Terceira Fase — Combates! — Gwen [D8] vs. Makenna [D4] — PVP

Gwen vs. Makenna

Segurando sua arma improvisada com força com uma mão e tendo Dimka segurando a outra, Gwen deixava seu corpo subir naturalmente com a água do tsunami. Sabia que se tentasse resistir a flutuação iria afundar ou engolir ainda mais água, então forçou-se a manter-se calma, mesmo com todas as terríveis lembranças que vinham em sua mente. Não iria morrer por uma brincadeira estúpida dos atuais idealizadores, precisava pelo menos chegar entre os melhores. Felizmente, não demorou para que seu corpo atingisse a terra nevada do topo de uma montanha.

Mal conseguira se recuperar que o ar fora arrancado novamente de seus pulmões, dessa vez com risos da atitude de Dimka. Sua irritação não era surpreendente, é claro, Gwen já havia percebido o quanto a tributa do distrito sete apreciava sua aparência. Quando se acalmaram e tiveram tempo para pensar, diminuindo a adrenalina da sobrevivência, o frio atingira as duas de forma agressiva. A garota sentia sua boca seca e seu estômago começava a roncar, mas não se atrevia a beber a neve novamente, principalmente a ter comprovado que aquilo só resfriaria ainda mais seu corpo.

Logo após o corpo da tributa encostar no chão, se sentando, os três tiros de canhão ecoaram pela arena ao mesmo tempo que a água, a qual inundara, matara e carregara os tributos, desaparecia de uma forma surpreendente e mágica em frente aos olhos de Gwen. A garota do Distrito 8 ficava impressionada com a tecnologia utilizada na Arena, mesmo estando em um momento tão ameaçador e perigoso. Pouco tempo depois o céu se iluminou, revelando o rosto dos três mortos.

Um garoto do distrito 6, Krayt e Lara Smith. A tributa não conseguiu segurar o riso ao ver a foto de seu parceiro refletido no céu, sentindo-se bem ao ver que a justiça havia sido cumprida.

— Isso é carma. — Sussurrou para Dimka, sentindo-se revigorada. — Espero que tenha sofrido, pois essas bandagens provavelmente me tiraram a chance de arranjar algo melhor. Idiota.

Após alguns minutos de descanço e de trabalho esculpindo sua pedra, Dimka cansou-se de esperar pelo congelamento, tomando a frente em uma caminhada até a casa iluminada e aparentemente confortável. E então uma nova jornada começou, uma caminhada que após alguns minutos já se tornou cansativa e pouco produtiva.

— Você tem certeza que esta é a melhor opção? — Murmurou, pressionando seu ferimento com cuidado. Não sangrava mais, o que significava que a cicatrização já havia tido início. — Não sei se vamos muito longe nesse ritmo, está anoitecendo...

Abaixou-se rapidamente, pegando um tanto de neve e colocando dentro da bandagem, fazendo o possível para diminuir a dor excruciante de seus machucados. Não se incomodava tanto agora que sabia que quem os havia causado estava morto. Quando estava pronta para voltar para a caminhada, achando que Dimka não desistiria de alcançar seu objetivo, ouvira um som antes conhecido. Era algo de seus patrocinadores e, quando atingiu o chão, Gwen se sentiu bem por sua aliada. Ela havia recebido sua arma, afinal, e agora teria mais chances de sobreviver. Ambas se sentindo mais seguras, deitaram-se próximas para uma noite de "sono", esperando para seguirem o caminho até a casa no dia seguinte, quando estivessem melhor dispostas.

— Espero que cuide de mim, aliada. — Sorriu, beijando o rosto levemente bronzeado. — Boa noite, Dimka. Grite se precisarmos correr.

Ela virou rapidamente para o lado contrário, mesmo ainda próxima. Por que estava corada? Balançou a cabeça, tirando qualquer pensamento inapropriado de sua mente e fechando os olhos. Respirou fundo, se preparando para dormir quando foi surpreendida por seu corpo caindo. Não sabia para onde ia ou o que estava acontecendo, o que fez seus batimentos cardíacos aumentarem em pura ansiedade e medo. A garota odiava, temia a escuridão e, naquele momento, sentia-se sendo engolida por ela. O medo de morrer a atingira com todas as forças.

— Estou bem. — Disse assim que atingiu o chão, mantendo os olhos fechados. O vento ali era menos intenso e cortante, mas o frio ainda era ameaçador. — Mas que merda aconteceu?

Abriu os olhos de uma vez, encarando tudo ao seu redor. Estavam na floresta, a metros da distância do local onde estavam antes. Pelas marcas no chão, alguém estava por ali antes. Não havia nenhum sinal de alguém por perto, então deixou seus ombros relaxarem. Estava viva, segura. Um tanto perdida em sua localização, mas não sentia dor em nenhum outro local além do corte que lhe fora causado na Cornucópia. Estava tão saudável quanto antes, disso não tinha dúvida.

Quando sua aliada se afastou, a deixando sozinha, Gwen suspirou. Procurou por algumas folhas caídas ou de galhos em que pudesse arrancá-las, utilizando-as para reforçar a roupa que usava e tentar diminuir o frio. Prendia-as nas barras dos sapatos, das mangas e na gola, assim tentando proteger os locais antes desprotegidos pela roupa. Além disso, juntou as folhas mais lisas e colocou por baixo das roupas, assim duplicando a camada que a protegeria. Ela não sabia se funcionaria, mas ao menos havia tentado. A sede havia aumentando, mas a garota ainda estava receosa em beber da neve ali encontrada. Além de parecer suja, era extremamente gelada.

Levantou-se, segurando sua pedra já afiada com a mão direita. Sentia-se nervosa por estar tão exposta e vulnerável, mas sabia que sua rapidez e agilidade eram o suficiente para ajudá-la em qualquer batalha que aparecesse em seu caminho. Suspirou, começando a caminhar para o lado contrário de que sua aliada fora. Contara os passos, fizera algumas marcas quase imperceptíveis em árvores para que achasse o caminho de volta enquanto procurava por um riacho, um lago ou até mesmo uma poça onde pudesse buscar por algo para beber. Caso tivesse sucesso, iria saciar sua sede de maneira saudável, porém, caso não tivesse, iria se arriscar colocando uma quantidade de neve em sua boca e esperando que esta derretesse até que pudesse bebê-la.

Após saciar a sua sede, Gwen começou seu caminho de volta para o acampamento, desejando que sua aliada tivesse achado algo além de misteriosas frutas para comer. Foi então que ouvira uma versão metálica da voz de Charlotte, trazendo-a arrepios. Todas as vezes que os idealizadores se manifestavam não era para trazer boas notícias ou para dar-lhes presentes. Sabia que logo uma nova surpresa iria aparecer, fosse um bestante ou mais uma das brincadeiras que tentaria unir os tributos...após a mensagem completa, Gwen sabia que provavelmente havia alguém por perto.

Escondeu-se atrás de uma árvore de imediato, segurando sua pedra e respirando pesadamente. Olhou ao redor, procurando pela ameaça declarada pela idealizadora. Foi de árvore em árvore, mantendo-se sempre oculta pelas sombras, chegando a agachar-se atrás de arbustos. Então a viu, parada de costas para ela de forma distraída e não muito silenciosa. Makenna. Gwen não conseguiu evitar um sorriso ao pensar que sua primeira vítima seria uma carreirista tão forte e bem armada quanto ela.

Antes de atacar, Gwen observou seus movimentos. Seu caminhar parecia difícil, seu crânio estava levemente deformado. A pancada que ela levara na cabeça deveria ter sido muito, muito forte, provavelmente ela não havia morrido por um traumatismo por muito pouco. E foi com este pensamento que a idea da tributa surgiu, se preparando para o ataque. Ela se levantou silenciosamente, evitando pisar em galhos ou folhas secas. Pisava apenas na neve fofa, a qual não fazia barulho nenhum ao ter o peso da garota afundando-a. Gwen sabia que tinha grandes chances de chegar até ela completamente despercebida, tendo as chances de um ataque surpresa. Ergueu sua arma quando estava a menos de meio metro da morena, utilizando toda a sua força para acertá-la em sua cabeça, direcionando ao mesmo local que já havia a deformação. Se tivesse sorte, provavelmente conseguiria fazê-la desmaiar ou até matá-la em apenas um golpe.

Após o ataque deu três largos passos para trás, ainda um pouco receosa. Se não tivesse funcionado, ela provavelmente havia comprado a briga mais difícil de sua vida.

Dados:

O coração de Gwen estava disparado e sua respiração começara a ficar arfante, tendo um pequeno vapor saindo por entre seus lábios. Era seu primeiro combate direto desde que entrara na Arena e não poderia ter escolhido uma oponente mais perigosa. Havia visto as habilidades de Makenna de relance durante a carnifícia da Cornucópia e sabia que, mesmo machucada, seus movimentos eram rápidos e letais. Precisava utilizar seus reflexos, toda a rapidez que seu corpo magro lhe proporcionava e a desvantagem da tontura e lentidão de sua oponente para ganhar aquela batalha. Sua mente trabalhava a cada segundo, procurando uma brecha para atacá-la de forma que não abaixasse sua guarda e se tornasse vulnerável.

Gwen segurava a sua pedra com força, fazendo as veias de seu pulso e mão aparecerem contra a pele pálida. Mantinha-se concentrada, não perdendo um movimento sequer de sua oponente. Aproveitou o momento que a tributa levara para se virar para dar três longos passos para trás, tomando todo o cuidado possível para não tropeçar em nenhum galho ou toco de árvore, mantendo uma distância que considerava segura. Ao observar a mão de Makenna agarrar seu tridente, percebendo em que direção ela pretendia atacá-la, a loira deu um pulo para a esquerda, tentando não cer acertada pelas pontas afiadas em local nenhum, ou pelo menos não em um local letal. Não seria tão fácil de matar.

Respirou fundo, analisando mentalmente sua situação e percebendo ali quais seriam suas vantagens e desvantagens contra a carreirista. Iria se preparar para um provável ataque de sua inimiga e, caso esse não viesse, iria atacá-la novamente.

Resultado