TOP 8 - Terceira Fase

Para todos os Capitalistas que assistiam a Arena ambos, tributos e os cidadãos se perguntavam 'E a bússola?' Ah, todos tolos aqueles que a achavam inútil. No decorrer da Arena, os tributos estavam espalhados pelos mais variados lugares das ruas vazias, nos montes de entulhos e no centro de espetáculos. Já a Cornucópia no entanto, se encontrava vazia. Quase ninguém lá. Dezesseis. Esse era o total de mortos. Mais quatro iriam morrer naquela noite e assim, a Arena decorreria, até que apenas um vencesse, afinal, essa era Panem. Piedosa e misericordiosa nos momentos certos, mas fria e cruel em outros. Todos os tributos passavam por dificuldades, não tinha um sequer, que não passava, alguns, até poderiam não ter nenhum ferimento, mas a paz não iria durar. O sangue não fluía tanto quanto era esperado e os idealizadores precisavam fazer algo, para que a fúria do presidente, não assolassem em cima deles.

Uma das idealizadoras, uma mulher morena e esguia, deu um sinal de cabeça, da sala de controle, onde observava toda a arena, então um terremoto começaria. Eram 15:00. Observara a expressão de espanto e medo dos tributos, então, a mulher aparecera em uma tela para os tributos, com seu melhor sorriso psicótico. — Olá? Essa coisa está gravando? Está? Ótimo. — Ela sorriu novamente. — Enfim. Olá, queridos tributos! Meu nome é Alaska Hollerbrook, a nova idealizadora. Eu vim lhes informar que ao por do sol, vocês serão atingidos por lava, bom com força total, a lava começará em... 45 minutos, junto com o próximo terremoto. Mas se todos morrerem, não teria graça. Na cornucópia, há abrigo, proteção e itens que poderão os ajudar depois. Cheguem lá até o sol se por ou morram, ah e cuidado com os bestantes! Ah, os terremotos que sentiram, continuarão a cada 45 minutos, terá um. Vocês terão de se abrigar durante o caminho. Os terremotos durarão exatos cinco minutos, fiquem atentos. E um conselho, meus queridos. A bússola que está na mochila será mais útil que pensam, mas tudo que é útil, tem um lado bom e ruim, principalmente quando se trata de nós idealizadores. Bom, que a sorte esteja a seu favor. Ah, mas eu vou adorar isso! — Então, a idealizadora sumira da tela.

Na arena, todos os tributos estavam apavorados. Os medos, as expressões de pânico, alguns estavam até mesmo confusos. Como uma maldita bússola quebrada seria útil naquela situação? Os orientariam? Teriam coisas escondidas? Oras! Era a Capital, surpresas os aguardavam, algumas agradáveis, outras até mesmo ruins. Mal sabiam, que alguns morreriam naquele dia e que aqueles que não fossem espertos, teriam suas caras rasgadas por bestantes ou seriam sugados pelos terremotos. O novo espetáculo iria começar e aquele, era um ato de maldade, ou crueldade, ou o que fosse, de apenas uma pessoa. Cada um daqueles tributos iriam colocar a prova as alianças que tinham feito até aquele momento, já que na Arena, era matar ou morrer. Agora, a sorte fora lançada.

Spoiler:

Não existia mais espaço para sofrer física e psicologicamente. O meu corpo atingira o nível máximo, as picadas das teleguiadas doíam mil vezes mais do que a picada de uma abelha “normal”.
As paredes daquela casa não me davam um sentimento de segurança muito pelo contrário. Olhei para Rong que estava à minha frente, não sei se pela fraca luz mas ele também parecia ter algumas picadas pelo corpo.
-Você está bem? – perguntei com um esgar de dor- Pelo menos sobrevivemos mais uns minutos.
O lado bom da dor era que me fez esquecer a fome e a sede. O nosso segundo maior problema era que ambos não possuíamos armas, e pelo menos um tributo armado andava por ali. As nossas opções não eram boas.
-Tinha alguém no lago, eu acho – falei para o meu parceiro- Pela sombra parecia humano mas…

A minha frase foi interrompida pelo hino da Capital. “Vão mostrar os mortos tão cedo? O dia não acabou”, pensei enquanto me arrastava para perto de Rong onde tinha uma janela que permitia ver o céu. Uma bela mulher loira surgiu na tela com um sorriso algo sádico, senti um arrepio na espinha nada de bom com certeza viria dali.
O comunicado da idealizadora foi a pior notícia da minha vida, pelo menos a seguir à colheita, um monte de informação saiu dos lábios pintados de vermelho sangue, informações que o meu cérebro exausto tentava processar. “Bússolas, terramoto dura 5 minutos, abrigo na cornuncópia, lava em…30 ou 40 minutos?”

A idealizadora se fora tão depressa como surgira no céu. Agarrei as mãos de Rong e olhei para ele.
-E agora? O que vamos fazer precisamos de uma bússula- vociferei em desespero – Provavelmente teremos que lutar para roubar uma e não temos armas.
O desespero começava a agora a tomar conta de mim, inspirei e expirei várias vezes tentando me acalmar. Rong colocou a mão no meu ombro e falou qualquer coisa.

Ambos caminhávamos o mais silenciosamente possível carregando as nossas armas que encontramos, vidros quebrados e alguns paus. Não eram grande coisa comparados a correntes ou a lanças, mas se o nosso alvo fosse apanhado de surpresa quem sabe não teríamos uma chance?
Tínhamos pouco tempo para encontrar um tributo e pegar a bussola se ele a tivesse, caminhamos até ao lago onde encontrarmos uma tributo escondida parecia a garota do 10.
Rong e eu trocámos um olhar de entendimento mutuo, segurei o vidro quebrado pronta a atacar. Nos aproximamos os mais que conseguimos sem sermos vistos e me preparei para o ataque tentado proteger a minha perna ferida.

Pulei sobre a garota e tentei cortar a sua garganta, rolamos as duas pelo chão e Rong logo se juntou ao combate. Mais uma vez a adrenalina e a luta pela sobrevivência me fizeram esquecer a dor, tentei apunhalar a tributo no tronco e no pescoço, o meu parceiro tentava esmagar a cabeça da garota.
Tudo terminou depressa ou pelo menos assim pareceu, agora nós os dois seguíamos para norte com a bussola nas mãos de Rong. Os terramotos dificultavam a nossa progressão no terreno, apesar de os abrigos não serem muitos seguros mas pelo menos nos mantinham vivos.
Quase esqueci dos outros tributos por alguns instantes mas rapidamente retomei a atenção a qualquer movimento estranho, o sol começava a dar sinais de querer partir. Aceleramos os nossos passos o mais que podíamos e finalmente a cornucópia estava a nossa frente, com cuidado fomos para lá.

Dados:

(off: perdão pelo post feito às pressas)