PERSONALIDADE

Alex é rotineiramente calmo, pleno e paciente, tratando à todos com cordialidade - falsidade -, além de portar sempre um sorriso singelo em seus lábios. Belo e atraente, é comumente considerado alguém agradável por aqueles que o tem em sua companhia, que dizem achar-lo confortável, interessante, sendo um rapaz de muito conteúdo e inevitavelmente sedutor e afiado em sua lábia. Quem o vê, e com ele se relaciona, se limita inteiramente aos papéis que Alex representa com individualidade e naturalidade. Alguém tão persuasivo, obviamente, teria uma verdadeira face por de trás de tanta formalidade e sedução.

Seus gostos peculiares são o que sustenta tanta falsidade e manipulação. Psicopata, sociopata, incapaz de se arrepender de seus atos erráticos e imorais. Apesar de possuir uma aparência que exala plenitude e bondade, Alex pode ser exorbitantemente devastador, impiedoso e insano. Autor de assassinatos dolorosos, mortes escruciantes, e torturas intoleráveis, o rapaz transparece tamanho desejo e prazer sempre que se apossa de mais uma vítima de seu ódio e vontade.

Alex não sente, não se emociona, e não se importa. Seus sentimentos são insignificantes, na maior parte, ou se não, em todas as vezes. Incontrolável, para um psicopata de tantos anos, não há muito do que possa interagir com seu lado mais racional e humano.

HISTÓRIA

PRÓLOGO, distrito 5 / dia 22.5.2131

O clima era tempestuoso, frio, e gélido. A apresentação nublada encobria a luminosidade da lua, que transparecia suavemente no céu. Às 3h da manhã, um choro era transportado pelos ventos, que distribuía o som por todo o andar: uma mulher de cabelos longos e acastanhados dava a luz à um rapazinho belo, com uma fisionomia tão singela, quanto inteiramente inocente, e frágil.

DISTRITO 5, dia 4.6.2140

Alex Fröst era um rapaz de 9 anos de idade, anti-social, reservado, porém sempre tão afetuoso e amável com seus pais: sua mãe, e seu padrasto. Apesar de ambos serem particularmente cruéis com Alex, ele parecia procurar desesperadamente o conforto e aceitação em seus braços. A mãe? Era uma prostituta, passava a manhã em casa, com clientes, e a noite inteira fora, pelas ruas, fazendo nada muito diferente. Já o padrasto, que não fazia a mínima ideia dos serviços da esposa, não era muito melhor do que ela: pesquisador, cumpria um horário integral nos laboratórios onde era empregado, voltando para sua casa apenas para beber, e torturar seu enteado - um de seus caprichos preferidos, que dizia ele, ser um bom modo de Alex colaborar com o bem-estar do pai.

Todas as noites, Alex era arrastado pelo braço até o porão de sua casa, e torturado tanto física, quanto psicologicamente: nunca reclamava, nunca hesitava, apesar de que chorasse durante todo o processo. Ele era abusado, ferido, e humilhado por horas seguidas, sendo obrigado a se limpar com água fria, e subir para o jantar logo depois, como se nada tivesse acontecido. Com dias assim, Alex passava a reprimir todo o sentimento que sentia pelos pais. Se recolhia de tempos em tempos, até não restar nada para ele, além de ódio.

Em um dia, com ambos os três em casa, os pacificadores foram acionados, com um relato de gritos absurdos de desespero vindo da residência de Alex Fröst. Assim que se apresentaram de frente para a casa, a primeira visão de que tiveram foi de sangue encharcando as vidraças, além de escorrer por de baixo da porta. E o entrarem, puderam notar que as paredes também sangravam, nada que não fosse esperado e, por fim, o assim como o assoalho, juntamente com os corpos da mãe, e do padrasto do jovem Fröst - que estavam esfolados. A mãe, com ambos os olhos perfurados, e o pai, com as mãos decepadas. Alex havia sido encontrado encolhido nas escadarias, banhado em sangue, à poucos passos de uma faca.

Ao assassinar seus pais, Alex encontrou o prazer no ato de matar. Ele não tinha ninguém; nem pai, nem mão, ou muito menos família. Havia sido levado naquele dia e internado em um internato, sendo constantemente mudado de cede. Com essas transferências, deixou dezenas corpos para trás, dentre eles homens e mulheres, além de membros do corpo docente. Ele se tornou uma pessoa sem sentimentos, sem empatia, sem capacidade de exercer qualquer afeto ou compaixão. E apesar de ser o autor de todas as mortes, devido seu comportamento impressionantemente ameno, minucioso e agradável, era sempre desqualificado como suspeito, saindo impune de todos os seus crimes.

DISTRITO 5, atualmente

Cedo ou tarde, Alex alcançou a maioridade. Sua persuasão e sua inteligência louvável o garantiram em um emprego rapidamente, como pesquisador na área de neurociência. Ele sabia que nada seria difícil para alguém como ele, que tinha assassinatos e sequestros como pura extravagância e, mesmo assim, nunca havia sido notado, ou indiciado como culpado. Sempre impune. Crescia em sua carreira por ser claramente admirado e privilegiado, sua persuasão e sedução o alçava.

Em uma visita inusual do Presidente aos Laboratórios, Fröst o analisou com ânsia de admiração e vontade, presenciando sua autoridade, e seu ar de superioridade que o acompanhava pelos corredores. Ele queria isso: essa sensação de estar no comando de Panem, e de seus Distritos. Uma ambição inigualável, seguido de um desejo absurdo de poder. Alex Fröst sempre foi um rapaz peculiar, e cheio de extravagâncias...

FICHA MÉDICA

Transtorno de personalidade bipolar; Sociopatia/Psicopatia; Compulsividade.