de seu aviso, já sabia o que estava prestes a acontecer já que assistira a alguns dos jogos anteriores. – O que vou dizer? – Murmurou fitando seu reflexo em um jarro exageradamente lustrado de prata. Não queria preocupar a velha Crysanthe, mas ao mesmo tempo precisava desesperadamente do apoio da pessoa que mais amava em sua vida. Ouviu um rangido vindo da porta e preparou-se mentalmente para o que viria a seguir.

- Cadê minha avó? – Pegou-se questionando preocupado, encarando uma Gigi angustiada e trêmula. Abraçaram-se em silêncio, e Alexei depositou naquele gesto todos os seus medos e inseguranças. – Você tem que vencer. – A voz da garota parecia embriagada, mas acreditou ser culpa das lágrimas constantes que insistiam em escorrer pela garganta e secar-lhe o olho. – Eu vou, tenho um plano. – A verdade é que não havia plano algum. Procurou normalizar a situação enquanto ainda apertava-se entre o ombro e o pescoço da garota. Poderia morar ali, na pele macia e sedosa da garota loira que conquistara sua amizade. Queria escapar e viver com ela. Queria voltar às saídas que os dois davam na floresta apenas pra jogar conversa fora. Queria viver. E sua vontade de viver superava cada anseio e cada medo que lhe afligiam. – É bom ter mesmo. – Gigi parecia determinada a não chorar, mas Alexei pode ver seus olhos brilhando mais do que o normal. – Quero que cuide de minha avó. Cuide para que meu pai não corra atrás dela, e sei lá, fica de olho nas coisas por mim. Por favor. – Sua súplica era verdadeira, não queria Crysanthe sofrendo enquanto estivesse longe. Não queria sua ausência ser motivo de reencontro entre mãe e filho. Um clique na porta despertou os dois de um segundo abraço, onde Gigi prometia que cuidaria da velha avó na ausência do garoto. Foi afastado dela por um pacificador, que levou-a consigo de volta para o Distrito.

Crysanthe entrara logo em seguida, carregando consigo um colar preso entre as mãos. Não disseram nada, apenas abraçaram-se enquanto sua avó prendia a pedra em seu pescoço. – É uma Obsidiana Negra. É muito eficaz quando usada como amuleto de proteção. Quando se sentir desconcentrado ou dispersivo, segure esta pedra nas mãos para concentração, foco e ancoramento. Olhe para a pedra sempre que estiver com dúvidas ou sentir-se angustiado. Olhe para a pedra cada vez que sentir saudades, e em seguida olhe para o céu e saiba que estarei olhando para ele também. Acredito no teu potencial meu garoto, confio em ti e nas tuas habilidades. Mostre-as. Deixe sua marca. Faça todos lembrarem teu nome. Você é mais do que capaz... – Engoliu a seco o discurso que havia preparado para a avó, não precisava falar nada. Permaneceram abraçados, em silêncio, depositando naquele ato a esperança de uma vitória. Alexei segurava-se para não chorar. Mas não faria, não na frente da sua avó.

Pacificadores aparecerem para leva-la mais rápido do que ele esperava. Separaram-se contra suas vontades, o garoto pode ver as lágrimas escorrendo no rosto enrugado de sua avó. Sorriu, querendo que a última imagem que ela tivesse dele fosse algo próximo do confiante e forte que todos esperavam de um tributo do primeiro Distrito. Vendo-se outra vez sozinho resolveu sentar-se. Não aguardava seu pai aparecer, embora pudesse jurar que o ouvira momentos depois de seu nome ter sido chamado.

[...]

Encarava o cordão de capitalistas repugnando o momento que teria que descer do carro e atravessar por eles. Encarava o trem prateado que lhe aguardava parado na estação, e mesmo o pacificador tendo parado o carro a cerca de uma quadra de distância pode jurar que conseguira ver seu reflexo na lataria lustrada do trem. Pegou-se encarando Gloom, a mentora de seu Distrito que havia sentado ao seu lado, procurando instrução ou até mesmo alguma ajuda. As luzem e os flashes cegavam Alexei, desorientando seus sentidos na medida em que saía do carro. Procurou por Hayley, que parecia bem mais confiante, enquanto várias câmeras apontavam para o grupo de quatro pessoas que seguia para o trem. O representante ia na frente, extasiado com a atenção que recebia as custas dos garotos tributos. Gloom havia resmungado uma palavra ou duas, das quais o garoto não prestara atenção, e logo seguira atrás do capitalista representante.  Alexei não ficara de cabeça baixa por um momento sequer, até mesmo acenara para uma foto ou duas e seguiu seu caminho sorrindo, porém no mais puro silêncio. Não queria pousar para fotos, ou dar alguma entrevista, por isso ignorou os pedidos insistentes de uma exclusiva com o garoto. Aproximava-se do trem o mais rápido que podia, ocasionalmente parando para algumas fotos. Quando finalmente adentrara o veículo, suas narinas foram imediatamente invadidas por um forte cheiro de lavanda e produto de limpeza. Seguiu direto para um banco próximo a janela, onde permanecera sorrindo e acenando para fotos esporádicas. Sua companheira tributo entrara pouco depois, mas não prestou atenção na garota. De fato nem sequer havia olhado para ela direito. Sentou-se em uma poltrona aveludada, muito mais confortável do que o melhor dos móveis em seu Distrito. Tinha tanta informação para absorver que sentia sua mente girar, mas imaginou ser culpa do trem começando a andar. Recusara-se a permanecer próximo a janela. Não queria ter uma última imagem de seu distrito. Não queria vê-lo se afastando aos poucos. Tinha cada detalhe daquele lugar muito bem gravado nas lembranças de seus dezesseis anos de existência, e aquelas memórias levaria consigo para onde fosse.

- A viagem vai ser rápida, somos um dos distritos mais próximos a Capital. Pode ir sumindo com nesse seu olhar vazio, Alexei. Essa sua cara de quem acabou de acordar não vai atrair a atenção de ninguém. - Encarava Gloom com certo desprezo enquanto recebia a bronca em silêncio. O tal olhar vazio soava como um elogio para ele, sinal que conseguia e muito bem disfarçar o turbilhão de sentimentos que preenchiam seu peito e sua mente. Vasculhou o local levemente curioso, mas seu olhar acabara atraído pela criatura colorida que começava a grunhir. Seu sotaque da Capital soava como a mistura do som agudo de um carro freando e a brisa gélida batendo entre as árvores da floresta. O capitalista estava em algum lugar entre o masculino e o feminino, mas pouco importava para Alexei o gênero de seu representante. Fora orientado pelo tal para seguir até seu quarto, o que fez sem pestanejar. Precisava de um tempo sozinho. Seguiu para o cômodo e fechou a porta atrás de si, respirando aliviado por ter um tempo só seu. Encarou-se em um dos diversos espelhos do quarto, mas a pessoa que ali estava refletida parecia anos mais velha. Seus olhos estavam inchados, devido ao vômito da manhã, e sua boca ressecada. A ponta do seu nariz estava vermelha junto de boa parte de suas bochechas. Parecia doente e velho. Tirou a roupa, revirando entre o armário do quarto até achar algo de seu agrado. Acabara com uma blusa jeans de manga cumprida e gola alta, dobrada. Escolhera uma calça jeans preta, e pra combinar com seu colar igualmente preto acabou selecionando alguns anéis e uma pulseira para colocar. Enfiou-se na cama, sem ligar para a roupa que ficaria amassada. Sua mente ainda processava o momento em que fora chamado. O momento de pânico e medo. Era muita informação para um dia só.

Acordou com batidas apressadas em sua porta, e reconheceu a voz de sua mentora dizendo irritada que o almoço estava na mesa. Sentou-se ao lado de Hayley e permaneceu quieto, encarando seu prato largo e fundo. Estava com fome, mas devido ao ocorrido da manhã tinha medo de exagerar outra vez e acabar vomitando assim que saísse do trem. Gloom explicava sobre o treinamento individual dos tributos, e pela primeira vez Alexei encarou-a diretamente. Seu olhar vagava entre a mentora e a sua companheira tributo, absorvendo o máximo de informações. – Quero ser inicialmente treinado sozinho. Não me leve a mal, mas prefiro assim pelo menos por agora. Não te conheço e você não me conhece, e prefiro deixar desse jeito por enquanto. – Falava pela primeira vez desde que entrara no carro negro com Gloom, Hayley e o representante. Sua voz estava baixa e áspera, um tanto quanto cansada. Carregava em seu tom certo desprezo pela mentora e pela companheira tributo, mas ao avaliar a expressão do Capitalista após o que disse resolvera abrir uma brexa. – Se você achar necessário, Gloom, por mim beleza. Mas agora to bem sozinho. – Encarava Hayley sem expressar nada, apenas analisado-a. A garota aprecia do tipo que mataria na primeira oportunidade se estivesse em uma aliança.

Comeu pouco, mas suas opções foram extensas. O representante constantemente procurava quebrar o clima pesado entre tributos e mentores e por isso falava sem parar, mas Alexei estava completamente concentrado em não vomitar. Quando fora novamente dispensado para seu quarto, seguiu para a cama. Enrolou-se o máximo possível e afundou a cabeça entre os travesseiros, enquanto segurava a pedra do colar que sua vó lhe dera. Olhe para a pedra cada vez que sentir saudades... Adormeceu pensando em sua vó, e no cheiro de torta que sua casa sempre tinha todos os domingos de manhã.

Dormiu cerca de meia hora á que de fato era uma viagem curta. Ao acordar, novamente com batidas apressadas de Gloom em sua porta, pode ver o céu começando a escurecer do lado de fora. Perguntou-se se seriam os primeiros na estação de trem da Capital. Estava curioso quanto ao tempo de viagem que o pessoal do onze e doze levaria. Fez o possível para desamassar sua roupa, deixando-a ao menos apresentável. Juntou-se a equipe, ouvindo as instruções do representante Capitalista. O desfile. Tinha medo. Já vira muitas roupas desconfortáveis ou até mesmo nudismo durante o tal desfile. Com o solavanco do trem Alexei pendeu para frente, sendo obrigado a apoiar-se no ombro de Gloom para não cair. Podia ouvir o som distante de flashes e pessoas conversando. Havia luzes. Cores. E fora tudo o que conseguira registrar. Sua mentora rosna algumas palavras, mas Alexei ignora. Quando o vagão abriu as portas, soltou seu melhor sorriso torto e seguiu em frente, ao lado de Hayley. – Inferno... Que seja então.
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Mensagem por Alex Vause Sáb Nov 28, 2015 7:13 am

Despedida e Viagem 100


Capital
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“Fuck feelings. Be a bitch.”



Estava estática naquela respiração. Naquele batimento. Minha mente límpida de pensamentos, e ao mesmo tempo, enuviada ante tantas indagações que inundavam minha consciência naquele breve momento de transe. A escória da Capital havia envolvido-me em seus desportos por algum motivo desconhecido. Embora meu semblante fosse corrompido por um sorriso fino que estendera-se em meus lábios isentos de qualquer tipo de cor, estava no êxtase de um orgasmo involuntário. A chance que por tanto tempo eu ansiava, finalmente havia mostrado-se perto para que eu pudesse alcançar. Um sonho que ao mesmo tempo era tão distante, neste momento tornava-se tão próximo que poderia ser palpável. E de fato, era. A mão macia da representante da Capital, bem guarnecida sob a fina luva branca em sua pele, puxava-me para o centro do pódio quando eu subia os degraus das laterais. O mentor jovem do meu distrito lançava-me um sorriso reconfortante, o qual eu não tive tempo de retribuir. Diante daquela multidão de miseráveis desnutridos, seus olhares sem vida lançados sobre mim davam-me depressão. Engoli em seco e decidi mirar o horizonte sobre aquele mar de cabeças, cortado pelo ápice de duas montanhas da floresta.  O outrem tributo fora escolhido, e então, fomos escoltados para a Prefeitura, onde teríamos um breve tempo de despedida dos tributos.

Reclusa em uma sala da prefeitura, em nada se compara com o âmbito externo, como se não fizesse parte do distrito. Além de um sofá luxuoso e quadros pintados nas paredes brancas, havia apenas uma janela que transmitia claridade para dentro do local. Neste momento, amigos e parentes deveriam surgir daquela porta. Lágrimas deveriam ser derramadas e promessas que jamais seriam cumpridas deveriam ser feitas sob a esperança de um impossível reencontro. As famílias deixadas para trás ''adoravam'' se apenas nessas esperanças inverossímil. Mas, com Alex, fora o contrário. Indo ao encontro da janela, mirou o lado de fora com um olhar vago, o peito pesando em seus anseios. A compreensão daquela situação fazia seu sangue queimar de tanto nervosismo. Seus dedos ágeis deslizavam no parapeito da janela. Mags certamente não viria. Seria melhor assim. Ela fora uma personalidade importante em dias difíceis, nada mais que isso poderia ser aceito, visto a realidade atual dos distriais. Conseguinte, um tremor fez-a saltar ao tempo que a porta explodira, introduzindo a imagem de um Pacificador. Enfim, seria levada dali. Do seu distrito. Escoltada até um carro, fora empurrada para o banco de couro. Jamais estivera em um carro antes. Era maravilhosamente refrescante com o ar ligado. O motor arrancou do distrito, e parou somente ao se tornar paralelo com a Estação de Trem. O silêncio, então, predominou o ambiente. Ninguém ousava puxar conversa, todos distraídos com suas próprias aflições e anseios, com os olhares perdidos além da janela. O carro escuro para, repentinamente. Ambos saem para receber os flashes das câmeras da Capital, embora o nosso jovem mentor tenha dado-nos uma breve instrução sobre parecer satisfeito ante as câmeras televisivas.  Deixo o carro, e logo sou cegada pelos flashes. Meu primeiro instinto é colocar as mãos nos olhos, interceptando os clarões provenientes dos muitos cliques. No entanto, coloco em meus lábios o meu melhor sorriso, e passo entre os jornalistas da Capital, beirando as portas do trem. Enfim, elas se fecham. Metaforicamente, minha vida de distrital acaba com o encerramento daquela fase. Minha vida inteira correndo descalça naquelas vielas imundas chegaram ao fim. A partir daquele instante, eu viveria a vida de um Tributo, e conseguinte, de uma Vitoriosa ou então uma vítima dos jogos. Seja o que fosse, nunca mais seria distrital. 

A luxuria do trem-bala era algo inimaginável. A limitada imaginação de alguém que nasce em um distrito miserável jamais poderia beirar a realidade do interior daquele trem. Cada detalhe nitidamente bem ornamentado, a decoração extravagante e atípica... tudo era inimaginável. Em seguida, rapidamente somos instruídos a isolarmos em nossos quartos, individuais. Quartos? Desde muito tempo, um colchão que havia adquirido era o mais próximo de um quarto que já tivera. Sem pensar em detalhes maiores, simplesmente faço o que me foi pedido, não me preocupando em pensar o bastante naquele momento. Pensar era algo que eu somente conseguia fazer reclusa comigo mesma. Entro em meu quarto, uma palavra estranha para mim. As paredes eram decoradas e estufadas. A cama macia possuía um colchão tão flácido que me perguntava do que era feito. Então, completamente sozinha, sorri o máximo que pude, e me atirei naquela cama em que jamais havia sonhado possuir. Meu corpo se ajustava perfeitamente. Era uma sensação singular e mais vivenciada por mim mesma. Meu principal objetivo estava definido nas entranhas de minha mente, mas porque não aproveitar as oportunidades? O trabalho árduo do distrito 10 era algo que jamais poderia ser recompensado. Era trabalho escravo

Após uma longa soneca, algo que realmente pude fazer, o jantar é anunciado. Ninguém tinha muito o que falar, todos queriam saciar a fome, mas antes disso, o silêncio dava-se pelo receio de todos em puxar qualquer tipo de assunto. Alguns comentários sobre a comida serviam para quebrar o silêncio, mas cada um possuía muros ao seu redor durante aquele jantar. O gosto da comida amaciava meu paladar tão limitado. Após jantarmos, somos enviados diretamente para as camas. Abafo-me com os cobertores que retinham certo frescos, e minha mente rapidamente é golpeada para longe, fazendo-me dormir um sono tranquilo sem sonhos. Talvez, minha mente cedera rapidamente pela tensão do dia, ou pela escuridão que aquele quarto oferecia, aliado à maciez da cama, que fazia-me render-me a minha consciência que gradativamente sedia ao cansaço.

Acordo-me cedo naquele dia. Meu primeiro pensamento é de como chegara ali: Colheita. O café da manhã fora acompanhado por uma série de instruções do nosso mentor em como deveríamos nos comportar diante das câmeras, e o que viria a seguir. Visto-me à medida que o trem-bala aproxima-se da Capital, movendo-se sob os túneis escuros, mas que logo seria  confrontado com sua beleza exuberante.  Tão grande que nem mesmo pode-se ver seu limite, as pessoas caminham de um lado para o outro nas ruas luxuosas da cidade, sob os arranha-céus e prédios de luxo. O trem para em um solavanco, e então as portas se abrem em sentidos opostos. As câmeras tornam-me novamente cega. Posteriormente, sorrio e desfilo para o povo, pois eu estava na... Capital


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Mensagem por Gwen V. M. Price Sáb Nov 28, 2015 4:46 pm

Despedida e Viagem 100
THERE'S NO TIME FOR GOODBYES

— O tributo feminino do distrito oito é nossa amada Gwen! — Ele sorriu, mostrando aos telões o papel que segurava — Gwen Violet Mhyr Price.

Gwen estava confusa em meio a multidão. Seus olhos começavam a ficar marejados, embaçando sua visão do representante da Capital. Ela dera seu primeiro passo largo em direção ao palco, recebendo olhares de todos os outros jovens que estavam por perto, alguns com pena e outros com indiferença — até mesmo vira alguns sorrisos aliviados. O homem de cabelos azuis continuava a falar, mas o nervosismo parecia impedir que a jovem prestasse atenção no que lhe era dito. Ela deixara uma lágrima escapar, mas limpou-a do rosto assim que subira as escadas, cercada pelos bestantes vestidos de branco. Todos a encaravam. Ela tentava manter-se firme, mas o peso em seus ombros parecia obrigá-la a desabar. Seu olhar procurava seus pais na multidão, sentindo ódio de ambos. Ela não duvidava que eles estariam com um sorriso no rosto e, se duvidasse, até mesmo aplaudindo. Gwen recebera um abraço do Capitalista, mas manteve seus braços eretos ao lado do corpo. Levou pouco tempo para que mudassem o foco da atenção, jogando a loira para trás e se preparando para revelar quem seria o seu companheiro de distrito nos tão terríveis Jogos Vorazes.

Krayt Yaxley Ji-Cormick era seu nome.  Alguns anos mais novo que Gwen, o garoto tinha os cabelos tingidos em um loiro quase branco e pouca altura. Não demorou para que eles estivessem lado a lado no palco, sendo filmados e aparecendo nos grandes telões. A garota se forçou a não trocar olhares com seu parceiro e nem com qualquer outra pessoa. Não podia mostrar que o medo tomava conta de seu corpo e de sua alma, precisava parecer forte.

Não há mais nada que possa fazer para se salvar. Lute. Ganhe. Conquiste.

Ela focou na última parte de seus pensamentos. Precisava conquistar os moradores da Capital para conquistar patrocinadores e isto só funcionaria se os divertisse e demonstrasse força. Se quisesse alguma chance de ganhar contra os carreiristas e outros distritos precisava de todo apoio possível, mesmo que isto não fosse agradá-la.

Pouco antes de passar pela porta da prefeitura ela se virou, abrindo um sorriso largo e o mais sincero que conseguiu. Acenou para as câmeras, tirando os fios loiros que caíam sobre os olhos, deixando sua face a mostra antes de ter as portas fechadas em sua frente, interrompendo a comunicação com as câmeras. As lágrimas não pararam de cair em sua pele pálida desde então, a respiração sempre interrompida por contínuos soluços.

— Recomponha-se. — Esta fora a primeira palavra recebida por Phlox, o pai da garota. Sem nenhuma demonstração de tristeza ou qualquer sentimento negativo, um abraço forçado fora trocado. — Eu estou tão orgulhoso! Nossos rostos aparecerão para a Capital, nossa filha se tornará uma grande vencedora...

— Não perca. — Interrompeu Liatris, com os braços cruzados e um semblante sério. — Se você morrer de uma forma estúpida, saiba que nunca será perdoada por sua família. Você irá nos humilhar e trazer ainda mais desprezo. Irá manchar nosso nome, tornará toda a nossa história uma piada. É o seu dever ganhar e trazer glória para nosso distrito.

Antes que Gwen pudesse responder, pacificadores entraram na sala e carregaram-na para longe de seus pais. Chegara a hora de ir para a Capital e, a cada segundo que passava, mais próxima estava a hora de ir para a tão temida arena. Eles a juntaram com o prefeito e com o resto de sua "equipe", conduzindo-os até um dos mais modernos carros que a jovem já havia visto em toda a sua vida. Inclusive, mais espaçoso do que parecia pelo lado de fora.

No caminho até a estação de trem a voz de Gwen não fora ouvida por ninguém. Era possível sentir a tensão no corpo da garota, tanto por sua respiração pesada quanto pelas lágrimas que pareciam tentar se conter dentro de seus olhos. Evitando contato visual com qualquer um, ela observava a paisagem sem interesse algum até ser interrompida por flashes.

Fama? — Ela disse sem emoção ao sair do carro, respondendo a seu mentor. — Eu preferia continuar desconhecida pelo resto da minha vida.

Assim que as câmeras começaram a fotografá-la, a garota forçou-se a engolir o choro novamente, acenando e sorrindo. Em seu caminho ao trem-bala, a garota obrigava-se a olhar para as câmeras mais vezes do que o necessário, criando posições em seu corpo que chamariam a atenção. Esperava que isso funcionasse e compensasse o mico que estava passando.

O interior do trem era incrível. Todos os móveis eram grandes e confortáveis, alguns com tanta tecnologia que a garota acreditara que nunca entenderia. Uma grande mesa estava sendo preparada para uma refeição, com o número certo de cadeiras para a quantidade de pessoas em que estavam. Seguindo o corredor, como fora indicado pelo homem de cabelos azuis, logo encontrara o quarto, onde passara todo seu tempo disponível antes da janta.

Ela arrancara o vestido florido na primeira oportunidade, entrando embaixo da água corrente do chuveiro. Tentara relaxar os ombros, molhando os cabelos loiros e sentindo-os grudar nas suas costas magras. Com os olhos fechados, fazia pequenas caretas de dor ao passar o sabonete por suas costelas, lotadas de hematomas. Podia jurar que haviam fraturas ali, mesmo que os médicos negassem. Ela era magra o suficiente para que seus ossos fossem vistos através da pele, bem marcados contra a cor clara. Ela era fraca, pequena e imprestável. Gwen vestiu uma das roupas disponibilizadas no trem. Uma calça justa, preta, e uma camisa tão larga que parecia ser masculina. Ela se manteu descalça, sentindo o carpete macio sobre a sola enquanto caminhava em direção a sala. Todos estavam sentados, menos ela. Sentou na ponta, enchendo seu prato sem dizer uma palavra sequer.

Doces, muitos doces. Por deus, estou faminta, já fazem quase três dias...

Eu quero treinar sozinha. — Ela comentou com a boca cheia, encarando Krayt com desprezo. — E eu tenho algumas exigências. Eu não vou usar nada que mostre demais meu corpo. Sem cortar meu cabelo, sem pintar com essas cores ridículas.

— Sinto-me ofendido! — Disse o representante da Capital, colocando a mão delicadamente sobre o peito. — Relaxe, darling, você ficará linda.

Ela encheu a boca com uma massa cremosa, saboreando-a com pressa. Enquanto se levantava, juntava todos os tipos de comida que conseguia no prato e em seus braços, se preparando para levá-los para o quarto, onde comeria em paz e sozinha. Não gostava de estar na presença de pessoas que contribuíam para estes jogos e nem na companhia de Krayt, que estava tão tranquilo com toda esta horrível situação.

— Nós ainda temos que discutir estratégias. — Disse o mentor, segurando a camisa dela. — Precisamos conversar sobre alianças, sobre nossas expectativas da arena...

 Eu tenho minhas próprias estratégias. Sozinha. Eu não preciso da ajuda de vocês e nem de nenhuma opinião — Sorriu, soltando-se e andando novamente em direção ao corredor com o semblante sério, um tanto raivoso. — Me acordem quando estivermos chegando na Capital.

. . .

O solavanco do trem parando quase a derrubou para fora da cama. Ela coçou os olhos, seguido por uma longa espreguiçada. Correu para o banheiro, lavando o rosto e tirando as roupas. Andou pelo quarto e vestiu-se com outra roupa fornecida pela capital, um vestido preto e justo, sem detalhe algum. Bocejou e abriu a porta, dando de cara com seu mentor.

Eu pedi para me acordar antes. Idiota.

Ela passou reto, indo em direção a uma das janelas e acenando para as pessoas da Capital. Gritos eram ouvidos, flashes eram disparados em direção ao seu rosto sem maquiagem e com olheiras. Gwen acenava, mandava beijos e brincava com as crianças próximas.

— Aleluia alguém inteligente. — O mentor, o qual a garota não teve o trabalho de descobrir o nome, disse ao parar atrás dela. — Tudo o que você tem de grossa tem de falsa.

Quando as portas se abriram, Violet fez questão de encarar todos os moradores da Capital. Havia gente de todos os tipos e cores, literalmente. Um grupo de pessoas que fizeram tantas plásticas e pintaram suas peles e cabelos de tantos jeitos que não pareciam mais humanos. Ela esticava a mão, cumprimentando alguns e sorrindo para outros. Ela se autopromovia, tentando conquistar o maior número de fãs possíveis.  

Idiotas. Ainda vai chegar o dia em que serão vocês dentro da Arena e eu assistindo.

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Mensagem por Aaron S. Aldebaran Sáb Nov 28, 2015 5:42 pm

Despedida e Viagem 100
Let's go
Let me roam your body, freely, no inhibition, no fear...
Quando o nome da representante feminina foi anunciado, Aaron apenas revirou os olhos e esfregou as mãos, finalmente a colheita estava chegando ao fim e com sorte depois de tudo aquilo, ele iria para praia curtir o resto do feriado. Enfim, depois de muita demora (a escolhida demorou muito para assimilar tudo àquilo e parecia demasiadamente fraca), o capitalista apanhou o envelope com a fita azul, que rapidamente desapareceu no ar, restando apenas um papel com o nome do tributo escolhido. Aldebaran juntou as palmas das mãos e prendeu a respiração, será que dessa vez era ele? A resposta veio alguns segundo depois.

— Aaron Smith Aldebaran. — balbuciou o representante da Capital pondo fim a toda aquela angustia.

“Merda...” pensou o garoto em silencio, é, aquilo não era um pesadelo, ele realmente havia sido selecionado para participar dos Jogos Vorazes. O Distrito 4 era carreirista, logo seus representantes não faziam feio no torneio, portanto Aaron não podia demonstrar fraqueza, pelo menos não na frente de tantas pessoas. Ainda que trêmulo, caminhou no meio da multidão a passos firmes, com um sorriso confiante estampado no rosto. Subiu no palco ainda em choque e postou-se ao lado do capitalista, agora não havia mais volta.

— O Distrito 4 apresenta-lhes os seus Tributos. — murmurou o único que de fato parecia feliz ali.

Do palco, Aldebaran pôde fitou a praia ao longe, pelo visto a diversão ficaria para a próxima. Ele e Makenna foram conduzidos para dentro da Prefeitura, ainda escoltados por alguns pacificadores e finalmente largados numa sala. Depois de alguns segundos a mãe do garoto chegou solitária. — Oi querido, seu pai não quis vir, você sabe como ele é... Impulsivo. Bem, de qualquer forma nós estamos muito orgulhosos, eu particularmente sei que você vai ganhar. — indagou a mãe confiante enquanto deslizava uma das mãos pela face do menino. — E como pode ter tanta certeza disso? — questionou Aaron arqueando levemente uma das sobrancelhas. — Alguns até me chamam de louca por causa disso, mas quando você nasceu eu tive uma visão, uma visão sua com uma coroa de louros na cabeça correndo na minha direção. E como só vencedores ganham coroas... Bem, você já sabe. — respondeu a mulher aliviada. Depois de ouvir aquilo, Aldebaran sentiu uma maré imensa de confiança atingir o seu eu interior. — Obrigado... Por tudo. — agradeceu o garoto caindo nos braços da mãe, que aquela altura já estava aos prantos. Depois de vivenciar aquela cena, decidiu de uma vez por todas que sairia vencedor dos Jogos, custe o que custar.

Alguns minutos depois Aaron já estava dentro do carro junto com sua “parceira” Makenna, a qual ele mesmo definiu como “gostosinha, porém fraca”.  Durante o trajeto até a estação, Aldebaran ficou analisando o seu mentor, Hunter. Segundo as más línguas, ele esquartejara um dos tributos sem dó e nem piedade, devido à morte de sua namorada, Alyssa, mas agora ele parecia demasiadamente gentil para quem vivenciou uma experiência dessa. Ah, por falar no mentor, ele só se pronunciou quando os dois tributos chegaram à estação, murmurou alguma coisa sobre aproveitar a fama e causar uma boa impressão, nada de novo.

Finalmente Aaron pôde sair do carro e num ato amigável, estendeu a mão para que Makenna o acompanhasse. Juntos eles foram caminhando até o trem, o garoto acenava e sorria para os paparazzi, realmente estava aproveitando. Já dentro do vagão, ambos ficaram impressionados com a quantidade de objetos que ali havia roupas, bebidas, comidas de todo tipo e outras coisas exóticas. Porém, Aldebaran deixou a parte da animação para Makenna e apenas bufou impaciente, sentando-se numa poltrona qualquer; de onde ficou observando seu distrito ficar para trás enquanto o trem se movia numa velocidade absurda. — Até logo. — murmurou.

Abriu seu típico sorriso travesso quando o capitalista explicou o porquê dos quartos serem separados. “Se eu quisesse mesmo um tributo extra, já o teria feito.” pensou soltando uma leve risada. Sentiu o esbarrão da garota no seu ombro e realmente ficou irritado com aquilo, mas guardou a vingança para depois. Aaron caminhou até o quarto que lhe fora concebido e ficou lá dentro, apreciando um bom whisky escocês enquanto bolava alguma estratégia para por em prática quando estivesse na arena.  Depois de algumas horas, já com a estratégia definida, foi acordar Makenna, que roncava como um porco feliz.  — Ei, Bela Adormecida, tá na hora de acordar. — sussurrou cutucando o rosto da garota com o anelar. Quando ela abriu os olhos, Aldebaran aproveitou para dar um alerta. — Ah, e se você quiser permanecer viva até os Jogos, bem, é melhor não esbarrar mais em mim. — ameaçou deixando bem claro quem era o Alfa ali.

Seguiu para a mesa de jantar, servindo-se com um pouco de vinho tinto e uma série de comidas exóticas, que vinham diretamente da Capital. Já satisfeito, pôs-se a pensar nos seus amigos, o que eles estariam fazendo agora? “Aqueles vermes, provavelmente devem estar surfando sem mim” pensou abrindo um sorriso. Foi retirado dos seus devaneios profundos quando Hunter começou a falar à respeitos dos treinos. Makenna foi rápida e declarou que preferia treinos individuais, Aaron apenas deu de ombros abrindo um sorriso, se era assim que a garota queria, assim seria.

Depois da refeição deliciosa, foi para o seu quarto “treinar” seu melhor sorriso e sua expressão para quando chegassem a Capital; o que não tardou muito, já que apenas vinte minutos depois do jantar, Hunter foi até a cabine do garoto anunciar que já haviam chegado ao seu destino, o inferno, nas palavras dele. Num sobressalto, Aldebaran levantou-se da poltrona na qual estava sentado, finalmente estava na Capital. Penteou seus fios rebeldes para trás, formando um tradicional topete e abriu seu sorriso esbranquiçado, pronto para descer do trem.

Sentiu Makenna entrelaçar seus braços nos dele e desceu da locomotiva com a garota ao seu lado. Novamente acenou para os papparazzi e distribuiu beijos para a multidão que gritava enlouquecida. Dessa vez porém, decidiu tentar uma coisa diferente, cerrou um dos punhos e erguer o braço. — Eis aqui um vencedor. — gritou o mais alto que pôde, mergulhando dentro do carro logo em seguida. Já dentro do automóvel, focou a torre ao longe. — É capitalistas... Me aguardem. — sussurrou convicto.

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Mensagem por Hayley L. McKlaus Seg Nov 30, 2015 12:57 pm

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The Phoenix

And when there is no longer memories, man show colder and impetuous. And when there is no more love, the man will become soulless, spiritless. And when there is no feeling of loneliness, the heart will be full of strength and will bring you back from the darkness of the world and make it a true warrior could lift his sword and command armies thousand.



Sabe quando tudo ao seu redor se dissipa em poeira e você se vê diante de um enorme precipício dando apenas duas opções, ou se joga, ou permanece intacta olhando para aquele enorme breu abaixo de seus pés te chamando para fazer parte daquele esquecimento? Então, foi assim que me senti quando ouvi o meu nome ser proclamado das bocas daquele ser de sexo desconhecido. O mais engraçado foi quando no exato momento em que todos olharam para mim eu me senti mais forte, mais destemida, como se fosse necessário também sentir aquele impacto sobre mim para acordar e ver que nem sempre tudo na vida é como a gente quis.
Caminhava dentre as meninas que ficavam me encarando de forma aliviada por não terem sido uma delas, meu foco na verdade não eram eles, sim meus pais. O prefeito amaldiçoado, assim poderia ser rotulado aqueles que pegassem aquele cargo, primeiro fora a namoradinha do meu primo e depois eu, não me desesperei e nem muito menos esbocei expressão alguma, apenas continuei a seguir meu caminho subindo as escadas me colocando ao lado do ser de sexo desconhecido que representava a capital, não me apressei ao ouvir chamar pelo meu nome uma segunda vez, agora eu quem era a importante da vez, então que me esperasse e sorriso como eu teria que fingir para agradar os insanos sedentos por sangue.

Gloom, a cortadora de cabeças, mentora estava sobre o palco junto aos importantes fixando seus olhos azuis diretos aos meus castanhos claros, deixei que ela ficasse a tentar procurar algum tipo de emoção dentro deles, seria intrigante tentá-la ver desvendar o que se passava na dentro de minha cabeça naquele momento, até mesmo para a minha surpresa ser a selecionada dos jogos era uma honra e uma forma de libertação daquele inferno, era morrer ou ganhar, dois caminhos a seguir assim como eu tinha imaginado no início.
Lá estava eu, a filha do prefeito olhando para todos com o ar de superioridade vendo aqueles que escaparam da luta pela sobrevivência e isso pra mim era uma vitória, poderia ser minha última vez de olhar para cada um como um tributo ou voltaria a olhar para eles como uma nova mentora. Gloom se aproximou de mim ficando próxima demonstrando acolhimento para esperar então o segundo nome a vir ser proclamado, os pacificadores também vieram a se aproximar de nós e se puseram em posição e mais uma vez todo aquele repertório era feito, mas eu também estava curiosa em saber quem seria meu companheiro de combate, esperasse que fosse um gato para pelo menos ter uma noite de prazer antes do dia final de nossas vidas, ou não.

Alexei, então, foi ai que cruzei meus braços tentando caçar o dono daquele nome, uma mulher gritou, ouve um pequeno movimento com os pacificadores e lá estava o garoto caminhando para o jogo do azar. Seu corpo de estatura mediana, olhos demonstrando estar abalados, cabelos loiros cortados de forma irregular e sem beleza física era o meu companheiro, revirei os olhos e soltei um leve suspiro decepcionada, além de estar pra morrer, irei morrer sem pelo menos ter uma noite de prazer. O garoto parecia desnutrido e totalmente desengonçado, sem querer pensei alto dizendo:
- Só espero que passe da primeira fase. – senti um leve empurrão vindo de meu lado, olhei para a loira que me encarava séria e voltei a me focar no menino que subia os degraus batendo meus pés de leve no solo impaciente por querer que tudo aquilo acabasse logo para que pudesse sair daquele distrito.
Éramos apresentados mais uma vez para o primeiro distrito, aplausos? Não, obrigada, não gosto de ser ovacionada por ir pra morte, mas pelo menos poderiam fazer uma rebelião, uma baderna, sei lá... Um rebu? Por favor, seus miseráveis, eu espero que todos apareçam nos jogos para sentir na pele como é ser uma caça prestes a ser abatida. Que ironia caçadora, não acha? Abri um sorriso pensando comigo mesma e senti minha mão ser içada para a apresentação.
Sou conduzida agora para a sala de despedida, meus pais estariam lá e isso seria irritante. Ao chegar sou abraçada por minha mãe, sua voz melosa e cheia de dengo misturada às lágrimas me fazem ficar com ânsia de vômito, envolvo minhas mãos com sutileza em suas costas para que ela saísse de mim rapidamente, logo meu pai e agora sim pude sentir o que era a dor da despedida. Abracei-o de forma apertada e disse em som baixo:
- Eu te amo. – foi à única coisa que deu para fazer antes de ser puxada pelos pacificadores. Ele poderia ser o prefeito, mas não dava o direito de ter mais tempo comigo, não era mais assim.
Virei-me indo em direção à porta de saída, não olhei para trás, não quis dar expectativa de chances de retorno, segui adiante e convicta de querer sobreviver para mostrar orgulho pelo menos para meu pai, já que minha mãe tinha mais preocupação com sua beleza exterior.

Caminhava na frente junto com o tal Alexei, meu pai vinha atrás junto ao representante e a mentora, continuei sem olhar para trás até entrar no carro preto bem polido, sua lataria dava para ver claramente o reflexo de nossa imagem, abaixei a cabeça e me acomodei no estofado de couro ficando na parte da janela, vi a imagem de Dharos em minha mente sentindo na pele como ele se sentiu, ousei abrir novamente um sorriso incomodador para os que estavam tensos, pensamentos realmente são importantes nessas horas.
Não demoramos muito para chegar à estação que nos levaria até a capital, não aguentava mais ficar enfurnada naquele curto espaço com olhares mórbidos. As palavras do homem andrógino me fazia pela primeira vez olhar para o meu companheiro de combate e voltar a encará-lo como se não soubesse que teria de fazer a atriz para os flashes famintos.
Assenti com a cabeça e a porta se abriu, os burburinhos começaram, os estalos dos fortes flashes vinham como uma onda infinita me fazendo ficar mais confiante joguei meus cabelos vermelhos vivos e meu olhar para alguns dando uma piscada, um sorriso de confiança, acenei até com minha mão causando mais estalos. Olhei para trás procurando pelo meu companheiro de distrito e o vi meio perdido, peguei em sua mão e caminhamos em direção ao trem prateado, olhei para Alexei e sorri de canto. “Espero que você não estrague tudo, garoto” Pensei no mesmo instante.  

Antes de entrar totalmente no vagão, me virei mais uma vez e levantei minha mão em um punho fechado fazendo um sinal logo com o dedo passando pelo pescoço apontando para uma das câmeras. Como era de lei, fazer cena sempre chamava a atenção para os patrocinadores. Virei-me adentrando ao vagão deixando o menino de lado e passando adiante para a parte onde nos reuniríamos para nos conhecer melhor, pouco na verdade me importava, apenas queria que aquilo acabasse logo e que os jogos começassem. Tomara mesmo que a sorte estivesse ao meu favor.
Lá estávamos nós, Gloom parecia chamar a atenção do menino enquanto eu ficava observando-o me questionando se ele seria um bom lutador, como todos sabem os carreiristas sempre é os melhores lutadores em questão de persuasão.
- Já não atraiu desde quando seu nome foi pronunciado... – alfinetei enquanto balançava minhas pernas olhando para o tal com cara de morto antes mesmo de entrar na arena.
-... - respirei fundo ouvindo as palavras dos demais quanto a questão dos treinamentos, o outro logo se deu a posição de querer ficar sozinho, não me importei, seria até melhor para mim também.
- Estou de acordo, também prefiro treinar sozinha. - foi apenas o que disse antes de fechar de vez meus lábios até a chegada do local.

Por fim, ouvi as recomendações e mais algumas ladainhas, a antiga Hayley morreu assim que entrou naquele carro, agora sou outra, mais fria e cruel, algo mais da minha personalidade. Fomos levados até um corredor que dava em nossos quartos, aquele comentário babaca do andrógeno me fez o encarar de forma sedenta por sua cabeça e então me virei seguindo até a porta do meu recinto, entrei sem se quer olhar para trás e me trancafiei na área interna do cômodo até a hora que fosse para que saíssemos de lá.

O trem sessou seu andar, ouvi batidas na porta e assim que abri passei pelo representante que estava junto a Gloom, o menino ainda não havia saído, com certeza estava tremendo de medo e se por sorte já havia se matado para não passar mais vergonha em meio aos muitos telespectadores. Para meu azar, ele saia logo assim que incansavelmente bateram em sua porta. Mais algumas dicas, instruções com base ao desfile e entrevista e pronto, era chegado o momento em que todos esperavam, os primeiros tributos iriam aparecer em meio as câmeras famintas e os incansáveis moradores da capital. Alexei parou ao meu lado, o olhei uma última vez de canto e voltei a olhar para a porta que começava a se abrir, então disse:
- Que a sorte esteja ao meu favor, pirralho. - abri um sorriso e peguei em sua mão levantando-a mostrando talvez os futuros representantes vitoriosos do primeiro distrito... Corrigindo, a futura vitoriosa.


Talk to: Alexei e Gloom music: the phoenix post: 004


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Mensagem por Blanche Cirion Qua Dez 02, 2015 9:42 pm

Despedida e Viagem 100
belle inconnue
Os olhos azuis da mentora procuravam também a garota que teve o infortúnio de ser escolhida. A jovem avançou timidamente até ao palco, a sua aparência era como a da maior parte da população do distrito pele negra e olhos escuros, a loira franziu o rosto de surpresa ao reconhecer a filha do perfeito.
O representante do distrito rapidamente deixou a jovem de lado e continuou o que estava fazendo, após abrir o envelope chamou aquele que seria o tributo masculino do disrito onze. O moço avançou tal como Blanche tinha pele clara. A mentora sorriu tristemente para os tributos, como eles se pareciam com ela e Rong, embora os tons de pele estivessem invertidos, apenas um deles regressaria ou nenhum.

Assim que a colheita terminou o grupo se dirigiu para o interior do edifício da justiça, um pacificador avisa Blanche que as famílias dos tributos já estavam prontas para as despedidas e indicou as salas onde as pessoas estavam antes de ir embora.
-As vossas famílias esperam vocês- a loira sorriu- os pacificadores irão levá-los lá.
Quando a dupla foi levada para se despedir a garota aproveitou para fazer o mesmo, caminhou até encontrar, os tios, a prima e o namorado dela, o seu grande amigo Jimmy, ambos escaparam às arenas mortais da capital. Conversaram em tom solene porém com resquícios de alegria, afinal Blanche regressaria a casa, até que um pacificador chamou a mentora avisando que todos estavam prontos a partir.

A viagem até a estação de trem foi curta e silenciosa, ambos os tributos pareciam atordoados com a reviravolta nas suas vidas. A loira conhecia bem essa sensação sabia que os dois estavam organizando os seus pensamentos, enquanto tentavam lidar com a nova realidade.
-Panem irá conhece-los agora, causem uma boa impressão, irá ajuda-los com os Patrocinadores- falou antes de sair do carro.

Entrou no trem e correu para tomar um duche rápido e tirar aquelas roupas e a maquiagem, apenas sentiu pena de desfazer o penteado, era tão bonito e simples. Despois do banho vestiu uma roupa mais confortável e foi ao encontro dos seus tributos.

Suspirou ao sentar-se em frente dos dois, Ruby atirou imediatamente uma pergunta. Ignorando o representante do distrito que se afastou furioso a loira começou a responder.
-Eu venci por sorte- falou encarando os dois- Sim, sorte. Tive a sorte de ter um ótimo aliado e a sorte de não morrer.
Levantou e começou a caminhar pela sala enquanto falava para os dois.

-Como viram patrocinadores é importante….muito importante- continuou- Se precisarem de alguma coisa que irá salvar as vossas vidas, apenas eles podem providenciar e para isso eles tem que lembrar que vocês existem e achar que conseguem ganhar. Por isso tentem passar essa imagem, de alguém que mesmo contra as possibilidades pode vencer.
Voltou a sentar-se com um cacho de uvas na mão, talvez para comer ou apenas porque precisava de segurar em algo.

-Se quiserem um aliado na arena tudo bem, se acham que trabalham melhor sozinhos ótimo. Apenas aceitem que essa faca que caiu na vossa vida tem dois gumes: a vitória ou a morte e aceitem ambos. Aceitem que ou vencem ou morrem, uma mente preparada para tudo é meio caminho-levantou novamente- Ao jantar continuamos esta conversa, agora vou falar com..o…a…o…enfim… o sujeito lá–tentou lembrar do nome do representante em vão- Vocês tomem um bom banho e reflitam.

Saiu deixando os dois sozinhos, não encontrou o representante que com sorte se evaporou. Voltou ao seu quarto e pegou um bloco de notas e um lápis, sentou na cama anotando os pontos importantes que queria debater com Ruby e Michael. Quanto maior o conhecimento que conseguisse passar para os dois melhor.

Quando chegou a hora do jantar abandonou o quarto com o bloco na mão. O jantar decorreu de forma civilizada e em silêncio. Blanche então pirrageou para chamar a atenção dos tributos.

-Então…como eu já falei dos patrocinadores vocês terão o desfile e a entrevista como oportunidade de conquistá-los se esforcem- bebeu um gole de suco- outra coisa muito importante é a sessão de treino privada com os idealizadores, onde vocês mostram o quão bons podem ser, geralmente vocês demostram para eles uma habilidade que tenham manusear foices, facas, escalar enfim- fez uma pausa- quanto maior a nota de patrocínio melhor, mais chances de conseguirem patrocinadores. Como resumir tudo? Façam eles se lembrarem de vocês, sejam inovadores e inesquecíveis, mas trabalhem apenas com o que sabem por pouco que seja.

Levantou da mesa e fez sinal para que a seguissem até aos sofás. Sentou mordiscando um pêssego enquanto falava.

-Vocês terão a hipótese de treinar antes de irem para arena- disse- então aprendam coisas que não sabem, dediquem uma manhã para técnicas de sobrevivência e a tarde para armas ou lutas, por exemplo. E não mostrem o que sabem fazer, ninguém precisa saber quais os seus pontos fortes, apenas os idealizadores e patrocinadores que irão avaliá-los no treino privado- mordeu novamente o pêssego- estudem os outros tributos, especialmente os carreiristas, eles geralmente apenas treinam habilidades de combate, pelo menos os foram para a arena comigo fizeram isso, aprendam naquilo em que eles são fortes, eles e os outros tributos também- parou para consultar a lista- Ah, quando estiverem na arena esqueçam a boca da cornucópia, esqueçam que ela e o que tem dentro existem, se forem para lá as chances de morrerem aumentam, porque todos estarão correndo para lá. Quando estiveram na plataforma olhem ao redor, tem mochilas, pequenas facas e outras coisas que podem ser úteis- fez uma pausa novamenente-não percam tempo olhando uns para os outros, foquem nessas pequenas coisas e pensem o que querem pegar e levar com vocês, o que pode ser útil. Peguem o que tiver que ser e fujam, encontrem água e fiquem perto dessa fonte. Não deixem entender que estão escondidos, se tiver vegetação  aproveitem se conhecerem bem as plantas, não tentem caçar outros tributos, deixem que eles se matem ou os bestantes o façam. Lutem apenas se for necessário- levantou do sofá- é só. Se precisarem de conversar mais me procurem apenas dei as bases. Boa noite.

Foi para o quarto tentar dormir. Mas novamente teve pesadelos embora em menor número. Na manhã seguinte quando todos tomavam o café da manhã, as primeiras paisagens da capital surgiram nas janelas.

-Sorriam e acenem mesmo que não queiram- sussurrou para a dupla- Patrocinadores lembrem-se disso.
Todos saíram do trem para aquele mar de gente e flashes que piscavam na direção dos tributos. Blanche suspirou esperando que pelo menos um deles regressasse com ela a casa.


.
XIII
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Mensagem por Michael Ledger Qui Dez 03, 2015 5:11 pm

Despedida e Viagem 100
Tudo ocorreu tão rápido. O representante agora estava lá com aquele sorriso tosco, a espera da tal Ruby subir no palco e ser realmente oficializada a mais nova tributo do 11. Fechei meus olhos e abaixei minha cabeça. Não estou com medo de saber quem é o tributo masculino do 11. Estou com medo de ver os rosto dos tributos hoje e daqui a alguns dias eu ver seus rostos em meus pesadelos. - Querida, por favor, estamos todos à sua espera. - A voz do representante fez com que eu abrisse os olhos e encarasse o rosto daquela garota que provavelmente iria morrer a algumas horas depois de entrar na Arena. - Vamos, Panem quer lhe conhecer, os Jogos esperam! 

  A garota tinha a pele escura, cabelo crespo e uma forte expressão de medo. Eu também ficaria assim se estivesse no lugar del. Talvez ela nunca mais voltará para casa e provavelmente se voltar... irá ficar que nem a Blanche. Os pacificadores faz um tipo de barreira, impedindo que qualquer pessoa que tente avançar, acabará sendo barrada. Enquanto isso a mentora abre um sorriso em busca de tentar acalmar as expressões medrosas da garota Ruby. O representante agora está em frente ao envelope azul, com sua mão grudada ao papel. Ele provavelmente leu, re-leu e leu de novo para não acabar acontecendo uma gafe na frente de todo mundo. Um sorriso bem maior do que o normal toma conta da boca do representante e logo ele começa a pronunciar quase as mesmas palavras que usou para apresentar o tributo feminino. - E o tributo masculino do 11 é nosso amado... Michael Ledger !

  Dou um passo para trás e acabo perdendo o equilíbrio. Na minha mente, estou caindo em câmera lenta. Caio no chão e acabo ralando o palmo da minha mão. Alguém, um garoto mais velho está me dando suporte para me levantar novamente, mas o que eu verdadeiramente quero é ficar aqui no chão, onde sei que não corro risco de perder nenhuma parte do meu corpo. Agora estou novamente em pé, olhando para o palco. O representante da uma risada que, mais parece um rato rinchando e começa a pedir para que eu vá até o palco. Minha mão está sem controle. Sem falar que agora o meu sangue está entrando em contato com o chão da praça. Pingos e mais pingos. Os pacificadores abrem o caminho quando estou perto do palco e assim que passo, eles fecham novamente. A essas horas eu agradeço por Jason estar morto. Se ele estivesse aqui, provavelmente ele iria confrontar todas as pessoas que tentasse me levar para a Capital e provavelmente ele iria ser torturado a morte, ou quem sabe deixa-lo vivo para servir a eles.

Quando subo no palco, Blanche vem em minha direção e me da uma flanela para colocar em cima da ferida que ainda saí sangue. Logo depois, o representante me puxa para perto de Ruby e então diz. - O distrito 11 apresenta-lhes os seus Tributos. - a multidão nos olha, alguns com cara de dó, outros com cara de raiva, pois eles sabem que não vamos mais voltar... sabem que o 11 não é forte o suficiente esse ano. - Bem-vindos à centésimo quinto Jogos Vorazes ! Que a sorte esteja, sempre, ao seu favor.

Eu e Ruby é levados a pressas para dentro da prefeitura, por pacificadores. Várias câmeras estão apontadas para nos, mas logo os homens de brancos fecham as portas e nos deixam sozinhos ali, com a mentora. Olho ao redor, tentando ficar calmo e percebo que estou em um lugar lindo, luxuoso e muito limpo. - As vossas famílias esperam vocês, os pacificadores irão levá-los lá. - a voz de Blanche vinha atrás de mim. Me virei e encarei seu rosto. A primeira pessoa a ir ver a família, foi Ruby. Enquanto isso fiquei sentado no sofá analisando a chance de eu matar alguém na arena. Minutos depois, Ruby volta e eu sou escoltado por pacificadores, até uma salinha. Assim que eles me colocam na salinha, fecham as portas e eu decido me sentar. Não fez muito tempo e um pentelho entrou pela porta. Me abraçou e começou a choramingar, não falava nada, mas não por vontade própria e sim por seus soluços não parar. - Aquiles... prometa que vai cuidar da minha mãe e que nunca ! Vai se meter em briga. - o garoto apenas mexe sua cabeça. Assim que levanto a cabeça, para não deixar as lágrimas cair, vejo minha tia de pé. - Sabe que eu nunca mais vou voltar, né ? - digo encarando seus olhos negros. - Sei disso... mas prometa que vai tentar ganhar. - abro um sorriso triste no rosto e aceno em concordância. Minha mãe não está aqui... talvez por que minha tia não queria deixar ela sofrer ao ver minha partida. Assim que Aquiles me solta, um pacificador entra na sala e retira minha tia e meu priminho daqui. Abaixo minha cabeça e fico esperando mais alguém entrar, mas isso não acontece... Um pacificador entra e me leva até onde o prefeito e o capitalista, estão. Entramos em um carro negro que está na porta da saída e esperamos a partida.

Chegamos até uma linha de trem, onde do lado de fora, está o nosso carro. - Panem irá conhece-los agora, causem uma boa impressão, irá ajuda-los com os patrocinadores. - Blanche disse isso... até ela entrou nesse jogo de status. Não existe pessoa justa nesse jogo. A capitalista está bem longe do carro, quando Blanche começou a falar. - Aproveitem a fama. - disse por último, antes de ir atrás do capitalista.

Olho para Ruby e ela devolve o olhar. Não estou confiante e Ruby também não. Isso é pior para mim, porque se ela estivesse confiante, eu estaria mais calmo. Saímos do carro e os flashes começou. Em vez de eu colocar a mão no rosto e sair correndo para o trem-bala, comecei a acenar e sorrir para as câmeras. Se é para jogar esse jogo... vou jogar direito. Entro junto com Ruby no trem-bala e as portas se fecha. Meu coração começou a bater alegremente, sabendo que eu não fui ingênuo de recusar a fama. Talvez Blanche esteja certa... preciso de patrocinadores, qualquer um. Do mais pobre, ao mais rico patrocinador. Dentro do trem-bala é totalmente lindo e mais luxuoso ainda do que, a prefeitura. Muito decorado e até detalhes não muito importantes, estavam cuidadosos. O solavanco do trem me trouxe de volta a tona.

- Vamos queridinhos, rápido, sigam por aquele corredor onde está o quarto de vocês. - Estou prestes a dar o primeiro passo, quando o capitalista comenta mais uma coisa. - Obviamente, quartos separados, não queremos um tributo extra. - pingos de suor frio deslizam por minha bochecha, estou com os dentes e punhos cerrados. - Estamos prestes a morrer e você pensa que estamos pensando nisso ! - o capitalista não faz nada, nem ninguém aqui presente. 


Comecei a andar atrás de Ruby, quando percebo que meu quarto é do outro lado, viro e caminho até a porta do meu quarto. Abre automaticamente e assim que entro, fecha automaticamente.

Sem pensar duas vezes, me jogo na cama e começa a chorar de raiva. Ao lado da cama, estava um vaso, ao qual joguei no chão. Minha cabeça começava a dor mais e mais. A raiva estava tomando conta do meus sentimentos. Nesse momento não estou nem lembrando dos meus amigos, minha tia, Aquiles, ou sequer meus futuros inimigos na arena. Me deito na cama novamente e fico olhando para o teto. As lágrimas deixa de cair. A partir de agora, prometo que não vou achar mais que vou morrer na arena... agora vou fazer uma promessa. Prometo não me arrepender de matar, ou torturar alguém. Prometo ser frio e cruel com qualquer adversário... inclusive a Ruby.

Minutos depois, alguém bateu em minha porta e fui correndo com raiva atender. - O que foi agora ! - um homem de barba perfeita e olhos azuis estava na minha frente. - Desculpa senhor, mas acho que entrou na cabine errada. - nesse momento o homem sorri de lado e apenas se afasta, apontando para a esquerda, onde estaria a sala de jantar. Sorri para ele e não entendi por que ele não falava... será que era aquele tal de avox que o Jason falava para mim ? Não faço ideia. - Só um minuto... - digo entrando dentro do quarto e retirando a camisa cheia de lágrimas, e substituindo por uma qualquer que estava exposta em uma das gavetas do quarto. - Pronto. - sorri para o homem e comecei a segui-lo até a sala de jantar. Assim que entrei na sala, a mesa estava transbordando de comida, mas nada daquilo me satisfazia. Aquilo tudo era riqueza, perto do nosso distrito. Eles oestentão comida aqui, mas nosso distrito... oestenta pobreza e sofrimento. A mentora começou a falar, antes de todos. Me sentei e comecei a ouvir, junto com Ruby, que já estava presente aqui. - O treinamento individual poderá ser requisitado a qualquer instante, a belíssima criatura ali, ao contrário acredita que podem ser instruídos em conjunto. Fica a critério de vocês. - processei tudo aquilo que tinha ouvido e já tinha uma resposta na ponta da língua. - individual ! - não esperei a garota dar sua opinião, pois havia prometido matar qualquer pessoa na arena e não é hora de fazer alianças. Me levanto e pego uma bandeja cheia de bolinhos. - Vou ir dormir, tchau para vocês. - antes que alguém pudesse protestar, desaparecimento por entre as cabines e logo entrei em meu quarto provisório. Olhei ao redor do meu aconchego e apenas me deitei na cama, depois de depositar a bandeira de bolinhos no criado mudo, que antes estava o vaso que em falar... alguém já limpou a minha bagunça e levou minha camisa molhada. Fecho meus olhos e rapidamente durmo, por culpa de tudo isso que está acontecendo na minha vida.

Após 14 horas dormindo. Acordei aos berros, pois havia tido um pesadelo com meu pai, Jason e o avox. Os três arrancavam partes do meu corpo. Eram um tipo de zumbis. Me levantei e olhei ao redor. Nada de novo e a bandeija cheia de bolinhos, ainda está ali. Dou um sorriso e enfio um dos bolinhos na boca. O gosto é maravilhoso. Bem melhor do que comer um esquilo, ou uma principal Saboreio o bolinho maia uma vez e logo dou um impulso para me levantar da cama. Calço um par de meias e saio pela porta.

Na sala principal do trem está o representante da Capital e o homem que estava na minha porta ontem. Sorriso para ele, sem nem sequer olhar para o representante e então me sento em um sofá perto onde da para ver tudo fora do trem. Um sol muito reluzente está lá fora. Vários vão tentar ganhar esses jogos, eu também quero, mas de 1 a 100 a minha chance é 0. Eu tenho que estudar cada um dos tributos, pelo menos nos trinos eu preciso fazer isso. O meu ponto mais fraco é a água e o mais forte... uma floresta, ou cidade abandonada. Talvez os idealizadores desse ano vão deixar uma coisa hardcore, por isso tenho que saber o que fazer, mesmo antes de entrar na arena. Não sei quanto a Ruby, mas eu vou pegar meus equipamentos e de sobra vou pegar um arco para caso de precisar caçar. Aquiles vai perceber que eu não tenho muita vantagem de sobreviver na arena, mas é por isso que eu pedi para ele cuidar da minha mãe... é por isso que deixei minha foice nessa manhã, debaixo de sua cama. - Hora de se arrumar. - ouço a voz do representante. - Estamos chegando e se eles ver você desse jeito... - ele aponta para meus pés e depois para minha cabeça. - eles vão pensar que você é apenas uma criança indefesa. - minha vontade foi de xinga-lo, mas se eu fizesse isso, ia perder a razão. Me levanto e passo por ele encarando, até que eu naos pudesse mais ver sua face. Adentrei meu quarto e percebi que alguém havia deixado um conjunto de roupa para mim em cima da cama. Sem pensar muito, tiro toda a roupa que tinha em meu corpo e visto as que estão em cima da cama. Me olho no espelho e vejo que o meu conjunto de roupa é uma camisa verde, calça preta e os sapatos... acho que fica ao meu critério. Caminho até uma estante e pego um dos sapatos pretos que ali tem. Todos é iguais, talvez por isso eles não fizeram as honras de escolher para mim. Coloco os dois pares no meu pé e então volto para a cabine que agora está com todos do trem reunidos.

Blanche me chamou para sentar e logo obedeci. A última briga que teve no jantar foi muito feia, mas agora... tenho que mostrar um mínimo de respeito por ela. Tudo estava quieto e logo Blanche começou a falar. Estava falando sobre o desfile e os tribos que teriam mais para frente. 

[...]

Horas depois de Blanche terminar de dar algumas explicações, o trem começou a parar e logo deu para ver pela janela à figura da Capital surgindo. Fleches do lado de fora do trem já atrapalhava a minha visão. Fui até a janela do trem-bala e olhei as pessoas estranhas que estavam ali. Fiquei sem reação, era tudo muito esquisito. Pessoas que eu não conhecia ficavam acenando e até mandando beijos para mim. - Bem vindos a Capital, bolinhos - diz o representante, enquanto o trem não se abre. Dou uma última olhada para o lado de fora do trem e logo vou para a porta, onde o apresentante agora está apontando para um automóvel, onde provavelmente vamos entrar no momento em que a porta se abrir. - Logo mais teremos o desfile, mas antes iremos para o Centro dos tributos, onde ficarão hospedados. - olho para trás, onde no mesmo momento Blanche disse: - Bem vindos ao inferno. - meu corpo se arrepia todinho e logo a porta do trem se abre e os fleches ficam bem piores do que antes. Me agarro nas costas de Blanche e deixo ela me guiar, já que agora estou cego por alguns segundos. Logo estamos dentro do carro e assim que abro os olhos, vejo uma torre ao longe. 
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Mensagem por Widdly Trenchüst-Hadren Qui Dez 03, 2015 11:24 pm

Despedida e Viagem 100
"E o tributo masculino do Distrito Dois é Widdly Trenchüst-Hadren", essa frase ainda permanecia em minha mente. Já encontrava-me dentro do trem que me levaria para a Capital, onde estaria próximo das pessoas que todos nós adorávamos. Será que se eu pedisse um autografo para os idealizadores eles me dariam? Poderia até ser um do nosso querido Presidente Arthur. Ou será que seria chutado pelos seus pacificadores ao tentar uma mínima aproximação? Seria morte na certa, creio eu. Mas a minha morte já estava destinada nesta Edição, eu sou o tributo escolhido. Em meio de tantos que treinavam em meu distrito eles tiveram a grande ideia de me escolher? O que um rostinho bonito pode causar não é mesmo? Não que eu esteja sendo convencido, mas pode confirmar que eu sou realmente bonito. Acho que estou sendo um pouco convencido na verdade... Bem, vamos nos concentrar no que está acontecendo agora, minha beleza realmente não importa no momento.

As faces desesperadas de meus irmãos em meio a multidão de tributos, as lágrimas que caíam de seus olhos quando foram me encontrar na prefeitura para um último adeus. Eles sabiam que este dia poderia chegar, o vaso com as economias estava cheio, eles poderiam sobreviver algum tempo sem trabalhar como escravos, sei que Bucky tomaria meu lugar no trabalho como caçador, já Trace poderia se arriscar como vendedora. Algo que dê um lucro maior para ambos permanecerem com uma renda estável, alcançariam até algo melhor do que eu poderia fornecer para eles. Seria mais uma tristeza na vida de meus pequenos irmãos, já haviam perdido tanta gente e agora talvez perdessem o irmão. Evitava prestar atenção na garota ao meu lado que fora escolhida pelos capitalistas, como era mesmo seu nome? Emily? Ellodin? Elleanorah! A garota com cara de atriz pornô, isso mesmo. Não era uma das garotas que eu sempre encontrava pelas ruas do Distrito, talvez seja uma das que costumavam passar dias e noites dentro do Centro de Treinamento Ilegal. Eu fui lá algumas vezes, não parecia ser um bom lugar para frequentar, por isso costumava treinar sozinho na floresta de meu Distrito, melhor do que ficar rodeado de gente te olhando com cara de "Um piso em falso que arranco tua cabeça, babaca".

Marte retirou-me de meus devaneios, dizendo para nós darmos uma boa impressão aos carreiristas, isso poderia gerar patrocínio para os Jogos. Tomei um sorriso maroto nos lábios, olhando para Elleanorah que também sorria meigamente, talvez quisesse passar a imagem de boa moça do Distrito Dois. Até que estava me convencendo com isso. As portas do carro foram abertas, Marte foi um dos primeiros a sair do carro, sua carranca de machão aparente como sempre. Abri um dos botões de minha camisa social para ficar mais despojado, saindo do carro com o meu melhor sorriso atraente e branco. Mesmo que apara alguns a situação seja catastrófica, eu não me importava completamente em ser escolhido para os Jogos, as pessoas que mais me seguravam eram meus irmãos. Felizmente eu fora escolhido no lugar das pessoas que possuo um forte vinculo familiar, mas a dor de verem perder alguém querido novamente me deixa angustiado. Levantei as mangas de minha camisa até o cotovelo, deixando um visual ainda mais despojado. O que iriam achar de mim? Não faço ideia alguma, quero apenas aproveitar o tempo de vida que ainda tenho.

Sai do carro junto de Elleanorah que mantinha o doce sorriso nos lábios, nem sequer havia conversado com ela ainda, não sabia de seus planos. Ou até mesmo se realmente queria participar dos Jogos, infelizmente nesta edição não fora possível se voluntariar. Sem ao menos pedir permissão entrelacei o braço em sua cintura, demonstrando aos demais algum tipo de laço fraternal que obviamente não tínhamos. Se ela ficasse assustada poderia levar um tapa ou dependendo de sua força quebrar um de meus braços. Desta maneira seria muito fácil me matarem na Arena, na verdade não me importava. Pra que prolongar o inevitável? Alguns dos capitalistas gritaram ao verem a cena, talvez achando que seríamos um casal? Pensaram errado, apenas treatrinho se é que me entende. Seguimos o caminho até o trem-bala em passos lentos, Elleanorah ainda não havia retirado minha mão de sua cintura, acho que havia percebido o que eu estava fazendo. Todos pareciam gritar por nós, pelo menos era a única coisa que eu conseguia escutar, os flashes das câmeras já estavam incomodando minha visão, as pessoas já não passavam de vultos coloridos. Dávamos alguns acenos para os capitalistas algumas vezes, outros pediam autógrafos, mas não podíamos parar. Me sentia como uma celebridade no meio de tanta gente.

Não é necessário me agradecer, querida. — Murmurei próximo demais de Elleanorah, afastando-me no momento seguinte.

Marte apenas nos observava, não sabia se havia feito a coisa certa e nem mesmo queria saber. Apenas havia feito o que deu na mente, talvez um pouco de patrocínio estaria ganho para ambos. O trem era inteiramente decorado como uma digna casa de um capitalista, claro que as residências da Capital deveriam ser muito maiores. Arranjos de cristais com rosas brancas e azuis estavam espalhados pelo vagão, lustres dourados com mais cristais... Creio que não tenha nenhuma mobília sem um arranjo de cristal enfiado no meio. A Capitalista brincou ao dizer que os quartos eram separados, sem pensar olhei diretamente para Elleanorah, deixando escapar o meu sorriso mais travesso. Segui para meu quarto como fora ordenado, era tão grande que quase chegava ao tamanho de minha moradia. Sentei-me na grande cama fofa, sentido o gélido lençol de seda abaixo de meu corpo. Aqui é realmente confortável, seria legal viver na Capital se eu ganhasse os Jogos, eu teria essa oportunidade se pudesse?

Adormeci segundos depois, a exaustão estava pregada em meu corpo e nunca dormira numa cama dessas. Nem solavancos poderiam me acordar naquele momento e preferia que ninguém o fizesse.

[...]

Infelizmente meu cochilo durou apenas algumas horas, o almoço estava sendo servido e não ia perder nenhuma chance de apreciar a comida deles. Mesmo que meu Distrito seja um dos mais ricos, com certeza a diferença era extremamente notável. Sentei-me na grande mesa que estava completamente coberta dos mais suculentos pratos que eu já havia visto na vida, coloquei um pouco de tudo para experimentar qualquer coisa que estivesse naquela mesa, claro que não misturando doce com salgado. Mal prestava atenção no que Marte tagarelava, apenas balancei a cabeça quando ele disse que a minha ideia de abraçar Elleanorah até que tinha sido boa. Após a refeição permaneci perambulando pelos vagões do trem-bala, a vista do lado de fora era apenas vegetação, pela primeira vez uma paisagem do distrito um, o único que seria possível.

Algumas horas depois o trem fora parado com um grande solavanco, ainda bem que estava sentando e não cai como quase aconteceu com Elleanorah, alguém que ainda não tive o prazer de manter uma conversa amiga por um minuto sequer. Talvez a mesma não fosse de conversar. Assim que tomamos nosso lugar nas portas do trem, Elleanorah pousou uma das sobre meu ombro, eu rapidamente não perdi tempo em levar a mão até a curvatura de sua cintura, sua pele parecia ser macia... Balancei a cabeça, prestando atenção no que deveria ser feito. Mulheres não são permitidas agora, Widd. Assim que as portas foram abertas a onda de flashes começou, essa seria minha nova etapa da vida, meus quinze minutos de popularidade.
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Mensagem por Josh Mouty Sex Dez 04, 2015 12:21 pm

Despedida e Viagem 100
Hora de dizer adeus...


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—Gwyn Wantöwski. Esse é o primeiro nome citado pela capitalista, uma das únicas pessoas do lugar que não está tensa.

A tal Gwyn sobe até o palco depois de a representante da Capital, já impaciente com a demora, reclamar algumas vezes.

Com um par dos maiores saltos que já vi na vida, ela vai até o outro envelope, em seguida repetindo o processo.

Meu coração acelera, e consequentemente minha respiração o acompanha. Fico assim até que todos os jovens ao meu redor sumam, assim como tudo do Distrito Seis. Estou sozinho em uma sala escura, onde uma voz aguda pronuncia duas simples palavras: "Josh" e "Mouty".

Fico paralizado e arrepiado, ainda sozinho numa imensidão de sombras, e só consigo me mexer novamente quando a mesma voz aguda da impaciente capitalista repete meu nome.

Dou um passo para frente e a multidão em minha frente começa a se afastar, formando um corredor. Recebo vários olhares, sendo alguns piedosos por mim; outros, agradecendo-me por ter livrado que a própria pessoa que me olha esteja em meu lugar.

Sou guiado até o palco por alguns pacificadores, e troco olhares com a garota, que poderá me salvar ou me matar, e com o mentor, cujo lugar quero ocupar. É isso ou morrer.

Não consigo fazer nada, e nem me preocupo em ouvir as palavras que saem da boca da mulher com vestimentas extremamente chamativas. A única coisa que faz com que minha capacidade de me mover retorne é o aviso de que poderei ver minha família por algum tempo.

Não troco nenhuma palavra com minha mãe, apenas a abraço o mais forte que consigo, como se tentando segurar a única coisa boa que possuo nesse mundo aterrorizante. Talvez seja porque é exatamente isso que eu estou fazendo.

Mas não seguro forte o suficiente, e logo os pacificadores a tiram de mim, me deixando sozinho com meus pensamentos.

Encarando o espaço onde minha progenitora estava e, ao mesmo tempo, o vazio de meu próprio ser, sinto algo tocar minha pele. Uma lágrima. A primeira das muitas que a seguem.

Cada gota segue o mesmo trajeto, que se inicia em um dos meus olhos. Desliza pela pele macia de meu rosto, leve como pena, até que se desprende de mim e cai no chão.

Assim como minha mãe e como as lágrimas, minha solidão é retirada de mim, e isso acontece quando pacificadores entram na pequena sala e me mandam os seguir. Como não tenho escolha, os obedeço, ainda distraído.

Passo após passo, sinto-me caminhando em direçao a minha própria morte. Mas não posso parar de andar, apenas quando encontro um carro tão negro quanto a sala de meus pesadelos.

Entro nele ao lado do tributo feminino, que parece tão assustado quanto eu.

Não sei exatamente se demora ou se o tempo desacelera conforme o medo me consome por dentro, mas tenho a impressão de que levo um tempo para chegar em meu destino.

Ouço um sussurro do mentor e rapidamente limpo as lágrimas, piscando algumas vezes para conter as que não chegaram a sair e respirando fundo.

Depois de um tempo, o mentor assente com a cabeça para mim e para minha companheira, e começamos a andar.

Forço-me a ressuscitar qualquer coisa boa que tenha acontecido comigo, e revejo várias cenas onde estou acompanhado por minha mãe. Em vez de sorrir, como planejado, não consigo conter uma lágrima. Não foi um bom plano.

Mudando de estratégia, começo a cumprimentar os capitalistas que estão ao meu redor. Não os conheço e estou aqui graças a eles, mas reprimo minha vontade de enforcar um ou outro e sorrio falsamente.

Após apertar a mão de alguns de meus prováveis assassinos que não passam de desconhecidos, chego no trem. Viro-me novamente para os capitalistas, dou o meu melhor sorriso e aceno. Depois viro-me novamente e entro no automóvel.

A capitalista indica a direção de meu quarto e entro no mesmo, deitando-me na cama rapidamente. Pela primeira vez no dia, não me preocupo em segurar o choro. Depois de molhar grande parte do lençol que cobre a cama, adormeço.

Acordo assustado, não muito tempo depois, com a esperança de que tudo tenha sido um pesadelo. Mas, ao encarar a luxuosa decoração do quarto, percebo que é real.

Saio do quarto e encontro Gwyn, o mentor e a representante da capital sentados em uma mesa, e me aproximo destes, me sentando na cadeira vazia.

Não sinto vontade alguma de comer, apesar da fome. Não sei se serei capaz de fazer qualquer coisa, até que me obriguem a enfrentar minha morte. Mas sei que isso será mais fácil se eu estiver bem alimentado, então como alguma das comidas mais cheirosas e bonitas que encontro.

Depois da refeição, meu mentor começa a dar algumas instruções com o objetivo de me ajudar, e tento absorver cada detalhe. Quando ele acaba, está na hora de dormir, mas não estou com sono.

Para não ficar fora do quarto correndo risco de ser flagrado e provavelmente punido, volto para o quarto e me sento na cama, com as costas encostadas na cabeceira e as pernas cruzadas, deixando os joelhos próximos de meu rosto. Cruzo meus braços e os uso como apoio para a cabeça, e fico encarando o nada.

Depois de um tempo sendo esmagado pelo silêncio, separo meus lábios, dando espaço para minha voz grossa e rouca sair. Começo a cantar a música que minha mãe cantava para mim antes de eu dormir, e mais lágrimas saem. Deito de lado e não faço mais movimento algum. Quando a música enfim acaba, fecho meus olhos e fico parado até que o sono venha e eu durma novamente.

[...]

Quando acordo de novo, já é manhã. Repito o processo da noite anterior, sentando-me perto da mesa para comer. A capitalista é a única pessoa animada no recinto, e sei disso por sua felicidade facilmente visível, enquanto eu e Gwyn nos entreolhamos friamente. Não por não sentir nada, mas por saber do medo do outro e não poder ajudar.

Levanto-me e vou até a janela, bem a tempo de ver a Capital surgir, majestosa e radiante. Se os distritos fossem assim...

Com um solavanco, o trem para. Recebo boas vindas animadoras, da capitalista, e assustadoras e provavelmente sinceras, do mentor. Apenas assinto com a cabeça e saio do veículo.

Reencontro os capitalistas e um carro da mesma cor do outro. Não me preocupo tanto em parecer feliz pois o trajeto é menor, então apenas entro no carro e, pela janela, vejo uma torre que chama minha atenção.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sáb Dez 05, 2015 10:49 pm

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Seg Dez 07, 2015 12:46 am

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