Ruas Vazias - 2ª etapa

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Jun 07, 2015 7:11 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
Ruas Vazias
Oito tiros. Oito mortes. O dia que se segue na Arena é tenso e de adaptação. Os Tributos rumam para diferentes áreas, cada uma com sua surpresa e dificuldade. Depois da Cornucópia cinco Tributos rumaram em direção às Ruas Vazia. O local nada mais é que um grande labirinto de casas e prédios antigos em ruínas. A maior área da arena abriga algumas plantas em determinados pontos. Os alimentos são encontrados dentro e fora das casas no lixo. Há um lago enorme no centro do labirinto, é possível notar a água se mexendo de acordo com o movimento de algo que está na água. É comum alguns prédios desabarem subitamente, os Tributos não podem passar quando isso acontece.

Regras:

Patrocínio:

Tributos:

Pontos de Patrocínio:

Mochilas:
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Mensagem por Sebastian Hodgson Dom Jun 07, 2015 9:45 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100

"I just wanna be by your side
If these wings could fly"

O chão estava vermelho com o sangue que escorria pela minha perna, estava agoniado e com sérias dores na panturrilha. Os respingos eram poucos, mas a quantidade do líquido vital podia entregar minha localização. A saída da cornucópia foi algo de muito esforço, eu não tinha nada em mente até ser atacado pela carreirista do distrito um, mas ela conseguiu fazer eu acordar para a realidade: matar ou ser morto. Dei um longo suspiro, tentando conter o grande sofrimento que estava tendo naquele determinado momento. Meu corpo estava pedindo para parar, mas eu sabia que um movimento errado e a minha morte estaria programada. Olhei ao meu redor, continuando meu trajeto em busca de sobreviver naquele ambiente. Com o medo encobertando meu corpo, não sabia o que era certo ou errado. Eu poderia imaginar diversas coisas para tentar sobreviver, mas eu estava de mãos vazias, sem arma, sem mochila, sem aliado. Parecia que nada conseguiria concertar aqueles problemas, não consegui imaginar se quer uma maneira de ficar a salvo por um tempo, precisava planejar a morte de um próximo alvo, mas isso era um de meus menores problemas. Meus passos eram lerdos, tentar me apressar faria eu gritar de dor, então evitei. Meus olhos estavam esbugalhados, tentando entender o local em que estava. As casas estavam destruídas, haviam prédios e muita poeira, queria tentar entender o motivo de toda aquela situação, era uma cidade em ruínas e sem sinal de vida, pelo menos de primeira vista. O cheiro não era nada agradável e eu sabia que não podia pedir muito, ainda mais naqueles jogos. Levei minha mão até minha panturrilha para estacar um pouco do sangramento, pressionei o mesmo com cuidado enquanto caminhava mancando, olhando uma ou outra vez para ver onde estava indo. Analisei o ambiente com muito cuidado, estava perdido em meio aquelas pedras e caixas jogadas por toda a rua em que estive passando. Meu coração palpitava em meu peito de forma rápida, parecia que uma hora ou outra ele sairia pela boca, eu me sentia com um medo incontrolável, meu corpo tremia a medida em que eu ia indo ao centro da rua. Minha mão estava com uma quantidade razoável de sangue e aquilo me deixava desesperado, eu tentava me controlar, mas sabia que o pânico era maior que minha calma.

Umas gotículas de suor escorreram pela minha testa, o líquido passava pelo meu rosto de forma lenta. Fui me aproximando de algumas caixas que haviam espalhadas pela rua e analisei uma que se encontrava em meio a alguns pedregulhos pequenos. Para minha surpresa ela estava vazia, sem sinal de nenhum objeto, exceto uma grande pedra dentro da mesma que a segurava no chão. Mordisquei meu lábio inferior tentando conter a dor constante na perna, meu olho começava a lacrimejar e eu não conseguia imaginar nada para fazer quanto aquilo. A poeira continuava aumentando e meu nariz ficava sensível em determinados momentos, até que então de um espirro baixo. Olhei rapidamente ao meu redor para ver se não havia ninguém que pudesse ter me escutado, afinal, estava com medo de ser encontrado e não ter nenhuma maneira para se defender.

Continuei caminhando em busca da sobrevivência e fui observando cada local em que passei, estava com pressa, mas não conseguia ir rápido por causa do ferimento que me incomodava. Havia uma casa com a porta escancarada e sem nenhum sinal de pessoas dentro, então arrisquei adentrar naquele ambiente. O cheiro estava estranho, como se tivesse algo morto, talvez algum rato. As paredes haviam manchas de sangue e todas as portas dos cômodos estavam arrancadas e jogadas pelo chão, me movimentei de forma calma e lenta, tentando desviar de todo os obstáculos que haviam a minha volta, quando cheguei a porta dos fundos consegui ver um muro destruído que impedia a passagem para a casa de trás, mas como estava com uma parte detonada, eu poderia entrar sem problemas. Naquele lugar havia uma tora de arvore presa ao chão com alguns galhos jogados por vários cantos, precisava encontrar alguma coisa que me ajudasse a construir um tipo de arma. Por uma analise rápida eu consegui perceber que aquele pedaço de madeira que havia pegado era seco e morto e não era tão fácil de quebrar, se meus estudos não estavam errados ali estava o resto de uma árvore aroeira que são boas para confeccionar um arco. Peguei um dos galhos e percebi que o mesmo tinha aproximadamente um metro de comprimento e não estava torcido, era estranho. Não haviam sinais de calombos e era o mais reto que tinha ali naquele espaço, testei a flexibilidade do mesmo para evitar que quebrasse depois da construção que faria. Me sentei num sofá rasgado e sujo que provavelmente havia sido jogado ali nos fundos e então coloquei o pedaço de madeira sobre minha perna que não estava ferida e com ambas as mãos fui pressionando o galho para formar uma curvatura que seria necessária para a confecção. Olhei para o objeto em minhas mãos e marquei na minha oito centímetros para baixo e oito para cima, afinal, precisava encontrar o centro do mesmo. Coloquei a ponta de baixo em meu pé e com uma de minhas mãos fiquei segurando por cima dele, já com a outra pressionei para fora a barrida do galho virada para mim, desta maneira fui percebendo onde ele era mais flexível e seria mais fácil de fazer o processo. Cravei o objeto no chão e entrei dentro da casa destruída indo até o ambiente que era a cozinha. As paredes eram de azulejo e alguns estavam quebrados e jogados sobre o chão, então peguei um que fosse cortante o suficiente para me ajudar em minha engenhoca. Soltei um suspiro agoniado de dor que sentia na panturrilha, mas isso não me fez desistir e muito menos de parar com minha criação. Com o azulejo quebrado e que parecia cortante o suficiente para me ajudar, fui raspando as pontas de ambos lados, para que fosse possível deixar o meio do arco mais grosso, assim me daria o suporte necessário ao puxar as flechas. Ainda com o objeto de auxílio comecei a cortar as laterais e na curva ao redor da curvatura que havia sido formada. Direcionei até a região onde podia ser segurado e fiz um corte de cada lado, com cerca de dois centímetros e meio. Como estava sentado em cima de um sofá velho, provavelmente conseguiria arrancar uma linha do mesmo. Ainda com o azulejo em mãos fui cortando devagar o sofá até que eu conseguisse uma linha para confeccionar o arco. Haviam fios de vários tamanhos, mas apenas um seria para bom uso. Peguei o galho curvado e usei a linha para prender nos cantos da madeira, fui enrolando até conseguir fazer um nó de cada lado. Me levantei levando o arco comigo e então me aproximei do muro quebrado, pendurando de cabeça para baixo a parte onde eu seguraria, então o puxei para baixo através da suposta corda, que na verdade era uma linha algodão, nylon ou algum outro material. Devagar continuei puxando até que dobrasse de forma igual as duas parte e raspei a madeira para ajustar o que estava sendo necessário para finalizar a arma.

Atravessei devagar o muro da casa e entrei no terreno da outra, onde haviam alguns gravetos jogados pelo chão junto de algumas pedras e muito lixo espalhado por ali. Fui pegando alguns dos pedaços de madeiras, aqueles que eram os mais retos possíveis e fossem suficientemente bons para a construção de flechas. Naquela casa vizinha, reconheci os gravetos como de uma árvore de jatobá e provavelmente, seriam perfeitas para a criação. Peguei uma pedra e comecei a raspar a ponta de todos os gravetos, um por um eu fui afiando os mesmos para conseguir usa-los futuramente. Meu corpo estava tremendo ainda com a traumatização que peguei durante a cornucópia e o ódio estava se instalando nos meus olhos. Fui caminhando por aquele lugar com cuidado, ainda sentia a perna muito dolorida e precisava imaginar alguma maneira para sair bem daquela situação. Fui caçando algumas pedras pontudas e finas e a medida que fui encontrando, fui introduzindo as mesmas num corte que fiz em cada graveto, elas formariam flechas com um dano razoável para machucar, isso eu tinha quase certeza.

Percebi que não sentia mais a perna como antes, ela parecia estar morta e eu não tinha certeza do grau que estava o ferimento, então fui mancando, caminhando de casa em cada, procurando por um lugar que eu pudesse me esconder até recuperar o movimento normal de minha perna. O Cheiro do sangue estava me incomodando e me deixando nervoso, mas eu sabia que não podia fazer nada naquele instante. De longe avistei uma casa com os muros quebrados, com a porta encostada. Fui me aproximando devagar, tentando parar de sentir tanta tensão a medida em que me deixava mais perto dali, abri a porta com medo e avistei uma escuridão notável, mas por estar ainda de dia, partes do ambiente estavam iluminados. Com o arco em mãos o deixei ao lado da porta, encostando a mesma novamente, para que não houvesse perigo de ninguém me encontrar. Fui vasculhando o ambiente e consegui encontrar um guarda roupa caído no chão sem as portas, haviam algumas roupas de tecido horrível, mas seria o suficiente para me ajudar. Peguei umas duas camisetas, estavam rasgadas e não seriam de bom uso, mas precisava de qualquer material que me ajudasse. Voltei ao meu ponto de origem da casa e me sentei ao lado da porta, próximo de uma janela pequena, onde iluminava uma parte da casa. Mordi com força uma das camisas e puxei com esforço para rasgas a mesma, precisava dela para uma nova confecção. Suspirei ainda com medo e fui analisando o ferimento, ele era profundo e provavelmente demoraria para se cicatrizar. Enrolei em volta de meu machucado e deixei de uma forma que ficasse firme e não escapasse, precisava conter o sangue que escorria, mesmo o sol secando um pouco ele, não seria o suficiente para conter o sangramento. O arco com as flechas estavam ao meu lado, junto de um graveto extra, de um tamanho bem menor, deveria ter na cerca de vinte centímetros ou menos. Então peguei o objeto junto com pedaço do tecido e o segurei sobre o ferimento, este que já estava com um vestígio da camisa para conter um pouco do sangramento. Enrolei outro pedaço do tecido e dei um nó junto com o graveto, aquilo conseguiria parar um pouco a quantidade de sangue que escorria pela minha panturrilha. Fiquei sentado ali por vários minutos e consegui ver a luminosidade do sol ir sumindo devagar. Torci o graveto que estava com o nó e fiz o mesmo processo anteriormente, para que o graveto não deixasse o pedaço de pano ficar mais frouxo.

Meus olhos estavam fracos, não aguentava a dor que sentia na panturrilha, havia caminhado muito até conseguir parar em um lugar que parecesse seguro. Uma lágrima escorreu pela minha face, demonstrando minha fraqueza. De um jeito ou outro, eu realmente sabia que seria morto por alguém, independente de quem fosse eu tentaria me proteger, faria o possível. Bocejei meio sonolento, mas evitei tentar dormir, não podia até me sentir mais seguro. Haviam mais quinze pessoas vivas e elas eram perigos constantes. Senti minha perna dormente, movia ela uma vez ou outra para perceber se ainda tinha os movimentos. Encostei a cabeça na parede e escutei um barulho estranho próximo de mim. - O que é isso? - Perguntei para mim mesmo me levantando e abrindo a porta devagar, observando um saco de laranjas caindo de paraquedas e caindo dentro da casa em que eu me encontrava. - Obrigado, seja quem tenha sido. - Falei chorando enquanto pegava uma das frutas que havia rolado ao meu lado. Mordi a mesma com força para conseguir extrair um pouco do líquido. Meus olhos brilhavam, mesmo lacrimejando, estava com a barriga roncando e aquilo era a coisa que eu mais precisava naquele momento. Fui rasgando com as unhas a fruta redonda e de cor chamativa, mordi a mesma lentamente para pegar um pedaço da goma, seu gosto era doce e parecia ter vindo do céu, literalmente. Minha boca se adocicava com seu gosto nutritivo, parecia que um pouco de felicidade podia ser vista no meu rosto. Um sorriso torto se instalou em minha boca e devorei a mesma com muita vontade, para conseguir conter toda a fome e sede que estava passando naquele ambiente.

Fechei os olhos, forçando as lágrimas escorrerem, ainda não era hora para ficar feliz, precisava me preparar para os outros dias, haviam poucos frutos e eu não tinha muitos dias para sobreviver, precisava dar um jeito de sair dali logo que minha perna melhorasse. Segurei o arco com força para o usar caso alguém tentasse entrar na casa em que estava dentro, a porta era um dos acessos e caso a pessoa entrasse eu estaria pronto para atirar um objeto suficientemente razoável para causar dano. Meu corpo estremecia, mas eu não conseguia o controlar. Mordisquei o lábio analisando a minha volta e percebendo que não haviam muitas entradas, talvez apenas alguma nos fundos, mas a pessoa estaria longe de mim. Fiquei próximo a porta caso precisasse sair e se alguém entrasse, última coisa que faria era olhar para o lado, onde estaria escondido. A sorte era a única coisa que me restava, sabia que não podia imaginar nenhum outro jeito de sobreviver.

- Que eu tenha sorte. - Falei comigo mesmo, num tom baixíssimo. A espera que o dia passasse, talvez eu precisasse ficar acordado por um bom tempo, preocupado caso alguém tentasse me encontrar. Me levantei sentindo um pouco de melhora na perna, mas não o suficiente para estar curado, então ainda mancando fui arriscando alguns passos pela casa até sair da mesma e continuar um trajeto, talvez perigoso. Meu arco com flechas estava comigo, e fui devagar caminhando por todo aquele ambiente. Meus olhos estavam desesperados por algum tipo de sinal de vida, consegui escutar um barulho vindo do centro do enorme labirinto de casas destruídas, meus passos tentavam aumentar a velocidade, mas arriscar pisar com precisão no chão me faria cair e me machucar ainda mais. Analisei de forma silenciosa ao meu redor, quase me arrastando para um trajeto que não conhecia. Havia um lago enorme no centro do lugar, era algo bonito de se ver, mas não sabia se era razoavelmente bom para me arriscar beber ali. Meu corpo estava tremendo a medida em que bebia o líquido da vida, ele conseguia me saciar e me fazer quase delirar, pois a sede estava sendo matada. Minha garganta já não ficava mais seca e eu sentia a água escorrendo por dentro, me afoguei uma vez e tossi uma vez ou outra, tentando me desengasgar. - Buraco errado. - Comentei baixinho comigo mesmo, isso era o que minha mãe sempre falava quando eu me engasgava, acho que eu estava ficando louco dentro daquele lugar. Olhei na beirada do lago e encontrei uma garrafinha de água sem tampa, então peguei um pouco do líquido para guardar para depois e então caminhei de voltar para a casa onde estava. Me senti perdido por todas ruas e casas, sem tirar o fato dos prédios. Meu corpo tremia a medida em que eu chegava no lugar, estava esfriando. Quando adentrei o lugar deixei o arco com as flechas no mesmo lugar em que estive e procurei dentro da casa o banheiro, então urinei, me aliviando daquela sensação chata, não sabia se tinha encanamento ou o lugar ficaria fedendo, mas fechei a porta dali pra evitar que o fedor se instalasse. Caminhei pelos corredores e encontrei uma porta quebrada ao meio e a abri devagar, com sorte ou não encontrei uma cozinha com a pia quebrada e alguns pratos e copos jogados pelo chão, havia cacos por toda parte. Fui para perto de uma das gavetas em busca de encontrar algum tipo de alimento, talvez tivesse sorte com comida. Caso realmente houvesse levaria algumas comigo para deixar dentro do saco de laranjas, assim eu teria bastante alimentos e um pouco de água potável para uma sobrevivência de pequeno porte.

Sentei no mesmo espaço em que estive, preparado com o arco em mãos e as comidas ao meu lado. Se alguém tentasse me atacar, estaria pronto para atirar uma flecha no crânio ou no peito da pessoa. Matar ou morrer, eu tinha que decidir.

Explicação dos dados:



~ ; Thanks Maay From TPO.
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Jun 07, 2015 9:45 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
O membro 'Sebastian Hodgson' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'D10' : 9

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#2 'D10' : 10

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#3 'D10' : 6

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#4 'D10' : 5

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#5 'D10' : 10

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#6 'D10' : 10
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Mensagem por Stryga O'Chaos Seg Jun 08, 2015 5:38 am

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
ruas vazias
Por uma ironia travessa do destino, Stryga havia conseguido na Cornucópia apenas uma faca de combate e era nesta arma que depositava suas chances de sobrevivência. Mantinha a faca segura em sua mão direita, erguida rente ao peito, completamente esquecida de que anos atrás um item como aquele lhe provocava uma aflição intensa. Havia conseguido um ferimento grave com uma simples faca de cozinha, sua primeira cicatriz perpétua foi graças a ela, um trauma que levou longos anos para ser curado.

O pulsar raivoso do coração da tributo vibrava forte em seus tímpanos. As mãos trêmulas pareciam permanecer desta maneira por um longo tempo. Ela não estava feliz, nada havia saído como imaginara e na vida não aprendera a lidar com o fracasso. As falas daquela que usurpara sua desejada mochila se repetiam em sua memória, servindo para que encontrasse forças para continuar a correr. O corpo estava levemente maltratado, a mente atordoada e confusa pela forte pancada que recebera no rosto. Borrões e tonturas muitas vezes atingiam a garota de uma forma avassaladora, tendo a capacidade de fazer com que cambaleasse pelo caminho que percorria. Havia ganhado um golpe forte sem a chance de revidar, como se sentia decepcionada, enraivecida, mas ao mesmo tempo motivada. Seu ego e imenso orgulho haviamsido feridos e  fazer a loira do dez engolir os dentes e a própria língua era uma ideia bastante motivadora.

Os filetes rasos de seu próprio sangue escorriam pelo seu rosto pálido e empoeirado, marcando uma trilha rubra que chegava até um dos cantos de seus lábios. Usou a ponta da língua para muitas vezes provar de seu próprio sangue, cuspindo logo depois. O líquido vital que jorrava de seu ferimento não era apetitoso, sentir seu gosto apenas aumentava seu ódio, fazendo com que apressasse ainda mais seus passos, sentindo as panturrilhas doerem e a respiração perder o ritmo concentrado. Estava exausta e não poderia continuar agindo daquela maneira. Estava prejudicando seu próprio corpo e isso não era inteligente, não naquele momento.

Quando sentiu não ter mais forças para continuar, tombou de joelhos em um ponto qualquer daquelas ruas que mais pareciam um labirinto gigante e ardiloso. Apoiou seu tronco sobre as mãos, inspirando e expirando inúmeras vezes, sentindo o corpo reclamar e a cabeça latejar. A raiva ainda permanecia, fazendo com que arranhasse o chão de concreto com suas próprias garras afiadas. Um rosnar baixo escapou naturalmente, até um alerta de sobrevivência gritar em seu interior. Desse jeito ela foi relembrada do local que estava, do perigo que a rodeava. Uma arma qualquer poderia surgir para derramar ainda mais seu sangue, colocando em risco sua vida que nunca lhe pareceu tão preciosa.

Motivos para sobreviver ela tinha ganhado aos montes naqueles últimos minutos. Encontrara tantos objetivos para ver um novo dia nascer naquele inferno que não podia permitir que toda sua frieza e calculismo lhe abandonasse. Por isso respirou profundamente, cuspindo mais uma vez logo em seguida. Viu o pequeno resquício avermelhado em meio ao monte de saliva que expelira e sorriu de maneira lunática e assassina. Passou a mão imunda sobre seu rosto e ferida, manchando-se ainda mais. Inspirou mais uma vez, dessa vez sentindo novamente o odor de podre e poluição.

Erguendo seu corpo com uma calmaria repentina, passou a olhar para aquilo que a rodeava. Estava no centro de uma rua inundada por destroços e ruínas. Prédios erguiam-se perigosamente, alguns quase alcançando as nuvens cinzas que dominavam o céu nublado. Pareciam a ponto de virem abaixo, era apenas uma questão de tempo para isso acontecer. Casas encontravam-se no mesmo estado. Aquela área da arena parecia mais obscura e perigosa do que o normal. De pé, imóvel, a tributo concentrou-se nos sons que a rodeavam. Queria identificar barulhos que indicassem um perigo iminente, uma aproximação soturna e mal intencionada. Percebia que estava se comportando como uma presa perfeita para o abate. Naqueles momentos havia baixado miseravelmente a guarda e por sorte ainda estava viva. Não poderia mais se permitir agir como uma caça, tinha que ser a predadora que costumava ser.

Qualquer tipo de expressão marcante foi apagada de seu rosto. A faca foi segurada de forma firme mais uma vez de frente ao peito e com seus passos furtivos ela correu para um canto, esgueirando em meio à pilastras e construções de pedras, agindo como um corpo quase invisível em meio a todas sombras e meios para se ocultar. Assim, sorrateira e oculta, ela seguiu um longo caminho. Sentindo a sede e fome aparecerem como uma doença capaz de consumi-la de maneira lenta e tortuosa. A sede foi mais fugaz, consumindo-a em algumas horas, fazendo o instinto de sobrevivência reagir instantaneamente. Quando a boca e garganta de Stryga estava completamente secas, o principal objetivo ali foi encontrar água potável. Sabia que não resistiria por muito tempo sem se hidratar.

O oasis miraculoso demorou certo tempo para que surgisse diante à caçadora. Era real, estava no centro daquele labirinto nada confiável. Era um lago de águas turvas, que se movimentavam de maneira curiosa. Com cautela, a loira seguiu até a sua margem. Observando a movimentação das águas, franziu as sobrancelhas, perguntando-se se aquilo ali era seguro. Pegou uma pedra qualquer e jogou contra as águas, esperando para que qualquer coisa surgisse para atacá-la em um piscar de olhos. Estava pronta para fugir quando necessário, mas após alguns segundos sem nada de bizarro acontecer, agachou-se na borda da margem. Lavou mão e rosto sentindo o contato com a água fria e por fim fartou-se do líquido, tomando vários goles generosos até saciar completamente sua sede. Quando terminou, levantou-se mostrando seu olhar vazio. Virou-se como um corpo sem alma que apenas reagia de maneira automática. A boca e a garganta não pareciam mais arranhar, mas o estômago vazio estava a se comprimir em espasmos sonoros, parecendo rugir e ordenar por comida. Stryga precisava comer.

A tributo começou mais uma intensa busca para saciar suas necessidades primárias. Precisava matar sua fome antes de pensar em matar qualquer um de seus alvos bem definidos. A jornada começou e ela pôs-se como uma vira-lata esfomeada, revirando lixos, invadindo casas que pudessem lhe proporcionar algo para comer. A busca foi intensa, demorada, tomando muito tempo da loira. Até finalmente ela encontrar em meio a carniças podres e entulhos uma sacola lacrada. Tateou-a. A curiosidade mesclada à esperança fizeram com que abrisse a sacola com as unhas e os dentes. O gosto de plástico sujo era insuportável, mas ao perceber o que tinha em seu interior, os olhos da tributo brilharam de satisfação. Um pão macio e um punhado de cinco morangos bem machucados fizeram a selvagem sorrir e sem demora ela devorou seu pequeno banquete. Sequer considerou algum perigo, apenas devorou tudo em questão de segundos. Comer e beber deixaram a menina mais feliz.

De bucho cheio e sem sede, a menina voltou a perambular pelas ruas de maneira furtiva e oculta. Pensava que em breve a noite iria cair e encontrar um abrigo seguro para pregar os olhos era a tarefa da vez, mas seus passos levaram-na na direção de rastros generosos de sangue. Em algum ponto daquelas ruas, manchas de sangue passaram a decorar o solo de concreto imundo. O'Chaos se abaixou, passou seus dedos sobre o líquido viscoso e quente e concluiu que alguém deveria ter passado por ali poucos segundos atrás. No mesmo instante imaginou em como poderia se beneficiar com aquela descoberta. Era certo que alguem muito ferido havia passado por ali, se estivesse muito mal - o que era de se imaginar baseado pela quantidade de sangue - seria um alvo fácil. Não para ser morto, pelo jeito já era um moribundo, mas sim para ser furtado. Exatamente, Stryga estava disposta a roubar para sobreviver. Não desejava arriscar-se em uma batalha contra alguém que não desejasse estripar, não iria se arriscar de forma burra. Mas roubar alguém com o pé na cova parecia bem promissor. Por isso seguiu o rastro.

Ainda com toda sua furtividade, embrenhou-se entre pontos cegos das ruas, esgueirou-se entre colunas arruinadas, engatinhou por pontos estratégicos. Até se deparar com o trio de carreiristas. Tributos normais simplesmente dariam a volta e desistiriam de seu objetivo, mas nunca em sua vida O'Chaos fora normal. Ela iria tentar passar a perna naqueles três, roubar algo sem fazê-los perceber nada naquele momento e rir do seu sucesso logo depois.

O'Chaos fez uma análise breve, percebendo que o ferido era o tributo do um. Agachada atrás de montes de lixo, ela observou o trio. A moça de cabelos curtos, a outra tributo do primeiro distrito, estava próximo ao rapaz, não estava contente, parecia arrasada. O outro tributo masculino, o do dois, estava um pouco mais afastado, mas virado de costas, parecia incapaz de perceber a presença da loira audaciosa. As armas estavam próximas aos tributos, seria impossível pegá-las apenas para ter a satisfação de ver os prometidos sem a capacidade de se protegerem. Contudo, uma mochila estava metros afastada do trio, isso por um descuido de Topaz, que se preocupava em cuidar de seu namorado maneta. Quando viu a peça, os olhos de Stryga brilharam ardentemente, parecendo uma estrela cintilante naquela noite que chegava a galopes velozes.

Decidida a não perder a oportunidade, O'Chaos seguiu um caminho onde era generosamente oculta pelas sombras. Seus passos eram extremamente silenciosos e toda sua furtividade foi exposta para Panem naquela atitude ousada e quase suicida. Se obtivesse sucesso, sairia zombando dos temidos carreiristas; se encarasse o fracasso, provavelmente aqueles seriam seus últimos minutos de vida, mas, precisava tentar. Então aproveitou o ápice da desatenção do trio. Quase a engatinhar sobre dois pés, ela aproximou-se. Quando a mochila estava bem próximo, ela agarrou sua alça, tendo cuidado para erguê-la e colocar sobre o ombro esquerdo. Os olhos permaneceram sempre atentos, Topaz e Kennedy não pareciam notar sua presença enquanto Dharos gemia de dor. Ignorando os ferimentos do tributo, Stryga nem viu que ele estava sem uma das mãos. Retornou seu caminho andando de costas. Por nenhum motivo se viraria contra aqueles três. Quando sentiu uma segurança segura, embrenhou-se novamente na escuridão e passou a correr sem rumo, sorrindo. Até o hino de Panem tocar para anunciar os mortos daquela noite.

O'Chaos estava a uma segurança segura. Seu corpo paralisou quando a tributo do dois apareceu na tela holográfica que iluminou o céu. Stryga pensou em seu aliado. Não havia assistido sua morte, foi poupada disso, mas de alguma forma sabia que seu rosto estaria naquela tela maldita. Os dois tributos do distrito da tecnologia apareceram, sendo seguidos pela dupla do quatro, o tributo masculino do cinco e finalmente ele, Nathan.

- Mas que merda! Por que você tinha que morrer?, ela disse absurdamente séria e gelada. O coração já palpitava sobre o peito e as sobrancelhas cerravam-se de forma discreta. Stryga abaixou sua cabeça e com uma voz baixa e cheia de raiva continuou:

- Espero que estejam felizes, honrando todo esse besteirol de coragem e sacrifício. Apenas um sobrevive, não? , ela ergueu seus olhos azuis e furiosos.

- Então não acreditem em mim, apenas assistam...

Não estava claro o que Stryga pensava, mas ela estava no jogo sádico da raça mais egoísta da face da terra e os egoístas não estavam somente do outro lado da terra, estavam naquela arena. E não tinha como negar, ela também era uma selvagem egoísta, mas estava disposta a fazer seu jogo pessoal. O'Chaos mostrou-se louca em muitos de seus momentos, estava na hora de se mostrar ardilosa.

A loira correu sem rumo, sem se importar com os outros que haviam morrido naquele dia. Eram pesos a menos, faltavam alguns poucos mais... Ela estava entrando em seu próprio jogo.

Minutos depois caminhava sobre as ruas da arena, buscando um lugar para recostar-se e dormir em segurança. Os telhados seriam ótimos para isso, se não estivessem prestes a desabar. O melhor mesmo era encontrar uma casa, de preferência vazia, para descansar por algumas horas, raciocinar e encarar um novo dia na manhã seguinte. A tributi encontrou uma casa, mas ela não estava completamente vazia...

Stryga parou de frente a uma porta encostada. Estava exausta, não queria mais continuar perambulando em busca da casa perfeita, só queria se sentar e descansar as pernas. Ela abriu a porta com os pés, olhando para o interior do cômodo ainda pelo lado de fora. A densa penumbra era predominante, poucos focos discretos de luzes iluminavam o local. Não ouvindo nada de anormal, ela ousou entrar, sendo surpreendida no mesmo instante por um golpe fraco nas costas. Reagiu rapidamente com uma "patada" veloz no rosto de seu agressor, arrancando um Ai! discreto. Inexplicavelmente os dois se encaram por alguns segundos, parecendo se analisar.

- Vai tentar me matar?, ela perguntou sem rodeios. Se tivesse que lutar ali, lutaria, mas o que queria mesmo era sentar, descansar a cabeça que ainda doía e depois pensar no que fazer.

- Não! Só se você tentar primeiro., Sebastian, o tributo falou de uma maneira inocente, algo que soou divertido para O'Chaos. Ela esperava uma flechada certeira, ao menos uma tentativa de uma, já que o garoto empunhava um arco improvisado. Ele era diferente, ela percebeu no mesmo instante.

- Agora não estou a fim e você não roubou minha mochila e nem matou meu parceiro. Acho que está tudo bem, mas há carreiristas por perto e se a gente for os únicos por essa área, temos que nos preocupar... , a tributo revelou, jogando seus itens no chão e sentando-se logo em seguida.

- Acho bom a gente não se matar por enquanto ou logo seríamos mortos por eles. Mas você quem sabe..., ela deixou a decisão nas mãos dele, mas estava preparada para reagir caso fosse necessário.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Seg Jun 08, 2015 5:38 am

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
O membro 'Stryga O'Chaos' realizou a seguinte ação: Lançar dados

#1 'D10' : 5

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#2 'D10' : 5

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#3 'D10' : 4

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#4 'D10' : 10

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#5 'D10' : 1

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#6 'D10' : 8
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Mensagem por Sebastian Hodgson Qui Jun 11, 2015 6:59 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100

"I just wanna be by your side
If these wings could fly"

O silêncio predominava completamente o local onde estava, o sol ia sumindo aos poucos e eu sentia um grande aperto no coração a medida que a escuridão se instalava por todo o local. Meus olhos estavam querendo fechar, afinal, o sono se aproximava sem aviso prévio. Um barulho estranho podia ser escutado, estava do lado de fora. Os passos fortes me assustavam e o barulho da porta se abrindo me assustava. Uma garota de cabelo rosa entra sem ânimo nenhum, sem se importar se era seguro ou não. Com medo arrisquei dar um chute nas suas costas, mas foi algo tão fraco que eu senti vergonha do que havia feito. Sem eu menos esperar havia sido revidado com outro golpe, este que acertou meu rosto. - Ai! - Pronunciei num tom baixíssimo logo que meu rosto avermelhou-se devido a patada. - Vai tentar me matar? - Falou a garota não se importando, estava pronta para me atacar e eu não era burro, sabia que não tinha como me defender, estávamos perto e eu era um combatente a distância. Suspirei respondendo tremendo minha mão. - Não! Só se você tentar primeiro. - Disse com a voz enfraquecida, sentia medo e não conseguia esconder, tentava disfarçar, mas era quase impossível. - Agora não estou a fim e você não roubou minha mochila e nem matou meu parceiro. Acho que está tudo bem, mas há carreiristas por perto e se a gente for os únicos por essa área, temos que nos preocupar. - Revelou Stryga, moça que estava sentada a minha frente, não sentindo-se ameaçada, ela sabia que eu era inocente o bastante para não arriscar ataca-la, sabia que eu era uma presa fácil, mas mesmo assim não tentou me matar na primeira oportunidade. - Carreiristas? Por aqui? - Falei preocupado, tentando me movimentar, mas o fato de estar com a panturrilha machucada, aquilo foi inválido. Gemi baixo de dor, aquilo ainda me incomodava. - Não se preocupe, vamos se juntar por enquanto. - Decidi com os olhos brilhando, independente se a conhecia ou não, sentia que podia confiar nela.

- Desculpe a antipatia. Me chamo Sebastian, distrito seis. - Falei deixando um sorriso se estampar em meu rosto, enquanto esticava a mão para a cumprimentar. A analisei e percebi um corte em seu rosto, ele podia estar ardendo e pela expressão facial dela, quase não se importava com o machucado. Arrisquei me levantar ainda com o torniquete na panturrilha, deixando o arco ali próximo junto da comida e bebida que havia conseguido. - Você deve estar com fome. - Falei positivamente entregando uma laranja a ela, podia saciar seu estômago que poderia roncar ou sua sede, quando sua boca estivesse seca. Mancando fui chegando próximo dela e analisei seu rosto com cuidado. - Isso deve estar doendo. - Afirmei pegando um pedaço de pano rasgado e o molhando com um pouco da água que havia conseguido no lago. - Sabe, eu era médico no meu distrito. - Revelei passando o tecido sobre seu rosto, onde estava o corte com sangue em volta. - Era uma profissão boa, eu podia ajudar as pessoas. - Continuei falando enquanto molhava o pano e continuava limpando os vestígios de sujeira vermelha ou de pó. - Infelizmente, meu futuro é incerto. Não acredito que possa ajudar outras pessoas, talvez você seja minha última paciente. - Falei num tom de voz firme e verdadeiro, sabia que poderia morrer a qualquer momento, mas também sabia que faria alguma coisa boa naquele lugar, minha consciência estaria limpa. - Não temos um antisséptico para evitar que um microrganismo cause uma infecção nessa região, teremos que ter sorte. - Falei num tom preocupado finalizando a pequena limpeza que havia feito ali. - Está tudo certo, agora descanse um pouco. Eu fico de vigia e grito se for preciso. - Pronunciei com um sorriso quebrado na face, estava entristecido e contente ao mesmo tempo, pude ajudar uma garota que nunca havia conversado antes, mesmo sabendo que ela me mataria no futuro. Senti um aperto no coração novamente, mas não me importei, já sabia o meu destino.

Explicação dos dados:



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Mensagem por Brahms Hool McKnight Qui Jun 11, 2015 6:59 pm

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Mensagem por Kennedy Chandler Mensen Sáb Jun 13, 2015 1:27 am

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
Jogos Vorazes...
 Os jogos do medo.

A fuga da cornucópia tinha sido incrivelmente ligeira. Não queria matar aquela menina, contudo era ela ou eu, optei pelo melhor: a minha própria pessoa. Com a sorte do destino consegui adquirir uma espada, a mesma era meu objeto mais valioso para o momento. Não tinha uma mochila, mas tinha proteção corpórea. Unindo-me à dois carreiristas, observei bem a mão do colega Dharos, senhor como estava detonada. Sabia-se muito bem que ele não sobreviveria muito tempo, torcia eu que pelo menos conseguíssemos fugir para o mais longe. Na adrenalina do momento optamos por escolher as ruas vazias, local talvez um tanto parado, esperava eu.

Andando lentamente, avistei aquele rastro de sangue no chão _ Dharos, cubra este ferimento, vão nos achar dessa maneira. Falei severamente. Seu rosto já se encontrava pálido, coloquei minha mão sobre seu punho e seus batimentos estavam bem acelerados, o pior de tudo eram os seus gemidos. Olhei para o céu e atentei que ele parecia logo logo mudar _ Pessoas, precisamos nos esconder em algum local. Caminhamos pelas estradas, olhando as casas velhas e lixões que se encontravam por ali. Quem administrava os jogos vorazes saberia que logo iríamos precisar de comida, quem sabe com a sorte do destino não se encontrava uma comida boa para se comer ali no presente destino de parada.

Dharos se acolheu aos braços de Topaz, ela realmente parecia muito preocupada com ele, ouvia algumas coisas sobre ela seguir sozinha, junto de mim, que de alguma forma ela estaria protegida. Não sabia se era realmente com a minha presença. Ambos conversando, me afastei alguns metros dando uma leve privacidade. Não podíamos nos afastar muito, caso contrário alguém poderia se machucar. Involuntariamente comecei ouvir um choro leve da garota, ela não queria se demonstrar fraca, mas sabia que emocionalmente já estava esgotada. Até perceber que a mesma pegou a lança do rapaz. Arregalei os olhos e perguntei lentamente _ Err.. Topaz... Não vai fazer o que estou pens.... Sem pestanejar _ Topaz! Não! Tentei correr em direção ao garoto, mas era tarde demais. A menina que parecia ser doce, havia atacado Dharos com uma ‘lançada’ no meio do peito. Instantes comecei a ouvir aqueles gritos de desespero.

Focando totalmente na morte do rapaz, não observei a entrada de Stryga pendente ali. Olhei sério pra ela e sorri _ Não vai tentar fazer isso mesmo, vai? Empunhei a espada para frente. Uma outra menina muito inteligente e perspicaz, admirava seu estilo de ser, pena que nos jogos éramos obrigados a ser inimigos um do outro.

A mesma se afastou e suspirei aliviado. Não queria brigas, não queria matar ninguém, a não ser que fosse muito necessário. Sentindo uma vibração diferente, um ar mais rápido, observei os céus e vi um aerodeslizador _ Topaz... VEM, Topaz! Ela não queria se soltar dele. Sabia que se não puxasse ela o móvel ia amassar ela sem piedade alguma. Puxei a menina pelo braço, a qual no outro carregava a lança do rapaz e dali fugimos _ Precisamos nos afastar. O sangue do Dharos fará com que nos rastreiem de novo. Concordando comigo a mesma cedeu. No caminho para outro local, fui conversar com ela novamente e sem perguntar ela cai involuntariamente. Antes que ela bata sua cabeça no chão, seguro firme no seu corpo a carregando no meu colo _ Eu podia matar você né... Menos um pra me enfrentar depois. Porém não farei isso. Guerreiros de verdade não atacam pessoas vulneráveis, eles ao menos deixam seus adversários terem a chance de lutar. Me agachei de leve pegando a lança do garoto, segurando firme a minha espada, indo de encontro pra uma casa.

Entrando na mesa, deixo Topaz jogada ao chão. Peguei uma cortina da janela e fiz de travesseiro. Peguei uma cadeira e apoiei seus pés na mesma, assim o sangue refluiria para a cabeça e ela acordaria mais rápido. Voltei ao centro da porta e coloquei uma outra cadeira tentando trancar. Fechei as janelas e fiquei averiguar a casa procurando por um alimento ou água, pois logo iria desidratar. Deixei a lança do lado da menina e segui sozinho ao segundo piso da casa. Subindo as escadas, observei a primeira porta da direita, estava trancada, tentei novamente e nada. Na terceira chutei com toda força a porta tentando abri-la _ Consegui! Sorrindo por ter efeito na abertura da porta, observei prateleiras e encontrei comida, não era bem comida, eram mantimentos antigos, não pareciam estar vencidos, mas também não ia deixar os mesmos ali. Era importante ter alguma coisa pra comer, mesmo se fosse velha _ Vou pegar esses pacotes de bolacha, torcendo pra não ser vencido. AH! Dei um pulo para trás me assustando com a presença de um rato ali. Peguei os únicos dois pacotes que pareciam estar fechado e me retirei daquele quarto.

Continuando a caminhar naquela sombria casa, olhei outro quarto, ele parecia ser mais fino, contudo existia poeira, a cama era redonda, espelhos no teto, frigobar, logo pensei besteira _ Frigobar? Acelerei meus passos em sua direção, abrindo rapidamente vi garrafinhas de suco e refrigerante, tentei a sorte de tirar tudo e achar com o amor de Hecate uma única garrafa de água. Peguei e acelerei meus passos para baixo procurando por Topaz.

_ Topaz? Topaz.. Cadê você? Olhei para os lados e não vi sua presença. Mostrei o que havia achado _ Conseguiu algo? Olhei suas coisas e balançamos a cabeça positivamente _ Escuta, vamos manter guarda. Vamos dormir aqui hoje e amanhã seguimos. Vamos deitar contra essa parede. Assim ninguém nos ataca pelas costas. Na lareira ninguém vai descer, é muito estreita, precisamos nos preocupar apenas com a porta. Pausei e falei novamente _ você pode dormir.. Quando eu cansar, te acordo e você mantém guarda. Assim ficaremos. Deixei ela deitar primeiro para recuperar suas forças. Me sentei no chão e a mesma se apoiou diante do meu corpo, ergui uma sobrancelha e aceitei o momento, afinal.. Agora éramos uma dupla.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sáb Jun 13, 2015 1:27 am

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Mensagem por Stryga O'Chaos Sáb Jun 13, 2015 1:49 am

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
ruas vazias {post ii}
Um trio de carreiristas estava lá fora, preparado até mesmo para arrancar a pele  dela caso tivesse a oportunidade. O garoto que estava à sua frente mostrava-se inocente, como os coelhos que costumava caçar em seu distrito. Isso para ela tinha seu ponto negativo e positivo. Negativo porque  estavam em arena onde era matar ou morrer, se ele não estivesse preparado para matar, logo iria ser massacrado.  Mas era ai onde também estava o ponto positivo, ele não seria capaz de matá-la.

Tê-lo ao seu lado parecia muito mais promissor do que caminhar sozinha. Em uma hora ele poderia se mostrar mais útil do que imaginara... E estava disposto a se aliar naquele momento. Era a melhor oportunidade que tinha, já que a sorte de ambos na Cornucópia havia deixado a desejar.

Sebastian se apresentou educadamente, enquanto Stryga respondeu seu nome entre os dentes, encarando a mão dele que se estendia em sua direção:

- Eu sou Stryga, distrito oito.

A mão de Sebastian permanecia estendida, mas a garota que não conhecia boas maneiras a ignorou, focou no torniquete que estava na perna dele. Seu aliado estava ferido e não parecia nada bem, pelo menos estava pior que ela. Mas ainda se preocupava em ajudá-la, inclusive oferecendo uma laranja, algo que a tributo colocou ao lado de sua faca para comer depois. Sebastian aproximou-se para cuidar do ferimento da loira, o maldito corte aberto que ela tinha se esquecido completamente graças a todos os acontecimentos das ultimas horas. O'Chaos recuou sua cabeça no primeiro instante, era arredia. O garoto falava, revelando detalhes de sua vida, era sociável, até demais.

Stryga por vezes o ouvia, outras não. Por alguns momentos ainda pensou em falar algo, mas nada de relevante tinha para dizer. O que falaria? Que sentia falta da floresta? Que as chances deles sobreviverem eram mínimas? Por mais que fosse louca, sabia que aquilo não seria sábio dizer. Mas a oportunidade para algumas palavras surgiu quando o tributo do seis falou sobre a ameaça de infecção em seu corte.

- Isso não é nada. Já tive outros muito piores., ela falou deixando que limpasse seu ferimento e relembrando dos diversos ferimentos que já tivera. A maioria infeccionara, nunca cicatrizara corretamente por isso, deixando a jovem Stryga derrubada na cama, com febre alta e arrepios intensos. Apenas não havia morrido porque era tinhosa, arrancava as cascas infeccionadas com água quente e lavava todo a secreção inflamada com água quase fervendo até ver a aparência melhorar, uma ou duas vezes pôde contar com água oxigenada, mas na maioria das vezes teve que improvisar com agua quente ou com sal diluído. Nas suas infecções mais graves apenas não morreu porque era teimosa, já que nunca experimentara qualquer tipo de antibiótico. O'Chaos tinha um organismo bem preparado, apesar de magra. Seu corpo se adaptara bem aos mais diversos contratempos, Sebastian não parecia ter a mesma sorte.

- Ficarei bem. Um minúsculo corte como esse não me tirará tão fácilmente de batalha.

Sebastian comentou sobre ficar de vigília, obrigando a menina de cabelos com mechas pink a analisar sua aparência cansada. Era ele quem precisava descansar.

- Não conseguirei dormir. Acho melhor você descansar por algumas horas. Não pense que não percebi o seu ferimento. Durma. Se eu me sentir cansada, falo com você.

Ela se ajeitou de frente a porta, cortando com sua faca a laranja que recebera. Sugou todo seu suco, aproveitando até o último fiapo do bagaço. Pouco tempo depois um barulho discreto e metálico passou a se aproximar. Um pequeno paraquedas aterrissou entrando pela brecha da porta, que rapidamente foi fechada por Stryga. A tributo abriu o embrulho e leu a minúscula frase que o acompanhava: Use em seus ferimentos

O'Chaos não usou em seu corte no rosto, mas ofereceu um pouco de sua pomada para seu aliado. Um parceiro manco só a atrasaria...

obs:


▲▼

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Mensagem por Topaz Ross Sáb Jun 13, 2015 2:32 am

Ruas Vazias - 2ª etapa 100


ONE LAST TIME
Tropeçando nos meus próprios pés, sinto o desespero infectar por completo o meu ser enquanto corro em uma fuga frenética, movida apenas pelo desejo de arrastar Dharos para o mais longe possível do inferno que se tornou a cornucópia. Se não fosse Kennedy, não sei como nem se teria conseguido tirar o meu tatuado de lá. Não sei ao certo a quanto tempo estamos fugindo e nem sei dizer exatamente quando foi que a paisagem se transformou neste labirinto de edifícios em ruínas. Meus movimentos são extremamente mecânicos e eu não consigo burlar o medo insano que agora me assola. É então que ouço a voz de Dharos sob um gemido de dor intensa - Por favor, parem! Eu não consigo ir mais longe! - diz ele com o semblante de sofrimento estampado em seu rosto. - Já estamos longe o suficiente, Topaz. Vamos parar um pouco. - diz Kennedy e logo me ajuda a sentar Dharos no chão. Tiro a mochila de minhas costas e deixa-a bem de junto de mim. Já é noite e o escuro me ajuda a não ter que encarar diretamente o lugar onde antes estava aquela mão forte que me acariciava com o toque de um anjo. A dor em meu peito por vê-lo naquele estado é quase equivalente à dor que eu imagino que ele esteja sentindo.- Eu quero que seja você... - Dharos inicia - Tem que ser você. Não aceito que outra pessoa tire a minha vida... - suas palavras soam roucas e só um instante depois me dou conta do pedido assombroso que ele está a me fazer. - Do que você está falando?! Você vai ficar bem! Vamos receber algo que vai te curar! Você não vai morrer! - digo desesperada enquanto seguro-o firmemente em meus braços como se quisesse evitar que ele fugisse de mim. Largo-o por um instante para mirar no fundo de seus olhos azul e profundos, e só então percebo que ele está falando sério pela determinação absoluta em seu olhar. Com as lágrimas ameaçando irromperem de meus olhos, viro-me para Kennedy e este nos observa com um semblante nada reconfortante - Topaz... Ele perdeu muito sangue... - diz o carreirista do 2 e então Dharos continua - Você tem que fazer! Só você pode fazer isso! Eu não estou mais aguentando... - e antes que ele continue a me esfaquear com a sua verdade assoladora eu seguro-o pelo queixo e tremo ao encarar novamente os seus azuis gélidos - Não! Eu não vou te matar! Eu não posso! Eu... Eu... - engasgo com minhas palavras e então ele demonstra uma dor inimaginável ao me se esforçar para me abraçar. - Eu também te amo... - ele sussurra com uma voz fraca que me mata ao me fazer perceber que ele está certo. Não há nada o que possa fazer agora além de por um fim no seu sofrimento. - Você não tem arma... Fique com minha lança... Acabe com isso com a minha própria arma... - ele se esforça para cuspir as palavras e eu já não consigo nem respirar direito em meio ao meu choro e soluço. Com as mãos tremendo, toco no cabo de metal e tento agarrá-la com firmeza. A feição de Dharos muda, ele agora parece satisfeito; um quase meio-sorriso se forma no canto da linha fina que se tornaram os seus lábios. Uma dor aguda me aflige quando minha mente é tomada pelo pensamento de que nunca mais poderei tocar aqueles lábios com os meus. Uma vez mais. Só uma vez mais, eu preciso disso para que eu não morra agora, junto com ele. Me inclino na sua direção e rapidamente nossos lábios estão colados num beijo doce que, por frações de segundo, me livra de todo desespero, medo, ou dor. - A garota do 12... E a do 7... Prometa que vai matá-las... - ele sussurra e eu apenas assinto com a cabeça - Não se preocupe... - digo engolindo o choro - Faça! - diz o tatuado com a voz áspera e fraca. De pernas bambas e com meu peito partindo-se ao meio, levanto-me e ergo a lança no alto. - Eu te amo! - digo antes de usar toda a minha força para perfurar com a ponta da lança o coração do homem que eu amo. O golpe é firme e rápido e ele dá um último gemido de dor antes de arregalar os seus infinitos olhos azuis para mim e me lançar-me um leve sorriso enquanto a vida se esvai de seu olhar. O chão aos meus pés me falta, antes que eu possa me equilibrar, caio de joelhos chorando sobre o seu corpo.

Instantes eternos se passam enquanto eu permaneço parada, apenas esperando que em algum momento as lágrimas levem embora um pouco da minha dor. Só me recordo de que Kennedy ainda estava por perto quando ouço sua voz exaltada - Não vai tentar fazer isso mesmo, vai? - ele diz em um tom ameaçador e eu então viro-me para trás apenas para ver a garota do Distrito 8 com seu pálido estampado por uma feição de surpresa e medo. Me ponho de pé em um salto enquanto Kennedy já estava de espada erguida, mas antes que possamos atacar, a garota já está em fuga e simultaneamente um barulho massivo me força a olhar para cima, ao passo que vejo um aerodeslizador pousando enquanto um gancho sai da parte de baixo do veículo. - Dharos! - grito quando me toco de que o avião está aqui para levar o corpo de meu amado. Corro em sua direção, relutante em deixá-lo ir, mas Kennedy me agarra - Topaz... Vem, Topaz! - ele grita e o gancho já está quase chegando ao solo. Agarro minha mochila e a lança de Dharos e deixo Kennedy me levar para longe. Atônita, vazia, apenas uma casca sem vida; é assim que me sinto enquanto continuo a vagar pelo verdadeiro labirinto de ruas vazias. Agora que boa parte da adrenalina se foi, dando lugar para a angústia, sou capaz de finalmente sentir a dor aguda na minha cabeça. talvez pela pancada que levei do tributo do 11. É então que, de um segundo pro outro, minhas pernas fraquejam novamente, mas dessa vez minha visão também se torna turva e saturada. Ouço a voz de Kennedy distorcida em um ruído incompreensível e então tudo se torna escuro.

Olho para Dharos e ele então me pega pela mão enquanto me guia por um campo florido. Ele está mais belo do que nunca, e me sinto hipnotizada pelo seu olhar que se torna iluminado pelo pôr-do-sol. Seu sorriso me encanta de tal forma que chego a ter calafrios. - Uma última vez. Uma última vez eu preciso ser aquele que te levará pra casa. - ele diz e embora eu não entenda do que ele está falando, continuamos de mãos dadas. O chão treme sob os nossos pés e então caímos de um penhasco. Ao tocar o chão, olho em volta e vejo-me no coliseu. Vários tributos armados partem para cima de Dharos e quando me dou conta ele está sem um das mãos e com várias lâminas cravadas em seu corpo. Tento correr para ajudá-lo mas não consigo me mover. Grito o seu nome, mas minha voz não existe. - Uma última vez... Eu preciso ser aquele que te leva pra casa... - ele diz e então vejo a vida se esvair de seus olhos. Acordo gritando, atordoada e sem saber ao certo onde estou. Olho em volta e me encontro dentro de uma casa aparentemente destruída. Ao meu lado minha mochila vermelha e do outro a lança suja de sangue na ponta, logo me dou conta de que ainda estou na arena e que acabei de acordar de um pesadelo que não é tão diferente da realidade. Começo a chorar novamente, mas logo engulo o soluço quando barulho de "beep" ecoa pelo local e chama minha atenção para uma espécie de lareira. Há um paraquedas prateado caído em cima de restos de madeira queimada. Levanto-me com certa dificuldade e corro até o objeto. Um pequeno recipiente carrega um bilhete que diz "A Capital está de luto com você. Forças, viúva-negra!". Abro o recipiente e vejo uma cartela de comprimidos brancos. A dor em minha cabeça ainda é grande, e se estes forem analgésicos, poderão ser de grande ajuda. Arranco um dos comprimidos e empurro a seco pela minha garganta. Só então me lembro de Kennedy e me torno aflita ao me dar conta de que ele não está comigo. Guardo os comprimidos em minha bolsa e iço-a em minhas costas antes de pegar minha lança e começar a procurar pelo meu aliado.

As portas e janelas da casa estão barricadas pelo lado de dentro, isso significa que ele deve estar dentro do edifício em ruínas que ameaça desabar a qualquer instante. Começo a caminha pela casa, até que encontro uma escada que desce ao nível inferior, o porão talvez. O lugar é escuro e eu então uso um dos palitos de fósforo que haviam em minha mochila para iluminar o ambiente. Várias teias de aranha infestam o local, mas eu simplesmente afasto-as enquanto continuo minha procura - Ken? - sussurro e então ouço um barulho. Salto ao ver um rato correndo rapidamente em linha reta. Sorrio levemente quando percebo que me assustei atoa, logo continua procurando por algo. É então que vejo um par de freezeres quebrados e algumas prateleiras com vários potes. Decido vasculhar rapidamente em busca de água ou comida, uma vez que a sede e a fome já começam a me atingir. Depois de vasculhar todo o local e apanhar o que considero útil, volto para o andar térreo e dou de cara com Kennedy. Contente, aproximo-me de meu aliado enquanto mostramos um ao outro o que conseguimos pela casa. Após combinarmos um sistema de turno para descanso, começo a me situar, a acordar para a realidade. Dharos se foi e não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Eu prometi que iria me vingar daquelas que o levaram ao seu fim e isso é o que me moverá daqui pra frente. Agora somos apenas Ken e eu, e eu não posso deixar que nada me derrube tão facilmente. Tomo um segundo analgésico e fecho os olhos tentando dormir, rezando para reencontrar Dharos nos meus sonhos. Uma última vez, uma última vez é tudo o que eu preciso.

OBS.::
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sáb Jun 13, 2015 2:32 am

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Mensagem por Charlotte M. C. Reinhardt Dom Jun 14, 2015 9:23 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
Tópico Fechado. Notas e Continuação em breve, aguardem!
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Mensagem por Charlotte M. C. Reinhardt Dom Jun 14, 2015 11:22 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
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Todos os tributos daquela determinada área, as ruas, estavam em uma situação diferenciada. Todos tinham problemas, claro. Comecemos primeiro, pela a tributo carreirista do um e seu aliado. Ambos tinham caminhado um pouco, acharam algo para comer e beber. Topaz até conseguira algo para beber, tinha matado sua sede, mas não completamente, ainda sentindo um pouco de sede, mas não mais que seu aliado, Kennedy. A situação deplorável de seu próprio namorado a fez agonizar, isso piorou quando o mesmo a pediu para matar-lô. Topaz o fez e poucos segundos depois, todos os tributos ouviam um canhão. Mais uma morte. Poucos minutos depois, um aerodeslizador aparecia para levar o corpo do tributo caído.

Enquanto a dupla de carreiristas se mantinham naquele momento de luto, no qual Kennedy parecia não se importar muito, mas reconfortava Topaz, Stryga, a tributo do oito, se aproximava. Alguns momentos antes, ela tinha matado sua fome e sua sede, porém não completamente. Tinha tentado rastrear o grupo de carreiristas para ver se lhe tinha algo vantajoso por lá, Stryga não tivera nenhuma dificuldade ao rastrear o grupo, conseguiu tirar alguns itens da mochila, mas fora surpreendida por Kennedy, assim que se virou para sair com a mochila. Jogou a mochila no chão, pegando sua faca, fazendo um corte em sua bochecha, então correu para o mais longe que conseguiu.O tributo do distrito dos pacificadores não tinha um ferimento tão grave ao ponto de matar-lô. Era superficial, mas ainda exigia tratamento para não lhe atrapalhar futuramente. Stryga saía de lá sem a mochila que queria, mas ao menos, estava inteira.

O tributo masculino do 6, Sebastian, tinha ido para uma casa aos pedaços, lá, o tributo masculino do seis conseguiu se instalar. Comeu algo, conseguiu acabar com sua fome, mas não toda, assim como a sede, mas a sede estava mais diminuída que a fome. Depois disso, o tributo masculino do seis começou a andar pela a casa, em busca de materiais para seu arco e flecha, porém não achara todos. O que ele montara era um arco e flecha perfeito, com pequenos defeitos, mas nada que o impedisse de usar lo e se destruir. Se fosse usar-lô para qualquer coisa, coisa que ele fez com perfeição. O arco estava reforçado e resistente. O rapaz estava ferido, isso era notado por ele, pegou os materiais necessários para seu torniquete, o fazendo corretamente. Assim, ele encontrara a tributo do Distrito 8, Stryga. Ambos conversaram, até decidirem se unir. Então, Stryga tinha seu ferimento tratado por Sebastian, que apesar de médico, tratara o ferimento muito bem, mas isso, ainda incomodaria Stryga um pouco, mas para sorte da tributo, não seria nada grave.

O caso de Topaz e de Kennedy se resumiam a se locomoverem do lugar que estavam para outro, lá passarem a noite e assim, cada tributo seguiria sua 'vida' que seria curta ou não, dependia deles e dos idealizadores.

Patrocínio:

Tributos:

Pontos de Patrocínio:

Mochilas:

Nota dos Tributos!:

Mortes!:

Créditos à JVBR
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Mensagem por Charlotte M. C. Reinhardt Seg Jun 15, 2015 6:55 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
Ruas Vazias
Um tiro de canhão ressoava pela a Arena.  Mais uma morte. Os tributos encararam a tela que aparecia. O hino de Panem começara a tocar, então exibiam a foto do tributo morto: Dharos McKlaus, Distrito 1. Alguns tributos até poderiam ficar feliz, outros nem tanto, mas assim era a Arena. Morte os cercariam e apenas um sairia vitorioso. Aqueles tributos não tinham a dimensão total do tamanho do Caos que aquela Arena, que aqueles jogos seriam. Aquilo, tinha apenas começado e se fossem espertos, sobreviveriam. Como? Era a última coisa que precisavam pensar o que era preciso, era saber quem e como matar.
 
Todos os tributos estavam espalhados pelas as 3 partes da Arena, mas tirando o único combate que acontecia, entre o tributo do Distrito 10 e o tributo do Distrito 12, aquela Arena estava muito parada para o gosto dos idealizadores. Na central de comando dos jogos, duas das idealizadoras, uma ruiva e uma loira conversavam sobre o que poderiam fazer para dar uma ‘animação’ e fazer o sangue fluir naquela Arena.
 
Para todos, os eventos que se seguiriam, seriam um tanto incomuns. Surgiria naquela Arena, em alguns postes, algumas grandes colméias que caíram em um terremoto que ocorria na Arena. As colméias estavam repletas de Teleguiadas que nada mais eram que Vespas geneticamente modificadas. A ferroada doía muito e o veneno das Teleguiadas... Coitados daqueles que fossem ferroados! Enquanto tentavam fugir, ao menos das teleguiadas, um novo terremoto atingia a Arena, fazendo com que algumas casas em que os tributos se abrigavam, caíssem e poderia até cair em cima dos tributos. Eles teriam que fugir e achar um abrigo mais estável, ou estavam condenados. O caos, agora se instalava novamente.
 
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Mensagem por Sebastian Hodgson Ter Jun 16, 2015 5:37 am

Ruas Vazias - 2ª etapa 100

"I just wanna be by your side
If these wings could fly"

O destino era incerto. A certeza confusa. Meu corpo estava estremecido e eu não tinha absolutamente nada em mente a não ser tentar sobreviver diante aquele caos que estava atormentando a cabeça de vários tributos, escolhidos para serem usados como brinquedos e depois descartados. Eu havia descansado um pouco e acordei para Stryga fazer o mesmo depois que estava um tanto quanto relaxado, afinal, precisava me conformar em dormir pouco. Algumas curtas horas se passaram e a garota ainda dormia, parecia até mesmo um anjo com os olhos fechados, mas num momento incrédulo, o chão começava a tremer de forma agoniante, meu coração palpitava de forma rápida enquanto sentia que algo ruim estava por vir. Encostei no ombro da menina e disse apavorado. - Acorda, acorda. Precisamos correr! Eu era engenheiro e quando terremotos acontecem... as casas são lugares perigosos. - Falei num tom preocupado enquanto se levantava ainda mancando com pouca dor na panturrilha, arriscava apressar-me diante aquela situação. Peguei meu arco e flecha, o saco de laranja e tudo que havia conseguido e caminhei desgovernado pelas ruas vazias em busca de sobreviver. - Precisamos de um lugar novo. - Falei coçando a cabeça enquanto tentava se afastar das casas. Os postes estremeciam e derrubavam colmeias assustadoramente horríveis, delas saíam uma espécie de vespas que começavam a voar e cobrir grande parte daquela região. Senti um aperto no peito e um medo absoluto me dominou. Fechei os olhos na espera de torcer para sair vivo daquilo. Corri o mais rápido que eu podia, mesmo sabendo que poderia ser arriscado com a perna não muito sã, tentei. Meu corpo sentia  a brisa gelada passar sobre minha face, meus pelos corporais se arrepiavam e eu continuava a tentar escapar. - Eu sei onde fica um lago. - Falei enquanto ainda corríamos das teleguiadas, mas o chão se estremecendo me fazia se desequilibrar. Analisei ao meu redor e tentei me aproxima o mais rápido daquele ambiente onde havia água, sabia que insetos não entrariam ali. Quando chegasse perto pularia no lugar, perto da parte mais rasa para ficar dentro da água e assim "fugir" das vespas.

Ainda assustado, esperei o som dos insetos ir desaparecendo para então se levantar da parte onde estava. Meu coração acelerado me deixava nervoso, mas sabia que precisava continuar tentando. Suspirei em meio a passos cambaleantes e fui me afastando de onde estava em busca de algum lugar que eu e Stryga pudéssemos nos instalar. As casas estavam mais destruídas, muitas ao chão e o caos predominava no ambiente. Meus passos iam se acelerando quando chegávamos perto de uma espécie de jardim sem flores ou grama. Haviam muros, mas nada em seu centro, nem mesmo teto. Ali era um lugar aberto de muros altos, caso não houvesse outro terremoto, poderíamos tentar ficar por ali por um tempo. - Tem um plano? - Perguntei a garota coçando a cabeça, andando de um lado para o outro. Estava impaciente e com medo, sabia que algo estava prestes a dar errado.

Explicação dos dados:



~ ; Thanks Maay From TPO.
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Ter Jun 16, 2015 5:37 am

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O membro 'Sebastian Hodgson' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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Mensagem por Sebastian Hodgson Ter Jun 16, 2015 5:39 am

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
Lançando mais dois dados. Não sei por que diabos os outros não foram.
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Ter Jun 16, 2015 5:39 am

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Mensagem por Stryga O'Chaos Dom Jun 21, 2015 6:47 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
ruas vazias {dia ii}
Uma nova manhã se iniciava de maneira tímida. Os raios foscos de um astro rei cansado invadiam discretamente as frestas e janelas quebradas da casa em ruínas. Stryga estava bem disposta, poucas horas de sono haviam sido suficientes para recuperar suas energias e acalmar seus sentimentos mais confusos. Ela olhava seu reflexo em um espelho embaçado graças a uma densa camada de poeira cinzenta. O vidro trincado de cima a baixo distorcia ainda mais sua imagem.

Com a ponta da manga de sua jaqueta limpou levemente a camada de poeira, podendo observar a si mesma com mais perfeição. Ela também estava suja. Talvez tanto quanto o espelho quebrado e aquela casa arruinada. Contudo, o que mais se sobressaia ali era o edema inchado em seu rosto. Após algumas horas, o choque dele contra a corrente da tributo do dez ficava ainda mais visível, mesmo que não tivesse se agravado. O pequeno corte sobre o osso acima de sua bochecha não parecia grave, em breve deveria cicatrizar. O único inconveniente era o roxo profundo ao seu redor e o inchaço protuberante.

O'Chaos pegou um pano úmido e passou sobre a ferida e todo seu rosto, limpando com cuidado. Após feito, pressionou com força as duas extremidades do corte, espremendo todo líquido aquoso mesclado a pequenos resquícios de sangue. Por sorte, nenhuma secreção amarelada saiu. Isso só significava uma coisa: nada de infecção. Ela suspirou com satisfação, passando mais uma vez o pano úmido, limpando também suas mãos.

Sentada de frente à penteadeira, um móvel antigo que parecia estar prestes a cair aos pedaços como toda aquela casa, Stryga focou seus olhos no reflexo de seu aliado. Sebastian estava calado. O intenso silêncio passou a afligi-la. Aquele começo de manhã chegava cinzento, pesado, tenso. Emanava morte e sofrimento. Sem o cantar dos pássaros e o som de uma floresta tudo parecia morto. E assim que ela gostaria de estar caso precisasse viver para sempre privada do prazer de encontrar-se novamente com a natureza mais pura e selvagem. Aquela selva de pedras caídas a deixava sufocada, aprisionada. O odor artificial, pútrido e nauseante passou a incomodá-la, por isso levantou-se em um pulo, abrindo gavetas, procurando por algo.

Partiu para um armário e cômodas velhas. Em uma delas encontrou um xale de algodão. Sacudiu a peça algumas vezes, surpreendendo-se porque não estava tão empoeirada como imaginava. Depois a enrolou sobre seu rosto transformando aquilo em uma máscara improvisada, poupando-a do cheiro forte e ocultando seu ferimento. Em sua busca também encontrou algumas peças de roupa, como casacos grossos e pesados de lã.  Um presente do destino para aquilo que estava por vir? Talvez... Mas o que mais lhe agradou foram os bolsos enormes e o capuz que poderia cobrir com facilidade até três de suas cabeças. A cor cinzenta também poderia oferecer certa camuflagem em um ambiente como aquele, além disso, o casaco parecia perfeito para protegê-la de dias mais frios. Sem demora ela o vestiu, jogando um mais esfarrapado para seu parceiro.

- Cubra-se se precisar., ela disse. Tão seca quanto o deserto mais árido que qualquer um já conhecera.

Momentaneamente relaxada, a tributo sentou-se de frente à porta, apreciando com um olhar fixo tudo o que a rodeava. O perigo naquele lugar sabia se impor de uma maneira corrosiva e sempre presente. Parecia ter a capacidade de infiltra-se sob a pele de cada um, pronto para destruí-lo de maneira lenta e angustiante. Mas Stryga sempre estava preparada. Além do mais, gostava da sensação de estar na corda bamba.

Sentada, ela guardou seu patrocínio em um dos bolsos, encontrando assim a lixa esquecida que havia levado para arena. Começou a afiar suas garras enquanto fitava a porta de entrada. Um sorriso perturbador brotou em seus lábios, enquanto rapidamente ela voltou seus olhos para faca que havia deixado diante de si. O'Chaos estava alerta, era acostumada a reagir com velocidade diante às surpresas. Como na noite anterior, quando teve seu furto fracassado, mas ainda assim conseguiu ferir o carreirista do dois. Um imprevisto havia acontecido de maneira perigosa, mas ela se safara bem. Podia dar-se o direito de rir. Podia dar-se o direito de confiar.

A porta estava ali, encostada, sem nenhum tipo de proteção ou barricada. Qualquer um poderia invadir com facilidade e ela torcia para que o fizesse, apenas para ter a chance de manchar suas mãos com sangue sem precisar ter o trabalho de ir em busca de sua presa. Aquela tributo se reconhecia como uma sobrevivente e até mesmo seus supostos deslizes eram perigosos. Por toda vida a morte a perseguia, nos Jogos Vorazes ela apenas tinha mudado de cenário e passara a ser televisionada. Sim, era um jogo. Ninguém acreditava nela, apenas a assistiam... Seria bom continuar assim, até chegar o momento certo.

- Tudo parece tão mórbido e silencioso. Calmo demais para esse circo sádico. Podemos esperar um dia difícil, não? , ela ousou dar início a uma conversa. O som da lixa raspando suas unhas era alto, o único som que se impunha naquele lugar, pois até mesmo a voz da garota havia saído baixa graças ao xale.

Sebastian a encarou fazendo menção que diria alguma coisa, mas rapidamente  ela pediu silêncio colocando o indicador sobre os lábios, parecendo concentrar-se em algum som discreto que vinha de todos lugares. Stryga varreu aquela saleta com seus olhos até mirar o chão. Havia aprendido a ouvir, não tão bem quanto gostaria, mas o som do nada sendo bruscamente rompido não poderia passar despercebido por ela. Os animais também prevêem catástrofes, de alguma forma eles sentem. Ela estava sentindo, algo estava muito errado.

O que passava a acontecer era como uma explosão interna acontecendo a partir do núcleo daquela arena, corrompendo estruturas invisíveis aos olhos, pronta para culminar em uma grande catástrofe. O chão logo depois passou a tremer, mas nesse momento a tributo já estava de pé após um salto. Correu para a porta de entrada, por sorte não havia feito barricadas ou perderia tempo demais para a fuga. Então ela viu... Dos postes que até o momento passaram imperceptíveis caiam colméias enormes. Então o tremor da terra repentinamente se intensificou, balançando com agressividade tudo no lugar.

Daquelas estranhas colméias, um enxame assustador - capaz até mesmo de fazer a destemida O'Chaos arregalar seus olhos - começou a se libertar e dominar rapidamente a área. O zumbir das vespas assassinas era tão alto que parecia a única coisa capaz de ser ouvida. Stryga fechou de forma ligeira a porta, enquanto isso um terremoto ainda mais forte sacudiu a arena e atiçou as bestas de ferrões assassinos.

Sebastian tocou seu ombro, alertando sobre o perigo de ficar sob um teto naquele terremoto. Esconder-se debaixo de uma mesa também seria facilitar a chegada da morte, pois as vespas estavam chegando.

- Não use a porta. A surpresa chegou. Vamos pular a janela dos fundos., ela disse, sabendo que ao sair pela porta iria de encontro ao centro do enxame. Não poderiam encará-lo de frente, precisariam manter-se afastado ao máximo.

Sem mais palavras a tributo puxou a mão de seu aliado, obrigando-o a correr mais rápido, nem se importando com a dor que ele deveria sentir pela panturrilha ferida.

- Cubra seu rosto e a maior parte do seu corpo., ela avisou, apertando o lenço em seu rosto e jogando o largo capuz sobre a cabeça. Depois também fechou ao máximo o casaco que usava. Tinha uma mínima noção sobre picadas de abelhas, e só poderia esperar o pior vindo daquelas vespas enormes mandadas de presentes pelos lunáticos idealizadores. Não queria ser picada de forma alguma.

O zunir se aproximava, ficando mais próximo a cada segundo. Nesse momento a dupla estava no centro do outro cômodo. A janela que serviria para a fuga estava fechada, era de vidro, um vidro não muito resistente. Os dois corriam e no mesmo instante em que a garota avistou aquela que significava sua fuga pela sobrevivência, percebeu que não poderia perder tempo para abri-la. O'Chaos protegeu ainda mais seu rosto e cabeça, cobrindo o corpo com o casaco. Não pensou duas vezes, saltou contra a janela que não era muito grande e que a obrigou que mergulhasse de cabeça. O som do estilhaçar dos vidros foi alto, a dor em seu corpo quase não sentida. A tributo rolou seu corpo na aterrissagem, protegendo-o,  levantando-se com velocidade e gritando para seu parceiro se apressar. Ainda empurrou Sebastian para que fosse mais veloz, puxou sua mão, não iria deixá-lo para trás como fizera com Nathan, mas todo seu auxílio parou ali. Stryga passou a correr como nunca, olhando para o tributo do seis e para mais postes que ruíam ao seu redor, libertando mais e mais vespas gigantes. Elas pareciam se multiplicar como pragas demoníacas em meio ao apocalipse.

Mais uma vez a loira estava fugindo de bestas assassinas. Suas aventuras nunca mudavam, trazendo para a tributo sensações intensas e familiares. Sebastian falava alguma coisa, mas a menina focava em proteger seu corpo e esperava que ele fizesse o mesmo. O calor sob aquele casaco de lã fazia com que o corpo magro dela fosse coberto pelo suor e a adrenalina que fora engatilhada e disparada, agora fazia seu coração quase saltar para fora do peito. A cabeça permanecia  levemente abaixada, os olhos fixos no caminho que se estendia à sua frente. Os ouvidos de O'Chaos captavam o som aterrador dos desmoronamentos e quando algo estava prestes a cair sobre sua cabeça, Stryga saltava para o lado. O mundo desabava ao seu redor, um enxame de teleguiadas a rodeava e a tributo se perguntava até quando suportaria. Uma hora ou outra qualquer coisa poderia derrubá-la, picá-la. Era esse o verdadeiro sentido daquele jogo macabro, uma corrida voraz pela sobrevivência.

O'Chaos finalmente pôde ouvir a voz de seu aliado, ele falava sobre o lago. O lago, aquele lugar tão enigmático... No mesmo instante ela pareceu entender a ideia do rapaz. Ela também sabia onde ele ficava e seguiu o mesmo caminho que o parceiro. Nesse meio tempo pensou sobre muitas coisas, inclusive sobre o perigo de se afogar naquelas águas sem saber nadar. Mas suas pernas já estavam cansando, o fôlego faltava, precisava correr o risco.

Mais uma vez aquele oasis miraculoso surgia para sua salvação, obrigando que diminuísse seus passos. De nenhuma forma ela mergulharia de cabeça naquelas águas, elas pareciam traiçoeiras demais. Por isso, ainda que o zumbir nervoso das vespas permanecesse às suas costas, ainda que o mundo desabasse ao seu redor, O'Chaos deixou de ser tão veloz para ser mais cautelosa. À margem do lago, deu passos lentos, mas firmes, evitando mergulhar em qualquer armadilha que pudesse estar sob as águas. Foi até um ponto onde a água chegava a dois palmos acima de seu joelho e depois imergiu, afundou-se no lago, sentindo as grandiosas vespas sobrevoando sua cabeça de maneira perigosa. Ali, debaixo da água, permaneceu por algum tempo, tendo que buscar por ar algumas vezes, mas o fazia de maneira bem calculada. Usava o capuz longo para proteger seu rosto, utilizando-o como uma espécie de cúpula de proteção. Esperava que nos breves momentos em que buscava por ar não fosse surpreendida por nenhuma ferroada ou invasão, mas como sempre, precisava se arriscar.

Os segundos passaram muito mais lentos do que o esperado, a incerteza de sua sobrevivência a acompanhou por todo aquele tempo. O'Chaos tentava regular sua respiração ao máximo, focar seus pensamentos, manter-se fria como aquelas águas até o fim e este fim chegou. Quando mais uma vez precisou buscar por oxigênio, o som das vespas havia cessado completamente. Stryga ainda esperou alguns segundos ouvindo somente o nada e quando sentiu-se convicta, livrou-se do capuz e olhou ao seu redor. Aquelas ruas estavam ainda mais devastadas, mas as vespas haviam sumido. Respirou fundo e olhou para os lados em busca de Sebastian. Ele estava ali, vivo, talvez inteiro. A tributo perguntou se estava bem, mas não houve resposta. O rapaz saiu do lago e ela o acompanhou, analisando seu estado sem dar nenhuma palavra. Não tinha mais forças para falar ou correr, mais uma vez se sentia exausta e só desejava descansar.

Caminharam em meio aquelas ruas após quase total devastação. Prédios ainda ruiam pouco a pouco, poucas coisas permaneciam de pé. Naquele lugar dominado por escombros, encontrar um abrigo seguro parecia impossível. Até uma casa destelhada, de muros altos e jardim morto surgir diante a eles. A dupla entrou, Stryga mais uma vez jogou seu corpo no chão, molhada dos pés à cabeça. Respirou profundamente várias e várias vezes até recuperar o mínimo de ordem para sua mente conturbada. Um pouco mais tranquila, ela abriu os olhos, deparando-se com seu aliado andando de um lado para o outro, ele parecia ainda estar abalado e perguntou qual era o plano a partir de então. Stryga não sabia, mas não poderia falar isso. Até que seu estômago roncou enraivecido e ela respondeu de maneira simples:

- Comer! , depois se levantou, orientando-o:

- Mantenha a cabeça fria e se acalme. Não vá surtar. Ainda estamos vivos e quero que continuemos assim. Verei se encontro comida e água, você reorganiza suas idéias. Não baixe a guarda. Volto em alguns minutos., disse e saiu, ainda com as roupas molhadas, ainda com um leve cansaço, mas precisava verificar o nível de segurança daquele local, encontrar água e comida. Apesar de tudo, ainda estava viva e como disse, queria que tudo permanecesse assim.

Seus passos eram sempre furtivos, com o corpo tentado manter-se oculto e camuflado ao ambiente cinza que a rodeava. Por sorte não demorou muito tempo para encontrar nos escombros da casa ao lado um saco negro de plástico. Quando ele apareceu ela o abriu na esperança de deparar-se com mais comida. Deparou-se. Daquela vez era uma maçã e uma barra de cereal, tudo bem amassado, quase inaproveitável. Não sabia se aquilo saciaria sua fome e a de seu aliado, por isso voltou à sua busca, gastando mais tempo e encontrando uma pequena lata de metal.

O próximo passo foi seguir até o lago, sempre abusando de uma quase invisibilidade e ausência de sons que produzia. Para a surpresa da jovem, ele não ficava muito longe. Isso significava duas coisas: se permanecem na casa, teriam um lago próximo para saciar a sede, mas a exposição seria ainda maior, pois estariam muito mais expostos a tributos que também encontrassem aquele lugar. Pensando, Stryga recolheu um pouco de água na lata de metal que encontrara em meio aos escombros, bebeu e lembrou-se de levar para Sebastian.

No caminho de volta ainda estava a refletir. Não se importava em correr riscos, mas não dependia apenas dela, o tributo do seis também deveria decidir. Chegou na casa com água, comida e uma resposta para a última pergunta de Sebastian. Ofereceu-lhe o resto que havia conseguido e por fim falou:

- O meu plano vai depender de sua escolha. Estamos perto do lago e isso significa que enquanto não nos darem uma nova surpresa, não morreremos de sede. No entanto, perto do lago o risco de sermos encontrados será maior. Mais tributos virão buscar água e você sabe... Eu quero saber o que você acha. Saímos e buscamos um novo abrigo, ou ficamos e fazemos desse local nossa fortaleza.

A decisão estava nas mãos dele.

obs:


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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Jun 21, 2015 6:47 pm

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Mensagem por Topaz Ross Dom Jun 21, 2015 10:27 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100


BURN

Debruçada sobre o parapeito de uma das janelas, olho para o lado de fora através do vidro estilhaçado mirando um ponto vazio enquanto mergulho cada vez mais fundo nos meus pensamentos. A saudade por tê-lo perdido, o arrependimento por não ter conseguido protegê-lo, a frustração por permanecer viva em um mundo onde ele não mais existe, a dor por ter sido aquela que teve que acabar com a sua dar. Estes são por si só sentimentos arrebatadores; o misto de todos eles é o que agora está me matando. - Dharos... Quem sabe eu serei a próxima... Quem sabe nós nos encontraremos logo... - sussurro pra mim mesma e me surpreendo quando ouço a voz de Kennedy - Você só pode estar brincando! - diz o carreirista do 2. Olho relance para meu aliado, recordando-me de que não estou realmente sozinha neste inferno, pelo menos não por enquanto - Kennedy... Não vi que você já estava acordado... - balbucio e retorno a olhar para a rua. Assim que volto minha visão para o alto de um poste, noto a presença de um elemento que eu de fato não me recordo em ter visto antes; uma grande e grotesca colmeia permanece presa no alto, e isto me recorda as histórias que minha mãe me contava a respeito dos jogos passados. Teleguiadas, este era o nome das vespas geneticamente modificadas que antigamente eram rotineiros exemplares de bestantes jogados dentro das arenas. Eu particularmente nunca assisti a nenhuma edição onde os tributos tivessem enfrentado teleguiadas, mas se as histórias forem verdadeiras, eu realmente espero não ser a primeira a dar de cara com aqueles insetos depois de tanto tempo.

- Vamos lá Topaz! Você não pode ficar ai parada o dia todo, temos um show para dar e tributos para matar! - - diz Kennedy tentando me animar. Sem me preocupar em responder, levanto-me e agarro o minha lança e minha mochila antes de me direcionar para fora da casa, Kennedy logo me segue. O dia já está claro e as ruas parecem mais vazias do que antes. - Alguma ideia de pra onde devemos ir? - pergunto, mas antes que meu aliado tenha chance de responder, o chão sob os nossos pés começa a tremer. Por um instante, me pergunto se eu apenas estou revivendo o sentimento que abalou minhas estruturas quando tive que matar Dharos, mas não demora até que eu perceba que o chão está realmente tremendo. - Se proteja! - Kennedy grita e eu salto para longe no instante em que percebo que a casa está desabando atrás de nós. O solo finalmente se estabiliza e a poeira abaixa apenas para que nos demos conta de que a gigante colmeia está agora no chão, partida ao meio, e os seus moradores voando em nossa direção - Que merda! - digo e me levanto em um salto, me pondo em uma corrida desesperada na fração de segundo seguinte. Não sei dizer se Kennedy conseguiu, mas não ouso olhar para trás para descobrir. - O que são essas coisas? - ouço Kennedy gritar atrás de mim e me alivio por descobrir que ele está me seguindo. - Corra! Apenas corra! - e digo e sinto o suor começar a escorrer pelo meu rosto, mas parar não é uma opção e o zumbido estrondoso que nos segue é estímulo o suficiente para que eu não aperte o passo. Entretanto, o chão treme novamente e alguns edifícios  começam a ir abaixo. Mas rápido do que eu possa perceber, um prédio cai à nossa frente e os destroços bloqueiam o nosso caminho. Sem perder tempo, giro sobre meus calcanhares e desvio meu rumo para um beco adjacente. Kennedy corre lado a lado a mim, e o barulho das teleguiadas ainda é intenso. O desespero começa a se manifestar e eu já não sei o que fazer. Vejo que alguns metros à frente a ruela faz uma curva, e para a nossa desgraça, vejo que entramos em um beco sem saída no momento em que viro à esquerda na curva. Menos de vinte metros nos separam do paredão aparentemente impossível de escalar que bloqueia o caminho. Mais à frente, alguns galões bloqueiam parcialmente o caminho, mas considero que consigamos apenas saltar por cima deles. Entretanto, logo depois há uma grande caçamba de lixo que certamente nos custará preciosos segundos para escalar. E é então me que me vem o estalo. Corro mais rápido ainda e uso minha lança como apoio para saltar por cima dos galões. Kennedy vem logo atrás, e não consegue realizar um salto tão perfeito, derrubando alguns dos galões que começam a derramar um líquido amarronzado de cheiro forte. Com poucos segundos para agir, salto dentro da caçamba e finalmente olho para trás ao passo em que vejo Kennedy saltando para dentro do grande lixeiro enquanto uma nuvem de teleguiadas se aproxima. No instante em que meu aliado aterrissa no lixo, eu solto a tampa da caçamba, enclausurando-nos ali dentro.

Quando finalmente posso respirar fundo para recuperar o fôlego, o cheiro podre do interior da caçamba me faz querer amaldiçoar o mundo. Mesmo dentro da grande lixeira, o zumbido ainda se faz ouvir do lado de fora. [i]- Caramba! O que vamos fazer agora?! -
Kennedy exclama e eu não consigo imaginar nada além de nossos rostos sendo exibidos no céu daqui a algumas horas. - Não sei! Não dá pra sair e não dá pra lutar contra essas vespas! - digo desacreditada. O cheiro do lixo começa a me dar náuseas e logo Kennedy murmura - se ao menos pudéssemos exterminar esses bichos de uma vez só! - é então que me vez um estalo - E podemos! - respondo extasiada. O interior da caçamba está escuro, logo apalpo o lixo até encontrar um pedaço de papelão. Assim me apresso para tirar a caixa de fósforo de dentro de minha mochila. - O que você está fazendo?! - Kennedy pergunta apreensivo. - Vou explodir essas malditas teleguiadas! - respondo. O espaço apertado dentro da caçamba não facilita meus movimentos, mas me esforço para acender um dos palitos. - Escuta, Kennedy, assim que eu conseguir fazer este papel pegar fogo, você vai levantar a tampa, apenas o suficiente para eu jogar o papel do lado de fora! Entendeu? - digo e Kennedy responde incerto - Ok... Ok, entendido! -. Quando finalmente consigo acender um dos palitos e incendiar o pedaço de papelão, o carreirista do 2 ergue a tampa da caçamba e eu vejo que para nossa sorte a gasolina dos tambores derrubados escorreu até a borda da caçamba. Sem perder tempo, atiro o papel em chamas para o lado de fora e Kennedy solta a tamba, nos enclausurando novamente. Poucos segundo se passam enquanto o barulho dos zumbidos é abafado apenas pelo barulho de nossas respirações ofegantes, mas logo um verdadeiro estrondo ecoa pelo beco fazendo a caçamba tremer. Embora apavorada pelo barulho da explosão, sinto a adrenalina correr pelas minhas veias enquanto me alegro pelo meu plano bem sucedido. - O que foi que você fez?! - Kennedy pergunta atônito e eu então ouso levantar a tampa da caçamba apenas para notar que o barulho das teleguiadas se extinguiu. Ergo a tampa por completo e saio de dentro da caçamba, tomando cuidado com os destroços em chama. Agarro minha lança e mochila e Kennedy permanece boquiaberto enquanto caminhamos para a saída da ruela.

Respiro aliviada depois da curva, feliz pela aparente vitória, mas meu erro foi esquecer que dentro da arena, as coisas não permanecem ao nosso favor por muito tempo. Ambas as paredes que nos fecham na ruela começam a tremer e sem precisar esperar para descobrir do que se tratava, Kenny e eu começamos a correr para o final do beco. Quando finalmente chegamos à segurança da rua principal, olhamos para trás apenas pra ver que tudo havia ido abaixo. - Essa foi por pouco! - Kennedy suspira, e eu respondo - Por pouco mesmo. Esse lugar todo está prestes a desabar. Depois de uma explosão daquelas, não era de se esperar que essas paredes permanecessem de pé por muito tempo. -

Seguimos nosso caminho atentos a qualquer ameaça que possa nos surpreender novamente, e após percorrer uma boa distância procurando por comida e água, decidimos parar para descansar. Retiro de minha bolsa a cartela de comprimidos e todo dois, para aliviar a dor de cabeça que ainda me incomoda um pouco. Daqui a poucas horas a noite cairá, Ken e eu então dividimos uma refeição rápida e partimos em busca de um novo abrigo ou de alguém para matar. As coisas estão esquentando nesta maldita arena, e é hora de deixar queimar.

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Jun 21, 2015 10:27 pm

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Ruas Vazias - 2ª etapa Empty Re: Ruas Vazias - 2ª etapa

Mensagem por Alaric Alioth Seg Ago 10, 2015 5:47 pm

Ruas Vazias - 2ª etapa 100
Ruas Vazias

Os carreiristas do 1 e 2 não perderam tempo quando o primeiro terromoto resoltou no irrompimento de uma nuvem de teleguiadas em sua direção. Os aliados Topaz e Kennedy iniciaram uma fuga rápida e eficiente, ainda que atrasados por alguns prédios que desabavam sem aviso prévio e formavam verdadeiros obstáculos em sua corrida. Após entrarem em um beco sem saída e encontrarem refúgio dentro de uma grande caçamba de lixo, a garota do distrito do luxo teve a brilhante ideia de simplesmente explodir os seus pequenos inimigos alados pelos ares. Munindo-se dos fósforos que caregava em sua mochila e de um pedaço de papelão encontrado dentro da grande lixeira, Topaz lançou o papel flamejante em direção à poça de óleo que os aliados derrubaram em sua fuga. Tão rápido quando o fogo incendiou o líquido inflamável, uma cortina de fogo se ergueu enquanto vários galões explodiam. Protegidos pelo metal espesso da caçamba, os carreirstas ousaram sair de seu esconderijo quando o barulho estrondoso cessou. Um beco parcialmente em chamas e livre de qualquer inseto bestante os esperava do lado de fora. Entretanto, a explosão foi suficiente para fazer as estruturas das paredes que cercavam os dois tributos começarem a desabar. Ambos irromperam na direção da saída daquele beco, mas somente a moça conseguiu correr rápido o suficiente para não ser soterrada pela queda dos edifícios. Ao olhar para trás e ver que Kennedy não havia chegado ao final do beco a tempo, Topaz pode apenas começar a lidar com o fato de estar completamnete sozinha naquela arena.

Não muito longe dali, a brava moça do distrito 8 e seu aliado do distrito 6 também enfrentavam problemas. Fugindo das ondas de ataques das teleguiadas, Stryga praticamente teve que arrastar seu aliado ferido que corria de forma falha graças ao refimento em sua perna. Embora não quisesse deixá-lo para trás tal qual fez com seu agora falecido parceiro de distrito, a loira do distrito têxtil teve que optar por partir em disparada. Sebastian fez o que pode para fugir do ataque dos insetos teleguiados, mas não pode evitar de ser picado algumas tantas vezes. Quando a dupla finalmente avista água como sua melhor forma de proteção, Stryga apressa-se para mergulhar de forma cautelosa naquele pequeno oásis e assim evitar a tempestade ferrões venenosos que sobrevoam sua cabeça. Por outro lado, Sebastiam acaba sucumbindo ao cansaço, dor e vertigens causadas pelo já envenenamento sofrido pelas picadas recebidas durante a fuga, e cai à beira d'água, padecendo à mercê dos bestantes. Ao final de tudo Stryga permanecia intacta, à excessão do cansaso pela fuga. Quando a loira sai da água, apenas vê o corpo deformado de seu aliado - sua pele tomada por tumores e inchaços.    

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