Desfile e Entrevista

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Sex Nov 27, 2015 12:27 pm

Desfile e Entrevista 100
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Flashes e mais flashes. É tudo o que o Tributo consegue ver quando a porta do trem é aberta. Os repórteres e jornalistas tentam, de todas as formas, conversar com os pobres sorteados para enfrentarem a morte; alguns Tributos acabam sendo simpáticos e respondem, outros apenas dão de ombros. É possível sentir uma vibração no ar vinda da enorme plateia que gritava, esperando pelo desfile. Após muitas fotos, os Tributos são levados ao camarim onde irão vestir as roupas utilizadas no Desfile com as carruagens. Todos os distritos são separados, não deixando os Tributos verem uns aos outros; isso para causar curiosidade e aumentar o medo dos mesmos. Os mentores saem de cena e os estilistas começam a vestir as roupas, - já dentro do camarim - não se importando, ou ignorando, os protestos dos Tributos. Após serem vestidos, os sorteados são levados para as carruagens: encontram-se em uma sala mal iluminada com um portão enorme. Dentro do local já é possível ouvir claramente os gritos dos capitalistas esperando por seus Tributos. Nesse momento os adolescentes veem pela primeira vez seus adversários, alguns encaram-se e outros simplesmente dão de ombros.

Quando todos estão assentados em suas carruagens, o portão é aberto. Uma trombeta é tocada seguida de inúmeros tambores. Existem tochas localizadas na lateral da passarela; além disso há uma arquibancada enorme, completamente ocupada. As carruagens estão afastadas umas das outras em uma distância de dois metros. Os cavalos começam a andar e as carruagens são expostas ao público, seguidas de fogos de artifício. Nesse momento os capitalistas vão à loucura, aplausos e gritos se seguem nos próximos segundos até todas as carruagens chegarem ao seu destino: frente a frente com o Presidente. Arthur encontra-se em um ponto mais alto, obrigando os Tributos a olharem para cima. Seu olhar é indiferente, não aparenta nenhuma emoção; contudo nota-se uma pontada de ironia em sua voz. - Sejam muito bem-vindos, Tributos! Eu sou Arthur Hoenn Rockefeller e tenho o prazer de recebê-los em minha humilde casa. - Esboça um sorriso no canto da boca. - Espero que concedam-nos um ótimo show, já que os jogos são feitos para a nossa diversão. - Assume uma expressão completamente séria e muda seu tom, a arquibancada fica em completo silêncio. Ninguém assumia que os jogos eram feitos para a diversão da capital, isso é feito implicitamente pelos capitalistas, já que pessoas morrem nessa "brincadeira". - Espero encontrar tributos corajosos nesta edição, não me decepcionem. - Volta a sorrir. - Fiquem à vontade em nosso prédio, serão muito bem tratados. Ah! E que a sorte esteja sempre ao seu favor. - O Presidente desaparece sendo seguido pelos gritos e aplausos dos Capitalistas.

Os Tributos são levados ao prédio onde ficariam hospedados até o início da arena, possui doze andares, um para cada distrito. Os mentores dormem no mesmo andar de seus Tributos, onde passam a dar conselhos. Quando chegam ao prédio, os sorteados são mandados direto para a cama, sem direito a conhecer o andar. No dia seguinte os Tributos estão todos nervosos, pois é o dia das entrevistas. Os jovens passam o dia comendo e pensando em estratégias, esperando a chegada da noite. Duas horas antes das entrevistas, todos vestem suas roupas e passam maquiagem. Alguns ainda conversam com os estilistas sobre estratégias de como se portarem na entrevista, já que isso resultaria em patrocínio. Passadas as duas horas, os Tributos são levados ao prédio onde encontra-se o estúdio que será televisionado para toda Panem. A entrevistadora é uma louca de cabelos vermelhos. A capitalista faz perguntas infames e deixa subentendido que está flertando com o indivíduo - faz isso com todos os entrevistados. - Vamos receber ela, Idealizadora da Arena: Charlotte Reinhardt! - A Idealizadora aparece montada em um vestido longo e bordado, seu rosto angelical sorri para a platéia que vai à loucura. - Obrigada, Tecquila. Estou muito animada para essa edição - Diz em um tom sem emoção, apesar de suas palavras expressarem o contrário. - Tenho certeza que todos aqui querem conhecer logo os Tributos, não é mesmo? - Sorri para o público que grita e aplaude. - Então vamos logo com isso. - Diz rispidamente enquanto lança um olhar de desprezo para a entrevistadora. - Muito bem. - Diz Tecquila. - Vamos aos Tributos: recebam ela, do Distrito 1: Hayley McKlaus! - Charlotte senta na primeira fila da plateia, encarando todos os Tributos com um olhar frio e ameaçador. Um a um os Tributos são chamados e recebem cinco ou seis perguntas, a ordem é: menina e menino. A entrevista dura uma hora até ser chamado o último tributo: - Este foi Harvey Macht, do Distrito 12! - O público aplaude e os Tributos são levados de volta ao prédio.

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Brahms Hool McKnight

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Mensagem por Lara Smith Sáb Nov 28, 2015 6:45 pm

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Being...
Flashes, Flashes e mais flashes! Aquilo era capaz de cegar uma pessoa. Eu apenas sorria... provavelmente até era capaz de ficar igual ao amigo brilhantina - representante da Capital - com tanto sorriso forçado.
Os repórteres tentam atropelar-se uns aos outros para nos fazerem perguntas.
- Como foi a viagem? Como se sentem por representarem o vosso Distrito? - Perguntam apressadamente esperando uma resposta.
- A viagem correu bem. - É a única coisa que sou capaz de responder enquanto me fotografam e filmam.
A enorme plateia gritava e aplaudia, era um frensim inexplicável... como se de repente só nós importássemos.

Depois de uma série de flashs e perguntas que ficaram por responder, guiam-nos para um camarim. Olho para tudo muito assustada e para equipa que iria tratar de me arranjar para o desfile.
- Nem pense que vai usar... isso - aponto para um aparelho esquisito que ele tinha na mão. - em mim! - Declaro. Mas isso, só serviu para a mulher se rir e me encaminhar para uma espécie de marquesa.
- Menina, temos de a pôr bonita e a brilhar! - Exclama a mulher tentando ser paciente. - Prometo que não vai sentir nada.
Relutantemente eu deito-me e deixo que ela utilize o estranho aparelho nas minhas pernas e axilas. Reparo que já não tinha quaisquer pêlos e que tinha sido completamente indolor. Passo a mão pela minha pele e parecia suave como seda. - Uaaaaau. - a minha boca abre-se em tom de admiração.
- Agora a menina vai tomar um banho rápido e tirar esse cheiro repugnante! - Diz a mulher empurrando-me para o chuveiro e dando-me uma data de frascos.

Olho para todos sem saber qual escolher. Reviro os olhos e escolho tanto o champô como o gel de banho que me parecem ter cheiros mais apelativos. Terminado o banho, saiu usando só uma toalha para me tapar, sentia-me despida com tantas pessoas a olhar para  mim.
- Oh! Muito, muito melhor! - Exclamou, a mulher que se chamava Abbey. Ela começou a secar-me o cabelo com toalhas, passando depois para um secador todo inovador. Outra pessoa - um homem - tratava de arranjar as minhas unhas.
- AU! - Queixei-me puxando a mão para mim e o homem ficou exasperado.
- Lara, menos ais e aus e deixa-me trabalhar! - Reclamou agarrando-me na mão e continuando a limar as minhas unhas. Suspiro e abano a cabeça e deixo-os tratarem do meu embelezamento. Ia ser um bocado de carne andante a ir para o matadouro.  

***


Depois de umas horas naquele frensim, finalmente, a equipa tinha acabado o seu trabalho.
- Olha boneca. - Diz Quinn, um homem de cor achocolatada que tivera imensa paciência comigo. Olho para o espelho e mal reconheço!O meu cabelo estava ondulado e apanhado com uma espécie de bola de carvão com brilhantes,os meus olhos continham um risco simples preto, a minha pele estava chamuscada de preto ainda que pudesse reluzir em tons de amarelo e vermelho.  Calculava que fosse para dar a ideia de cor quando o carvão era usado.

Usava uma blusa preta e por cima um colete que dava ideia de terminar em uma espécie de pedra brilhante nos ombros. Usava ainda uns calções pretos e as minhas pernas continuavam com um aspecto chamuscado com brilhantes amarelos e vermelhos em lugares estratégicos. Os meus sapatos eram pretos com alguns motivos vermelhos embora o preto prevalecesse.
- Oh, Quinn! Que trabalho maravilhoso. - Digo completamente estupefacta com todo aquele efeito. Apesar de odiar os Jogos de morte, tinha de admitir que gostava de me sentir... bonita. - Obrigada. - Agradeço abraçando-o fortemente como se não o fosse voltar a ver novamente. Penso que ele compreendia o que isto tudo significava.

Despedi-me de cada um e fui encaminhada para a carruagem que me levaria para o centro de treino. A sala tinha escassa iluminação e os meus olhos demoraram a ambientar-se à pouca luminosidade. Esfreguei os olhos com as mãos para adaptar-me melhor. A do Distrito 12, era a última, por isso, tínhamos de caminhar mais.
- Estes sapatos, estão a matar-me! - Reclamo enquanto olho para o Harvey. - Realmente o nosso estilista esmerou-se nos fatos. - Elogio o dele, abrindo um sorriso que esperava ser encorajador. - Vai correr tudo bem. - Não sei quem eu tentava encorajar, se a mim se a ele. - Em relação à tua proposta... sim, eu serei tua aliada. - Acrescento num murmúrio. Os gritos dos capitalistas são audíveis ali, gritos quase ensurdecedores e entusiastas. Não sabia e não queria nunca compreender como uma carnificina poderia ser vivida desta forma quase selvagem! Com o olhar já adaptado aquela escuridão tenho tempo de ver alguns dos nossos adversários e, uns, eram completamente aterradores! Ar sério e desafiador... alguns lançavam-nos olhares mortíferos, capaz de assustar qualquer pessoa. "Matar ou morrer." Volto a pensar nesta frase que iria ser o meu lema a partir de agora.

Entro na carruagem,ocupando o lugar que me era destinado. O portão abre-se e começa a ouvir-se o som de uma trombeta seguida de inúmeros tambores, dando ritmo e emoção ao desfile das carruagens. Os cavalos começam a andar tendo uma distância de segurança dos outros. À medida que avançamos víamos que havia tochas dispostas em toda a passarela e a arquibancada onde o público gritava e batia palmas à passagem dos tributos. Ouvia-se e via-se no céu o fogo de artifício de cores berrantes e, eu, acenava às pessoas. Tinha de conquistar o público se queria sobreviver. Os capitalistas parece que vão à loucura e gritam cada vez mais alto, batem cada vez mais palmas. Á minha frente tinha agora o horrível Presidente Arthur. Tento manter a minha expressão de indiferença, de submissão... enfim uma expressão que esperava que se mantivesse neutra.

Ele tem uma expressão de indiferença e não demonstra qualquer tipo de emoção. A ironia é patente na sua voz enquanto prefere o seu discurso. "Preferia que não tivesse de cá por os pés." Penso revirando os olhos e batendo com as mãos na quadriga. "Para a diversão sanguinária das pessoas da Capital... essas sim conseguem divertir-se com a perversão destes jogos." Acrescento mentalmente. "É preciso ter lata..." Penso ao ouvir aquelas palavras, uma vez que, não era nenhuma destas pessoas que tinha filhos, sobrinhos, amigos a combaterem para se manterem vivos até que chegasse a sua hora. "Pena... pena que só sejamos bem tratados e apaparicados antes de entrarmos numa arena. Pena que este tipo de sumptuosidade não seja aquilo que vemos nos nossos Distritos." Penso revoltada e enjoada com aquele discurso hipócrita. O Presidente desaparece como por magia, os capitalistas voltam a aplaudir completamente extasiados e gritando a plenos pulmões.

Somos levados para prédio onde iríamos ficar hospedados até ao início dos Jogos. Possuía 12 andares,um destinado a cada distrito. O nosso ficaria no último andar. A nossa equipa ficaria hospedada no nosso andar para nos ajudarem com a nossa preparação e para nos aconselharem e ajudarem em tudo que pudessem. Só enviada directamente para o meu quarto! Não tenho direito a uma visita pelo nosso andar. Suspiro profundamente e olho para a janela que está no meu quarto. A Capital estava cheia de luzes e luzinhas. Dispo aquela roupa, e tomo um banho antes de me deitar. Exausta de todas aquelas atenções, acabo por adormecer com facilidade.

***

Tivera finalmente uma noite sem sonhos. Visto-me e desço para o pequeno-almoço.
- Bom dia. - Cumprimento olhando para as pessoas que já se encontravam na sala. - Então que sábios conselhos têm hoje para nos dar? - Pergunto tirando um pão e um pedaço de fiambre e vazando o sumo para o meu copo.

Findo o pequeno-almoço, sento-me no sofá esperando que o Spencer nos pudesse dar conselhos úteis de como nos manter-mos vivos. - Já percebi que uma das técnicas é manter aquele sorriso que parece cosido e acenar... - Acrescento olhando lá para fora. - Mas que perguntas nos farão neste desfile? O que é suposto nós respondermos? - Pergunto olhando novamente para o meu mentor.O meu nervosismo era patente na minha voz e em todos os meus gestos. Nunca fora boa a disfarçar. O tempo parece voar e, duas horas antes da entrevista somos levados pelos nossos estilistas para uma sala para ele nos voltarem a vestir e a maquilhar.

***

- Olha, princesa. - Quinn pede, afectuoso. Por pouco tempo que tivéssemos estado juntos, criáramos uma forte ligação. Abro os olhos olhando para o espelho e mal me reconheço: o meu cabelo estava aos canundinhos, os meus olhos tinham uma sombra preta e vermelha trabalhada, terminando com um risco nos olhos. Ele tinha colocado um pouco de rouge nas minhas bochechas e um batom vermelho nos lábios.
- É para mostrar o contraste da chama e das cores que dizes existir no teu distrito. - Quinn explica.
O meu vestido era simples: preto e vermelho! Tinha um ar de chamas, fogo com chamuscado que combinava perfeitamente com uns sapatos vermelhos e pretos.
- É lindo! - Exclamo olhando para ele, dando-lhe um beijo na bochecha e sorrindo.- Foste a melhor pessoa que me compreendeu em toda esta loucura. - Admito.
- Lembra-te Lara, sê verdadeira e sorri! - Aconselha Quinn. - Não te esqueças que tens o sorriso mais bonito de toda a Panem. - Conclui fazendo um sorriso de viés. - Que a sorte esteja a teu favor... sobrevive e sê forte. - Conclui dando um beijo na minha testa.

Depois das despedidas, sou guiada para o prédio onde decorreria as entrevistas de todos os tributos. Estava nervosa... não sabia que me perguntas iriam ser feitas e não sabia quais seriam as respostas acertadas. Espero pela minha vez cada vez mais impaciente, ficando cada vez mais nervosa. Finalmente começa a apresentação e depois de vários minutos de espera no corredor, o meu nome é finalmente chamado pela apresentadora.

Suspiro fundo, sacudo um pouco o vestido e entro no estúdio e vejo a apresentadora de cabelos vermelhos e com um ar vaidoso e achando-se a última bolacha do pacote.
- Lara Smith, Distrito 12! - A apresentadora diz, sorrindo. - Que lindo figurino, estás... deslumbrante! - Ela diz parecendo que estava a flertar comigo de alguma forma.
- Obrigada. - Respondo, tentando encontrar Quinn ou algum gosto conhecido no mar de caras que era aquela enorme plateia. Sento-me no banco enquanto Tecquilla preparava as suas perguntas.
- Como é viver no Distrito 12?
- Miserável... - Respondo e o público faz uma espécie de "ohh!" por pena.
- Não há tanta comida como na capital e cada um faz o que pode para conseguir sobreviver. - Explico, olhando para Tecquilla que me olhava com um certo interesse.
- Aposto que deixaste algum pretendente para trás... - Ela exclama rindo e olhando para mim tipo flert. - Como era a tua vida lá? - Acrescenta.

Olho para a plateia e forço um sorriso.
- Não Tecquilla, não deixei nenhum pretendente ou namorado no meu distrito. Eu tinha uma crush, sim, mas quem não as têm!? - Pergunto retoricamente preparando-me para responder à sua questão. - A minha vida era simples. Felizmente, tinha sempre comida boa às refeições. A minha mãe tem uma banca de legumes e eu era vendedora. - Explico.

- Huuum... Sem namorado, uma crush e vendedora de legumes... a tua mãe bem que poderia ter posto adubo nos pés para seres mais alta! - Ela faz uma tentativa de piada que não lhe saí muito bem mas os capitalistas riem-se entusiasticamente. - Qual será a tua motivação para venceres os Jogos deste ano?
- Os meus pais. Os meus pais são os meus ídolos por tudo aquilo que me ensinaram e tentarei manter-me viva por eles e por mim. - Respondo automaticamente, vendo finalmente Quinn a acenar-me que sim pela cabeça, dando-me força. Eu acabo por lhe retribuir, abrindo um sorriso.

- Imaginem! Os pais como ídolos... esta menina não deve assistir a muita TV! - Exclama Teqcila noutra tentativa de piada. Começava a não me sentir confortável com estas perguntas e sobretudo com as opiniões da entrevistadora.
- Como te sentiste quando te chamaram o teu nome na colheita?
- Triste e desolada... - Respondo olhando para o público e depois para Tecquilla.
- Imagino, imagino... - Ela responde dando-me palmadinhas na perna. Eu queria responder-lhe mas acho melhor guardar as minhas verdadeiras opiniões para mim mesma. Com a Idealizadora, com o Presidente... com todas estas pessoas a assistir, poderiam matar-me só por pensar de forma diferente da deles.

- Para finalizar... Que mensagem gostarias de deixar a esta enorme plateia?
- Que vivam a vida e não a desperdicem com futilidades. Que aproveitem cada segundo e que sejam felizes. - Respondo e Tecquilla sorri cúmplice, voltando ao ar de flert que era própria dela.

- Não diria melhor! - Exclama olhando para o público e apontado para mim. - Esta foi Lara Smith, tributo do Distrito 12!

Quadriga:
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Entrevista:

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Agradeço aLari ? por esse template.
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Mensagem por Harvey S. Macht Sáb Nov 28, 2015 9:07 pm

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A viagem até ao centro de tributos tinha chegado ao fim. Quando saíram do automóvel a dupla de tributos do doze foi separada e Harvey foi guiado pelo pacificador até uma sala. O local era cheio de aparelhos dedicados ao tratamento de imagem e estética, tinha chuveiros, prateleiras cheias de produtos e uma pequena maca.
-Mas ele não é uma gracinha?- uma mulher com a pele em tons dourados coberta de tatuagens se aproximou- Vem, vamos deixar você um pequeno príncipe.
O tributo não teve tempo de abrir a boca para falar pois as pessoas que cuidavam dele estavam tagarelando como se ele não existisse, limitou-se a ficar ali deitado e imóvel pensando na família que deixou em casa. Quando terminaram alguém trouxe a roupa que usaria no desfile. Era simples porém bonita.
Harvey levantou da maca e a mulher de pele dourada começou a cobrir o seu corpo nu com pó de carvão, nas pernas colocaram pedaços de carvão. O garoto vestiu a roupa que consistia nuns shorts pretos, uma blusa negra até aos cotovelos, um colete com cristais nos ombros.
-Pronto- exclamou a mulher- Boa sorte.

O tributo saiu descalço procurando a sua companheira de distrito, alguns dos tributos já estavam junto das suas quadrigas. O menino observou alguns dos futuros adversários …ou assassinos, a falta de luminosidade no local só aumentava o mistério em volta de alguns distritos.
Sentiu-se um anão perto de todos eles, mesmo das garotas que não pertenciam aos distritos carreiristas conseguiam ser maiores e mais pesadas que ele. Encontrou Lara perto da quadriga que iriam usar no desfile que para variar estava no fim da fila, afinal o distrito doze é o último de todos. A roupa da sua companheira de distrito era parecida com a sua.
- São bonitos mesmo- o garoto respondeu sorrindo-vamos ver se a sorte sempre está a nosso favor- suspirou.
O seu rosto iluminou-se quando Lara concordou com uma aliança. As poucas chances de Harvey começavam lentamente a aumentar. Se ele não ganhasse ou menos que Lara vencesse o Jogos, que mostrasse que o distrito doze por vezes também deve ser temido.
A atmosfera no exterior era de excitação e impaciência, afinal os capitalistas queriam conhecer os tributos dessa edição. Queriam ver os rostos de quem morreria para sua macabra diversão.

As carruagens começaram a avançar lentamente levando os tributos até aos olhos ávidos dos habitantes da Capital. Fogos de artifício explodiam no céu noturno enquanto a multidão entrava em delírio puro, os seus tributos estavam chegando.
O ruivo por momentos ficou em choque com toda a cena e a histeria da capital, algumas pessoas praticamente se atropelavam para verem melhor os tributos, mesmo com todos aqueles telões enormes. Harvey engoliu em seco e descobriu que tinha uma sede horrorosa, os nervos sempre o deixam sedento, especialmente porque começa a suar como uma cascata.
Tentou sorrir novamente mas não teve sucesso, aquela gritaria era de loucos além de não ter piada nenhuma, talvez o único elemento cômico no meio daquilo tudo seriam os trajes e penteados dos capitalistas. Limitou-se a acenar timidamente para a multidão, quem sabe milagrosamente alguém iria reparar nele, era aqui que o garoto ia saber se a sorte estava a seu favor ou não.
Chegaram na casa ou melhor no palácio onde o Presidente os aguardava na sacada decorada com um enorme símbolo de Panem. De longe parecia mais jovem do que nas transmissões que passavam no distrito, o tributo franziu o rosto quando o presidente da nação começou o seu discurso de boas vindas aos desafortunados desse ano.
Bem… o discurso não foi exatamente de recepção mais de exibição de poder. Demonstrar mais uma vez aos distritos e aos tributos que o seu destino era enviar crianças e jovens para morte para diversão da capital, nada iria mudar isso não importava quantas Katniss Everdeen dessem início a uma rebelião.
O garoto decidiu que não gostava muito dele, quer dizer, ninguém gosta de alguém que manda outro ser humano para a morte.

Com o fim do desfile os tributos foram levados para o seu alojamento. Apesar de mal ter visto o apartamento duplo onde ficariam instalados nos próximos dias, Harvey achou o local impressionante. Tudo na Capital era puro luxo enquanto no seu distrito natal as pessoas viviam na mais refinada e chique das misérias.
O ruivo tomou um banho para retirar todo aquele carvão do corpo, vestiu as primeiras peças de roupa que viu e subiu na cama. A noite tinha sido um desastre, agora restava apenas a entrevista e a sessão particular com os idealizadores para salvar as suas esperanças.


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A noite passou tão depressa que o tributo do doze teve a impressão que nem sequer foi dormir. Levantou da cama com uma ligeira dor de cabeça, talvez pela correria do dia anterior. Terminou de se arrumar e desceu para o café da manhã, Octavius e Spencer estavam novamente trocando palavras em código, o garotos suspeitou que eles não tinham conversas superiores a duas ou três palavras, pois o que escutava na maior parte das vezes era “sim” , “não”, “certo”.
Pegou um pão de queijo e uma chávena de chá de limão e sentou na mesa murmurando bons dias para os presentes.  Após a refeição cada um dos tributos foi trabalhar na sua entrevista, com o representante do distrito Harvey trabalhou a postura correta sentar, de andar e até de falar. Foram as horas mais torturantes que o jovem tinha vivido até agora, porque é que as pessoas da capital eram tão esquisitas?

Terminados os trabalhos com Octavius chegou a hora de Spencer. Com o seu mentor Harvey trabalhou o conteúdo da entrevista. O mentor tentou tornar o seu tributo menos retraído e mais extrovertido, o que foi horrivelmente difícil ao início mas o objetivo foi minimamente alcançado.
-Pelo fígado da minha tia não morda o lábio inferior- exclamou Spencer- Isso demonstra insegurança e você não se pode dar ao luxo de parecer inseguro na frente dos patrocinadores.
Com a hora da entrevista se aproximando o time de preparação tratou da imagem do garoto. Os seus cabelos ruivos foram imaculadamente penteados, passaram um pouco de pó no seu rosto pálido e a roupa que usaria na entrevista seria um belo terno negro como o carvão.


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A hora tinha chegado. Primeiramente uma idealizadora troca algumas palavras com a apresentadora de cabelos coloridos e então as entrevistas começam.
Primeiro o distrito um e como sempre o doze seria o último. O garoto do doze prestou atenção nas entrevistas dos seus adversários ou assassinos, alguns tributos exibiam o mesmo ar feroz dos carreiristas, outros eram mais incisivos nas palavras do que nos gestos. Depois da sua aliada ser entrevistada chegou a vez dele.

-Ele vem igualmente do distrito do carvão …e curiosamente tem o cabelo da cor das brasas ardentes- a voz animada de Tecquila continuou-por favor, uma salva de palmas para o tributo miniatura desses jogos Harvey Macht do distrito 12.
O tributo foi indignado …como assim miniatura? Avançou visivelmente chateado pelo “insulto” e nem acenou para multidão ou sorriu, apenas sentou no pequeno sofá. Conseguiu ver Spencer na multidão que fez um sinal irritadíssimo para que o jovem sorrisse.

-Então, pequeno Harvey o que acha da capital?- a mulher perguntou desviando uma madeixa colorida de cabelo do rosto.
-Ah…estranho- respondeu o garoto- quer aqui é tudo demasiado agitado, colorido e luxuoso para além de dormirem quase no chão, as camas são baixas demais.
Alguns risinhos se escutaram na multidão.
-Oh Harvey acredite nós fazemos coisas mais prazerosas na cama além de dormir…e no chão também- comentou Tecquila com um ar sedutor.
-Como por exemplo?- perguntou o garoto.

A plateia soltou um “huhhuhu”, assobios e gritinhos de excitação. O ruivo sorriu a entrevista estava a tomar um rumo melhor do que no início. O que não era mau.
-Panem, temos aqui um pequeno grande atrevido-  a apresentadora sorriu com malícia- se você ganhar esses jogos e se tornar um homem bem gatinho quando for adulto- inclinou-se e ajeitou o colarinho da camisa do tributo- eu te explico o que é, com os mais ínfimos e ardentes detalhes- levantou uma mão para calar o público- Agora os jogos você acredita vivamente que pode vencer?

A pergunta era uma faca de dois gumes ou tudo ou nada. Se respondesse acertadamente poderia conseguir deixar uma boa impressão mas se …falhasse. O ruivo pensou muito bem antes de responder, mas como não conseguia formular uma resposta coerente seguiu a estratégia de Spencer lhe indicou. “ Se não souber responder…responda com outra pergunta.”

-Como assim?- o garoto inquiriu- Você acha que eu por ser dos mais pequenos não posso ganhar?
A audiência ficou em silêncio absoluto. O mais pequeno som poderia escutado no palco onde estava decorrendo a entrevista. Harvey tinha conseguido aparentemente escapar de uma questão traiçoeira.
-Não, nada disso- argumentou a mulher num tom defensivo- apenas questionei se você acredita em você mesmo.

-Porque não acreditaria? Posso não ser dos mais altos, ferozes ou bem preparados mas tenho outras qualidades- o garoto falou- Além de que enquanto eu estiver vivo a mais pequena chance pode se transformar na chance definitiva de ganhar. O importante é não desistir facilmente.
-Temos um poeta – exclamou Tecquila- Agora última questão, você pretende fazer caso vença os jogos?
-Dar uma boa vida aos meus pais porque eles merecem mais do que muita gente- respondeu num tom sério tentando conter a língua.
-Bom …senhoras e senhores Harvey Mach do distrito 12- disse a apresentadora finalizando a entrevista.

Agora os dados da sorte estavam lançados, restava apenas saber se Harvey teria a sorte de estar no lado vencedor.


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Mensagem por Dimka Mikayda Fox Dom Nov 29, 2015 3:28 am

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Os flashes continuavam. Assim que foi levada para o camarim, junto do tributo masculino de seu distrito, acabaram sendo separados. Ergueu uma das sobrancelhas quando a estilista se aproximou, empurrando-a para cima de uma mesa metálica. – Erga os braços, garota. – O tom de voz era rude, algo que fez Dimka revirar os olhos. – Ok, senhora educação. – O sarcasmo escapou da boca da adolescente, que deixou um sorriso cínico cobrir sua face. Fez o que lhe fora pedido, e assim, ouviu um barulho alto. Abaixou a cabeça e viu um aparelho estranho. – Mas o que é... – Antes que pudesse reagir, o objeto já estava debaixo da sua axila direita, retirando os pelos da região. – Vocês são bem sebosos, meu Deus! – As palavras fizeram a tributa sentir nojo daquela mulher. Sim, essa palavra mesmo: nojo. Mordeu os lábios e sentiu seu rosto ficar vermelho. Se quisesse, poderia matar aquela mulher. Era forte o suficiente para esmagar a cabeça da estilista. Depois de alguns minutos, os pelos foram retirados daquela região.

– Sabe o motivo pelo qual nós, os tributos, somos sebosos? – Empurrou a mulher mais velha contra a parede e colocou a mão em sua boca. – Passamos fomos durante a nossa vida inteira. Realmente acha que temos essas coisinhas aí? – Fez um gesto com a cabeça, apontando para a máquina que tirara o excesso de pelos que tinha em seu corpo. Afastou-se e revirou os olhos. – Vamos lá, quero ficar uma delícia. – Comentou de forma irônica, como se nada tivesse acontecido. Percebeu que deixara a estilista nervosa, o que acabou animando Dimka. Odiava ser maltratada, afinal, estava perto de passar pelo mundo da morte. Se fosse assassinada, queria aproveitar a vida de forma perfeita antes que passasse por essa situação. – Vamos! O tempo está passando! Faça o que você tem de fazer. – Deu de ombros e aproximou-se da mulher. Tirou suas roupas e ficou completamente nua. – Creio que tem uma boa ideia para minha vestimenta. – Cruzou os braços, semicerrando os olhos.

A mulher mais velha foi até um armário e pegou um pacote, e assim, aproximou-se de Dimka. – É o seguinte, querida: se fizer aquilo novamente, arranco suas mãos e chamo os guardas. – Um sorriso malicioso apareceu nos lábios da estilista. – Prazer, me chamo Anne. – Levou a mão para frente, perto da adolescente. A tributa sorriu e cumprimentou-a. – Gostei de você. É minha versão velha. – Virou-se de costas. – Nem tanto... Não sou tão velha. – Anne falou de forma calma e deu de ombros. A estilista pegou a caixa e entregou-a para Dimka, pedindo que abrisse. Assim foi feito. A caixa foi aberta, e então, suas mãos tocaram o pano que estava lá dentro, erguendo-o em seguida. Seu coração acelerou ao ver o vestido que estava bem na sua frente. – Uau... – Sussurrou baixinho. – Belo serviço. – Sorriu de forma sincera. Um brilho anormal apareceu nos olhos da garota. Pela primeira vez na vida, sentia-se realmente animada. – Vamos vestir essa belezura, então, ok? Vai ficar olhando? – A voz de Anne a fez sair dos devaneios.

A veste fica perfeita em seu corpo. É um vestido composto por folhas completamente variadas, mas de repente, elas adquirem a cor marrom. – Mas o que... – Antes que Dimka possa dizer algo, a mulher atrapalha. – CALMA! É uma surpresa. Assim que estiver no desfile, aperte esse botão e elas voltarão ao normal. É um efeito, somente. – Entregou o aparelho para a garota e indicou onde deveria apertar. Assentiu positivamente ao ouvir o que a estilista dissera. Em seguida, calçou um par de saltos que tinham a cor da pele. Suas unhas – dos pés e das mãos – foram pintadas com a cor marrom. Aproximou-se do espelho e analisou seus cabelos. A estilista aproximou-se e começou a trabalhar naquela região. Ficava mais ondulado e mais belo, além dos fios ficarem mais lisos. – Falta só a maquiagem. – Virou o seu corpo e ficou diante a moça mais velha. O pó bege atingia sua pele, contudo, não era completamente estranho. O batom chocolate era passado em seus belos lábios. – O que achou? – Foi obrigada a se virar e então, acabou vendo seu reflexo no espelho. Dimka sentiu um arrepio atravessar o seu corpo e a sensibilidade passou pelo seu coração por alguns segundos. – Obrigada... – Sentiu vontade de chorar, contudo, estava toda maquiada. – Nem ouse chorar, minha querida! Não estrague o que eu fiz. – Foi repreendida. A garota riu e abaixou a cabeça. Acabou girando o seu corpo, ficando de frente para a estilista. – Muito obrigada. – Abraçou-a com força. Dimka tinha uma parte do seu sonho realizado: vestia-se como uma princesa.

Depois de tudo, a mulher aproximou-se dela e passou vários perfumes, fazendo com que exalasse cheiros completamente encantadores. – Não precisou de um banho porque já fez isso anteriormente. Foi no trem-bala, certo? – E então, antes que a pequena morena pudesse responder, ela foi empurrada para fora do camarim. – Vamos, o desfile precisa de você.

{...}

Estava completamente magnífica. Foi guiada até a carroça, e assim, acabou ficando ao lado do moreno que pertencia ao Distrito 7. Sua veste era igual a minha. Dimka não disse nada, apenas olhou para frente, preparando-se para o desfile. Um barulho enorme atravessa o local onde todos estão, e assim, a garota ergue sua cabeça. O portão enorme é aberto e outros sons começam. Fica totalmente arrepiada com a situação, então suspira, sentindo o seu coração acelerar. Boa impressão, Dimka. Lembre-se., pensou e ergueu sua cabeça, olhando para a frente. Os cavalos começaram a se mover, e assim, os gritos começaram quando todos os tributos começaram a entrar. Havia presença de tochas na passarela, contudo, a morena não ficou observando esses detalhes.

Assim que sua carruagem adentrou o ambiente onde o público estava, os gritos começaram. Um sorriso surgiu em seus lábios, e então, enquanto os cavalos guiavam a carroça, Dimka apertou o botão que fora indicado pela estilista. As folhas mortas de seu vestido ganhavam cor e vida. No fim, elas começaram a brilhar, deixando que o verde se destacasse na multidão. A mesma coisa ocorreu com as vestes do tributo masculino que pertencia ao Distrito 7. Os aplausos intensificaram, além dos assovios e gritos de alegria. Uma vez ou outra virava o rosto, e assim, acenava para as pessoas que estavam ali. Tinha que ser carismática caso quisesse sobreviver naquela arena. Depois de um tempo, os cavalos param, assim como a carruagem. O Presidente estava em outro lugar: acima da cabeça de todos os tributos.

Levantou sua cabeça, assim, pôde encarar Arthur. A garota escuta-o atentamente. As palavras dele demonstravam a maldade que estava em seu interior, todavia, Dimka não se importava. Ela queria sair do maldito Distrito 7, queria fama, queria fortuna, queria ser poderosa. Como conseguiria tudo isso? Matando os outros tributos na Arena. O silêncio dominou o local quando Arthur disse sobre a parte da diversão. Era bem ousado. A adolescente não fez nenhum gesto ou coisa do tipo, mas apenas deu de ombros. Era a mais pura e completa verdade. Piscou algumas vezes, prestando atenção no discurso, e em seguida, os aplausos e gritos voltam.

{...}

Respirou fundo e olhou para a estilista. – Por que não pode ser um vestido parecido com aquele? – Perguntou, um pouco emburrada. – Querida, você vai para uma entrevista. Esqueça o desfile. – Anne falou tranquilamente e depois se afastou. – Está nervosa? – A pergunta fez Dimka revirar os olhos. – Eu? Nervosa? Nunca! – Um sorriso cínico foi estampado. – É o seguinte, minha querida... Tecquila é bem... Como posso dizer? Ér... Meio ousada. Corresponda os flertes dela, não importa se você gosta de mulheres ou não. Aquela garota é uma pistola, atinge tudo quanto é pessoa. Então, não fique tímida. Fale à vontade e responda as perguntas. Ah, e repetindo: corresponda os flertes. – A mulher mais velha falou rapidamente. Quando Dimka fora chamada, foi empurrada para a frente. – VÁ! – A estilista ordenou.

Seus passos eram altos. Os saltos faziam barulho no piso do local, e assim, apareceu no palco. Os aplausos e assovios fizeram com que Dimka sorrisse e acenasse. – Obrigada. – Disse antes que se sentasse diante a entrevistadora. – Você está linda, minha querida! – A moçoila de cabelo vermelho falou com um sorriso maroto em sua face. A jovem do Distrito 7 respirou fundo e riu em seguida. – Obrigado. Você também está linda. – Correspondeu o flerte. Ah, Tecquila era muito bonita. A morena analisou o corpo da moça que fazia entrevistas e lançou uma piscadela depois de alguns segundos. – Olha só! Amei essa garota! – As risadas surgiram na plateia. – Então, Dimka... Deixou algum rapaz te esperando no Distrito 7? – A pergunta inundou o ambiente e o silêncio surgiu rapidamente.

A morena deu uma risada e olhou para Tecquila. – Não... Nenhum rapaz. Ah, e nenhuma garota também. – Gargalhou e colocou a mão direita em uma das pernas da entrevistadora, mas em seguida, afastou tranquilamente. A plateia entrou em êxtase, as risadas aumentaram. – Como é viver no seu Distrito? E a sua família? – As perguntas foram lançadas e a adolescente deu de ombros. – Meu Distrito? Ah, as coisas são complicadas por lá. – Fez uma careta. – Contudo, graças à Capital, estamos evoluindo. – A mentira escapou dos seus lábios, e então, levou seus olhos para a idealizadora, mas logo olhou para as outras pessoas que estavam presentes. – Como nossa querida Charlotte disse na Colheita: Panem é bom, Panem é a glória. – Falou tranquilamente e riu baixinho. – Bom... Sobre a minha família... Ér... Eles morreram. – Fingiu-se de triste, por isso abaixou a cabeça. Rapidamente, Tecquila entregou um paninho para a garota, dizendo que não precisava dizer mais nada. – Perdoem-me. Podemos continuar. – Passou o pano perto dos olhos, fingindo limpar as lágrimas.

– O que passou pela sua cabeça quando seu nome foi chamado na Colheita? – A mulher de cabelos vermelhos acabou perguntando. – Fiquei animada. – Foi o mais sincera possível. – Estou muito orgulhosa em poder representar o meu Distrito. Farei de tudo para deixá-los orgulhosos. Ah, e claro, quero que todos vocês se divirtam durante os Jogos. – Um sorriso irônico acabou aparecendo. – Olha só! Parece que você levou as palavras de Arthur bem a sério. – A entrevistadora riu, assim, os capitalistas fizeram a mesma coisa. Dimka riu também e cruzou as pernas em seguida. – Próxima pergunta: o que você acha dos Jogos? Tipo, sobre você... Acha que vai se sair bem? Que vai poder voltar para seu Distrito? – A tributa é encarada, e então, abre a boca, pronta para responder. – Acho que esse jogo vai ser completamente emocionante. Odeio matar pessoas e... – Suspirou, atuando novamente. Pegou o pano branco e passou nos olhos novamente. – Infelizmente terei que fazer isso... Pelo menos, se quiser voltar para meu lar. – Mordeu os lábios. Ah, tudo fazia parte da bela atuação.

– Última coisa: mande uma mensagem para as pessoas. – Tecquila pediu de forma educada. – Quero agradecer a todos que estão me apoiando. Fico grata, de coração! – Sorriu. – E, sobre os capitalistas: amei conhecer esse local. Vocês são perfeitos! – Acenou para a plateia e mandou alguns beijinhos. Voltou sua atenção para a Tecquila, e quando a entrevistadora estava encerrando a vez de Dimka, a garota do Distrito 7 se aproximou da face da mulher de cabelos vermelhos e deu um selinho. – OBRIGADA, PANEM! – Gritou, fingindo animação, e então, voltou para onde estivera antes de adentrar o palco. Aproximou-se da mentora e encarou-a. – Parabéns. – A voz saiu de forma fria, portanto não concluiu se Katherine estava sendo sincera. Deu de ombros e afastou-se, indo para outro lugar. Precisava pensar e processar todas as informações.

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Mensagem por Alexei Tsar Brightthorn Dom Nov 29, 2015 7:54 am

Desfile e Entrevista 100
- É realmente gratificante finalmente estar aqui. Obrigado, muito obrigado mesmo pelo carinho. – O repórter tinha a pele verde e os olhos alaranjados, cobria Alexei de perguntas enquanto um homem logo atrás dele filmava. Tentando não parecer incomodado com a quantidade absurda de flashes permanecia focado no bloco de notas que o homem carregava, sorrindo ocasionalmente para a câmera. Naquele momento decidira conter todas as suas angústias e mascarar seus sentimentos, carregando seu tom de voz com algo entre o tranquilo e admirado. Havia perdido as contas de quantas pessoas tentavam falar com ele, e por não saber direito para onde olhar acabara perdido entre luzes e microfones. – Ah, essa é uma ótima pergunta. Eu me sinto muito melhor agora, obrigado. Graças a alguns medicamentos que me deram durante a viagem do trem, devo dizer. Mas não conta pra ninguém, ta? Fui muito bem tratado! Acho que não vou vomitar de novo tão cedo, principalmente se a comida daqui for tão boa quanto a do trem.  – Sorria enquanto brincava com a repórter, uma mulher baixinha e roliça. Seus passos eram lentos, já que queria atender o máximo de perguntas possíveis. Pode ver pelo canto do olho o carro que o aguardava, um pouco maior do que aquele que estava em seu seu Distrito, porém tão negro e reluzente quanto. – Se eu estou com medo? Querida, estou me cagando de medo. Não vou mentir. Sai do meu Distrito que não é lá tão grande e estou na imensidão da Capital, é assustador não? Me dê algum desconto. – Desviou do assunto arena enquanto continuava elogiando e agradecendo. Afastando-se dos repórteres seguiu seu caminho para o carro, onde pode avistar Gloom e Hayley próximas do mesmo. Antes de entrar deu uma última olhada em volta, sorrindo para as câmeras e acenando discretamente. De longe ouvia uma espécie de multidão, várias pessoas falando ao mesmo tempo, e pegou-se imaginado se as fileiras das arquibancadas do desfile estavam lotadas. Entrou no carro, mandando um último aceno para as câmeras sem pestanejar.

O caminho foi mais curto do que esperava, provavelmente devido a velocidade com que se locomoveram. Desceu do carro ao lado de Gloom, mas fora imediatamente cercado por alguns pacificadores. Separou-se das garotas e sem questionar seguiu o caminho com sua escolta. Estava começando a gostar da maneira com que era tratado, como se de fato fosse alguém importante. Os homens ao seu redor paravam aos poucos, acenando para só o garoto continuar até o fim do corredor. Havia ali uma única porta, solitária em meio a uma parede gigante de mármore. Transpassou a porta sem olhar para trás, e surpreendeu-se ao vê-la sendo automaticamente fechada atrás de si. A sala era pequena, dividida em duas partes separadas por um enorme toldo escuro. Havia espelhos em todas as direções possíveis. Os únicos móveis ali eram uma maca, duas cadeiras, uma mesa redonda e diversos armários lotados de gavetas. Apesar de simples tudo parecia muito lustrado, caro. Sentou-se na maca, sem saber direito o que deveria fazer. – Essa etapa não mostram na televisão com certeza... – Murmurou encarando-se em um dos espelhos. Assistia aos Jogos de casa, e depois da chegada dos tributos na Capital a próxima  coisa que passava eram os enormes portões de ferro abrindo libertando as doze carruagens com os garotos. Ali, sentado, tudo para Alexei era uma tremenda novidade. Com um barulho voltou seu olhar para a porta, franziu a testa espantado ao notar Gloom entrando ali. - Você está mesmo bem? Sua equipe de preparação e seu estilista quer saber se está passando mal ou algo do tipo antes de entrar. - Ela parecia desinteressada, o que deixou o garoto irritado. Gloom era sua única ajuda ali. – Estou legal. – Soou um tanto ríspido, encarando a mentora com seu olhar vazio que sabia que a irritava. - Ótimo. Não questione nada que fizerem contigo. Nada, entendido? Maquiagem, depilação e uma roupa apertada são o menor de seus problemas aqui. - Concordou sem maiores intenções de manter um diálogo. Gloom afastou-se em silêncio, desaparecendo no corredor atrás da porta. Tinha medo dela. Sua presença exilava uma autoridade da qual o lembrava de seu pai. Balançou a cabeça, tentando afastar do pensamento a ultima imagem que tivera dele, um homem bêbado lutando com pacificadores enquanto seu filho subia ao palco. Pegou-se desejando que ele tivesse aparecido para as despedidas, logo em seguida repudiando tal sentimento.

Um grupo de pessoas apressadas entraram na sala, três mulheres corpulentas e demasiadamente maquiadas. Conversavam entre si, sem nem ao menos notar a presença do garoto ainda sentado na maca. Pareciam irritadas, mas julgou ser apenas o sotaque afetado que os Capitalistas mantinham em suas falas. – Oi? – Questionou, risonho. Queria parecer gentil para a equipe designada a lhe arrumar, manter uma boa primeira impressão poderia faze-las falar dele pela Capital. O que esperava de tudo isso? Patrocínio. - Aiminhanossaeletaaqui! - Exclamou a ruiva, a mais alta entre as três. Aproximou-se de Alexei apressada, o abraçando com força e beijando-lhe a bochecha esquerda. - Você parecia mais velho na televisão. Não vomite pelamor, viu. Meu nome é Bonnie. Bonnie Tavenier. Já fui estilista do seu Distrito, mas acabei rebaixada, e hoje sou só parte da equipe de preparação. Mas não se preocupe, viu? Silvain normalmente ouve meus conselhos quando desenha para algum tributo. Saiba que te salvei de roupas hor-rí-veis! - Seus olhos imediatamente pousaram sobre a cintura da mulher, tão fina quanto uma das pulseiras que vendia na loja de jóias de seu Distrito. Perguntou-se quantas costelas a menos ela tinha, já que certamente aquele corpo era impossível de se alcançar sem cirurgia. Perguntou-se também se um dia ela acabaria quebrada ao meio por usar uma saia apertada demais, divertiu-se com a imagem em sua mente e riu. - Ai, do que você ta rindo? Minha roupa ta feia? Gente minha roupa ta feia? Pelamor me fala! - A mulher não dava uma trégua, não sabia segurar a língua. As outras duas responderam em coro, dizendo que a roupa de Bonnie estava perfeita. – Você está incrível Bonnie, me desculpe. É que ainda não me acostumei com o sotaque de vocês, acho divertido.  – O elogio pareceu silencia-la por um tempo. Era verdade o que dissera, precisava de alguns segundos para entender cada palavra dita por um capitalista. Para entender Bonnie precisava de minutos, já que a mulher não parva de falar um só segundo e parecia não ter fôlego algum. – E vocês, quem são? – Esticou o pescoço procurando olhar as outras duas mulheres. - Meu nome é Emilia, tenho um blog de moda e costumo comentar a roupa dos tributos. Me convidaram esse ano pra ajudar, já que nunca fiz parte do meio da moda. É claro que aceitei! E pode deixar viu, só vou falar bem de você e da sua amiga lá no site. - Queria perguntar o que blog e site significavam, mas preferiu ficar em silêncio. Emilia tinha o cabelo azul, era baixinha até mesmo com o salto que usava. Suas roupas eram uma mistura de verde, roxo, azul e amarelo. Pra quem comenta roupas seu gosto era bem questionável. – Gostei do cabelo. – Sorriu sincero. Ainda não tinha acostumado-se com a excentricidade presente na Capital.  – E você? Qual seu nome? – Perguntou curioso para a terceira mulher. Era alta e negra, tinha os cabelos lisos e brancos e seus cílios eram grandes demais. Assustou-se quando seus olhares se cruzaram, notando o verde fluorescente de sua íris. Das três ela era de longe a mais bela. - Tottie não fala. Tem uma doença ou sei lá o que que a fez nascer muda. Deve ser uma merda não poder se expressar. - Encarou Bonnie reprovando-a imediatamente. A mulher parecia não saber a hora de parar de falar. – Se Tottie nasceu muda, ela nunca aprendeu a se expressar Bonnie. Pra ela não é uma merda. – Encarava Tottie enquanto falava com Bonnie, e ficou levemente corado ao notar o sorriso que a mulher lhe dera.

Estava agora deitado na maca, completamente nu e cercado pela sua equipe de preparação que mais uma vez parecia não notar sua presença ali. Bonnie, enquanto arrancava alguns pelos da sobrancelha de Alexei, reclamava sobre a desvalorização do veludo na moda atual. Emilia, lavando e cortando o cabelo de Alexei, parecia indignada em não ter sido convidada para uma festa de aniversário. Tottie estava completamente concentrada em espalhar um óleo verde e gosmento pelo corpo do garoto. Fechara os olhos, envergonhado por estar pelado na frente de três mulheres que acabara de conhecer. Mentalizava o momento em que Gloom lhe dissera para não reclamar, engolindo a seco seus protestos quanto a dor da depilação e ao cheiro do óleo. - Ai que droga Alexei! Quantas cicatrizes. A pomada não vai ajudar a sumir com as marcas, precisamos de algo mais invasivo. Emilie me passa o spray com base bege três! - Mordeu a língua para não questionar. O que ela queria dizer com invasivo? Tottie segurava sua mão enquanto Bonnie e Emilie preparavam uma arminha metálica com um líquido pastoso dentro. A primeira borrifada em seu corpo causou-lhe um formigamento instantâneo, fazendo Alexei cerrar os olhos e segurar um gemido de dor. Apertava a mão de Tottie enquanto Bonnie aplicava a tal base bege três, mentalizando com todas as suas forças sua mentora lhe falando pra não questionar. Por fim todo seu corpo descasava, sentia-se como uma cobra trocando de pele, liberando tecido enquanto um novo surgia. Ao olhar-se no espelho resmungou para si mesmo, estava laranja. Notando a carranca de Alexei, Bonnie comentou irritada. - Relaxa, vai clarear com o tempo dãh! Não podemos fazer nenhuma mudança física em você antes da arena. Essa aplicação foi só pra sumir com as cicatrizes de vez. - Agradeceu a mulher, embora ainda estivesse levemente irritado. Aquelas marcas não lhe traziam grandes lembranças.

Viu-se novamente sozinho, uma vez que sua equipe saíra tão rápido quanto entrara. Tottie foi a única a dizer tchau, om um leve sorriso antes de passar pela porta. Embora ninguém tenha lhe falado para e vestir novamente, o garoto levantou da maca e foi direto até um macacão, deixado em cima da única mesa da sala. Vestiu-se, sem cueca, já que aparentemente suas roupas haviam sumido. Sentia-se nu com o tecido leve da roupa, e incomodado sentou em uma das cadeiras. Fora surpreendido por um homem de rosto largo e vestes coloridas, com um andar extravagante, que surgira segurando uma grande bandeja. - Não se fazem mais Avoxes como antigamente! - O observou reclamando, enquanto depositava a bandeja na mesa. O homem usava uma camisa social verde, e suas calças e botas tinham detalhes na mesma cor. Tinha uma capa roxa jogada sobre o corpo, fechada unto com os botões da camisa. Sua maquiagem era colorida, variante entre o verde, roxo e amarelo. Usava vários brincos e tinha nas mãos luvas sem dedos. O que mais lhe chamara atenção no homem fora seu cabelo, curto e escuro, porém com uma grande franja lateral tingida de rosa. – Silvain? – Questionou, curioso. O sotaque do homem era muito menos afetado do que de qualquer outro capitalista que já vira. - Eu! E você é Alexei. - O homem sentou-se na cadeira em sua frente, enquanto sorria para o garoto. – Sim, sou eu. – Limitou-se a poucas palavras, não sabia o que dizer. - Vamos comer, e por favor não vomite! Depois discutimos alguns detalhes do seu desfile e da entrevista. - Abrindo a bandeja Silvain falava com um tom leve, brincando com o garoto e o fato que ocorrera na colheita.

Comeram em silêncio, trocando apenas leves olhares durante uma garfada ou outra. Alexei não comeu muito, mas já estava em seu quarto copo de suco de uva. Só então notara a tatuagem de Silvain, uma estrela logo abaixo do olho. – Estou ansioso pra roupa, quando vou me trocar? – Sua pergunta acendera um certo brilho nos olhos do estilista. - A roupa é magnífica! Fiz em conjunto do estilista de sua parceira tributo, pra vocês irem combinandinho pro desfile. A escolha de cores está um amor, você vai ver. Vamos lá. - Mais uma vez Alexei pode notar a falta do sotaque característico enquanto Silvain falava, e aquilo o intrigou por um momento. – Vamos sim! – Disse sorrindo enquanto seguia o estilista, que o guiava para a segunda parte da sala atrás do toldo.

A roupa era feita de várias peças separadas, que seriam montadas apenas no corpo de Alexei. Vestiu-a com ajuda do estilista, que o indicava onde encaixar e pendurar cada detalhe. Em passos lentos foi guiado até uma poltrona, já que mal conseguia suportar o peso da vestimenta. Silvain deitou um pouco a poltrona, enquanto pegava um estojo grande. - Pronto para a maquiagem? - Alexei balançou a cabeça afirmando, embora não tivesse certeza da resposta. O processo fora muito mais rápido do que a roupa, o estilista era ágil e tinha a mão extremamente leve.

Vendo-se no espelho buscava qualquer detalhe que pudesse lhe indicar a presença do Alexei que sempre conhecera, entretanto o reflexo transmitia a imagem de um garoto muito mais corpulento e bonito do que ele. A maquiagem era simples, apenas um contorno prateado nos olhos com um leve desenho nas pontas. A roupa já era outra história, já que de simples não tinha nada. Usava uma botapesada de metal que cobria-lhe até o joelho, cuidadosamente detalhada na parte do joelho e do calcanhar. Usava uma calça roxa justa, presa por um lenço na mesma cor em um tom mais claro. Pequenos diamantes estavam espalhados pelo tecido leve, e a medida que se movimentava criava um brilho em suas pernas muito parecido com os das pedras retiradas das minas do Distrito. Usava luvas pretas, que lhe cobriam até o cotovelo, e por cima havia duas pulseiras prateadas em cada pulso. A camisa cabia-lhe perfeitamente no corpo, fechada na região do umbigo por um detalhe prateado que lembrava a ponta de uma lança. Tinha o mesmo desenho das botas, que saiam do detalhe. Era preta e também preenchida por diamantes pequenos incrustados em seu tecido. Nunca havia visto um diamante na vida, já que a pedra era retirada da mina e imediatamente mandada para a Capital, mas soube reconhece-los. A camisa era aberta no centro, deixando a mostra o peitoral e parte da barriga de Alexei, cobertos apenas por um tecido preto transparente que colocara antes. Usava ombreiras largas por cima de tudo, pretas com detalhes prateadas, desenhadas igualmente a camisa e as botas. Na frente as ombreiras interligavam-se por cordões prateados, e atrás uma longa capa preta caia até seus pés. Havia detalhes de roxo na capa, com alguns brilhantes incrustados assim como no resto da roupa. - O detalhe final... - Silvain colocou a cabeça do garoto uma tiara prateada, com detalhes que lembravam dentes virados para cima. – Pedra Estrela. – Disse alegre. Toda sua vestimenta lembrava bastante uma das pedras mais populares retiradas de seu Distrito. - Isso! Sabia que ia reconhecer minha inspiração. - O estilista parecia entusiasmado. Sem pensar Alexei o abraçou. – Muito obrigado mesmo. Isso me lembra minha casa. – Lembrava também do que sua avó havia lhe dito nas despedidas, sobre olhar para o céu. - Que isso garoto, não me faça chorar! É meu trabalho te deixar magnífico. Agora vamos! Tenho que te levar até a carruagem. - Silvain o puxa pela mão, direcionando o garoto.

[...]

Estava em pé ao lado da carruagem, completamente negra e guiada por cavalos brancos. Chegara primeiro, até mesmo pouco antes de Hayley, mas não pode reparar em muita coisa já que sua equipe de preparação e seu estilista o cercavam. As mulheres conversavam entre si, dessa vez criticando um estilista qualquer e elogiando o trabalho de Silvain. – Eu sei Tottie, elas me assustam também. – Susurrou para a muda, que lhe retribuiu com um olhar tímido. Encarou Hayley que estava próxima, com sua própria equipe, e sorriu levemente ao ver que a garota usava uma versão feminina e sexy de sua roupa, trocando apenas o prata pelo dourado. Notou a movimentação que crescia no ambiente pouco iluminado, mas sua equipe não lhe dava brecha para encarar os outros vinte e dois tributos. Estava curioso. Frustrou-se enquanto Bonnie resmungava sobre o excesso de penas na roupa de um coitado tributo, e fingiu prestar atenção na mulher. - Cala a boca, Bonnie. Deixa o garoto respirar. Vamos, vamos Alexei! Suba na carruagem. - Tanto Bonnie quanto Alexei surpreenderam-se com a fala irritada de Silvain. Precisou de ajuda para subir, devido ao peso da roupa. Uma vez em cima da carruagem fixou-se segurando nas bordas, tentando não ceder ao peso de sua vestimenta. Vasculhou o local com o olhar, já que agora estava mais alto do que sua equipe. De longe pode ver um garoto baixinho, magricelo e ruivo. Usava uma roupa preta, com algumas pedras grudadas em sua perna ou algo parecido. – Carvão. – Disse, lembrando-se das aulas que tinha na escola sobre a função dos Distritos. Algumas carruagens a frente do garoto ruivo uma garota morena destacava-se, vestida basicamente com plantas. – Madeira? Acho que não... – Pelas suas contas das carruagens, ela deveria ser do sétimo Distrito, mas Alexei não conseguiu relacionar plantas com a função exercida pelo tal Distrito. Seus olhos pousaram no tributo masculino logo atrás de si, carrancudo, e procurou não encara-lo por muito tempo. - Opa, acho que todos já subiram nas carruagens. Vai começar! - Encarou Silvain após ele terminar de falar, buscando ajuda. – O que eu faço? – Os portões rangiam logo a sua frente, sentiu os cavalos começarem a trotar. - Faça com que lembrem de você. - O conselho parecia bastante vago, ansioso Alexei voltou a olhar para frente. Olhou Hayley, em busca de algum apoio, mas seus sentidos são atordoados por luzes, gritos e flashes vindo de todas as direções.

Quando pode notar já estava quase no meio do caminho. Levantou um braço e acenou em direção a arquibancada. Mandavam-lhe beijos e batia em seu peito. Sua capa voava suavemente por conta do vento, enroscando-se na ponta com a capa de Hayley, deixando um rastro prateado e dourado atrás dos tributos. Fora atingido no rosto por uma rosa, jogada da arquibancada. Beijou-a e lançou a flor no ar, em direção a algumas mulheres logo na parte da frente. Sua roupa brilhava com a luminosidade, fazendo Alexei parecer um Deus ou algo parecido. Fogos de artifício explodiam no céu, e o garoto perdeu alguns instantes encarando o show de cores. Subitamente a carruagem para em frente a um edifício largo e alto, e no topo Alexei pode enxergar uma figura devidamente vestida de terno em destaque. O Presidente. Não pode deixar de notar a ironia carregada pelo seu tom durante o discurso, misturada com o usual sotaque afetado. Não olhava mais para cima, devido a roupa pesada que começava a incomodar. Limitou-se a encarar suas mãos, notando um leve rasgo no tecido frágil da luva. Provavelmente fora feito durante a parada brusca. – Merda. – Disse irritado. Será que Silvain ficaria bravo? – A sorte vai estar a meu favor, Arthur. Ou eu a faço ficar. – Odiava aquela frase sobre sorte, dita insistentemente por cada capitalista possível. Notou um portão abrindo no edifício, pra onde as carruagens seguiram.

[...]

Acordou atrasado, o primeiro andar parecia estar um caos. Silvain gritava do outro lado da porta, que era constantemente esmurrada com força. Levantou, lento, e retirou a cadeira que colocara atrás da maçaneta para não abrirem. – Hmmmm? – Grunhiu, sonolento. Seu estilista parecia preocupado. - Meu senhor do céu garoto! Pensamos que você tinha se matado ou algo do tipo. Por que sua porta estava trancada? Por que dormiu tanto? Perdeu o café da manhã e qualquer tipo de instrução que sua mentora poderia lhe dar. As entrevistas começam em uma hora e meia! Me dá licença. -- O melodrama na voz de Silvain chegava a ser irritante, mas não incomodou tanto Alexei. Deixou o estilista passar e só então notou que o homem carregava uma sacola grande. Observou enquanto Silvain tirava da sacola um terno, e o esticava na cama. - Vai já pro banho! - Obedeceu, sem contestar. Precisava de água quente pra acordar.

Depois do banho voltou pro quarto enrolado na toalha, onde deparou-se com sua equipe de preparação. Foi abraçado por Tottie, mas completamente ignorado por Bonnie e Emilia. Sentou-se em uma cadeira, enquanto as três mulheres trabalhavam em maquiar seu rosto. – Não vão fazer nada muito chamativo, né?  Estava pensando em fazer essa entrevista de uma maneira mais tranquila, sei lá, amigável. De cara limpa mesmo. – Recebera um tapinha no ombro de Tottie, o alertando a não falar mais. Bonnie e Emilia pareceram completamente ofendidas, o que quase levou Alexei a pedir desculpas. Mas era verdade, embora não tivesse a ajuda de Gloom já que escolhera dormir, tinha seu plano. A maquiagem acaba rápido, como sempre. Alexei se olha no espelho, ma surpreende-se ao notar a naturalidade dos tons em seu rosto. Sorriu, agradecido. - Vem se vestir! E cuidado para não amassar. - Alertou Silvain. Levantou-se ainda de toalha e esperando sua equipe sair, permaneceu de pé ao lado da cama. Os quatro não moveram-se um só centímetro, e naquele instante o garoto soube que tinha que ficar pelado novamente na frente de pessoas que a pouco conhecera. Deixou a toalha cair, pulando para pegar a cueca que seu estilista separara. Vestiu-se com pressa, ouvindo Silvain reclamar do tempo e da atitude do garoto.

Sua roupa era em maior parte preta preto, com sapatos simples. A camisa era branca, de manga comprida, com uma gravata preta. Vestia um blazer por cima, aberto e de gola larga, com detalhes brancos nas mangas levemente dobradas e na parte central próxima da gola. Usava pulseiras e vários colares brilhantes, entre eles o mais simples, que sua avó lhe dera. O cinto era prateado, combinando com os colares e as pulseiras. Nele havia o mesmo desenho da roupa do desfile, A calça era um pouco folgada, começava como preta e aos poucos caía em um degradê branco levemente brilhante. Seu cabelo fora colocado para cima, ligeiramente bagunçado. – Incrível. – Era tudo o que conseguia falar. Silvain agradeceu com uma sutil piscadela.

Fora guiado até o estúdio onde aconteciam as entrevistas, sendo deixado em uma sala ao lado de seu estilista.  – O que eu faço? – Pensava em seu plano, mas já não sabia se ele daria certo. - Seja acessível. Se precisar, imagine alguém muito importante pra você, sentado na primeira fileira da platéia. Olhe pra pessoa e responda o que vier do teu coração. - As palavras do estilista o acalmaram. Uma televisão na sala mostrava Hayley, que já estava no palco. Alexei ignorava, pensando exatamente no que falaria. - Cinco minutos, venha. - Um homem com uma câmera abrira a porta, alertando o garoto que seria o próximo. O seguiu acompanhado de Silvain, agoniado com a pressão de falar em público. Estava na beirada do palco, próximo a entrada que o levaria direto para a cadeira do lado do entrevistador. No caso, entrevistadora. - E agora, igualmente do Distrito um, recebam... Alexei Tsar Brightthorn! - Sentiu o tapinha do estilista em suas costas, deu alguns passos confiantes e lançou seu melhor sorriso para a garota que lhe esperava. Caminhou direto para a apresentadora, que só agora notou nem saber o nome, e a abraçou com força. - Ei, cuidado! Você pode me quebrar no meio! Vou fingir que não gostei. - Ela exclamava no microfone, levando a plateia a risadas. – Não era minha intenção, sinto muito! Mas se quiser um abraço desse outra vez, só me chamar. – Pareceu sincero, mas olhava diretamente para o público enquanto gesticulava com o braço mostrando sua força e apontando para a entrevistadora, chamando-a de fraca. A platéia ria e aplaudia Alexei. Estava indo tudo bem.

- Ok ok, vou fingir que não vi o que você estava fazendo, viu? - Ela ria,encarando o garoto. - Vamos falar sério um pouquinho. Você vomitou na colheita, e desde então esse é um dos assuntos mais comentados em toda Capital! Acredite, todo mundo falando de vômito! Então, que tal você dar sua versão dos fatos? - Sabia que tocariam nesse assunto, só não imaginou que fosse logo na primeira pergunta. – Muito obrigado mesmo por isso, não aguento mais minha equipe de preparação me evitando sempre que estamos perto das refeições! Enfim... Eu não comia há dias, e naquela manhã estava um pouco doente. Acordei tarde e tive que comer correndo, pra não me atrasar para a colheita! – Deu ênfase naquela parte, encarando diretamente uma das câmeras. – Acabei comendo muito e rápido demais, e moro umas quatro ruas atrás da praça onde a colheita acontece, então tive que andar debaixo do sol. Fora o tempo em pé enquanto passavam o mesmo documentário de sempre e todo aquele discurso da Idealizadora, sabe? Acabei vomitando por causa de tudo isso. Mas melhorei, fui medicado e muito bem tratado na Capital! Estou ótimo agora. Afinal, quem teria coragem de vomitar em uma roupa dessa? – Levantou da cadeira, chamando a atenção das pessoas para sua roupa e voltando a sentar em seguida. Havia mentido, mas não precisavam saber disso. - Viu pessoal, Alexei só estava doente! Acontece. Agora vamos parar de falar de vômito em todo lugar possível? Por favor, né? É. - A garota tinha um tom divertido em sua voz, mesmo quando falava sério. - Claro que ninguém vomitaria nessa roupa! Me fale um pouco sobre ela, sobre seu estilista... Ah, e com toda certeza sobre aquela roupa do desfile! Vou querer uma em cada cor, só avisando. - Sorriu, procurando por Silvain na platéia, mas não conseguiu encontra-lo. – Meu estilista iria amar desenhar pra você! Eu vi os designs que ele tem, você nem imagina como são magníficos! Essa roupa é incrível, principalmente esse degradê nas calças. Minha parte favorita! Sério. E a roupa do desfile, pode ter certeza que havia várias combinações de cores! Silvain, meu estilista, as vezes é bem indeciso. Mas aquele prata com preto ficou incrível, não? E fora que é bastante referencial, lembra bastante uma das pedras mais famosas retiradas do meu Distrito. – Segurou no colar de sua avó, tirando ele com calma e entregando nas mãos da entrevistadora.

Falara do seu estilista como se o conhecesse a anos, nunca nem vira um design sequer feito por ele além das roupas que vestira. A entrevistadora analisava a pedra. – Pedra Estrela. – Disse, encarando uma câmera. Esperava que sua avó estivesse assistindo. - Muito linda! Estou quase roubando pra mim. - Alexei riu, pegando o colar de volta das mãos dela com educação, e o prendendo no pescoço. – Ela é considerada a pedra da fama, sabia?. Nos confere uma aura de popularidade e reconhecimento pelos outros. Você não tem noção de como sou grato pela atenção que venho recebendo. – Mandou um beijo leve para a platéia. - É muito bom saber disso! Com certeza vou querer uma. Agora, Alexei, nos conte... O que você deixou pra trás? - Era uma pergunta intensa. Olhou pra platéia e imaginou Gigi ali, sentada sorrindo e o encorajando. – Deixei minha avó, Crysanthe. Uma mulher forte que criou um filho sozinha, minha maior inspiração na vida. Deixei também uma amiga, que apareceu a pouco tempo, mas me ajudou bastante a amadurecer... Me ajudou a melhorar algumas coisas em mim. Acredite, se fosse a um mês atrás, eu provavelmente teria ficado em silêncio durante toda a entrevista. Deixei a loja onde trabalho, onde costumo vender alguns colares como esse que você viu! Aliás apareça por lá, vou adorar te mostrar meu caderninho com um catálogo de todas as pedras e seus significados. E, acima de tudo, deixei meu pai. Que me espancou toda a minha infância, me abandonou aos quatorze anos e desde então vive bêbado e caído nas ruas do Distrito. – A entrevista chegara a um ponto mais sério. Embora Alexei estivesse mentindo, parecia estar abalado. - E tem algo que queira dizer pra ele? - Esperava que ela fizesse tal pergunta. – Pai, gastei muito tempo da minha vida te odiando profundamente. Não sei teus motivos pra ser agressivo, mas saiba que... Te perdoo. Sou teu filho e sempre vou ser. Agora que estou longe, sinto sua falta. Sinto muito por nunca ter tentado manter contato contigo.  – Fingiu enxugar uma lágrima, enquanto a entrevistadora acariciava sua perna. - Eu tenho certeza que Panem ainda verá um reencontro entre os dois, não é mesmo pessoal? - A platéia gritava, em aprovação. - E por último... Qual o plano? - Cruzou o braço acima do tórax, sorrindo abobado. – O plano? Acho que tem gente assistindo que não pode saber do plano, poxa. Mas se quiser, aparece no meu quarto depois que te conto pessoalmente! – Encarou a platéia, dando um sorriso torto. Algumas pessoas riram, outras gritavam em coro um imenso hmmmm. Voltou a olhar para a mulher. - Olha que vou, hein? - Ela levantou e Alexei fez o mesmo. - E esse foi Alexei, do Distrito um! - Abraçou novamente a mulher, saindo do palco sob uma chuva de aplausos e gritos fervorosos.


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Alexei Tsar Brightthorn

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Mensagem por Hayley L. McKlaus Qua Dez 02, 2015 1:39 am

Desfile e Entrevista 100




Phoenix Girl

And when there is no longer memories, man show colder and impetuous. And when there is no more love, the man will become soulless, spiritless. And when there is no feeling of loneliness, the heart will be full of strength and will bring you back from the darkness of the world and make it a true warrior could lift his sword and command armies thousand.



A movimentação era continua, todos os tributos estavam próximos uns dos outros enquanto esperavam o momento certo para serem levados até seus respectivos camarins para a troca de roupa e apresentação no desfile das carruagens. Meu rabo de cavalo era enorme, os fios vermelhos gritantes chamavam a atenção de muitos ainda mais presos daquele jeito. Não me foquei em ficar preocupada com o que iria vestir, seria aquilo mesmo e não teria como tentar convencer do contrário o costureiro tentar mudar, então, que pelo menos a roupa fosse escandalosa para surpreender os patrocinadores, eu queria escandalizar tudo e mostrar pelo menos que minha presença seria marcante tanto para os telespectadores quanto para os patrocinadores também. Faria de tudo para conseguir sobreviver e mostrar que não iria ser como meu primo, morrer na fuga da cornucópia.

Era chegada a hora, estava dentro do camarim sendo preparada para ser vista por milhões de pessoas, eu e meu companheiro de distrito. Era começado ver como as roupas estavam sendo desenhadas ao meu corpo, fiquei olhando pelo espelho enquanto os ajustes eram feitos, meus cabelos estavam perfeitos, aquela tiara que passava por minha testa deixando uma pequena coroa negra surgir dentre uma mecha grande vermelha entrava em um contraste lindo. A maquiagem marcava meus olhos com detalhes em preto e dourado fazendo uma leve esfumaçada na parte abaixo do canto deles com um vermelho mais fraco. O batom negro que marcava meus lábios junto com meu sorriso aberto mostrando branco dos dentes expressando estar até gostando de tudo aquilo.

Não fiquei ousando em pensar o que ele usaria, ele parecia ainda parecia estar meio tenso com tudo antes de ir para seu camarim, eu apenas relaxava e deixava as coisas acontecerem de acordo como a música tocava, não tinha mais como voltar atrás mesmo. As ombreiras faziam uma leve curva acentuada sobre meus ombros com linhas curvas desenhadas acima dela em detalhe dourado,  a cintura contornada por detalhes exagerados, o corpo alinhado pelas curvas do tecido vinil com o meio da barriga em uma fina camada tela transparente quase que na cor da minha pele, a cauda detalhada com os cortes modernos, minhas tornozeleiras que subiam até a metade das canelas a circulando com mais dourados e por fim os sapatos estilizados deixando os dorsos dos meus pés de amostra, mais detalhes dourados nos saltos e pronto. Estava pronta.

A pior parte de tudo aquilo era estar nua para alguém que nunca havia visto antes, por isso que foi demorada minha preparação para a arrumação, realmente eu tinha que entrar nas regras se quisesse demonstrar estar confortável. Duas mulheres me acompanhavam uma delas abriu a porta do camarim e lá estavam todos os tributos de novo na plataforma principal, preparados para subir em suas carruagens, olhei em volta buscando meu companheiro e o vi próximo de algumas meninas, não as conheciam, dei de ombros olhando para minha equipe e por fim dei a chance de um diálogo com alguns deles.
- O que acharam? - as meninas se entre olharam e sorriam, continuei a olhar para elas vendo que estava linda realmente. - Vocês foram fantásticas, agora me deixe ir, tenho que me preparar psicologicamente para encarar o presidente, não é todo dia que se vira uma celebridade prestes a morrer em uma arena. - me virei expressando um sorriso confiante mesclado com um debochado para o veneno que tinha jogado com as palavras.

Alexei estava até parecendo um gato com aquelas roupas, como elas o valorizaram, os detalhes em prata com preto diferentes dos meus deram um tchan em sua aparência realmente.
Enquanto íamos para a nossa carruagem fui reparando em cada um dos meus concorrentes, as roupas e as pessoas em si, alguns eram lindinhos, outros nem tanto, as roupas também estavam fantásticas foi quando meus olhos bateram em um único menino de olhos azuis e corpo bem moldado me fez paralisar de leve, ouvi seu nome ser pronunciado, Josh, era o menino do sexto distrito, não demorei mais que alguns segundos voltando a caminhar vislumbrada com aqueles olhos azuis e rosto formado. Continuamos a seguir até chegar na nossa carruagem, respirei fundo e subi primeiro recebendo a ajuda de Alexei, me coloquei em posição e senti que o outro me olhou ainda demonstrando estar receoso com tudo, pigarreei e peguei sua mão dessa vez com menos força que das outras.
- Estamos aqui agora, não tem volta, apenas seja forte e vamos mostrar que nosso distrito pode ser o problema dos outros. - pisquei e voltei a olhar para frente vendo as postas se abrirem dando assim o início da cerimônia da centésima trigésima quinta edição dos jogos vorazes.

Os cavalos começaram a seguir, a luz do sol batia em minha face e nos detalhes em dourado na minha vestimenta fazendo pequenos flashes reluzentes surgir, os cabelos voavam parecendo chamas vivas do mais alto fervor do fogo, os gritos invadiam todo o espaço e por fim nossas faces eram estampadas nos telões ecoando nossos nomes para que todos soubessem quem eram cada um. Olhei para Alexei levantando nossas mãos demonstrando vitoriosos por estar ali, um sorriso vivo e cheio de orgulho era sobreposto em minha face, acenava com a outra mão para o público e assim que nossa carruagem passou de frente ao lindo presidente dei uma breve piscada assentindo de leve com a cabeça em uma reverência majestosa logo ficando em posição correta para escutar seu discurso.
Finalizando a cerimônia ele se despediu, ouvi os burburinhos de Alexei quanto as palavras de Artur apertando de leve sua mão demonstrando estar junto com ele em tudo que pudesse ter dito e por fim ele se virou dando a ordem para que pudéssemos nos retirar e se preparar para as entrevistas que seria muito em breve, naquele mesmo dia.

(...)

- Iremos ao ar em, três, dois, um... - a vinheta do programa de Panem começava a tocar anunciando seu apresentador e mais alguns patrocínios que não me importavam de quem eram.
Meu coração batia aceleradamente, nervoso é claro, fiquei pensando no quanto aquele momento era importante para todos, os patrocinadores e os organizadores estariam observando cada de forma cautelosa para estudar quem seria ou não o melhor a ser patrocinado na arena. Meu estilista estava acertando novamente os últimos detalhes da roupa e logo se levantou olhando para mim dando um breve sorriso.
- Tenho uma surpresa pra você. - disse ele retirando algo do bolso e me entregando. - Quando achar que for necessário, aperte e veja a mágica acontecer, tenho certeza de que você ira ficar marcada por isso. - franzi o cenho achando tudo muito esquisito e deixei levar, abri um singelo sorriso e toquei em sua face assentindo com a cabeça.
- Você viu o Alexei? - me virei tentando procurá-lo e pude notar logo depois ele de certa forma meio que ainda tenso, suspirei e pensei em ir a sua direção para ajudá-lo novamente, mas no meio do caminho um dos membros da produção me segurou pelo pulso e me fez o encará-lo desgostosa.
- Você será chamada agora. - olhei para o garoto que conseguiu me encarar e dei uma piscadela para que tentasse se acalmar.
- Okay, vamos... - passei por todos indo para o início da rampa que me levaria ao palco, engoli a seco e por fim meu nome era anunciado pelo apresentador me fazendo subir majestosamente a rampa mostrando o brilho intenso do dourado mesclado ao tom da pele branca. Os cabelos estavam com duas mechas caídas uma em cada lado e presos majestosos em um coque volumoso.

Aos poucos minha imagem surgia dentre os holofotes, minha perna tatuada abria espaço mostrando o corte do vestido na parte direita enquanto sua cauda se arrastada por trás do meu lindo salto de diamantes com detalhes em espiral sobre o dorso do meu pé.
- Ai vem ela, a majestosa e representante feminina do primeiro distrito... Hayley Louise McKlaus! - gritou o apresentador com um enorme sorriso em sua boca e brilho nos olhos vindo em minha direção e pegando em minha mão que já estava em posição de recebê-lo, uma perfeita dama eu estava.
- Olhem este vestido, está praticamente impecável em seu belíssimo corpo, mostrando riqueza, UAU! - sua mão me conduzia em um giro completo de trezentos e sessenta graus mostrando todo o luxo esbanjado em meu corpo. Apenas continuei sorrindo enquanto olhava para todos a minha frente aplaudindo sentados e com sorriso também em seus rostos, dentre meio da platéia reparei em uma linda mulher com olhar penetrante e cabelos escuros, era uma das idealizadoras, fixei-me nela por alguns minutos e fui conduzida até o sofá para o início da entrevista, caminhei cautelosamente até o centro do palco e me sentei cruzando as pernas delicadamente voltando a encarar o apresentador.

- Sabemos que você é prima de um dos antigos tributos mortos na edição passada dos jogos vorazes... - Ele deu uma pausa olhando para a platéia de forma séria. - Como foi ver isso acontecer e como você está se sentindo neste exato momento sabendo que está na mesma posição dele, em risco de não sobreviver nos jogos? - um burburinho começou e todos olharam para mim.
A pergunta de certa forma me quebrou por dentro, lembrar do meu primo era como me fazer ter um ponto fraco exposto ao saber que ele já havia passado pela situação no qual eu iria passar, mas será aconteceria a mesma situação comigo? Engoli a seco e respondi:
- Dharos foi como um irmão para mim, vê-lo morrer não foi fácil... Eu acho que ninguém gosta de perder um parente de forma prematura. - sinceridade, a gente vê por aqui... - Sofri por alguns dias, mas ele me ensinou que nunca devemos por o sofrimento como nossa fraqueza e sim torná-la nossa energia para obter força, por isso não me abalei quando fui selecionada para estar aqui com vocês dando esta entrevista magnífica sabendo que poderei morrer nos jogos, mas digo que será difícil derrubar essa garota aqui. - mostrei confiança nas palavras olhando novamente para a tal organizadora arqueando minha sobrancelha e lhe mostrando um sorriso de canto.

As palmas eram altas, a entrevista continuava esquentando cada vez mais que eu ia jogando conforme a música. Dizer o que eles queriam ouvir era a coisa mais fácil de se fazer, bem, nem tão fácil assim, já que para isso eu tinha que mentir.
- Você tem algo em mente para os jogos, alguma tática que possa nos dizer ou pelo menos dar um gosto para amedrontar um pouco seus adversários? - perguntava curioso esperando receber alguma informação.
- Ora, isso seria uma furada minha, dizer minhas táticas, mas digo que não sou uma menininha que para por causa de arranhões, ou me mata ou morre. - troquei as pernas voltando a cruzá-las. - Então, saibam disso, atrás desses olhos vive uma fênix pronta para renascer caso aja alguma queda. - me levantei nesse momento apertando o tal botão sentindo então meu vestido se dissipar em chamas de forma rápida e as pedras douradas davam lugar para rubis e um lido tecido em seda vermelho. Meu coque se desfazia e meus cabelos caiam por cima dos ombros mostrando sua cor viva e flamejante terminando com as pontas abaixo da curvatura dos meus seios. Eu era uma fênix, com certeza.

Todos vieram a se surpreender com tamanha inovação da roupa, da surpresa, era isso que eu queria. Os telespectadores indo a loucura enquanto palmas e assovios me enchiam de vontade e prazer por ter dado um pequeno show com tudo aquilo. As pedras nas cores escarlate junto ao tecido em vermelho sangue entrava em um perfeito contraste com minha pele.
- Essa menina é uma fênix minha gente! - gritou ele com o microfone em mãos enquanto a platéia continuava aplaudindo. - Nossa, seu estilista surpreendeu-nos com essa pequena barganha. - olhei para ele na plateia e pisquei.
- Esse vermelho significa o sangue dos meus inimigos caindo sobre mim, minha ascensão sobre eles será em prol dos caídos.
Falei para incendiá-los ainda mais, o apresentador se levantou e se aproximou novamente me propondo uma última pergunta, era claro que eu não queria responder, mas minha cabeça apenas assentiu e o encarei mais uma vez esperando.
- E seu parceiro, Alexei, acha que vocês serão uma dupla unida ou você deixará ele para sobreviver sozinhos? - todos ficaram ligados na pergunta e no mesmo momento olharam para mim esperando uma resposta. O clarão do canhão de luz caiu sobre mim e no mesmo momento respondi.
- Não o conheço e não quero ser egoísta, na arena é questão de sobrevivência e não de parceria, mas como dizem os mais sábios; Duas cabeças pensam melhores que uma. - finalizei deixando no ar uma questão vaga se os dois seriam unidos em campo de batalha.
- Essa foi a nossa querida Hayley Louise McKlaus, meus queridos, a representante feminina do primeiro distrito! Palmas! - as palmas vieram como uma onda novamente e apenas sorri acenando convicta de que poderia ter convencido alguns, ou talvez todos.
Me virei e sai do palco deixando agora que os demais continuassem suas apresentações ansiosa para que acabasse logo e pudéssemos treinar, mostrar nossas habilidades, faltava menos de dois três dias para encarar os vinte e três tributos, a contagem estava chegando quase ao zero.

Chegando nos bastidores tanto Gloom quanto o representante Kayles demonstraram satisfação pela minha entrevista e pela roupa, me abraçaram e logo vi Alexei, sorri para ele e o abracei, nada disse. Com aquele abraço desejei sorte e transpassei conforto, poderia não ter sido bem certa quanto a isso, mas que fiz minha parte, eu tinha feito.
Que os treinos venham e o início dos jogos também.

Roupas:
Talk to: Alexei music: the phoenix post: 005


THANK YOU SECRET!
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Mensagem por Gwen V. M. Price Qui Dez 03, 2015 12:49 am

Desfile e Entrevista 100
PART 2 - THE INTERVIEW



Ela estava na parte de trás do palco, esperando junto a seu representante da Capital e de sua estilista a sua vez de subir junto a Tecquila. Seu companheiro de Distrito parecia estar indo bem na entrevista, mesmo com as perguntas intimidadoras e seu incessável flerte. Ela sentia-se incomodada, tanto por suas roupas justar e desconfortáveis quanto pelo nervosismo de falar com mais uma das bestantes criadas pela Capital. Uma bestante realmente interessante, ela precisava admitir.

Quando o garoto de cabelos brancos desceu do palco, parecendo satisfeito com sua perfomance, ela ouvira seu nome ecoando e gritos clamando por sua presença. Concentrando-se para se manter nos saltos exagerados e amarelos que precisara por, subindo a pequena escada que a levara para o foco das câmeras. Acenou, mantendo um sorriso nos lábios pintados de preto até chegar a entrevistadora, a qual trocou um abraço rápido antes de se sentar confortavelmente na poltrona. As pessoas pareciam ter aprovado seu vestido, pois os flashes não paravam nem por um segundo, chegando a incomodar seus olhos claros demais.

— Gwen Price, nossa queridinha do Distrito Oito. — Ela sorriu, exibindo uma fileira de dentes extremamente brancos e belos, perfeitamente alinhados. — Por onde começar?

Por que não começa me perguntando quem eu vou matar primeiro? — Violet riu, jogando os cabelos loiros para trás, tomando cuidado para não estragar o penteado desleixado que fora feito. — Estou brincando. Não devemos falar de mortes, vamos respeitar todas as famílias que ficarão de luto após minha vitória nestes jogos, não é mesmo?

Seu esforço para mostrar-se confiante não era tão exagerado quanto parecia. De tanto fingir sua certeza de vitória começara a acreditar na mesma, aumentando seus treinos e até mesmo se sentindo uma oponente forte contra os carreiristas e os outros tributos.

— Eu sinto uma grande atração por pessoas confiantes, será que é assim entre quatro paredes? — Ela riu, assim como toda a platéia. — Nos diga, Gwen, acredita mesmo que é boa o suficiente para vencer os concorrentes fortes deste ano? Os Distritos parecem ter enviado seus melhores lutadores, nunca vi tantos tributos...musculosos.

Eu não tenho dúvidas de meu desempenho na arena, assim como não tenho dúvidas de como te agradaria entre quatro paredes. — Ela piscou para a entrevistadora, cruzando as pernas de forma sensual. Pelo menos tentara.

Wild. — Tecquila sorriu, continuando sua entrevista. — Quem você acha que será a maior dificuldade depois que estiver na arena?

Não há dúvidas, princesa, obviamente é Alexei, aquela do Distrito quatro e Dimka. — Ela revirou os olhos, fazendo uma careta rápida para as câmeras. — Mas nenhum deles é um grande empecilho para minha volta para casa. Eu chegarei a final e derrotarei todos que ficarem em meu caminho.

A entrevistadora aplaudiu, se levantando ao mesmo tempo que Gwen. A tributa beijou o rosto da moradora da Capital com receio, mandando um beijo estalado para todos os patrocinadores que estavam ali a olhando. Quanto mais impressionasse, mais chances teria de ganhar.

— Esta foi Gwen Violet Price, tributa feminina do Distrito 8!


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Mensagem por Josh Mouty Qui Dez 03, 2015 9:06 pm

Desfile e Entrevista 100
Malditos Flashes...


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— A porta é aberta, fazendo com que eu sinta tudo começar a girar dentro de mim. Não sei se é por nervosismo, talvez por ansiedade ou medo, o que sei é que se eu continuar assim, vou acabar sendo prejudicado pelos minhas emoções. E quando se está correndo risco de viver, nada pode te atrapalhar, sejam pessoas ou seus próprios sentimentos. Por causa disso, fecho os olhos e respiro fundo algumas vezes antes de sair do veículo.

Observo tudo ao meu redor: os flashes de cada uma das fotos tiradas pelos capitalistas, os gritos desses e seus movimentos que deixam bem clara sua animação. Olho para minha companheira de distrito, Gwyn, que parece compartilhar de meus pensamentos. Me esforço para lembrar de coisas boas e sorrio, torcendo para que o gesto pareça sincero.

Começo a andar para onde a capitalista me leva, ignorando suas falas e sua roupa extremamente chamativa, até que ela reclama e eu sou obrigado a me controlar para não soltar um “experimente abandonar sua família para caminhar em direção à morte com essa roupa colorida e esse sorriso falso”. Também me controlo para parecer animado durante todo o percurso até o camarim.

Agora estou apenas com meu estilista, que parece extremamente concentrado em fazer uma roupa que ajude a salvar minha vida. Espero que ele não falhe e, para não atrapalhar, decido não falar nada. Até porque a roupa precisa ser atrativa aos olhos dos patrocinadores, não aos meus.

Enquanto o mesmo continua seu trabalho, fico me imaginando nos Jogos. Lá, não vai ter roupa que me salve. Não vai ter sorriso falso que me ajude. Seremos apenas eu e minha sorte. Ou talvez um aliado, não sei se Gwyn vai querer lutar ao meu lado. Preciso encontrar alguém em quem confiar.


[...]


Só quando o homem termina seu trabalho que percebo qual será minha roupa: uma fantasia de médico. Não parece nem um pouco surpreendente, até que ele olha em meus olhos e me dá uma sugestão: de acordo com ele, o tecido é fácil de rasgar, e preciso usar isso ao meu favor. Como? Não faço a mínima ideia.

Caminho até um espelho que está ali e começo a me observar, de baixo para cima: um par de botas brancas justas cobrem toda a superfície de meus pés, e o mesmo acontece com minha perna em relação à calça, tão rente ao corpo quanto as botas. Meu tronco é coberto por um jaleco, que quase alcança meus joelhos. Não tenho nenhuma camisa por baixo, e apenas alguns botões evitam que meu corpo fique à mostra, o que me dá uma ideia. Um instrumento bastante usado por médicos fica em meu pescoço e tenho a opção de cobrir meu rosto com uma máscara, mas acabo deixando-a de lado.

O estilista se aproxima novamente e a visa que precisamos sair, então respiro fundo mais uma vez e o sigo, reencontrando os outros tributos, que são tão sortudos quanto eu por estarem aqui. Observando os outros e suas roupas, noto uma mulher ruiva e um tanto quanto bonita. Noto que ela me olha também e, constrangido, me viro para outra direção.

Me guiam para uma das carruagens e eu subo primeiro, em seguida ajudando Gwyn. Observo sua roupa, que parece imitar uma versão para maiores de uma médica, e entendo o objetivo do estilista: nos deixar sexys.  Não consigo evitar que alguns pensamentos surjam em minha cabeça, mas volto a me preocupar com o desfile. Estou tendo uma chance de garantir uma ajuda no futuro e a desperdiçando para ficar imaginando coisas desse tipo.

Lembro-me que tenho que contar para ela o meu plano, e penso em fazer isso de um jeito que atice mais ainda os  capitalistas enlouquecidos que gritam da arquibancada: aproximo meus lábios de um de seus ouvidos e sussurro algumas palavras.

“Com roupas como essas, nossa melhor estratégia é tentar seduzir os patrocinadores e torcer para que um rosto bonito e um corpo desses os deixem, no mínimo, animados. Se não der, estamos ferrados.” Ela sussurra em meu ouvido também, pedindo para que eu dê alguma ideia de como tornar nosso plano mais efetivo. “O estilista me disse que minha roupa rasga facilmente, então, durante o desfile, quero que você rasgue as mangas do jaleco e o abra, para me deixar com o mínimo de roupa possível sem que eu fique muito envergonhado.”

Os cavalos começam a se movimentar pouco tempo depois, e troco vários olhares com Gwyn, até que tomo coragem e me viro, ficando de frente para a arquibancada. Mando um beijo para ninguém em específico enquanto dou uma piscadinha com o olho direito e depois começo a dançar. Ou tentar, pelo menos, pois não é algo que eu costumo fazer.

No começo, meus movimentos são quase impossíveis de se notar, até que vou me soltando e perdendo a vergonha. Abro um pouco as pernas e começo a mover meu quadril, com um objetivo único de despertar desejo nas pessoas que me assistem. Ainda estou dançando quando vejo os braços de Gwyn tocarem meu corpo: o direito passa por cima do meu ombro, enquanto o esquerdo passa por debaixo de um dos meus braços. Com os dois, ela começa a desabotoar o jaleco e, minutos depois, meu abdômen definido fica exposto.

Enquanto danço, me imagino numa festa. Engano meu próprio cérebro, tentando convencê-lo de que realmente estou em uma, e faço isso imaginando luzes coloridas piscando e uma música animada tocando. Meu coração acelera e respiro mais rapidamente, enquanto ignoro toda a pressão e todo o medo que tenho pela primeira vez desde que ouvi meu nome no dia da Colheita. Por um momento, tudo o que me importa é dançar como se ninguém estivesse me vendo, apesar dos olhares das várias centenas de capitalistas.

Viro-me para o outro lado e coloco ambas as mãos nos ombros da mulher, enquanto dançamos no mesmo ritmo: uma para o lado direito, uma para o esquerdo, outra para o direito, outra para o esquerdo, movendo primeiro os ombros, depois o tronco, a cintura e finalmente um dos pés, dando um curto passo para o lado.

Ela põe as mãos sobre as mangas do meu jaleco e as deixa ali por apenas alguns segundos, até que eu puxo o braço, fazendo com que as mangas se separem do resto da peça. Com os braços e o abdômen visíveis, me viro para frente e começo a encarar o presidente. Seria errado tentar provocá-lo? Espero que não.

Depois de mais um tempo dançando, o desfile termina e me concentro em observar os outros, procurando alguém em quem confiar. Apesar da respiração acelerada para recompensar a energia gasta com os recentes movimentos, meu olhar reencontra o da mulher do Distrito Um. Sorrio para ela, e, ao contrário da maior parte das vezes, verdadeiramente. Uma mistura da animação de dançar com o que ela desperta em mim. Algo que não consigo explicar direito.

Depois de voltar ao mundo real e de a excitação acabar, rumo em direção ao prédio onde ficarei hospedado até o início dos jogos. Chego no sexto andar e, logo após entrar, me avisam que tenho que ir direto dormir, pois preciso estar descansado no dia seguinte, quando a entrevista vai acontecer.

Deito-me imediatamente, mas dó depois de um bom tempo pensando sobre o que aconteceu e o que está para acontecer, consigo dormir.

Quando acordo, aproveito para observar todo o andar antes do café da manhã. Depois de comer, vou até o estilista e peço por algumas dicas de como me comportar e de quais são as perguntas que o entrevistador começa a fazer. Ele me diz algumas coisas e sai para pensar no que vou vestir mais tarde, e volto para perto do mentor, ainda tentando conseguir formar alguma estratégia.

Depois de um tempo conversando, ele me avisa que falta pouco tempo para que eu tenha que me vestir, então repasso todas as dicas que me deram, que se resumem a ser criativo, surpreendente, confiante e engraçado.

Assim como fiz no dia anterior, aproveito a hora em que o estilista me veste para imaginar o que acontecerá no futuro, mas depois decido começar a criar um novo Josh: alguém moldado segundo os patrocinadores e o que os mesmos apreciam.

Fico tão distraído que não sei por quanto tempo ele fica me arrumando, mas, quando termina, me avisa de algo:

- Sua roupa da vez é de anjo, apesar do nosso segredinho. Quero que você o use depois de falar algo como "toda pessoa boa esconde um assassino dentro de si" - assinto com a cabeça - E em relação às asas, elas são feitas por pequenas lâmpadas. Quando você começar, mudo a cor para que elas se transformem junto contigo. Eu não preciso estar perto para que isso aconteça, então estarei vendo a entrevista e saberei quando é para fazer isso.

Observo minha roupa com o auxílio de um espelho: meus pés estão nus e a calça é justa e branca, como a da roupa anterior. Uma camisa azul com alguns desenhos brancos, ou símbolos, como preferir. E, de minhas costas, o gran finale: um par de asas longas, que, na verdade, são placas com um número extremanente grande de pequenas lâmpadas. Em minha cabeça, uma toca amarela serve para imitar uma auréola e esconder parte da surpresa.

Sou levado para o prédio onde serei entrevistado, e fico extremamente nervoso quando ouço meu nome, logo depois do de Gwyn.

- Senhoras e senhores, esse é Josh Mouty! - entro bem a tempo de ver os aplausos da plateia. Me sento em uma cadeira ao lado da entrevistadora, uma ruiva chamada Tecquila.

- Então, Josh. Preciso começar a entrevista dizendo que, depois que te vi como médico, até comecei a passar mal - os capitalistas riem e eu também - Mas agora me conte: você não vai ser um médico na arena, né? Vai precisar matar.

- Olha as pessoas do Distrito 6 são treinadas para ajudarem os outros, mas... - faço uma pausa dramática e me levanto. Imitando o papel de Gwyn, puxo as mangas da camisa, deixando meus braços à mostra, assim como o início da pintura corporal: minha pele foi pintada de preto, com linhas curvas em um tom forte de roxo, que saem das extremidades e vão até o centro, onde um novo símbolo surge - Essa máscara de pessoa boa serve para esconder um monstro sedento por sangue. O sangue de vinte e três pessoas que todos vocês conhecem.

Ouço aplausos e alguns gritos dos capitalistas que assistem a entrevista, mas é apenas o começo. Viro-me de costas e faço os mesmos movimentos do desfile, aproveitando para puxar a calça enquanto mexo meus quadris, deixando minhas pernas em contato com ar livre.

Agora de cueca, continuo a dançar enquanto coloco as mãos na barra da camisa e lentamente puxo a peça de roupa para cima. Quando passo-a por cima de minha cabeça, tiro também a toca, revelando um par de chifres de plástico.

Fico animado ao ouvir os aplausos novamente, sabendo que são de surpresa e o motivo desta é meu novo visual: além de ter pintado meu corpo de preto com linhas roxas, o estilista colocou na cueca, também roxa, uma espécie de cauda, com uma ponta projetada para parecer afiada, além dos chifres.

Percebo que não notei antes, mas as mini lâmpadas passaram a emitir uma luz no mesmo tom da minha pele, fazendo as asas parecerem uma extensão do meu corpo. Viro-me para Tecquila.

- O que achou?

- Olha... - ela parece admirada - Voce conseguiu me deixar em dúvida entre o anjinho e o demônio - respira fundo - Depois dessa transformação, preciso acrescentar uma pergunta à lista: você está solteiro?

- Sim, estou - respondo rindo e olhando para a platéia, depois de um curto período de tempo - Mas quem sabe eu conheça algum tributo interessante? Fazer guerra com uns, amor com outros. Não há nada melhor do que isso - volto a rir, já dominado pelo Josh criado para ser impressionante.

- E, Josh, seja sincero: você acha que tem chances de ganhar os tão comentados Jogos Vorazes? - pela primeira vez no dia as pessoas que nos assistem fiquem em silêncio.

- É claro que tenho - demonstro mais confiança do que realmente sinto - As pessoas subestimam minhas habilidades em batalha por ser do meu distrito, e vou usar isso ao meu favor. É a única coisa que posso dizer para vocês.

- Parece que alguém já tem suas estratégias, viram? - ela se aproxima de mim, e abaixa o tom de voz - Mas agora é algo sério: você disse que quer o sangue de vinte e três pessoas. Você seria capaz de matar sua companheira de distrito?

- Bem - digo após pensar por um tempo - Eu sou capaz de matar qualquer um que fique em meu caminho. Se ela ficar...

- Altas revelações com o senhor Mouty - ela parece animada.

- Nem tantas... vocês ainda vão descobrir muita coisa sobre mim durante os jogos, mas não posso falar quais são para não perder a graça.

- É, tributos, parece que vocês têm um forte concorrente.A porta é aberta, fazendo com que eu sinta tudo começar a girar dentro de mim. Não sei se é por nervosismo, talvez por ansiedade ou medo, o que sei é que se eu continuar assim, vou acabar sendo prejudicado pelos minhas emoções. E quando se está correndo risco de viver, nada pode te atrapalhar, sejam pessoas ou seus próprios sentimentos. Por causa disso, fecho os olhos e respiro fundo algumas vezes antes de sair do veículo.

Observo tudo ao meu redor: os flashes de cada uma das fotos tiradas pelos capitalistas, os gritos desses e seus movimentos que deixam bem clara sua animação. Olho para minha companheira de distrito, Gwyn, que parece compartilhar de meus pensamentos. Me esforço para lembrar de coisas boas e sorrio, torcendo para que o gesto pareça sincero.

Começo a andar para onde a capitalista me leva, ignorando suas falas e sua roupa extremamente chamativa, até que ela reclama e eu sou obrigado a me controlar para não soltar um “experimente abandonar sua família para caminhar em direção à morte com essa roupa colorida e esse sorriso falso”. Também me controlo para parecer animado durante todo o percurso até o camarim.

Agora estou apenas com meu estilista, que parece extremamente concentrado em fazer uma roupa que ajude a salvar minha vida. Espero que ele não falhe e, para não atrapalhar, decido não falar nada. Até porque a roupa precisa ser atrativa aos olhos dos patrocinadores, não aos meus.

Enquanto o mesmo continua seu trabalho, fico me imaginando nos Jogos. Lá, não vai ter roupa que me salve. Não vai ter sorriso falso que me ajude. Seremos apenas eu e minha sorte. Ou talvez um aliado, não sei se Gwyn vai querer lutar ao meu lado. Preciso encontrar alguém em quem confiar.


[...]


Só quando o homem termina seu trabalho que percebo qual será minha roupa: uma fantasia de médico. Não parece nem um pouco surpreendente, até que ele olha em meus olhos e me dá uma sugestão: de acordo com ele, o tecido é fácil de rasgar, e preciso usar isso ao meu favor. Como? Não faço a mínima ideia.

Caminho até um espelho que está ali e começo a me observar, de baixo para cima: um par de botas brancas justas cobrem toda a superfície de meus pés, e o mesmo acontece com minha perna em relação à calça, tão rente ao corpo quanto as botas. Meu tronco é coberto por um jaleco, que quase alcança meus joelhos. Não tenho nenhuma camisa por baixo, e apenas alguns botões evitam que meu corpo fique à mostra, o que me dá uma ideia. Um instrumento bastante usado por médicos fica em meu pescoço e tenho a opção de cobrir meu rosto com uma máscara, mas acabo deixando-a de lado.

O estilista se aproxima novamente e a visa que precisamos sair, então respiro fundo mais uma vez e o sigo, reencontrando os outros tributos, que são tão sortudos quanto eu por estarem aqui. Observando os outros e suas roupas, noto uma mulher ruiva e um tanto quanto bonita. Noto que ela me olha também e, constrangido, me viro para outra direção.

Me guiam para uma das carruagens e eu subo primeiro, em seguida ajudando Gwyn. Observo sua roupa, que parece imitar uma versão para maiores de uma médica, e entendo o objetivo do estilista: nos deixar sexys.  Não consigo evitar que alguns pensamentos surjam em minha cabeça, mas volto a me preocupar com o desfile. Estou tendo uma chance de garantir uma ajuda no futuro e a desperdiçando para ficar imaginando coisas desse tipo.

Lembro-me que tenho que contar para ela o meu plano, e penso em fazer isso de um jeito que atice mais ainda os  capitalistas enlouquecidos que gritam da arquibancada: aproximo meus lábios de um de seus ouvidos e sussurro algumas palavras.

“Com roupas como essas, nossa melhor estratégia é tentar seduzir os patrocinadores e torcer para que um rosto bonito e um corpo desses os deixem, no mínimo, animados. Se não der, estamos ferrados.” Ela sussurra em meu ouvido também, pedindo para que eu dê alguma ideia de como tornar nosso plano mais efetivo. “O estilista me disse que minha roupa rasga facilmente, então, durante o desfile, quero que você rasgue as mangas do jaleco e o abra, para me deixar com o mínimo de roupa possível sem que eu fique muito envergonhado.”

Os cavalos começam a se movimentar pouco tempo depois, e troco vários olhares com Gwyn, até que tomo coragem e me viro, ficando de frente para a arquibancada. Mando um beijo para ninguém em específico enquanto dou uma piscadinha com o olho direito e depois começo a dançar. Ou tentar, pelo menos, pois não é algo que eu costumo fazer.

No começo, meus movimentos são quase impossíveis de se notar, até que vou me soltando e perdendo a vergonha. Abro um pouco as pernas e começo a mover meu quadril, com um objetivo único de despertar desejo nas pessoas que me assistem. Ainda estou dançando quando vejo os braços de Gwyn tocarem meu corpo: o direito passa por cima do meu ombro, enquanto o esquerdo passa por debaixo de um dos meus braços. Com os dois, ela começa a desabotoar o jaleco e, minutos depois, meu abdômen definido fica exposto.

Enquanto danço, me imagino numa festa. Engano meu próprio cérebro, tentando convencê-lo de que realmente estou em uma, e faço isso imaginando luzes coloridas piscando e uma música animada tocando. Meu coração acelera e respiro mais rapidamente, enquanto ignoro toda a pressão e todo o medo que tenho pela primeira vez desde que ouvi meu nome no dia da Colheita. Por um momento, tudo o que me importa é dançar como se ninguém estivesse me vendo, apesar dos olhares das várias centenas de capitalistas.

Viro-me para o outro lado e coloco ambas as mãos nos ombros da mulher, enquanto dançamos no mesmo ritmo: uma para o lado direito, uma para o esquerdo, outra para o direito, outra para o esquerdo, movendo primeiro os ombros, depois o tronco, a cintura e finalmente um dos pés, dando um curto passo para o lado.

Ela põe as mãos sobre as mangas do meu jaleco e as deixa ali por apenas alguns segundos, até que eu puxo o braço, fazendo com que as mangas se separem do resto da peça. Com os braços e o abdômen visíveis, me viro para frente e começo a encarar o presidente. Seria errado tentar provocá-lo? Espero que não.

Depois de mais um tempo dançando, o desfile termina e me concentro em observar os outros, procurando alguém em quem confiar. Apesar da respiração acelerada para recompensar a energia gasta com os recentes movimentos, meu olhar reencontra o da mulher do Distrito Um. Sorrio para ela, e, ao contrário da maior parte das vezes, verdadeiramente. Uma mistura da animação de dançar com o que ela desperta em mim. Algo que não consigo explicar direito.

Depois de voltar ao mundo real e de a excitação acabar, rumo em direção ao prédio onde ficarei hospedado até o início dos jogos. Chego no sexto andar e, logo após entrar, me avisam que tenho que ir direto dormir, pois preciso estar descansado no dia seguinte, quando a entrevista vai acontecer.

Deito-me imediatamente, mas dó depois de um bom tempo pensando sobre o que aconteceu e o que está para acontecer, consigo dormir.

Quando acordo, aproveito para observar todo o andar antes do café da manhã. Depois de comer, vou até o estilista e peço por algumas dicas de como me comportar e de quais são as perguntas que o entrevistador começa a fazer. Ele me diz algumas coisas e sai para pensar no que vou vestir mais tarde, e volto para perto do mentor, ainda tentando conseguir formar alguma estratégia.

Depois de um tempo conversando, ele me avisa que falta pouco tempo para que eu tenha que me vestir, então repasso todas as dicas que me deram, que se resumem a ser criativo, surpreendente, confiante e engraçado.

Assim como fiz no dia anterior, aproveito a hora em que o estilista me veste para imaginar o que acontecerá no futuro, mas depois decido começar a criar um novo Josh: alguém moldado segundo os patrocinadores e o que os mesmos apreciam.

Fico tão distraído que não sei por quanto tempo ele fica me arrumando, mas, quando termina, me avisa de algo:

- Sua roupa da vez é de anjo, apesar do nosso segredinho. Quero que você o use depois de falar algo como "toda pessoa boa esconde um assassino dentro de si" - assinto com a cabeça - E em relação às asas, elas são feitas por pequenas lâmpadas. Quando você começar, mudo a cor para que elas se transformem junto contigo. Eu não preciso estar perto para que isso aconteça, então estarei vendo a entrevista e saberei quando é para fazer isso.

Observo minha roupa com o auxílio de um espelho: meus pés estão nus e a calça é justa e branca, como a da roupa anterior. Uma camisa azul com alguns desenhos brancos, ou símbolos, como preferir. E, de minhas costas, o gran finale: um par de asas longas, que, na verdade, são placas com um número extremanente grande de pequenas lâmpadas. Em minha cabeça, uma toca amarela serve para imitar uma auréola e esconder parte da surpresa.

Sou levado para o prédio onde serei entrevistado, e fico extremamente nervoso quando ouço meu nome, logo depois do de Gwyn.

- Senhoras e senhores, esse é Josh Mouty! - entro bem a tempo de ver os aplausos da plateia. Me sento em uma cadeira ao lado da entrevistadora, uma ruiva chamada Tecquila.

- Então, Josh. Preciso começar a entrevista dizendo que, depois que te vi como médico, até comecei a passar mal - os capitalistas riem e eu também - Mas agora me conte: você não vai ser um médico na arena, né? Vai precisar matar.

- Olha, as pessoas do Distrito 6 são treinadas para ajudarem os outros, mas... - faço uma pausa dramática e me levanto. Imitando o papel de Gwyn, puxo as mangas da camisa, deixando meus braços à mostra, assim como o início da pintura corporal: minha pele foi pintada de preto, com linhas curvas em um tom forte de roxo, que saem das extremidades e vão até o centro, onde um novo símbolo surge - Essa máscara de pessoa boa serve para esconder um monstro sedento por sangue. O sangue de vinte e três pessoas que todos vocês conhecem.

Ouço aplausos e alguns gritos dos capitalistas que assistem a entrevista, mas é apenas o começo. Viro-me de costas e faço os mesmos movimentos do desfile, aproveitando para puxar a calça enquanto mexo meus quadris, deixando minhas pernas em contato com ar livre.

Agora de cueca, continuo a dançar enquanto coloco as mãos na barra da camisa e lentamente puxo a peça de roupa para cima. Quando passo-a por cima de minha cabeça, tiro também a toca, revelando um par de chifres de plástico.

Fico animado ao ouvir os aplausos novamente, sabendo que são de surpresa e o motivo desta é meu novo visual: além de ter pintado meu corpo de preto com linhas roxas, o estilista colocou na cueca, também roxa, uma espécie de cauda, com uma ponta projetada para parecer afiada, além dos chifres.

Percebo que não notei antes, mas as mini lâmpadas passaram a emitir uma luz no mesmo tom da minha pele, fazendo as asas parecerem uma extensão do meu corpo. Viro-me para Tecquila.

- O que achou?

- Olha... - ela parece admirada - Voce conseguiu me deixar em dúvida entre o anjinho e o demônio - respira fundo - Depois dessa transformação, preciso acrescentar uma pergunta à lista: você está solteiro?

- Sim, estou - respondo rindo e olhando para a platéia, depois de um curto período de tempo - Mas quem sabe eu conheça algum tributo interessante? Fazer guerra com uns, amor com outros. Não há nada melhor do que isso - volto a rir, já dominado pelo Josh criado para ser impressionante.

- E, Josh, seja sincero: você acha que tem chances de ganhar os tão comentados Jogos Vorazes? - pela primeira vez no dia as pessoas que nos assistem fiquem em silêncio.

- É claro que tenho - demonstro mais confiança do que realmente sinto - As pessoas subestimam minhas habilidades em batalha por ser do meu distrito, e vou usar isso ao meu favor. É a única coisa que posso dizer para vocês.

- Parece que alguém já tem suas estratégias, viram? - ela se aproxima de mim, e abaixa o tom de voz - Mas agora é algo sério: você disse que quer o sangue de vinte e três pessoas. Você seria capaz de matar sua companheira de distrito?

- Bem - digo após pensar por um tempo - Eu sou capaz de matar qualquer um que fique em meu caminho. Se ela ficar...

- Altas revelações com o senhor Mouty - ela parece animada.

- Nem tantas... vocês ainda vão descobrir muita coisa sobre mim durante os jogos, mas não posso falar quais são para não perder a graça.

- É, tributos, parece que vocês têm um forte concorrente.

- Muito obrigado - aproximo minha boca de um de seus ouvidos e sussurro - Quando eu voltar da arena, te recompenso por esses elogios.

Ela usa a mão direita para abafar o rosto, como se estivesse com calor, enquanto sorri, causando mais risos.

- Restam-me apenas duas perguntas: você ficou feliz por entrar nos jogos?

Sou obrigado a calcular friamente minha resposta para saber qual agradaria mais os patrocinadores.

- Não é algo que eu esperava, mas estou bem animado.

- Interessante... - a ruiva responde - Agora, finalmente: quem te ensinou a dançar?

Não seguro as risadas, assim como todos os que nos assistem e, depois de mais aplausos, a entrevista acaba, com aquela pergunta retórica no ar.

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Mensagem por Aaron S. Aldebaran Sex Dez 04, 2015 8:03 pm

Desfile e Entrevista 100
¿How deep is your love?
Let me roam your body, freely, no inhibition, no fear...
Depois de quase ficar cego, Aaron agora estava agora a caminho do desfile, no caminho pôs-se a pensar no que ocorria lá. Na televisão os tributos já apareciam completamente vestidos e em carruagens belíssimas, quem será que fazia tudo aquilo? Bom, Aldebaran iria descobrir.
O caminho até o local do desfile foi, assim como tudo na Capital e na vida de um tributo, rápido. Ao chegar, Aaron foi conduzido até uma espécie de camarim, onde pela primeira vez implorou por misericórdia. A quantidade enorme de máquinas afiadas, potentes e perigosas assustou o garoto, que quase desferiu um soco contra uma das estilistas.

— Por que estão fazendo isso comigo? — perguntou depois de alguns instantes já um pouco conformado.

— Ora, meu bem, estamos tentando deixar você ainda mais bonito. — respondeu uma mulher que agora desfilava uma máquina pelo peitoral dele.

Abriu um sorriso confiante diante daquele elogio, “É, eu sei que sou lindo.” pensou soltando uma leve risada. Por fim, depois de ter todos os seus pelos arrancados, encaminhou-se até uma outra parte do camarim ver sua roupa.

— Não, eu não vou vestir isso. —murmurou analisando o modelito.

— Ah, você vai sim. — Hunter surgiu logo atrás dele. — Você tem um corpo bonito rapaz, use isso ao seu favor. — completou o mentor fazendo um sinal para que Aldebaran vestisse a roupa.

Ainda que relutante, trajou o figurino ridículo e saiu do camarim bufando e pisando forte, realmente odiava aquele traje. Subiu na bela carruagem, postando-se ao lado de Makenna, que também estava com um modelito semelhante ao dele e aguardou pelo início do desfile ainda irritado.

Quando a carruagem do 1 estava prestes a entrar, Hunter entregou um pequeno controle remoto com um único botão azul para Aaron.  — Aperte quando achar que é hora. — frisou sumindo logo em seguida. Enfim, finalmente depois alguns instantes a carruagem decorada num azul bebe adentrou triunfante no desfile. Aldebaran acenou para o público, mandando beijos para a plateia e ostentando um sorriso singelo, enquanto que Makenna fazia o mesmo, teatro puro. Quando estava mais ou menos na metade da “passarela”, apertou o botão fazendo com que chafarizes brotassem na parte de trás da carruagem, atraindo os olhares de todos os espectadores.

Depois de todas as carruagens passarem, o presidente Arthur fez um discurso, assumindo publicamente tudo aquilo que todos já sabiam, os jogos tinham como principal intuito divertir a capital, todos aplaudiram e o desfile terminou, sendo assim Aaron e Makenna foram conduzidos até o quarto andar do prédio onde ficariam hospedados e chegando lá enviados aos seus respectivos quartos.

Aldebaran acordou cedo no dia seguinte, afinal ele estava ansioso, iria conhecer a tão famosa entrevistadora Tecquila. Passou o dia conversando com Hunter, não sabia o que fazer, mas foi orientado pelo mentor a usar o charme ao seu favor, já que no dia anterior havia encantado as capitalistas com seu traje sexy. Passaria a imagem de galã diante das câmeras, buscando assim conseguir a simpatia dos patrocinadores, estratégia interessante na opinião dele.

Pois bem, depois de algumas horas o momento havia chegado, Aaron já era o primeiro da fila, apenas esperava Makenna deixar o palco e quando ela o fez, o garoto finalmente ouviu seu nome ser anunciado, acompanhado do distrito. Pisou no palco com seus sapatos sociais e trajando um elegante smoking completo, no pulso ostentava um relógio de ouro e nas mãos carregava duas rosas tão vermelhas quanto o mais puro sangue.  Sentou-se ao lado de Tecquila e quando a moça estava prestes a murmurar alguma coisa pousou um dos dedos sobre os lábios rosados dela.
— Antes de começar, eu gostaria de entregar esses dois humildes presentes. — sussurrou levantando-se e caminhando até a beira do palco. —Nossa você é ainda mais bonita pessoalmente. — falou fitando a idealizadora da arena. — Uma flor para outra flor. — completou depositando um beijo numa das rosas e jogando-a no colo de Charlotte. A plateia foi a loucura, mas Aaron queria mais, ele voltou-se para a entrevistadora, puxando um a das mãos dela e ali também deixando um beijo. — Para a entrevistadora mais linda que eu já vi. — disse focando Tecquila com seus grandes olhos azuis e um sorriso desenhado nos lábios.

Depois disso o público explodiu, vários “hmm” e “wuh” acompanhados de outros gritinhos foram emitidos e até mesmo a entrevistadora pareceu surpresa. Aldebaran apenas riu baixinho voltando a sentar, com a sensação de dever cumprido. — Olha só! Parece que temo um galã! — exclamou Tecquila ainda em choque. — Então Aaron, qual é a sensação de estar na Capital? — a primeira de muitas perguntas foi feita. — Felicidade, sem dúvida, estou muito feliz por estar aqui. — respondeu seco ainda com o sorriso falso estampado no rosto. — Você veio do Distrito 4, certo? O que mais gosta de lá? — questionou a entrevistadora fingindo estar curiosa. — Das praias, com toda a certeza. — retrucou em poucas palavras novamente. — Hm, deixou alguma pretendente por lá? — mais uma pergunta feita por Tecquila. — Não, mas poderia deixar uma por aqui, não é mesmo? — falou Aaron arqueando uma das sobrancelhas e dividindo seu olhar entre a idealizadora sentada na primeira fila e a entrevistadora. — Ousado você, gostei. Mas enfim, uma última pergunta, de todos os 24 tributos, você é o único que sempre aparece sorrindo, por quê? — murmurou Tecquila, finalmente uma pergunta interessante. — Porque eu sei que vou ganhar. — respondeu Aldebaran esbanjando autoconfiança. — Aaron Smith Aldebaran, do Distrito 4! – encerrou a ruiva.

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Mensagem por Widdly Trenchüst-Hadren Sáb Dez 05, 2015 12:14 am

Desfile e Entrevista 100
Adendos:

Diferente da ida ao trem-bala, agora poderíamos parar por alguns minutos para sermos entrevistados pelos repórteres das redes televisivas da Capital, haviam também alguns jornalistas com seus bloquinhos de papel e canetas aguardando por uma notícia sobre os tributos que seriam levados para a morte nesta Edição dos Jogos Vorazes, quer dizer, sempre são guiados para a morte nas edições. Uma capitalista praticamente se jogou em nossa frente, um sorriso forçado nos lábios parecia dizer que não gostava de nós, as roupas extremamente espalhafatosas e coloridas identificava seu porte na Capital. A câmera de sua emissora estava logo atrás, claro que não havia ninguém para controla-la, a tecnologia em Panem era incrível, uma pena que não pudéssemos desfruta-la.

Olá, queridos! O que estão achando da esplendorosa Capital? É muito diferente do Distrito Dois? — Perguntou-me a Capitalista com sua voz anasalada. — Ouvimos muitos boatos de vocês dois, será que teremos dois pombinhos nesta edição dos Jogos Vorazes? Seria perfeito!

Como acabei de chegar, não pude ver muita coisa da Capital, mas até aqui ela está sendo fantástica. Uma nova oportunidade que veio no momento correto, sabe? Nada melhor do que passar alguns dias na glamourosa Capital. — Disse para a mulher com um de meus melhores sorrisos, abrindo um pouco os braços para representar um todo na última parte. — Eu e Elleanorah somos velhos amigos, se é que conseguem me entender. Infelizmente passamos algum tempo sem nos falar, mas não poderia ter melhor companhia nestes Jogos. Olhem está garota, é magnífica!

Isto soou como um começo de um novo romance ou uma aliança já formada? — Disse a mulher, praticamente aos pulos de felicidade, mesmo que cada movimento seu me parecesse algo forçado. Os outros começaram a prestar mais atenção em sua entrevista, claro que não perderiam a chance de pegar alguma informação antecipada dos Jogos.  

Vocês acham mesmo que nós contaríamos alguma coisa? Vamos deixar tudo mais divertido, não é? Vocês só irão descobrir quando dos Jogos começarem. — Exclamei aos risos, olhando para todos com um sorriso travesso brincando nos lábios. — Desculpem-nos, mas parece que não temos muito tempo para permanecer aqui, conversar com todos vocês foi prazeroso. Até a próxima, e não se esqueçam, Panem é bom! — Cantarolei a última frase, saindo na frente e sem ao menos saber se Elleanorah havia ficado para trás.

Todos os capitalistas vibravam em êxtase ao verem os mais novos tributos dos Jogos Vorazes, após longas paradas para tirar fotos e mais curtas entrevistas, fomos levados ao camarim para o desfile que estava por vir. Sentia-me um próprio capitalista ao ver-me rodeado de tanto luxo, tinha meu próprio camarim, assim como estilistas e maquiadores ao meu dispor. Claro que os capitalistas não eram jogados em arenas para lutarem até o último fio de vida, mas você conseguiu me entender. Após longos minutos sendo esfregado, embebedado em óleos essenciais e perfumes caros, estava pronto para colocar minhas vestimentas. Fui bem tratado por todos, como se fosse realmente um deles, ou talvez só porque eu fazia parte do entretenimento deles. O estilista adentrou ao camarim carregando sua arara de roupas que estava cheia, mas não era possível ver as roupas por conta dos tecido negro que as cobria. Com um grande sorriso nos lábios retirou o que deveria ser minha roupa da arara, retirando o tecido que cobria.  

As roupas devem sempre obter alguma espécie de similaridade de seu Distrito, imaginava o que poderiam colocar em minhas roupas já que eu era do Distrito Dois. E ali estava eu, em frente ao espelho que o estilista carregava, a roupa era texturizada por tijolos maciços, de longe até parecia que eram tijolos de verdade, mas a vestimenta não era tão pesada para ser de verdade, os tijolos eram de diferentes tons amarronzados, tirando a peça de cima que era uma camiseta, eu usava um short ou algo do tipo que estava me incomodando. Um tecido transparente de bordas atijoladas recobriam metade do short, está seria minhas vestes no desfile. Parecia ser um conjunto comum, apenas uma camisa dura e pesada junto de um short com metade de uma saia? Não há mais nada surpreendente? Os estilistas já foram melhores ao meu ver.

Há um pequeno segredo em sua roupa, aperte este botão e a mágica irá acontecer. — Disse o estilista com brilhos nos olhos, gesticulando para um dispositivo escondido do lado esquerdo do short. — Agora você deve ir para as carruagens, estão aguardando por ti.

Retirei-me do camarim sem ao menos dizer um obrigado, pacificadores guiaram-me até o salão das carruagens, uma grande sala mal iluminada com um grande portão impedia-nos de ver os capitalistas que gritavam ardentemente nas arquibancadas. Os outros tributos também vestiam roupas extravagantes, a minha de longe era uma das mais comuns ali. Alguns pareciam te olhar como se estivesse imaginando sua morte já na Arena, outros apenas ignoravam o fato de você existir. Prefiro aqueles que me ignoram, os outros podem ir se foder. Uma hora acabam morrendo na Arena e não sabem o motivo, egocentrismo. Longos minutos tediosos se passaram até que tivemos a permissão de subir nas carruagens para dar início ao desfile. Pulei o mais rápido que pude para a carruagem do Distrito Dois, ajudando Elleanorah a subir sem estragar suas vestes. O grande portão fora aberto, uma trombeta é tocada assim como diversos tambores tocados, dando início ao grande desfile. Tochas cobriam o caminho que as carruagens iriam fazer para o desfile, os cavalos desataram a andar com um comando, o desfile havia começado.

Fogos de artifício foram ativados, a multidão que nos assistia ficou enlouquecida, alguns já tinham seus favoritos e os nomes eram gritados. As carruagens teriam seu fim no ponto em que se encontrava o Presidente Arthur, observava-o com atenção, ele não era velho como o antigo, se não tivesse inclinação para alguma doença grave passaria um bom tempo no poder. E se uma doença grave afetasse-o, quem tomaria seu lugar no poder? Algum Idealizador? Não faço ideia, será que eles tem planos de emergência para esse tipo de caso? Bem, isso não importava, deveria apenas prestar atenção na multidão que assistia. Um grande sorriso sedutor tomou forma em meus lábios, Acenava para a multidão assim como os demais, as vezes soltava uma risada para descontrair o clima com Elleanorah.  

Assim que alcançamos o meio da grande passarela, apertei o botão do dispositivo que o estilista havia me entregado, escutei algum tipo de barulho em minha roupa, automaticamente metade de um pequeno muro elevou-se cobrindo metade de meu rosto, os tijolos maciços pareciam mover-se e minha roupa, como estivesse se elevando uma parede. Ergui as mãos para cima com os punhos cerrados, como um vitorioso faria ao ganhar algum prêmio, não sabia o motivo de fazer isso, mas consegui arrancar mais gritos da multidão. Ou talvez fosse algum outro tributo com sua roupa magnífica, com isso eu não me importava. Assim que chegamos ao final da passarela os gritos foram interrompidos e nosso querido Presidente desatou a língua, tagarelando sobre os Jogos algo que sempre escutávamos nos vídeos apresentados ou até mesmo na edição passada. Assim que o Presidente terminou com a famosa frase da sorte ao favor de sei lá quem, os capitalistas rugiram fervorosamente de aplausos e gritos. Dando assim o fim ao desfile, não sei o que eu esperava, talvez algum bolinho no final para comemorar. Mas não foi bem assim, deram nem docinho como parabéns. Acho que esperava mais de você, Capital.  

Eu e Elleanorah seguimos Marte até o prédio em que ficaríamos hospedados até o início da Arena, ele dizia que amanhã o dia seria cheio por causa da entrevista, deveríamos pensar direito no que dizer e nunca falar algo de errado que afetasse nosso decorrer nos Jogos. Eu estava exausto, apenas escutava o que ele falava, Marte não era exatamente o melhor mentor que poderíamos ter, mas ele até que poderia ajudar em algumas coisas, como por exemplo o que deveríamos falar nesta tal entrevista. Sem ao menos pudermos explorar o andar de nossa hospitalidade, fomos jogados nos quartos para o dia de amanhã. Os Jogos estavam chegando e eu não sabia que estava preparado para isso.
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Mensagem por Widdly Trenchüst-Hadren Dom Dez 06, 2015 2:01 am

Desfile e Entrevista 100
Adendos:
Até que não estava sendo ruim passar esses poucos dias na Capital, a comida era de fato surpreendente. O conforto era mil vezes melhor do que costumava passar em minha casa e em minha pele podia sentir um frescor diferente com aroma de baunilha. Se algum Capitalista reclama do luxo que passa aqui, convido-o para trocarmos de lugar, passe um dia no Distrito Dois e me deixe receber os privilégios dos capitalistas. Eu fora um dos primeiros a se levantar pela manhã, seria um dia cheio e já havia dormido bem o suficiente. Com os pés sobre a cadeira ao lado, esperava os demais acordarem para tomar o café da manhã e Marte dar-nos seus sábios conselhos sobre a grande entrevista. "Vocês não podem ser rebeldes", resmungava ele por qualquer brincadeira que fizéssemos sobre a situação. Comecei a rir ao lembrar de sua carranca ao me ver fazendo sinais obscenos para o mesmo depois de uma discussão inútil sobre os Jogos, o que não é uma boa ideia quando você está comendo um pedaço de bolo, acabei por me engasgar e quase cair da cadeira em que estava.

Marte e Elleanorah chegaram momentos depois, presenciando a vermelhidão de minha face por conta do engasgo. A jovem apenas riu, ao contrário de Marte que aprofundou ainda mais sua cara feia de quem nunca estava satisfeito. Passaríamos o dia trancafiados dentro deste andar, não poderíamos fazer nada além de esperarmos pela entrevista e receber conselhos de Marte. A melhor parte era porque poderíamos comer o que quiséssemos, a pior era que passaríamos o dia inteiro perto de nosso adorado mentor. E assim se passou grande parte de meu dia, mas até que era bem divertido ficar parado ali apenas tendo que formar estratégias ou comendo um saboroso pedaço de bolo ou torta.

[…]

Já nos encontrávamos no estúdio da rede televisiva da entrevista, todos pareciam nervosos em passar pelas perguntas complicadas da apresentadora. Rolavam boatos entre os tributos de que Tecquila enlouqueceria se disséssemos algo fora do comum, poderíamos arruinar a audiência de seu programa. Além de que um dos idealizadores estariam assistindo o que estava se passando durante a entrevista. Passeava os dedos sobre o aveludado de meu smoking, o blazer possuía uma tonalidade azul escura com alguns detalhes de cetim preto na gola e bolso. Eu não me sentia desconfortável em usar tais vestes, mas preferia a roupa comum que costumava usar em meu distrito. Até porque este tipo de roupa nunca seria usado por mim no local em que moro, apenas víamos este tipo de coisa quando somos forçados a assistir os Jogos. Creio que todos os Capitalistas assistiam os Jogos de boa vontade, rindo com extrema alegria quando aquele garoto que ele não gostava morria. Diferente da apresentação, agora a ordem seria seguida por primeiro meninas logo após seria a vez dos meninos. Já estava na vez de Alexei, o garoto do Distrito Um, a entrevista não parecia levar mais de cinco minutos, afinal eram 24 tributos para se entrevistar. E também creio que não teriam muitas perguntas para serem feitas ao longo do programa para levar tanto tempo de entrevista. Em poucos minutos já era minha vez, fui levado para o local onde deveria entrar para ser entrevistado, aguardando Tecquila apresentar-me para a multidão de telespectadores.

E agora, apresento a vocês o affair de muitas capitalistas nesta edição dos Jogos Vorazes, nosso querido Widdly Trenchüst-Hadren! — Exclama Tecquila, apresentando-me ao público, agora seria minha deixa.

Entrei no espaço em que estava com um sorriso galanteador e travesso brincando os lábios, alguns acenos e olhares lançados para alguns capitalistas que gritavam ao me ver. Sentei-me na cadeira branca o mais disposto que poderia estar, apoiando o tornozelo de minha perna esquerda no joelho de minha perna direita, como um cruzar de pernas incompleto. Continua a sorrir abertamente enquanto a multidão aplaudia, levantei as mãos para aplaudir também como brincadeira, o que arrancou algumas risadas de Tecquila. Com um levantar de mão da mesma, a multidão cessou os gritos, aguardando pelas perguntas.

Muito bonito, Widdly! As vestes do desfile estavam impecáveis, podia até ser visto volumes extras em certos lugares, nós agradecemos ao grande estilista que pensou nisso. — Disse Tecquila, olhando para mim e para a multidão, um sorriso travesso brincou em seus lábios.

— Posso te mostrar muito mais se estiver disposta, Tecquila. — Respondi, fitando a apresentadora por alguns instantes, o que levou a multidão a loucura mais uma vez.

Oh, meu Deus. Deixem que este garoto ganhem os Jogos que seu lugar está garantido ao lado de minha cama. — Exclamou a capitalista, trocando de posição em sua cadeira. — Vamos a famosa pergunta, o que está achando da Capital, Widdly?

É um lugar maravilhoso de se viver, assim como as capitalistas que encontrei por aqui. — Exclamei, apontando para a figura na primeira fileira de longo vestido. — Acho que a melhor parte são os doces, hoje mesmo me empanturrei deles. — Disse aos risos, levando os capitalistas comigo. — Acho que as piores partes são aturar a carranca de nosso adorado mentor e essas roupas apertadas. — Finalizei, desfrouxando um pouco a gravata. Acho que estava conseguindo descontrair bem a situação, sem quaisquer sinal de hesitação em minhas respostas.

Nós não iriamos nos importar se você retirasse tudo que estivesse usando agora mesmo, mas não seria possível por conta de nossas crianças nos assistindo. — Disse Tecquila, fazendo os telespectadores soltarem um "ah" de desaprovação. — Diga-nos, boatos surgiram de que você e sua companheira de distrito estão num pequeno romance, é verdade?

Apontei para o blazer que vestia, como se pedisse permissão para retira-lo, aos risinhos Tecquila concedeu o pedido. Retirei o blazer, pousando-o no apoio da cadeira branca que estava sentado, desfazendo o nó de minha gravata. A multidão gritava como se eu estivesse fazendo uma strip em pleno programa, mas não era bem assim, apenas estava ficando mais confortável. Abri também alguns botões da blusa, puxando as mangas até os cotovelos. Poderia sentir a raiva de meu estilista que estava na plateia, com toda certeza ele não estava feliz por eu ter feito isso, as roupas que ele batalhou para costurar e eu rejeitando usa-las. Bem, nada poderia fazer sobre isso, iria continuar da maneira que estava.

Agora estou muito melhor. — Disse ao olhar para a multidão que entrou em gargalhadas altas. — Eu e Elleanorah temos uma longa história juntos, se é que me entende. — Menti, olhando Tecquila nos olhos, o sorriso que ainda permanecia em meus lábios já estavam fazendo minhas bochechas doerem. — Mas fazia um longo tempo que não nos encontrávamos, quem sabe não role alguma coisa. — Menti de novo, voltando meu olhar para a multidão que riram em êxtase por um novo romance. — Não estou prometendo nada. — Exclamei, levantando as mãos como se fosse inocente na situação.

Pois bem, querido. Iremos aguardar por isso, não é mesmo? — Perguntou a capitalista para a multidão que exclamou um sim entusiasmado como resposta. — Digamos, deixou alguém te esperando em seu Distrito, Widdly?

Eu tenho meus dois irmãos gêmeos, são minha única família. Se agora eu tenho alguma motivação para isso, é por causa deles. Esses pirralhos me encorajam com sua felicidade. — Disse sério, abrindo um pequeno sorriso gentil com a última frase.

Todos esperamos que seus irmãos recebam o irmão mais velho de volta em segurança. — Disse Tecquila, mas sabia que havia um tom de mentira em sua voz, como se fosse me reconfortar com isso, apenas acenei a cabeça. — E para finalizar, o que você está esperando do tão aguardado Jogos Vorazes? A nova decisão de nosso querido Presidente Arthur foi divina, escolhermos quem estaria aqui conosco, e creio que possa dizer que votei em você! — Exclamou Tecquila, sorrindo gentilmente. Ah, muito obrigado por me contar, me deu a sentença de morte e eu preciso sorrir de felicidade por isso?

Não sei se devo pedir obrigado por me colocar nos Jogos, afinal eu posso morrer lá. Eu espero sobreviver por bastante tempo na Arena, aqueles tributos que estão competindo comigo parecem ser bem fortes, foi uma sábia decisão dos Capitalistas selecionar tão bem seus tributos desta Edição, todos nós temos sorte de ganhar, só basta saber quem está com a maior sorte aqui.

Sábias palavras, querido. Esse foi nosso querido Widdly Trenchüst-Hadren, nosso tributo do Distrito Dois! Aplausos para ele. — Exclamou Tecquila.

Levantei-me da cadeira, parando em frente ao final do pequeno estúdio, fazendo uma reverência a Idealizadora que ali se encontrava, Charlotte era seu nome. Fitei-a por um longo minuto, os aplausos abafados enquanto apenas conseguia ver um rosto na multidão. Não que eu estivesse apaixonado por ela, quem iria se apaixonar por pessoas que infringiam tanto mal? Posicionei-me em minha melhor postura, pegando o blazer que estava aguardando-me na cadeira, joguei-o sobre os ombros, dando acenos para a multidão e me retirando do estúdio. Creio que tudo tenha corrido perfeitamente bem, não fizera nada de errado, só se levarem a reverência que fizera para o lado pessoal, aí eu já não posso fazer nada. Minha próxima etapa seria a Arena, onde precisava lutar pela vitória tão aguardada.
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Mensagem por Brahms Hool McKnight Dom Dez 06, 2015 2:32 pm

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Mensagem por Brahms Hool McKnight Seg Dez 07, 2015 12:28 am

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